Looking for sugar man I Shall Be Released

Na  semana que passou morreram dois músicos, Sixto Rodriguez (dia 8 de Agosto, com 81 anos)  e Robbie Robertson  (9 de Agosto , com 80 anos).

Sobre o primeiro há que ver um filme sobre a sua vida, Searching for Sugar Man. Foi tão só uma bandeira anti-apartheid para a juventude da África do Sul no início dos anos 70. Um trovador esquecido durante trinta anos. Uma vida. 

Sobre o segundo, dizer que foi o guitarrista da banda de suporte de muitos músicos, tendo-se transformado naquilo que hoje conhecemos por The Band. Ele foi o cimento, por exemplo, do célebre álbum que Bob Dylan gravou, Blonde on Blonde (1966) e o ainda mais célebre The Basement Tapes (gravado na chamada casa The Big Pink) álbum conceptual gravado em 1967, após o acidente de moto de Bob Dylan, mas apenas lançado em 1975.

Robbie Robertson tornou-se o músico (bandas sonoras e arranjos) de Martin Scorsese em muitos filmes. 

Claro que todos nos lembramos do filme (e respectivo triplo álbum)  The Last Waltz.

Há que ouvir.

 

The devil, himself

Mick Jagger, 80 anos, hoje.

 

Ser menos mau? Podia, mas vindo do Câmara Corporativa……

Sobre o actual Ministro da Cultura, já aqui , aqui e aqui tinha escrito.  Muito mais haveria a dizer, nomeadamente quando fala (mente) sobre a área do Património Cultural.

Transcrevo David Ferreira no programa “David Ferreira …..a contar consigo” de dia 22, na Antena 1.

O Pedro Adão e Silva até poderia ser um Ministro menos mau, dificilmente ele seria bom, porque vem de outras áreas, da sociologia e do comentário político, e portanto não traz consigo a solidez do pensamento estruturado e reflectido da cultura, mas poderia ser menos mau, e depois da Graça Fonseca já ficávamos a ganhar e muito. Ele parece interessar-se genuinamente pela cultura, e tem uma capacidade de trabalho que não tinham outras pessoas que passaram pelo Ministério da Cultura e pela vereação da Cultura na Câmara de Lisboa, por exemplo. O problema dele, e neste caso vê-se, está na superficialidade e nas ganas de ir a todas, rebaixando-se  a moço de fretes do 1º. Ministro, repetindo as ideias do chefe, quer no desprezo pelo Parlamento, quer no espantoso elogio da maioria silenciosa, imagine-se, o tabu do povo português, que não partilha das preocupações dos malandros dos jornalistas. E é pena. Pena porque por este andar ainda não é desta que vamos ter um Ministro da Cultura.”

Está tudo dito.

Os traidores não têm pátria!

 

10 de Junho, dia de Portugal.

Local – Peso da Régua, cidade pombalina, cujos autarcas (o actual é do PSD) não sabem o que é nem o que significa.

Presidente da Comissão Organizadora – Nicolau de Almeida, enólogo, dispensa apresentações.

Douro – um bem inscrito na lista da UNESCO como Património Mundial. 

Vinhos do Douro e vinho do Porto – activos valiosos do país.

Casa do Douro – a casa dos lavradores do Douro

Áreas da governação – Agricultura, Cultura, Economia, e Território, pelo menos.

Ausentes no Peso da Régua – Ministra da Agricultura (Maria do Céu Antunes), Ministro da Cultura (Pedro Adão e Silva), Ministro da Economia (Costa e Silva), e Ministra da Coesão Territorial (Ana Abrunhosa).

Como qualificar estes Ministros? Dizermos que não tem vergonha na cara é pouco! 

O que mereciam?

E é isto!

Hoje no JN,  João Gonçalves, num artigo  sobre a TAP (entre outros assuntos)  cita  Vasco Pulido Valente (em 2001).

“O PS no Estado é isto: uma trupe aventureira e esfomeada, que a seu belo prazer dispõe do património colectivo. No fundo, não se acha representante do povo, mas pura e simplesmente dona do País”.

E assim estamos.

 

 

Má educação

Os profissionais de Arqueologia da Administração do Património Cultural enviaram um documento, em 7 de Março, subscrito por 70% daqueles profissionais, para o Ministro da Cultura (solicitando também uma audiência), para o Governo (1º. Ministro) para a Presidência da República e para a Assembleia da República.

O documento em causa prende-se com o que já abordei aqui e aqui, e as consequências danosas para o nosso Património Cultural.

O que aconteceu então? Os órgãos de soberania ( Assembleia da República e  Presidência da República) e o Gabinete do 1º. Ministro acusaram a recepção do documento nos dias seguintes ao envio. Aliás o Presidente da Assembleia enviou o texto para a Comissão de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto.

Passaram 3 semanas. E dada a ausência de resposta do Ministro da Cultura (nem sequer a acusar a recepção ) o documento foi enviado apenas  para o Jornal Público, dia 23, devido ao facto de aquele jornal ter abordado o assunto nas edições de 12 e 18 de Março (curiosamente sem ouvir os profissionais, apenas ouviu pessoas externas à administração do Património Cultural e chefias……).

Passou mais de uma semana. Nada de resposta, nem o Público acusou a recepção, nem “pegou” no assunto, quando os profissionais se disponibilizaram para serem ouvidos! Muito estranho…..

Assim, em 2 de Abril, texto foi enviado para uma série de jornais. O DN fez uma notícia sobre o assunto, nesse mesmo dia. Assertiva e tocando nos pontos essenciais.

O que aconteceu no dia 3 de Abril durante a manhã? 

O Ministro da Cultura acusou a recepção do mail e documento, tendo reencaminhado o assunto para a Secretária de Estado da Cultura!

Entretanto foram saindo várias notícias sobre o assunto, aqui, aqui, aqui e aqui.

 

 

 

João na Terra do Jaze

 

João na Terra do Jaze é o título de um livro de José Duarte, dado à estampa em 1981. Cito parte do prefácio (escrito por José Mário Branco, também já falecido):

Não moro na terra do jaze, esse país que tu nos contas, onde as coisas ouvidas não se complicam, são o que som. Aliás, também tu não moras nesse reino poderoso e antigo. Viémos à luz dentro dele, isso eu juro que viémos porque, no princípio , cada homem foi João.

Um, dois, três, quatro……isto não acaba, Zé, vós todos de algum modo resistentes, em nome de todos os Joões que a vida-cabra nos foi levando.

Recado de amor é coisa sempre complicada e meio parva na aparência. Uma respiração contigo, uma reivindicação contigo e com eles – a música é possível, sous le pavé l´herbe pousse não é só ecologia.

O preço destas coisas é sempre elevado como numa corrida de fundo. Aqui estamos, neste momento do percurso, meio contentes meio alegres, cada um vindo não se sabe de onde, indo não se sabe para onde, nós dois de calções e sapatilhas, a corrermos lado a lado.

Topas? Mais uma vez…..que linda figura a nossa!

LX. 2901,81

José Mário Branco.”

Escolhi esta foto do livro por causa de alguns Aventadores……..

Mais uma machadada em Abril!

Numa entrevista ao JN em 7 de Fevereiro, o Sr. Ministro da Cultura (Ministro sem Ministério, diga-se), aborda as questões do Património Cultural. Cito :

“O património é exatamente aquilo que não é efémero e que garante a nossa identidade. Nós todos vamos passar, mas há uma permanência e uma continuidade, um conjunto de elementos, que são a nossa memória coletiva e que existem além do período em que nós vivemos. Portanto, preservar o património é garantir a memória. E a memória não é apenas um olhar nostálgico sobre aquilo que fomos, é uma forma de nos projetarmos, de olharmos para o futuro. E é por isso que nós precisamos, por um lado, da preservação do património – e isso, aliás, eu tenho dito várias vezes, e a prioridade política em 2023 no Ministério da Cultura é olhar de forma diferente com o investimento político, desde logo, e numa atenção particular àquilo que é o nosso património, os museus, os monumentos nacionais… Mas o património não é apenas um olhar de memória, é a forma como nós dinamicamente olhamos para a sociedade que somos hoje e procuramos projetar o futuro.”

Estas declarações merecem-me um grande LOL!

Para o Sr. Ministro, “olhar de forma diferente” é o que ele está a fazer, que é desmantelar a administração pública da área do Património Cultural, uma conquista do 25 de Abril!

O que é que interessa, por exemplo,  uma Igreja em Freixo-de-Espada-à-Cinta, propriedade do Estado, Monumento Nacional (Grão Vasco, esse mesmo, João de Castilho, o do Mosteiro dos Jerónimos) ?

O que é que interessam outros Monumentos, Igrejas, Castelos, Sítios Arqueológicos do país? Se ainda estivessem no Bairro Alto…….

E agora BE?

 

 

Durante o governo da geringonça houve amor ou sexo no casamento entre o BE e o PS? Ou os dois? Quem amou ? Quem fez a outra coisa?

Papel passado houve. Os votos ( na Assembleia da República ) também.

E agora? Chorar sobre leite derramado? Querem casar outra vez?

Atenção, pois o divórcio só foi bom para a outra parte……

 

Os outros

Antes de ser Aventador já lia este blog. Mas também lia outros. Entretanto deixei de acompanhar  a maior parte deles, uns porque acabaram, outros porque deixei de ter interesse, e outros nem sei bem porquê. O tempo também não é elástico, e entre a família, os amigos, a profissão, o facebook, o twitter, os jornais (alguns), o instagram,  muita coisa fica para trás.

No entanto continuo a ler regularmente três blogs, além deste. São eles o Corta-fitas, o portadaloja e o portugadospequeninos.

Não leio todos os textos do Corta-fitas, mas os do Henrique Pereira dos Santos (que não conheço) são hoje para mim de leitura obrigatória. Incisivo, assertivo e fora do mainstream quotidiano que nos é injectado todos os dias, especialmente pelos OCS e pelo Governo.

Já com o portadaloja (cujo autor, José, também não conheço) tenho aprendido muito sobre música (cujos gostos partilho), e também sobre aparelhagens, vinil, CDs, literatura musical, etc. O autor tem uma cultura musical muito acima da média.

Quanto ao portugaldospequeninos de João Gonçalves (não conheço também) a acutilância e acidez dos seus textos são outro caso à parte na blogosfera (tem uma coluna semanal no JN), e vou-o lendo com gosto.

Escrevo este texto  sobre a “concorrência” num blog (este) com toda a liberdade e  respeito pela diferença.

 

 

 

 

“Bitaitar” não chega!

Todos gostamos de opinar sobre tudo e mais alguma coisa. Nos blogs, no facebook, no twitter, no emprego, no café, em casa, etc.  Eu não sou excepção. É sobre bola, é sobre política, é sobre o governo, e por aí fora. Não há nenhum mal nisso.

O que acontece é que usamos informação que nos é apresentada (de diversas fontes), e na maior parte das vezes, senão todas, não conhecemos o suporte real que deu origem a essa informação. Mas uso também dois locais onde posso escrever o que penso sobre determinados assuntos que tem implicações na nossa vida. Esses locais permitem que qualquer cidadão se pronuncie e diga (escreva) o que pensa. São duas ferramentas grátis que nos permitem exercer a nossa cidadania, conhecendo o que efectivamente é proposto.

O primeiro é um site onde os diplomas legais ( Decretos-Lei, Portarias, etc.) se encontram para consulta pública, antes de serem ratificados e entrarem em vigor. O segundo é sobre projectos ( Linhas do Metro, Barragens, Estradas, Parques Industriais, Pedreiras, Indústrias, etc.) que se encontram em Consulta Pública.

A nossa participação muda alguma coisa? Não sei, mas eu, que ainda quero mudar o mundo, faço a minha parte.

Usem.

 

 

Se fosse na bola era vermelho directo!

Como expliquei aqui, o que se está a passar é muito grave. 

E lembrei-me logo da altura do governo Passos Coelho/Paulo Portas, e da posição, assertiva e muito importante, do BE, através da sua eterna  Coordenadora  a  atriz  e deputada Catarina Martins, contra a extinção do Ministério da Cultura levado a cabo pelo governo da PAF.

A situação é igual. Só não é igual para Catarina Martins, que para uns tem uma posição e para outros tem outra. Transcrevo partes de  uma entrevista de 2012:

P: Num momento como este o governo prescindiu do Ministério da Cultura. É uma questão simbólica ou profunda? Significa que a cultura está a perder o seu lugar, a sua importância?

R: Acaba por se revelar uma questão mais profunda. O que foi dito é que não haveria ministério e que isso não era grave porque o Secretário de Estado estava na dependência direta do Primeiro Ministro e portanto a cultura ficaria mais perto do centro de decisão. Isto é logo uma ideia de subserviência da cultura. A cultura tem que estar mais perto do príncipe para ter algumas migalhas. Esta é uma ideia reacionária. 

É sintomático que nesta comissão interministerial estratégica do QREN, que é um conselho de ministros presidido pelo ministro das finanças, que não haja ninguém que represente a cultura. Está representada a educação, a defesa nacional, a administração interna, a solidariedade social, o ambiente e a agricultura, a economia e as finanças. Está lá tudo menos a cultura. Logo isto não é apenas um problema simbólico.

Julgo que há um outro sinal que é muito flagrante. A ideia que a cultura iria ser transversal. Há um parágrafo no programa do governo que é provavelmente o único parágrafo que eu concordo do princípio ao fim que diz que a área de intervenção prioritária da cultura tem de ser a presença da educação para a arte e a cultura na escola. Eu concordo, a nossa escola está distante da cultura, da arte. Mas fez-se agora uma revisão curricular que não tem nada a ver com isso. Isso foi aprovado no programa do governo, foi aprovado nas grandes opções do plano do orçamento e passados quinze dias a revisão curricular não tem uma linha sobre isso.

Na resposta a outra pergunta:

Em Portugal temos projetos que embora tendo tido financiamento estão a fechar as portas porque as CCDR – Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional não estão preparadas para lidar com o setor cultural. Nunca ninguém pensou que a cultura tinha uma palavra a dizer e lidam com as estruturas como se fossem obras públicas. 

O ensurdecedor silêncio de Catarina Martins e do BE sobre esta matéria continua.

Se quiserem saber a sério o que se passa estou disponível, e para o BE não preciso de ajuste directo nem de avença.

Este post é dedicado ao Aventador Fernando Moreira de Sá, que em boa hora me convidou para este antro de pecado que é o Aventar.

A falta de lastro cultural

O Governo aprovou uma Resolução de Conselho de Ministros onde determina uma série de alterações radicais na Administração Pública. 

Está em curso o desmantelamento dessa mesma Administração. Sob o argumento da descentralização (sem definirmos o significado dessa palavra no contexto político português, e de outras como desconcentração, regionalização, municipalização,), estão previstas as extinções de vários organismos de diferentes áreas da governação.

Estão em causa organismos regionais, isto é, administração pública sectorial, presente no território nacional. E querem “passar” para as CCDRs uma série de competências. Como se as CCDRs fossem “governos regionais”. Estas entidades, CCDRs, são organismos da Administração Central, e não são organismos sufragados democraticamente. A sua natureza é de coordenação, não de implementação de políticas governamentais. É mais uma machadada da presença do Estado no território. As competências de cada área governamental eram asseguradas pelos diversos organismos dos diferentes Ministérios. É o governo a transmitir a decisão de não querer saber o que se passa fora de Lisboa. Esta matéria daria uns bons debates e muita gente daria o seu contributo para melhorar a Administração Pública do nosso País. O actual Governo como não sabe o que fazer, “chuta” para fora. 

No que me diz respeito, sou trabalhador em funções públicas com contrato a termo indeterminado (agora é assim que se diz), num organismo da área governativa da Cultura. 

Estamos a viver o maior período da nossa democracia em que não há Ministério da Cultura. 

O Governo da troika extinguiu esse Ministério e extinguiu também a Secretaria de Estado respectiva. 

Mais tarde o governo da “geringonça” anunciou, com pompa e circunstância, a reposição do referido Ministério. Mentira, camuflada até agora. Limitou-se a ter  Ministro/a e Secretária de Estado. Sem Ministério e com tudo o que isso implica. Até hoje. Poderemos naturalmente discutir se há necessidade ou não de haver um Ministério nesta área. Não foi o caso. Curiosamente o BE, que na altura se fartou de criticar a extinção do Ministério, mantém um silêncio ensurdecedor sobre este assunto. 

Entretanto escrevi um post sobre a área da Cultura, intitulado O Coveiro. É sobre o papel do actual Ministro da Cultura neste processo, e dar o meu contributo profissional (sempre trabalhei nesta área, desde 1984, e assisti a todas as mudanças que se processaram até agora). No entanto voz amiga disse-me, “Orlando,  o Ministro aceitou ser Ministro sem Ministério, e aceitou e defende o processo de desmantelamento em curso, e portanto quer ficar sem serviços nem tutela sobre o território nacional. Não sabe assumir as suas responsabilidades. Não auscultou os profissionais  (Arqueólogos, Arquitectos, Engenheiros, Historiadores, Conservadores Restauradores, empresas do sector, etc.). É um urbanóide do Bairro Alto. Não tem lastro cultural. Mais, entregou este processo a uma colega do Conselho de Ministros (a tal que nem sequer sabe o que faz o marido)”

E eu, pensando nisto, e também na questão de que quem nos governa não gosta de ser avaliado, nem criticado, e há que evitar retaliações, decidi não publicar o post. Quando o actual Ministro  deixar de o ser (terá aspirações a mais………) lá postarei o que escrevi.

Simples.

Aceito um ajuste directo ou uma avença!

A UNESCO acaba de inscrever o Centro Histórico do porto ucraniano de Odessa na lista do Património Mundial em perigo.

Odesa, a free city, a world city, a legendary port that has left its mark on cinema, literature and the arts, is thus placed under the reinforced protection of the international community,”, declarou Audrey Azoulay, Directora Geral da UNESCO.

Isto prende-se com a invasão da Ucrania por parte da Russia. Porquê? É que quer a Russia quer a Ucrania subscreveram um tratado internacional intitulado Convenção para a Protecção dos Bens Culturais em Caso de Conflito Armado. Este tratado, assinado em Haia, é de 1954. O nosso país subscreveu, mas só em 2005 é que o ratificou. 

Em 1999 foi adoptado, também em Haia, um segundo protocolo àquela Convenção, com efeitos a partir de 2005. Foi ratificado pelo Estado Português em 2018. 

De acordo com essa convenção e respectiva adenda os países (entre os quais a Ucrania e a Russia) obrigam-se a  “not take any deliberate measures that directly or indirectly damage their heritage or that of another State Party to the Convention.” Diz ainda a Directora Geral.

Independentemente do caso concreto (invasão da Ucrania)  cada país comprometeu-se a levar a cabo acções e procedimentos com vista a planear a salvaguarda do seu Património Cultural em caso de conflito armado. Esses passos são claros e assertivos e constam da convenção e respectiva adenda.

E por cá? Já nem falo do tempo que passou entre a assinatura de um tratado e a respectiva ratificação. Nada fizeram. O Estado Português, em matéria de Património Cultural, não cumpre nem faz cumprir aquilo a que se comprometeu perante a comunidade internacional. Percebe-se, não o sabem fazer.

Mas tenho uma solução, se quiserem eu digo como o devem  fazer. Cá espero o respectivo ajuste directo.  Se for uma avença também podemos conversar.

Ah grande PSD! Ides longe, ides!

Sabem quem é, no tal Conselho Estratégico Nacional do PSD (uma invenção do Rui Rio e que o Montenegro foi atrás) o responsável pela área da Cultura ? Por aqui vi tudo. Além do CV que está aqui, é comentador de bola num programa da CMTV.

Há um provérbio turco que reza assim  “Se meteres um palhaço num palácio ele não se transforma num príncipe, mas o palácio transforma-se num circo”.

Parabéns Dr. Luís Montenegro!

A culpa é do Passos!

 

 

O que se pergunta é o seguinte: a Sra. ex-Secretária de Estado da Agricultura regressa ao cargo (equiparado a Director-Geral) de Directora Regional de Agricultura e Pescas do Norte?

É que nem devia ter estado nesse cargo antes de ir para o governo.

E agora deve ser afastada. O que diz a Sra. Ministra? Quem a nomeou para Directora Regional?

Já se percebeu também que a CRESAP não serve para nada.

Estão em causa todas as escolhas (dessa CRESAP e dos membros do governo) para os cargos de Alta Direcção da Administração Pública.

 

 

 

 

 

 

 

António de Oliveira Salazar e BE, a mesma luta?

 

 

Nos tempos que correm muito se tem falado sobre os lucros extraordinários de grandes empresas. Esta matéria tornou-se bandeira para o BE. O curioso é que nos anos quarenta o então governo (presidido por Salazar) taxou lucros extraordinários (a empresas e a pessoas).

Deve estar com um sorriso de orelha a orelha.

Tanto lês, que treslês.*

 

 

O actual Sr. Presidente da República de Portugal, Sr. Professor Doutor Marcelo Nuno Duarte Rebelo de Sousa (sim, o respeitinho é muito bonito, e eu não quero ser sujeito a qualquer processo……), estava no Brasil quando foi anunciada a morte da Rainha de Inglaterra. Pergunta-se se foi à nossa Embaixada fazer a comunicação oficial do Estado Português sobre a morte da Chefe de Estado Isabel II, ou se a fez na rua.

E é isto. 

*Ditado popular português

Desapareceu uma biblioteca.

 

 

 

“É sempre possível fazer melhor. Mas já sentirei que a minha missão foi cumprida que se aqueles que lerem este livro – e sobretudo aqueles que me confiaram as receitas e os segredos da cozinha tradicional portuguesa -reconhecerem nele a imagem gastronómica da velha Nação que somos. Foi esse o meu objectivo. Oxalá, no final, todos sintam que esta é a verdadeira cozinha portuguesa.”

Maria de Lourdes Modesto, in Cozinha Tradicional Portuguesa, Editorial Verbo, Lisboa/S. Paulo , 1982

 

Missão mais que cumprida.

Construam-me porra!*

 

 

Há uma canção dos Xutos e Pontapés que começa assim – de Bragança a Lisboa são 9 horas de distância. E por aí fora. De Beja a Lisboa são mais ou menos 175 km de carro, 2 horas e pouco de viagem. Há um aeroporto em Beja. E porque não investir numa linha ferroviária, rápida, entre Beja (aeroporto) e Lisboa? Os custos (financeiros e ambientais) serão ridículos comparados com os custos de um novo aeroporto em Lisboa. Se o Ministro Pedro Nuno Santos, agora transformado em Egas Moniz, tivesse tomates (que demonstrou não ter), era isto que fazia, em vez de andar armado em Duarte Pacheco.

  • Pichagem existente no local de  Alqueva, muitos anos antes da construção da barragem.

O Circo

 

 

 

 

O Ministro Pedro Nuno Santos, deste Governo (e do anterior), numa entrevista ontem sobre o aeroporto disse o que disse. Ponto. Está gravado. Não vale a pena andarmos com o que foi para o Diário da República, e a anulação comunicada. Num País decente duas hipóteses se deveriam colocar, independentemente de tudo o resto. Ou pedia a demissão, ou era demitido. Rapidamente. Seriam muitas as interpretações e as consequências, mas é a vida de quem anda nestas andanças, e todos conhecem as regras. 

E portanto, como nada aconteceu até agora, ressalta o carácter, ou a falta dele, das pessoas que estão, infelizmente, mas com toda a legitimidade democrática, a ocupar os cargos de 1º. Ministro e de Presidente da República.

Lá virá a treta das questões institucionais, do país, do interesse nacional (seja lá isso a que se referem) etc., etc.

Ou o 1º. Ministro vai imputar a demissão de Pedro Nuno Santos ao Presidente da República.  Um número de circo.

O problema é que quem está a mandar são os palhaços, cuja profissão é ser palhaço, mas não sabem gerir um País.

E assim vamos!

 

 

 

Aeroporto Francisco Sá Carneiro, 27 de Junho, 18.00h (que raio de ideia baptizar um aeroporto com o nome de um 1º. Ministro que morreu na sequência de um voo!)  Estou a aguardar um voo para Faro. Como tenho tempo, vou circular, e entre lojas de bebidas, de perfumes, de roupa, de calçado e de comes e bebes, entro numa que tem revistas, jornais, livros, brindes, e coisas afins. Depois de ver as capas dos jornais vou dar uma pestanada aos livros. Reparo em dois, um ao lado do outro. Nada contra vender livros, e onde queiram e os aceitem. Tiro a foto que acompanha este post, e pergunto-me se estes livros são a imagem do país que somos. Se calhar são. Se se anda a promover o nosso sol e as nossas praias (do melhor que há) a nossa comida (nem tenho palavras), e o nosso vinho (excelente, quer o dito Vinho do Porto, baptizado em Gaia, quer os tintos do Douro, etc), onde fica a nossa literatura ? (Eça, Pessoa, Camões, Camilo, Gil Vicente, Saramago, Lobo Antunes, Torga, Aquilino, e tantos outros). Deve ser mesmo muito fraca e envergonha-nos, portanto não pode estar nas portas de entrada e de saída do nosso País.

 

Não, isto não é sobre desporto.

 

Tenho uma experiência de muitos anos e conheço muito bem os jornalistas. Sei quais são as suas cores clubistas, ou se cortam a direito, como há vários, e como eles reagem quando a equipa da sua predilecção perde. (…).

Há ocasiões em que não passo do título. Basta-me ler o título para saber o que o jornalista escreve. Mas, por norma e por educação, não hostilizo o jornalista que, no meu entender, deturpa a verdade, sonega factos aos leitores, sobrevaloriza o secundário, deixando passar o essencial. Não o hostilizo atendendo à subjectividade da apreciação. Não posso, contudo, deixar de alertar os meus jogadores para essa subjectividade do jornalista, que é tanto mais desfavorável à equipa quanto maior é a sua predilecção pelo clube de que gosta.”

 

José Maria Pedroto, anos 70

  • A foto é, obviamente,  tirada (não sei o autor) no Estádio das Antas.

PCP e Putin, a mesma luta

O Partido Comunista Português e Vladimir Putin tem um objectivo comum (entre outros)   –  alterar  a História. Putin com a guerra, o PCP através da propaganda e ideologia.

Através da guerra, Putin quer restabelecer a URSS, que tantas saudades deixa ao PCP. Este por outro lado, continua a usar a alteração e manipulação de documentos históricos, em pleno séc. XXI.

Quanto a Putin, os últimos dias aí estão para toda a gente ver. Quanto ao PCP, para além das patéticas posições sobre a invasão da Ucrânia, basta ver o uso que fazem da célebre foto de Lenine (alterada, assumida  oficialmente em 2017 pelo PCP no âmbito das comemorações da Revolução de Outubro de 1917). Uma prática estalinista devidamente documentada, mas que para o PCP não existe.

Putin não o assume, mas o PCP (no seu programa) sim, há que dissolver a NATO.

Como se diz na minha terra, o PCP está preso pelo prepúcio. Devia ter optado pela circuncisão.

 

O sítio do Pica-Pau laranja

 

O PSD perdeu as eleições. Na noite eleitoral o seu Presidente foi, na minha opinião, ambíguo quanto à sua permanência como líder. Entretanto tem havido movimentações várias, umas noticiadas, outras não, sobre a vida interna do PSD. Rio vai embora, Rio não vai, Rio vai mas…..

Enfim, um barco encalhado, em que o comandante diz que só desencalha quando achar (tem mau perder, e quer condicionar tudo e todos, para tentar negociar com António Costa alguns assuntos, regionalização, por exemplo, pois quer ser mais um líder regional, perdida a hipótese de ser 1º. Ministro). Rui Rio, que se acha um homem providencial, quer definir o futuro do partido, pasme-se! 

Os eventuais candidatos Rangel, Pinto Luz, Montenegro, continuam no jogo táctico, qual ciclistas num velódromo, antes da última volta, a marcarem-se uns aos outros. O outro eventual candidato, Ribau Esteves, também quer ser líder regional e daí se ter atirado para o jogo.

O Chega e a IL agradecem.

António Costa assiste com um sorriso de orelha a orelha.

A IA nas projecções

O Luís Paulo Reis, do LIACC (UP) fez uma projecção, usando algumas técnicas de IA.

É ver.

 

A (des) Graça que tivemos e o que nos espera

 

 

Tenho estado atento, como muitos portugueses, à campanha eleitoral. Naturalmente há áreas que interessarão mais a uns e menos a outros. Não fujo a essa regra. Novo aeroporto, TAP, SNS, economia, impostos, justiça, educação, etc., mas naturalmente cultura e património. 

Rui Rio até pode vir a ser 1º. Ministro. No entanto, e no que diz respeito à Cultura e ao Património Cultural não tenho ilusões. A sua actuação como Presidente da Câmara do Porto fala por si. 

O que fez no Rivoli? Lembram-se do Filipe La Féria? Podem sempre ler aqui, aqui e aqui.

E sobre a gestão municipal à época? É ler….

Outro mito é o da reabilitação urbana. Neste capítulo o que se passou com o modelo de gestão implementado, SRU,  também é elucidativo. E o célebre Quarteirão das Cardosas?

Claro que o PS enganou o pessoal da “Cultura” ao dizer que repôs o Ministério da Cultura. Tretas, pois limitou-se a nomear um titular (uma titular, diga-se) para o cargo sem criar o Ministério. Atiraram-se à época ao Passos Coelho por ele ter passado a Cultura a Secretaria de Estado. Mas nada disso aconteceu. Não havia Secretaria de Estado, havia era Secretário de Estado (primeiro Francisco José Viegas, de má memória, e depois Barreto Xavier, idem). A CS comeu de cebolada. O BE também. Desde 1980 que não houve semelhante período sem Secretaria de Estado nem Ministério. Estamos assim desde 2011, à mercê de vontades individuais, conforme os gostos e as influências dos amigos e das amigas dos titulares.

Se lermos os programas eleitorais vemos a importância que dão ao Património Cultural. Zero.

Giram todos à volta do mesmo.

Estão de olhos TAP(ados)?

 

Se eu quiser viajar de avião, escolho o destino , e em função de vários factores ( preço, horários, aeroporto de partida e de chegada, possibilidade de bagagem, compromissos, entre outros) escolho a companhia de aviação. Faço uma escolha que embora livre, tem essas condicionantes. O dinheiro é meu e gasto-o conforme considere que é a melhor escolha.

Presumo que com as entidades colectivas privadas ocorra o mesmo, embora possa haver alterações, uma urgência de última hora, adiamentos não atribuídos à companhia/voo, etc.

Está a decorrer o Campeonato do Mundo de Futebol. Está a ser jogado em vários estádios em vários países, o que obriga a viagens de avião, mesmo na fase de grupos.

Em 2016, ano em que a equipa principal de futebol portuguesa foi campeã europeia, o voo de regresso ao nosso país, em glória, foi efectuado por um avião da companhia GainJet, não obstante a TAP ter preparado um avião, simbólicamente baptizado de Eusébio, para o efeito (tiques à Estado Novo).

A actual selecção principal de futebol, actualmente na Hungria, a disputar o Campeonato do Mundo, foi para aquele país num Boing 737-400, da companhia Air Horizont Limited (uma companhia aérea de Malta, subsidiária de uma companhia espanhola).

Eu, que sou desfavorável à existência de uma companhia aérea do Estado em Portugal, mas manda quem pode, pergunto-me, se num ano em que a situação da TAP é muito complicada, ocasiões como esta não deveriam ser aproveitadas?

Puxa mais um pintelho de cona que uma junta de bois!*

 

 

*Já dizia o meu avô, e assim se diz no Minho!

V. Excias. estão equivocados? Não me parece.

Temos assistido aos pseudo arremessos do BE ao actual governo. Na área da Cultura a tónica tem sido na questão dos precários, nos apoios aos agentes culturais, e recentemente o estatuto dos trabalhadores da Cultura.

Não raras vezes é Ministério da Cultura para ali, Ministério da Cultura para acolá, e por aí adiante. Aliás basta ver o jornal Avante da SONAE, e por exemplo a voz do dono (Governo) neste artigo. Também noutras bandas é igual.

Enfim, a corte no seu melhor.

Mas voltando à questão, não existe Ministério da Cultura. Não no sentido irónico de dizer que esse eventual Ministério não actua, mas de facto não existe.

Desde 1974 até 1980 (6 anos) não houve nos sucessivos governos qualquer pasta governativa  dedicada à Cultura. A partir daí sempre houve Secretaria de Estado da Cultura  e/ou Ministério da Cultura. Com tudo o que isso implica. Em 2011, o Governo da troika extinguiu a pasta. Nesse governo não havia nem Ministério nem Secretaria de Estado. Havia um Secretário de Estado (Francisco José Viegas, e depois Jorge Barreto Xavier, ambos de triste memória). Na altura muita gente  usou o argumento de não haver Ministério. Mas referiam-se à Secretaria de Estado da Cultura, que não havia. Hoje, 2021, passados 10 anos, continua a não haver nem Ministério da Cultura , nem Secretaria Estado da Cultura. Temos uma Ministra e uma Secretária de Estado, mas ambas sem pasta, tal e qual como em 2011. Mas curiosamente o BE nada diz sobre a matéria. Aquilo que seria o exemplo de como o governo da troika tratava (mal) a cultura, não se aplica ao actual governo.

Percebo, e na minha terra esse comportamento tem um nome.