Next stop: Republic of Gilead

O novo speaker da câmara dos representantes, Mike “MAGA” Johnson, é um nacionalista cristão. Em 2019 afirmou “Não queremos estar em democracia”. Pragmático.

Bolsonaro e o vírus evangélico

A farsa evangélica, vírus altamente contagioso que corrói o Brasil há décadas, como outros fanatismos religiosos, operados por vigaristas que fazem da fé e da ignorância dos mais vulneráveis um negócio canalha e altamente rentável, continua sem vacina. Os milionários do dízimo continuam a vender água milagrosa do Rio Jordão, políticos de todas as cores continuam a oferecer-lhes a cabeça da laicidade numa bandeja, enquanto abanam o rabo, e o assalto prossegue, triunfante. [Read more…]

A música que importa

“Imagina que não há países,
Não é difícil se tentares,
Nada por que matar ou morrer
E nada de religiões
Imagina todas as pessoas
A viver a sua vida em paz

Podes dizer que sou um sonhador
Mas não sou o único a sonhar
Espero que um dia te juntes a nós
E o mundo seja uno e apenas um”

John Lennon, Imagine, 1971
[adapt.]

O que responder?

voltaire statue

Voltaire, Dicionário Filosófico, excertos do artigo “Fanatismo”:

Resumindo, todos os horrores de quinze séculos podem ser renovados num só, desde as pessoas sem defesa chacinadas aos pés dos altares, dos reis esfaqueados ou envenenados, um vasto Estado reduzido a metade pelos seus próprios cidadãos, desde a nação mais belicosa até à mais pacífica dividida pela espada desembainhada entre o pai e o filho, os usurpadores, os tiranos, os executores, os parricidas e os sacrilégios violando todas as convenções divinas e humanas pelo espírito da religião: cá está a história do fanatismo e dos feitos.

Não há outro remédio a esta maldita epidemia que o espírito filosófico, que espalha, passo a passo, os costumes dos homens e que impede os acessos do mal. As leis e a religião não chegam para lutar contra a peste das almas. A religião, longe de ser um alimento salutar, torna-se um veneno nos cérebros infectados. Os miseráveis inspiram-se sem cessar no exemplo de Aod que assassinou o rei Églon; de Judith que cortou a cabeça de Holopherne enquanto dormia com ele; de Samuel que desfez o Rei Agag; do padre Joad que assassinou a sua rainha etc. etc. Eles não percebem que estes exemplos, que são respeitáveis na Antiguidade, são abomináveis no tempo presente: eles põem a sua loucura na própria religião que os condena.

O que podemos responder a um homem que te diz que prefere obedecer a Deus que aos homens e que em consequência disso ele está certo de merecer o céu por te matar?

Os líderes dos fanáticos, que colocam os punhais nas suas mãos, são uns velhacos maliciosos. Eles assemelham-se ao Velho da montanha que, diz-se, deu às pessoas fracas uma pequena amostra do paraíso, prometendo-lhes uma eternidade de tais prazeres, desde que eles matassem todos aqueles que ele lhes ordenasse. Em todo o mundo só uma religião não foi conspurcada pelo fanatismo, a dos literatos chineses. Quanto aos filósofos, em vez de serem infectados por essa pestilência, eles foram um remédio contra ela pois o efeito da filosofia é compor a alma e o fanatismo é incompatível com a tranquilidade. Relativamente à nossa santa religião ter sido tão corrompida por estes infernais impulsos, é a loucura dos homens que se deve culpar.

Como lidar com os fanáticos religiosos?

A Noruega explica qual o caminho a seguir.