Ver a nossa Esquerda a citar o tio Kissinger…

…era a última coisa que eu esperava ver em vida. Um dia não são dias e se é para o citar, nada como este belo exemplo:

Henry Kissinger, o todo-poderoso chefe da diplomacia norte-americana em 74 e 75, com Nixon e Gerald Ford, ficou famoso pela sua teoria da «vacina». Se Portugal caísse nas mãos dos comunistas – uma «Cuba» no Velho Continente – isso serviria de exemplo, evitando que outros países do Sul da Europa (Espanha e Grécia) seguissem o mesmo caminho…

Não deve ser o mesmo. É um primo. Pela certa. Não falta muito e citam o Ventura…

Comments

  1. Paulo Marques says:

    Fico com a nota, para a próxima não deixo o link, vai a copy&paste do texto todo.
    Mas não é que a esquerda não saiba quem é o desprezável prémio nobel conivente com chacinas do bem pelo mundo fora; é que se pessoas insuspeitas de simpatia dizem que não é a preto e branco, se calhar é porque não é mesmo.
    Mas, é pá, o que é que haverão de saber estrategas da guerra fria sobre a Rússia? Nada, claro.

    • Paulo Marques says:

      E há quem se lembre do Saratoga em Lisboa, ou do roubo e poluição de meia Terceira, com tráfico de crianças incluído, não se preocupe.

  2. POIS! says:

    Pois…

    E ver a Direita rejeitá-lo e borrifar-se era a última coisa que eu esperava ver em vida.

    Por isso estou á espera de verdadeiros apelos à coerência: é preciso bombardear as infraestruturas russas, para que possam avançar as tropas terrestres e capturar o Putin.

    Já resultou, tem de voltar a resultar! E há lá armas de destruição massiva, não é preciso inventar nada!

    Parece-me que a caça á inconsistência esquerdeira já é capaz de não ser suficiente para ganhar a guerra.

    È bombardear já, e quanto mais depressa melhor. A malta aguenta!

  3. Rui Naldinho says:

    Como é óbvio serão muito poucos, mesmo à direita, a achar Henry Kissinger uma personalidade respeitável. Pelo contrário. No mínimo será uma personalidade controversa. Quanto mais à esquerda.
    Todos sabemos que ele deu o aval a dezenas de golpes de Estado, com especial incidência na América latina, dos quais emergiram dezenas de ditaduras. Que avalizou a invasão de Timor pela Indonésia.
    Todos sabemos que no Vietname foi responsável por um acordo de paz, antes de ter alimentado durante anos a guerra, numa fase em que os Norte Americanos já sentiam o conflito perdido.
    Até teve a “sorte” de receber um prémio Nobel da Paz.
    Há mais hipocrisia do que isto?
    O que estraga o “ramalhete narrativo de certa direita”, reside precisamente no facto de um dos falcões dos EUA, um dos campeões da chamada Guerra Fria, Henry Kissinger, alertar para o facto da Ucrânia, mas não só, se poder tornar numa zona de conflito interminável, irreparável e desnecessário, caso os EUA tivessem intenções de os aliciar a pertencerem à NATO.