Inócuo

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A imprensa portuguesa está a dar grande destaque a uma carta enviada por Jean-Claude Juncker à Provedora de Justiça europeia, na qual o presidente da Comissão Europeia revela ter pedido explicações ao seu antecessor sobre as suas novas funções no poderoso Goldman Sachs, sem contudo deixar de referir o compromisso assumido por Durão Barroso para com um comportamento de integridade e descrição, duas especialidades do ex-primeiro-ministro que abandonou o país de tanga para exercer funções de mordomo em Bruxelas e no Clube Bilderberg. [Read more…]

«Se não tivermos uma política comum de taxação das grandes empresas, vamos ter outros Luxleaks.

Jean-Claude Juncker bem pode pedir desculpas, mas a realidade é que quando ele foi primeiro-ministro do Luxemburgo permitiu que as grandes multinacionais pagassem 1% ou 2% em impostos no seu país, enquanto as pequenas e médias empresas em França ou na Alemanha pagam 20% ou 30%. Quando se governa assim o próprio país, como se pode pretender dar lições à Grécia sobre a modernização do seu sistema fiscal?»
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[Thomas Piketty a Isabelle Kumar/The Global Conversation | Euronews]

LuxLeaks: «”O senhor Juncker deve estar a brincar connosco”,

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comentava o eurodeputado Sven Giegold [alemão, Grupo dos Verdes/Aliança Livre Europeia] por ocasião da passagem de Jean-Claude Juncker pela comissão de inquérito do Parlamento Europeu. Pois a acreditar no antigo chefe do governo e ministro das finanças do Luxemburgo [1989-2005], caiu do céu o sistema que permite que numerosas empresas multinacionais evitem ter de pagar impostos nos diferentes países europeus. Um dia, esse sistema estava lá e, uma vez que estava em vigor, os funcionários do fisco não tiveram escolha: foram mesmo obrigados a aplicá-lo, a esse sistema que funcionava formidavelmente bem. O que explica que a Apple, a Amazon, a Coca-Cola, a Ikea e várias outras multinacionais tenham escolhido o Grão-Ducado para ali instalar as suas sedes, criando empregos e contribuindo para a prosperidade do Luxemburgo. [Read more…]

Eles comem tudo e não deixam nada

Le monde

Para além do domínio absoluto que vai cimentando sobre esta cada vez mais frágil União Europeia em eminente risco de desintegração, com direito a uns quantos gatinhos que se vão roçando freneticamente nas suas pernas, ronronando para si o conseguimento de soluções para o problema grego, os senhores do Reich querem sempre mais. Como se a destruição que os seus antecessores causaram no continente, os calotes que deixaram por pagar e o lucro que o seu país está a ter com esta crise não fosse já suficiente, existe quem, no seio do governo de Angela Merkel, esteja a procurar facturar de formas tão hábeis quanto descaradas. O Jorge já falou sobre o assunto mas não resisti e pegar-lhe de novo porque isto é daquelas coisas que deve ser esmiuçada até à exaustão.

Então não é que o fanático moralista do Schäuble e o seu comparsa governamental tentaram literalmente pôr a mão em 50 mil milhões de euros em activos da Grécia com o alto patrocínio de umas quantas marionetas do Eurogrupo? É verdade. Schäuble e Sigmar Gabriel são respectivamente chairman e vice-chairman do banco alemão KfW, que por sua vez controla o Instituto do Luxemburgo para o Crescimento, onde o Eurogrupo exigiu que fossem colocados 50 mil milhões de euros em activos detidos pelos contribuintes gregos para iniciar conversações para o terceiro resgate.

Felizmente, a coisa parece ter sido revertida. Seria o cúmulo da pirataria, depois de tudo o que se tem passado ao longo destes meses, se estes Barbas Negras tivessem efectivamente açambarcado mais dinheiro dos contribuintes europeus para o gerirem a partir da Tortuga das maroscas fiscais. Já chegou o que nos roubaram.

Foto@Le Monde

Com o alto patrocínio dos socialistas europeus

Juncker escapa à comissão de inquérito sobre o caso Luxleaks. Tudo está bem quando acaba bem. Na UE como em Portugal, o bloco central une-se sempre que é preciso.

Luxembourg Leaks: uma história de gatunagem legal

(O esquema de evasão fiscal resumido em 3:10 minutos de boa animação)

A organização não-governamental Transparência Internacional revelou na passada Quarta-feira um relatório sobre a transparência na actividade das 124 maiores multinacionais do planeta. A avaliação foi feita com base em 3 critérios: transparência financeira, transparência organizacional e políticas anti-corrupção. E se os resultados como um todo não surpreendem, não deixa de ser surpreendente, verificar que petrolíferas como a americana Exxon Mobil ou a sua parceira estatal russa Rosneft, ou bancos predadores como a JPMorgan Chase estão melhor colocados neste ranking do que a Apple, a Google, a Canon ou a Walt Disney. A Walt Disney? Porra! Nem as crianças estão a salvo destes gangsters financeiros…

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