Por não terem sido divulgados os respectivos valores, faltam nestas tabelas o valor de 10 PPP lançadas em governos PS e de 8 lançadas em governos PSD. A contagem está, porém, correcta.
Fonte: Direcção-Geral do Tesouro e Finanças, Relatório PPP, Julho 2010
É fala comum dizer-se que PS e PSD são duas faces da mesma moeda, o que tem constituído uma forma de marketing político do PS (“se somos a mesma coisa e os outros estão impreparados, mais vale apostarem em nós” ) e do PCP e do BE (“votem em nós, deles já sabem o que esperar”).
Mas será que assim é de facto?
Como se sabe, estamos na bancarrota e ainda no passado mês quase que não houve dinheiro para pagar salários. Como é que aqui chegámos? Porque ao longo de décadas gastámos mais do que produzimos. Mas esta constatação ainda não é a resposta completa, já que é preciso olhar para a razão de se ter gasto este dinheiro. Para isso importa compreender como se têm ganho eleições neste país e, aqui, entram as obras públicas. Desde Cavaco Silva, não houve eleição onde não se prometesse mais obras públicas. Se nos governos Cavaco Silva houve fartura de dinheiro comunitário, já a partir de Guterres começou a torneira dos dinheiros europeus a fechar-se, pelo que se começou a fazer obra a crédito. Os eleitores foram dando vitórias à obra feita sem olhar à factura. Hoje queixam-se do FMI mas este não estaria cá se o país não tivesse contraído as dívidas que contraiu.
As responsabilidades por estarmos na banca rota não iguais, bastando olhar para a quantidade de obra feita sem dinheiro para tal. Dizer que são todos iguais é passar uma esponja nas irresponsáveis nódoas de governação que têm sido cometidas.
Basta ver também a quantidade de indústrias que fecharam e quando aconteceu o abandono da agricultura e das pescas…
Sem dúvida, isso foi outro aspecto dos tiros nos pés.