Marxismo liberal

Até a liberalíssima Holanda se prepara para taxar os lucros inesperados das energéticas e limitar aumentos futuros no preço do gás e da electricidade. Ou, traduzido para o idioma da direita radical portuguesa, “Venezuela”.

Sim, leram bem: Mark Rutte, líder do paraíso fiscal no centro da Europa, quer taxar lucros excessivos e fixar preços administrativamente, em total desrespeito pelo “mercado livre” (lol) e pela mão invisível do Adam Smith.

A direita portuguesa e o os “socialistas” (mega-Lol) estão cada vez mais isolados. E suspeito que não haverá cadeiras para todos no conselho de administração das Galps e das Iberdrolas. É bem feito.

As clientelas de António Costa

Espanha, Itália, Grécia, Roménia, UK e Bélgica foram alguns dos nossos parceiros europeus a anunciar a implementação de windfall taxes sobre os lucros extraordinários das energéticas, decorrentes da actual escalada de preços que resultou da invasão da Ucrânia. A Hungria foi mais longe e visou ainda as instituições financeiras. Da esquerda à extrema-direita, vários são os governos que estão a aplicar este imposto, o que nos diz tudo o que precisamos de saber sobre a inexistência de um critério ideológico na sua aplicação.

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Estado de operação de Zaporijjia

 

Dos 6 reatores que constituem a Central Nuclear de Zaporijjia apenas 1 está em funcionamento. Um dos sete pilares de segurança de uma central nuclear é a garantia de ter em permanência alimentação elétrica exterior para fazer funcionar a central. Desde sexta-feira, a central de Zaporijjia deixou de ser alimentada pelas 4 linhas de 750 kV da rede elétrica exterior. A linha de alimentação de emergência providenciada por uma central a carvão foi ontem cortada na sequência de um incêndio exterior. A central ainda pode assegurar o seu funcionamento através de geradores a gasóleo ou através de um processo de realimentação utilizando um dos reatores, mas esta é uma solução para pouco mais de uma semana. Neste momento o único reator em funcionamento está a fornecer energia para que todos os sistemas de segurança se mantenham operacionais, em particular as piscinas de arrefecimento onde é guardado o combustível usado (durante cerca de 8 anos).

Outros pilares da segurança estão a ser seriamente comprometidos, em particular as condições de trabalho dos engenheiros e técnicos da central que têm sido tratados de uma forma totalmente irresponsável pelas tropas russas, impondo ritmos e organização de trabalho desadequados às exigências de segurança. O erro humano está ao virar da esquina.

Num cenário de a central ficar sem energia elétrica, perdendo a capacidade de arrefecer o combustível usado, uma série de acidentes de diferentes escalas poderão acontecer que vão desde a fuga de água altamente radioativa das piscinas até a um cenário semelhante a Fukushima. Em caso de mais bombardeamentos da central, a tipologia de acidentes pode ser muito mais complexa e difícil de estimar a sua gravidade. Recordo que em Chernobyl estivemos muito perto de ter uma explosão colossal com capacidade de contaminação gravíssima à escala continental (toda a Europa) evitada in extremis por 3 técnicos que arriscaram a vida por todos nós.

Crise, inflação, capitalismo

A Estónia, supremo unicórnio liberal, lidera agora o ranking da inflação dos 27, que naquele país ronda os 22%. A situação não difere muito do restante Báltico ou dos países que fazem fronteira com a Federação Russa, e a causa é demasiadamente evidente, pelo que não perderei tempo a elaborar.

Contudo, importa recordar muitos dos que agora acenam, e bem, com a guerra da Ucrânia, e respectivas ondas de choque, como causas primárias para este aumento da inflação no El Dorado do crescimento económico a leste, são mais ou menos os mesmos que se recusaram a aceitar o impacto da crise de 2008 na hecatombe portuguesa que se seguiu. A culpa era do Sócrates, apenas e só do Sócrates, e de mais ninguém para lá do Sócrates.

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Energia, autarquias e comunidades

“Somos donos da nossa energia” é o lema da Coopérnico, que visa trazer energia renovável para mais perto dos cidadãos. Nesse sentido, vai publicar o guia “Comunidades de energia“ e realizar eventos sobre Co-criação de Comunidades de Energia em Portugal: o papel das autarquias

A Energy Cities, uma rede de mais de mil municípios europeus (incluindo vários em Portugal) cuja missão é apoiar o processo de transição climática nas cidades, e a Coopérnico CRL, a primeira cooperativa de energias renováveis em Portugal a comercializar eletricidade, irão publicar a tradução portuguesa do guia “Comunidades de energia: um guia prático” e, no contexto do seu lançamento, vão organizar a conferência e workshop “Co-criação de comunidades de energia em Portugal”. 

Podem inscrever-se aqui para o evento online, que se realiza a 3 de Novembro e para as sessões presenciais em Vila Nova de Gaia, que terão lugar no dia 17 de Novembro.

Se não gosta das boleias que o estado português deu e dá à EDP, informe-se sobre alternativas.

Quantas voltas mais se quer dar a um tratado anacrónico antes de o atirar pela borda fora? Ou: defendam o Planeta, acima do negócio

É a sexta ronda de negociações sobre a modernização do Tratado da Carta da Energia que está a decorrer de 6 a 9 de Julho.

Há mais de um ano que a UE anda, supostamente, a tentar compatibilizar este tratado da última década do século passado, que protege os combustíveis fósseis, com o acordo de Paris. Em vão. São 55 membros e alterações substanciais exigem unanimidade. Informações “vazadas” sobre a anterior ronda de negociações realizada de 1 a 4 de Junho passado, mostram que não há “avanços substanciais“ quanto à eliminação da protecção aos combustíveis fósseis. Países cuja economia depende em grande medida dos mesmos, como o Cazaquistão, rejeitam liminarmente passos para a eliminação da protecção especial (ISDS) a esses combustíveis, largamente responsáveis por emissões com efeito de estufa.

Perante este impasse, a Comissão Europeia parece estar com vontade de “flexibilizar” a sua posição para procurar “possíveis compromissos”, agarrando-se a um tratado obsoleto, que está a bloquear a tomada de medidas dos governos para eliminar gradualmente os combustíveis fósseis, através de tribunais privados exclusivos nos quais as multinacionais exigem indemnizações milionárias, a pagar pelos cidadãos (ISDS). Foi o caso dos Países Baixos, que estão a enfrentar processos de milhares de milhões por terem decidido eliminar progressivamente o carvão para a produção de energia até 2030. [Read more…]

Concessão das barragens da EDP: a anatomia de um golpe

Retóricas novilinguísticas sobre socialismos e liberalismos à parte, o caso da concessão das barragens no rio Douro pela EDP à Engie é um daqueles sinais, por demais evidentes, de um longo historial de vassalagem do Estado aos mais poderosos interesses privados. Este negócio, que remonta a 2019, traduziu-se numa venda na ordem dos 2.200.000.000€, estando sujeito ao pagamento de Imposto de Selo de 5% do valor total da transacção, os tais 110 milhões de euros de que tanto temos ouvido falar nos telejornais.

No ano seguinte, estávamos nós já demasiadamente ocupados com vírus e outras pandemias, o governo decide alterar o artigo 60 do Estatuto dos Benefícios Fiscais (EBF) alargando a isenção do Imposto de Selo a qualquer estabelecimento comercial, industrial ou agrícola que esteja abrangido por operações de reestruturação. E o que fez a EDP? Reestruturou-se.

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O Conselho Geral e de Supervisão da EDP é inútil e a culpa é do socialismo

EDP

Foto: Bruno Colaço/Jornal de Negócios

De um momento para o outro, o ex-ministro do PSD, António Mexia, passou de gestor premiado a socialista. Bastou para isso ser cozinhado em lume brando pelo justiceiro Alexandre, acrescentando-se 200 gramas de José Sócrates em pó e meio quilo de Manuel Pinho à receita, antes de ir ao forno do populismo chegófilo e liberacho. Admira-me como é que Durão Barroso ainda não foi grelhado, à conta do “porreiro, pá!”.

E enquanto ultraconservadores e neofascistas se entretêm a tratar as suas ovelhas como um rebanho de otários, o Conselho Geral e de Supervisão da EDP esteve estes anos todos sem ver a ponta de um corno à sua frente. Entre CAEs, criados por Cavaco Silva, e CMECs, criados por Santana Lopes, durante o tal governo socialista que teve Mexia como ministro, a EDP é o melhor espelho possível para o capitalismo rentista que parasita este país há décadas.

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O que tem a ver a Coopérnico com a crise do coronavírus?

Rui Pulido Valente*

À primeira vista não parece ter nada a ver, mas se aprofundarmos o nosso olhar e ouvirmos aquilo que a crise nos tenta dizer, concluímos que tem tudo a ver! Tem tudo a ver porque nos obrigou, a todos, a olhar para a Sustentabilidade de uma outra forma, numa perspetiva mais individual e responsável.

O combate à pandemia tem sido feito com base nos comportamentos de cada um e no cumprimento das orientações dos profissionais de saúde. Não se tem tratado apenas de alterações temporárias e pontuais, mas mudanças que questionam todo um posicionamento do cidadão como consumidor.

A diferença é que estamos perante uma urgência e um fenómeno que depende fundamentalmente da atitude de cada um. Mas se refletirmos um pouco, também a crise climática, o desperdício alimentar, ou mesmo, a plastificação do meio ambiente, têm tudo a ver com questões comportamentais e responsabilização do cidadão enquanto consumidor. Acrescentaria ainda, e para puxar a brasa à minha sardinha: as nossas opções como consumidores de energia também têm tudo a ver com opções individuais que podem defender o ambiente e descarbonizar as nossas vidas.

De um momento para o outro, foi possível fazer o que, para muitos, seria utópico. Temos professores a lecionar à distância, temos profissionais em teletrabalho, temos redução substancial nas deslocações com reuniões a realizarem-se por teleconferência, temos quem se preocupe em criar soluções locais para evitar a excessiva centralização dos recursos, temos uma aferição, no terreno e na prática, da resiliência dos nossos territórios. [Read more…]

A cooperativa energética feita por e para os cidadãos

Rui Pulido Valente

Chama-se Coopérnico e é a primeira cooperativa portuguesa dedicada às energias renováveis. Nasceu em 2013 e, desde então, tem vindo a tentar mudar o paradigma da produção e consumo de energia. Atualmente conta com 1.530 cooperantes que juntos já investiram mais de um milhão de euros.

É caracterizada no seu site como uma “empresa social que, através do envolvimento da comunidade, procura promover a transição para um novo paradigma energético” e tem hoje ativos 21 projetos que levaram à instalação de quase 5.000 painéis fotovoltaicos, em telhados de instituições de caráter social, educacional ou estatal. Em conjunto, produzem energia suficiente para abastecer cerca de 800 famílias e colmatam a emissão de CO2 em mais de 1.000 toneladas. [Read more…]

Xi Jinping, o bem-amado

Foto: Reuters/ Thomas Peter

O presidente da China veio visitar Portugal, a convite do presidente Marcelo Rebelo de Sousa. A ideia por trás – e mesmo pela frente – da prosa: promover deals. Colocar sectores estratégicos, como a energia, nas mãos do estado mais poderoso do mundo, de regime ditatorial, com um presidente que diligenciou, num pseudoparlamento, a emenda da constituição chinesa para se tornar presidente vitalício? No problem. Investimento é a palavra de ordem. Banca, seguros, saúde, aviação, transportes (olha a CP que tanto precisa, coitadinha)? Tudo à escolha em Portugal, baratinho, é aproveitar. Dependência? Qual o quê!

Questionado se a iniciativa chinesa de investimento em infraestruturas “Uma Faixa, Uma Rota” “podia atravessar Portugal” num dos seus “principais portos”, diz Marcelo: “É possível que durante a visita do Presidente Xi a Portugal se venha a assinar o memorando de entendimento sobre este assunto? É. „Estamos a negociar, estamos a trabalhar nisso. Portanto, é possível“, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.

Fixe, até o Presidente da República se encarrega pessoalmente dos negócios, em Portugal.

Mas está tudo óptimo, desde que haja touradas para os Portugueses.

P.S. – E futebol, claro.

Barroso e o desígnio do diesel

Durão Barroso foi um dos principais responsáveis pela aposta europeia na tecnologia diesel, pela multiplicação de viaturas particulares a diesel e pelos seus efeitos negativos, quer económicos quer ambientais. Durante os dois mandatos de Barrosos como Presidente da Comissão, a tecnologia diesel europeia foi eleita como uma das tecnologias prioritárias a desenvolver e a exportar massivamente para o resto do mundo. Poderia ter apostado no software de utilização livre Linux ou nos telefones móveis quando esta tecnologia era liderada pela Nokia ou pela Ericsson. Poderia ainda, ter apostado no investimento no desenvolvimento científico e tecnológico nas universidades e nas empresas europeias, como o fizeram Bill Clinton e Al Gore nos EUA com resultados conhecidos (Google, Facebook, Youtube, etc.). Em vez, Barroso apostou na estratégia comercial da Volkswagen e de outras marcas alemãs, sob o pretexto do acordo de redução do dióxido de carbono assinado com a Indústria Automóvel Europeia em 1998. Segundo a Comissão Barroso, a emissão de dióxido de carbono seria reduzida pela adoção dos motores diesel em alternativa aos motores a gasolina. Na teoria as contas pareciam bater certas, na prática essas contas escondiam uma estratégia mais lucrativa de venda de carros com motor a diesel e uma fraude na contabilização das emissões que seria desvendada mais tarde. [Read more…]

Mito

O elevado preço da energia e combustíveis não serve apenas às empresas, longe disso, mas é um facto convenientemente esquecido

Porto – 13h00 – Rotunda da Boavista

Concentração em frente à EDP em solidariedade com os moradores do Bairro do Lagarteiro.

Remodelação do Governo (3)

Jorge Moreira da Silva fica com a Energia. Depois do susto do Álvaro, ninguém melhor do que um próximo de Passos Coelho para garantir que se mantêm os privilégios da EDP. É assim que governam os corruptos.

Remodelação do Governo (2)

Sai o Álvaro. Manda quem pode, obedece quem deve.

Razões para comemorações com champanhe

electricidade portugal

Fonte: The Economist. Gamado no Facebook

A quarta mais cara electricidade da Europa. Percebe-se porque é que na EDP se festejou com champanhe (disse-o o Ministro da Economia) quando foi demitido o secretário de estado que ia proceder a cortes nas rendas da EDP. Falta perceber duas coisas: 1) como é que o Ministro da Economia ainda não se demitiu perante a cedência que fez ao lobby energético e 2) até que ponto Passos Coelho acha que não topamos a mentira dele.

Já agora, lembram-se como é que Sócrates vendeu a ideia das renováveis? Que nos traria energia mais barata e maior independência energética. Está à vista. Depois do litoral destruído com construção, coube a vez às serras, desfiguradas com ventoinhas plantadas sem ordem e com o bónus da electricidade a preço de ouro. É o que dá ir-se na conversa da propaganda.

Da série ai aguenta, aguenta (17)

Aumento nas portagens, energia e telecomunicações ultrapassa inflação em 2013

Podem sempre

Comer dança e grafitis

Embargo ao Irão

A atenção dos meios de comunicação social no inicio do ano, sobre a questão do embargo europeu à compra de petróleo iraniano, foi implacável e constante. Conto cerca de 200 artigos nos jornais de referência durante o mês de Janeiro.

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A desgraça (II)

Já nem a “Autoridade da Concorrência” consegue mascarar o que já mostrámos aqui. Portugal tem, de forma consistente, o preço dos combustíveis sem taxas acima da média europeia.

A desgraça

A composição do preço dos combustíveis é um assunto opaco, como quase tudo o que dá muito dinheiro a ganhar em Portugal. Sempre que se fala no assunto, surge logo a ideia de que pagamos muitos impostos, o que é a mais pura das verdades. A seguir, quando chegamos à conclusão que estes impostos podem representar 115% do preço sem taxas (valor registado para a gasolina em Março deste ano), a conversa normalmente degenera em insultos aos sucessivos governos e à forma ignóbil como estes nos roubam descaradamente. Mais uma vez é tudo a mais pura das verdades.

Normalmente ignorado, é o facto do preço dos combustíveis sem taxas, em Portugal, ser consistentemente superior à média europeia, disso não se pode directamente culpar o estado:

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Energia e pontes, a diferença vai do pagar

Quem paga duas vezes fica. Mas, quem quer pagar menos sai!

Decididamente é um problema pessoal- MEU! Que tenho de aturar esta gente!

Aquela proposta do Aborto ter efeitos RETRO (trocadilho fácil!) passivos continua de pé?

A Guerra contra o Irão já começou

Mapa roubado daqui.

A luta pelo controlo dos recursos energéticos não pode parar. É por isso que a Europa faz a ameaça pueril de cortar as importações de petróleo do Irão (fundamentalmente por pressão do eixo EUA/UK). A ameaça da Europa poderia chegar a ser cómica, não estivessem em jogo a vida de milhões de pessoas.

 
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Hoje dá na net: Oil, Smoke and Mirrors

Oil, Smoke and Mirrors, documentário onde se retrata a crise energética actual e como esta molda a política externa das nações. Mostra-se especificamente como a “guerra ao terror” não tem nada a ver com terrorismo ou uma ameaça séria ao mundo ocidental e tudo a ver com a necessidade de manter o acesso às fontes de energia.

Em inglês, sem legendas.

Hoje dá na net: A Crude Awakening The Oil Crash

A Crude Awakening: The Oil Crash, documentário sobre o pico de produção do petróleo. O petróleo é o sangue da economia, mais importante que isso, toda a nossa civilização é sustentada na energia que extraímos do petróleo com um custo absurdamente baixo, se compararmos com o trabalho que este proporciona. Nesta época de múltiplas crises, com efeitos compostos, a crise energética tem sido esquecida. Mas o problema não está resolvido, está apenas latente, à espera. Página do IMDB. Documentário legendado em português, veja como activar as legendas a seguir ao corte.

 
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Cinco argumentos ridículos: do atentado à anedota

Plano Nacional de Barragens: um desastre que nos há-de custar 16 mil milhões de euros.

Finalmente, ao fim de quatro anos de esforços de organizações ambientalistas e populações locais, começou a haver algum debate público sobre o programa nacional de barragens (PNBEPH).Em prol da verdade, vale a pena desmontar alguns argumentos que a propaganda oficial e articulistas mal informados têm vindo a atirar para a arena mediática.

Argumento ridículo 1 – “O investimento é privado.” O investimento inicial nas nove grandes barragens apro­vadas pelo Governo ascende a 3600 M€, o que, somado aos custos financeiros e ao lucro das empresas de elec­tricidade, gerará um encargo global estimado em 16.000 M€ ao longo de 75 anos – que obviamente será pago na totalidade pelos cidadãos-consumidores-contribuintes. Parte deste custo será reflectido na factura da electricida­de, e parte nos impostos, para suportar o défice tarifário e a “garantia de potência” estabelecida na Portaria n.° 765/2010. O que importa é que, entre tarifa e impostos, as novas barragens implicarão um aumento superior a 10% no custo da electricidade. [Read more…]

Polémica inteligente, desconfiança total

Polémica? Qual polémica?
Contadores e redes inteligentes?
Polémica ou temor?
Pare, escute e leia, a montanha não parirá um rato!!!
O espanto assaltou-me ao ler um artigo do Jornal “Público”, datado de 20 de Setembro de 2010, onde se refere a existência em Portugal de uma polémica sobre os contadores inteligentes.
“(…) lembra que os contadores inteligentes, polémicos em Portugal, são um equipamento básico nesta mudança. (…). Nos EUA, há uma forte substituição de contadores para a geração inteligente, o que não está a acontecer na Europa, com excepção de Itália. Com contadores inteligentes, as pessoas têm mais informação e percepção do que consomem. Podem ser incentivadas a essa mudança, através de diferentes esquemas tarifários para usar a energia quando há em excesso e reduzir o consumo quando há menos disponível. Por exemplo, usar mais durante a noite e menos no dia, quando temos picos de consumo. Isto conduzirá, em média, a poupanças de cerca de 20 por cento nas casas, porque as pessoas têm mais consciência do que estão a consumir em termos de electricidade que pagam e são incentivadas com tarifas mais baixas e com isso apenas alteram o seu comportamento.”
Apenas?
Mais consciência?
Mais informação e percepção?

Energia: e se fechassem as portas?

Quanto é que pouparíamos em consumo energético se todas as portas de todos os estabelecimentos comerciais estivessem sempre fechadas, vá lá, encostadas?

No pico do Verão ou do Inverno irrita-me passar as portas escancaradas de uma loja e encontrar lá dentro uma temperatura completamente diferente. Pior só a mania de abrir janelas quando está calor “para arejar”, como se o calor não entrasse e fizessem o mesmo quando está frio.

Para que as lojas fechassem as portas, estando abertas ao público seria necessário impô-lo por lei: ninguém fecha a sua porque temos este hábito e porta fechada significa loja encerrada. É um código, e só se resolve com um novo código. Não sei quanto se pouparia em consumo de energia se um governo tomasse tal medida. Mas calculo que outra tanto perderia a EDP em lucros. Donde, assunto mesmo encerrado.

O Pico do Petróleo Fácil de Compreender

O vídeo seguinte faz uma introdução, muito suave, à questão do pico do petróleo e as implicações dai resultantes.

Enquanto os políticos andam entretidos com a campanha eleitoral, existem problemas, já perfeitamente conhecidos, que vão atacar o país de uma forma dramática nos próximos anos. Vai acontecer mais ou menos como aconteceu com a crise financeira, em que tanto o primeiro ministro, como o próprio ministro das finanças se desdobraram em declarações, assegurando que tudo está bem, quando os especialistas e pessoas interessadas sabiam, desde há muito, o que se estava a preparar.

 


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