
Imagem retirada de Marca.com
Para quem tanto gosta do mercado livre, da mão invisível, do capitalismo como um todo, da ganância e do crescimento económico, esta ideia de “Super-liga Europeia” deve deixá-lo nos píncaros da felicidade.
Não me venham com “o futebol é do povo”; não, não é. Há muito deixou de o ser. Quando o que interessa no desporto são os financiadores, os patrocinadores, os empresários e os políticos, fica tudo dito sobre a “classe” a que hoje pertence o futebol.
Habituem-se, se já não estavam habituados: o futebol é de quem mais dólares tem na conta bancária, dos milionários das Gazproms e dos oligarcas espalhados por esse mundo fora. O futebol não é um desporto, há muito deixou de o ser; é uma plataforma de troca e venda de pessoas a custos irreais e um negócio rentável para quem mais tem. Enquanto isso, a pobreza grassa, a pandemia acentua a tendência e os mais ricos… bem, os mais ricos mais ricos ficam.
Dito isto, aproveitem bem os benefícios deste bom capitalismo.
….não faltará muito….para que os “matraquilhos”….passem a desporto “seletivo”….!!!
Tudo verdade, João Maio, mas esta lição não é só para direitalhas: é para toda a carneirada da bola.
Para todos os pacóvios que continuam obcecados com esta máfia legalizada, todos os otários que idolatram os broncos mamões e suas fortunas obscenas, todos os pobres de espírito que passam os dias a remoer os bitaites dos comentadeiros e demais fauna chula deste pseudo-desporto.
Mas é escusado; esta carneirada não aprende. Continuará a tudo justificar com a ‘emoção’ que lhes impingem do golo ou da taça, a histeria partilhada com outros otários que vivem para os êxitos de mamões e mafiosos. A estupidez é mesmo contagiosa.
Caro Filipe Bastos,
Esta “lição” é para todos os que continuam a achar que o futebol lhes pertence, como desporto de classe operária, quando está mais do que visto, desde a capitalização do desporto, que o futebol pertence a um punhado de multi-milionários que o tornaram num negócio lucrativo, como meio para um simples fim: a lavagem de dinheiro.
Gosto muito do meu clube, dos títulos que ganhou e da sua História. Mas sou ateu, não sigo nenhuma religião nem faço parte de nenhum culto. Para sectarismos temos que baste.
Com isto, lucra uma elite restrita que vai do futebol à política, passando pelo sector empresarial. Com estas minorias ninguém se revolta. É o que é.
João, é também por essa história do ‘desporto de classe operária’ que a carneirada engole a mama futeboleira.
Muitos otários de esquerda – no Guardian são habituais – branqueiam as regalias obcenas dos futeboleiros com a sua origem humilde: tadinho do Marcus Rashford, era tão pobre, tão proletário! E defende as refeições das criancinhas! Viva o campeão da classe operária!
Quando alguém lhes aponta que o Rashford – quanto mais o ‘nosso’ bronco favorito, o CR7 do BES – mama mais por dia ao pontapé que qualquer pessoa num ano a trabalhar, a dissonância cognitiva leva-os a gritar ainda mais alto: outra vitória da classe operária!
Tal é a cegueira do adepto da bola; e esse orgulho nos títulos do clube faz parte da cegueira. O adepto ganha zero; mas fica todo contente porque outros ganham por ele.
Só um futebol é bom: o amador, o da rua, dos amigos, dos ringues e campos pelo país fora. O profissional é e sempre foi mera política, mama e máfia.