A Geringonça é cruel e detesta o Natal

Longe vão os tempos em que o regime venezuelano cultivava boas relações diplomáticas com Portugal. Dos Magalhães vendidos por Sócrates a Chávez aos abraços fraternos entre Portas e Maduro, a relação entre os dois países era cordial e fecunda. Quando o golpe de Estado de Novembro de 2015 levou o totalitarismo soviético ao poder no nosso país, as perspectivas de um aprofundar desta relação eram legítimas e fundadas. Tinha tudo para dar certo e havia até quem por cá quem defendesse que estávamos perante regimes idênticos.

Ò Mendes, e não são?

Claro que não, caro leitor. Toda a gente sabe que o cenário por cá é bem mais sinistro que para os lados de Caracas. A perseguição e os presos políticos, as brigadas paramilitares de comunistas armados com foices e martelos, os checkpoints e os supermercados vazios, as discotecas fechadas por decreto, o aumento do salário mínimo imposto à força, manchado pelo fuzilamento da direcção da CIP, o desemprego e o défice que não param de aumentar, enfim, o inferno vermelho em todo o seu horripilante esplendor. Não admiram, portanto, as acusações que nos chegam do outro lado do Atlântico. Não se pode confiar nesta Geringonça. Que o digam os observadores, os que não jazem nos calabouços de uma das muitas prisões políticas do país, que têm sido torturados, bem como as suas famílias, e impedidos de ir à missa e ás reuniões da Grande Loja Legal do Panamá.

Mas, o que se passou desta vez?

Desta vez veio ao de cima toda a crueldade que é inerente ao regime totalitário de Lisboa, com António Costa a ordenar que fossem sabotados todos os carregamentos de pernil de porco que seguiam para as mesas de Natal dos Venezuelanos.

Sabotados como?

Ninguém sabe bem, excepto os comunas, claro, que sabem tudo, e o próprio Maduro, que informou o mundo da atrocidade. O estalinista dos Negócios Estrangeiros bem tentou atirar areia para os olhos do povo mas não há volta a dar: a Geringonça sabotou o Natal venezuelano e nem interessa saber como, porque a Geringonça é cruel, feita de pessoas muito más que detestam o Natal, que comem crianças ao pequeno-almoço e que apenas desejam a dor e o sofrimento dos outros, incluindo o dos seus camaradas. No tempo do Portas, nada disto teria acontecido.

Comments

  1. Rui Naldinho says:

    A minha maior preocupação foi ainda não ter visto o José Gomes Ferreira a comentar na SIC Notícias este cenário “micro económico”, relacionado com a sabotagem ao pernil de porco prá revolução bolivariana,
    Será que isto vai mexer com o nosso deficit?
    Aguardo um texto esclarecedor do João Vieira Pereira sobre a falta de ambição deste país em exportar pernil de marranito para a América do Sul. E já agora, um artigo exaustivo do Henrique Monteiro sobre a “esquerda racista e xenófoba que detesta a esquerda mestiça latino americana, porque pensa que os Venezuelanos são islâmicos”.

    • “… a sabotagem ao pernil de porco prá revolução bolivariana,…”
      certeiro sarcástico, boa, Rui Naldinho ! : )

  2. joão lopes says:

    mais um escandalo…para o cds aproveitar ,rentabilizar ,e ganhar 5 votos

  3. Atento/sempre says:

    O governo do PS do Costa, com apoio das suas muletas, e Marcelo, com esta atitude só demostra uma que tem uns tiques fascistas ou social-fascistas, porque não teve em conta, os nossos compatriotas que estão por lá. E o povo venezuelano é que tem que resolver os seus problemas e não nós..
    Pela Unidade de todos os povos!
    Nem fascismo nem social fascismo!

  4. E por que raio têm eles que comer pernil enquanto eu como peixe salgado com batatas cozidas e couves? Pró ano passo o Natal na Venezuela… mas com pernil.

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