O Conselho Geral e de Supervisão da EDP é inútil e a culpa é do socialismo

EDP

Foto: Bruno Colaço/Jornal de Negócios

De um momento para o outro, o ex-ministro do PSD, António Mexia, passou de gestor premiado a socialista. Bastou para isso ser cozinhado em lume brando pelo justiceiro Alexandre, acrescentando-se 200 gramas de José Sócrates em pó e meio quilo de Manuel Pinho à receita, antes de ir ao forno do populismo chegófilo e liberacho. Admira-me como é que Durão Barroso ainda não foi grelhado, à conta do “porreiro, pá!”.

E enquanto ultraconservadores e neofascistas se entretêm a tratar as suas ovelhas como um rebanho de otários, o Conselho Geral e de Supervisão da EDP esteve estes anos todos sem ver a ponta de um corno à sua frente. Entre CAEs, criados por Cavaco Silva, e CMECs, criados por Santana Lopes, durante o tal governo socialista que teve Mexia como ministro, a EDP é o melhor espelho possível para o capitalismo rentista que parasita este país há décadas.

Mas, afinal de contas, quem senta o rabo nesse afamado Conselho Geral e de Supervisão, que deveria supervisionar a gestão da EDP? Para isto ter chegado ao ponto que chegou, só podia ser um bando de socialistas a dar cabo daquilo tudo. Socialistas como Eduardo Catroga, a quem Passos Coelho ofereceu uma fabulosa panela na eléctrica, e que agora representa o regime totalitário chinês, através da China Three Gorges.

Socialistas como Braga de Macedo, outro barão do PSD, que, na qualidade de presidente do IICT, conseguiu financiar uma exposição da filha dedicada ao seu pai, e que ocupou a pasta das Finanças quando a obra do CCB derrapou 500%, dos 31,5 milhões orçamentados para os 200 milhões que a obra efectivamente custou. Despesismos reservados à voracidade socialista.

Socialistas como Celeste Cardona, destacada figura do CDS-PP, que foi Ministra da Justiça de Durão Barroso, antes da fuga para a Comissão Europeia, com um passado recente no Conselho de Administração da Caixa Geral de Depósitos, onde esteve ligada à concessão de créditos a Joe Berardo que, afirmou em tempos, “foi aprovado sem qualquer reserva ou voto desfavorável”.

Socialistas como Ilídio Pinho, com ligações ao PSD e à Fomentinvest de Ângelo Correia, onde Pedro Passos Coelho foi gestor. E quem nomeou Ilídio Pinho para o Conselho Geral e de Supervisão da EDP? Exactamente: Pedro Passos Coelho, também ele um destacado socialista, como todos sabemos. Em abono de Ilídio Pinho, importa referir que se trata de uma personalidade que tinha (e presumo que ainda tenha) uma fundação sediada nas Ilhas Virgens Britânicas, conhecidas pela transparência financeira e fiscal que atrai investidores de todo o mundo.

A presidir a este eficiente organismo temos outro socialista, Luís Amado, desta feita um socialista com cartão de militante do PS e um passado ligado à administração Sócrates, dado que fala por si e dispensa literaturas adicionais. Para além de Amado, podemos encontrar no Conselho de Supervisão da EDP outras grandes figuras, nacionais e internacionais, ligadas a instituições tão distintas como o regime totalitário chinês, o BPN ou BES. Até um aroma a Opus Dei se sente no ar. Cabem lá todos.

Regressando ao socialismo, a origem de todo o mal, importa perguntar o que andaram estes e os outros socialistas do Conselho de Supervisão da EDP a fazer ao longo destes anos. Em princípio nada, com a excepção de auferirem excelentes remunerações, usufruírem de inúmeras regalias e participarem em algumas reuniões com catering ao nível de uma refeição no Belcanto. Já em termos de supervisão propriamente dita, fica a ideia que pouco ou nada foi feito. Mais nada do que pouco, claro está.

No fundo, o Conselho de Supervisão da EDP é tão eficaz no exercício das suas funções como Carlos Costa, o banqueiro que (ainda) lidera o Banco de Portugal, que fica para a história por ter sido capaz de regular coisa nenhuma ao longo dos 10 anos, período durante o qual o Estado foi lesado em vários milhares de milhões de euros pela trafulhice dos seus pares. Em princípio, são todos socialistas. Só assim se percebe que não sirvam para nada.

Comments

  1. Paulo Marques says:

    Ó João, não percebes nada, o problema é não serem independentes! Se fossem nomeados até ao fim do mandato, estava tudo bem, como no BP, onde se apanhava tudo… hmm, não, como no BCE, que fazia as regras serem cumpridas… hmm, também não… como no tribunal de contas, onde acertam sempre… hmmm, espera, espera, eu chego lá. Como no FMI, que nunca tem dúvidas e raramente se engana… hmmm
    Tá difícil,mas olha lá, ó comuna, a culpa é definitivamente da culta de existir estado, podes ter a certeza!

  2. Carlos Costa says:

    Está quase tudo certo só que esses tipos são todos comunas estão é disfarçados de laranjinhas e socialistas.


  3. Tretas que só tratam dos fogos-fátuos:
    Questões:
    – qual é a taxa de remuneração dos accionistas da EDP, dividendos e variação de cotação?
    – que leis foram infringidas.

    Que num país de corruptos na política as empresas tenham que os controlar, pagando, é regra universal.

    Onde as leis anticorrupção e os meios de as tornar efectivas?
    Quem mais tempo governa mais deve!

    • Paulo Marques says:

      As pessoas sérias continuam a bloquear o fim do sigilo bancário, sabe-se lá porquê. Como os milhões que desapareceram do RERT por culpa do informático.
      O que vale é termos o estado chinês a meter-nos na ordem.

    • POIS! says:

      Pois há dias assim!

      Há momentos em que é comovente a ternura e a mansidão de JgMenos. Por fora parece de betão, mas lá por dentro tem uma barriguina de freira e a cabecinha está repleta de ovos moles de Aveiro.

      Será que é por não haver esquerdalhos nomeados na prosa do João Mendes? Seja lá porque for um gajo fica embevecido.

  4. Elvimonte says:

    “ligadas a instituições tão distintas como o regime totalitário chinês”?

    Francamente! Se é comunista, de Partido Comunista Chinês, como é que pode ser totalitário?

    Nos regimes comunistas, como é bem sabido, é o povo que manda! Exemplos de democracia, o mais directa possível, abundam nesse tipo de regimes! Tudo do povo, para o povo e pelo povo!

    Francamente… Fico à espera que o avençado do costume, pela voz dos seus vários heterónimos e do dono, o venha rectificar. Não fique admirado com epítetos como fascista, direitalha, liberalóide, nazi e outros. É costumeiro por estas paragens.

    • Paulo Marques says:

      Atão, República Popular da China, não é Ditadura Malvada da China. Até partilham o Popular com o partido dos táxis.
      Ou isso ou um nome não quer dizer nada.

    • Democrata_Cristão says:

      “Não fique admirado com epítetos como fascista, direitalha, liberalóide, nazi e outros. É costumeiro por estas paragens.”

      Credo, chamarem esses nomes feios a um alentejano democrático ?

  5. Julio Rolo Santos says:

    A culpa não é do socialismo mas sim de toda a cambada de políticos que nos rodeiam. Assim, sim.