José António Vieira da Silva, ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, é casado com Sónia Fertuzinhos, deputada do PS, e pai de Mariana Vieira da Silva, recentemente nomeada ministra por António Costa.
Ana Paula Vitorino, ministra do Mar, é casada com o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita.
Carlos César, líder parlamentar da bancada socialista, tem a mulher, o filho, a nora e o irmão em cargos de nomeação política.
Qualquer semelhança com uma monarquia, ou com um regime onde o nepotismo impera, é mera coincidência.
“Coincidências, apenas!”
O Partido Socialista é uma espécie de “Reino das Migalhas”.
Não tendo por norma acesso ao mundo farto e bem remunerado do PSI 20, incluindo o da alta finança; isso está reservado para o “povo” do PSD e CDS, em regime de exclusividade, resolve inundar o governo e as cúpulas do aparelho de Estado, com familiares dos seus dirigentes. Sejam eles descendentes, ascendentes ou colaterais.
Podia aqui citar dezenas de casos similares, do lado da direita. Mas ainda assim, isso não resolveria o nosso problema.
Cada vez mais este país se vai tornar numa sociedade gerida por clãs, disso não duvidem. A razão é simples. A tecnologia rouba empregos, mesmos os mais qualificados. Os que sobrarem, só pode ser para quem fizer parte desses clãs, alternado a sua distribuição em função do grupo que governe, de momento.
Para os outros sobrará apenas o trabalho precário.
Não há psi 20, mas há o 20, 20. Dá no mesmo
Falei no chamado PSI-20 (acrónimo de Portuguese Stock Index), o índice que agrega as 20 maiores empresas cotadas na Euronext Lisboa, como referência.
Mas para mim, o nome é-me indiferente.
Calculo que fosse uma questão de tempo até este triste cenário, infelizmente tão comum em câmaras municipais por este país, surgisse nas esferas políticas mais altas. Num país onde o chico-espertismo é muito mais valioso e proveitoso que qualquer mérito académico ou profissional, não é de estranhar que a certa altura as galinhas se encontrem a chocar todas no mesmo ninho. É a lei da melhor pessoa possível para o cargo ou familiar equivalente.
Dizem que o PS é um partido de castas mas parece que algumas são tão específicas ao ponto de exigirem o mesmo apelido e uma certa percentagem de material genético em comum entre os seus membros.
Existe sempre a pequena possibilidade de todos os membros da família serem tão ou mais excepcionais que o senhor que os criou em primeiro lugar, a única justificação para este caso, mas se à coisa que os reinados despóticos de Trump e Bolsonaro nos têm mostrado é que fidelidade familiar e coerência política são incompatíveis e por vezes de forma espectacular.
Não concordo com esta coisa de pretender impedir pessoas de exercerem uma qualquer atividade, para a qual supostamente têm competência, apenas com base em que um familiar seu já exerce a mesma atividade.
As pessoas devem ser livres de trabalhar para a sociedade, e de exercer as suas competências e vocações, da forma que lhes apetecer, sem serem limitadas pelo facto de terem os familiares que têm.
Estou-me nas tintas para saber se a sra Fertuzinhos e o sr Vieira da Silva são casados ou não, e se a sra Vieira da Silva é ou não filha do sr Vieira da Silva. O que me interessa é que eles todos são livres de trabalhar para a sociedade da forma para a qual supostamente têm vocação, e devem ser avaliados por aquilo que fazem e não pelas suas relações familiares.
“Estou-me nas tintas para saber se a sra Fertuzinhos e o sr Vieira da Silva são casados ou não, e se a sra Vieira da Silva é ou não filha do sr Vieira da Silva. “… claro que sim… desde que tenham o Cartão do Citoyen en Jour …heheheheheh. Tem é de estar Tudo ” Certinho”, né? és um doce. A sério.