BE: Tiques de multinacional do imperialismo ocidental?

Segundo a tendência interna do Bloco de Esquerda, chamada “Convergência” o processo de despedimento dos trabalhadores do BE peca por falta de transparência:

Estamos claramente perante uma situação anómala e violadora dos Estatutos em que uma decisão que deverá ser tomada pela Mesa Nacional nem na Comissão Política foi discutida, tendo sido o Secretariado a apropriar-se indevidamente em claro abuso de poder – que, como órgão executivo, nem sequer tem – de funções da Comissão Política, mas com a conivência fraudulenta desta com total desconhecimento dos membros eleitos pela moção E e N.

Nesta matéria espero que a comunicação social esteja atenta. Não vá dar-se o caso da velha máxima: “Olha para o que eu digo e não para o que eu faço”.

No estilo esmagador que caracteriza a maioria, a proposta foi recusada com a justificação do respeito pelos funcionários a despedir que não podiam ficar dependurados de demora na decisão. O respeito e carinho que a maioria nutre pelos funcionários são de tal monta que alguns deles só souberam do  despedimento quando receberam a nota de vencimento.

Vocês não sei mas eu estou a ver aqui, ALEGADAMENTE, tiques de multinacional do imperialismo ocidental na forma como este problema está a ser tratado pelo Bloco de Esquerda. Mas isso sou eu que sou do contra…

Comments

  1. Rui Naldinho says:

    Digamos que o BE criou o seu próprio monstrinho, e não foi capaz de o controlar.
    O partido de Catarina Martins sabe tão bem quanto eu, que a sua representatividade eleitoral “de base fixa”, nunca será superior a 6%. Isto no curto médio prazo. Para subir a um patamar maior, 10%, por exemplo, tem de aspirar a ser Poder e exercê-lo, com todas as consequências que isso acarreta, claro.
    O Poder corrompe. O Poder é bastas vezes a antítese daquilo que se apregoa na oposição. Enfim, o Poder é uma contradição permanente entre a promessa demagógica, quantas vezes, e o pragmatismo da governação.
    Com os governos de Sócrates e Passos Coelho, dois dos PM mais mentirosos e mais liberais da Europa, após a perseguição desenfreada aos professores e escola pública, num caso, e queda do governo da PàF, no outro, o BE chegou muito próximo dos 10%. Só que esse próximo não era estrutural. Era puro descontentamento. Ou quando muito, desagravo.
    Por exemplo, quando dizemos com alguma propriedade que tanto PS como PSD tem uma base eleitoral fixa na ordem dos 30%, não estamos a exagerar. Esse é o seu núcleo duro, digamos. O resto é a flutuação eleitoral normal nestes partidos.
    Dito isto, sabendo desde há dois anos que a Geringonça estava por um fio, no que ao BE diz respeito, o partido já devia, de uma forma serena, estar preparado para um desfecho eleitoral destes, mesmo que não se viesse a verificar a hecatombe que entretanto aconteceu. Portanto os funcionários em excesso que agora quer despedir à pressa, acabam por ser vítimas de uma má “gestão organizacional ”, uma vez que os partidos políticos não sendo empresas no mercado, são instituições de direito privado, com regras iguais às de muitas empresas.
    As palavras viram-se contra nós, quando aquilo que apregoamos entra em contradição com a nossa praxis.

    • Paulo Marques says:

      Idem. Mas haverá muito a dizer sobre Costa…
      Sem conhecimento de causa, principalmente das contas, acredito mais na incompetência (mais ou menos compreensível, consoante) na elaboração das regras internas que se adaptam à situação do que outra coisa. Mas, é pá, arrumem lá isso.

      • Rui Naldinho says:

        Tudo isso pode estar muito certo. Mas o BE geriu muito mal este processo.

  2. Ernesto says:

    Comparar uma multinacional com um partido político é deveras inteligente!

  3. Tradicionalmente associa-se o conceito de imperialismo ao século XIX, que com certeza, foi um século imperialista por excelência, quando as grandes potências europeias, Estados Unidos e Japão impõe políticas de dominação em regiões no continente africano e asiático.
    Parabéns a todos os envolvidos.
    redação emprego

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