Tenho dúvidas de que a Espanha seja uma democracia


No meio do turbilhão provocado pela decisão da Justiça espanhola, vem a Liga Espanhola atirar achas para a fogueira ao defender a mudança do Barcelona – Real Madrid para a capital espanhola por razões de «segurança».
Alguém de bom-senso acredita que as gentes da Catalunha vão aceitar pacificamente esta decisão?
Se não é de propósito, parece.
Um regime onde o chefe de Estado não foi eleito pelos cidadãos através de eleições livres não me parece que possa ser considerado democrático. O actual usurpador é um tal de Filipe Grécia, que sucedeu no cargo ao seu pai, João Sicílias. Para além disso, sabemos muito bem como foi formada a Monarquia espanhola há uns séculos.
Um regime que mantém presos políticos e ex-governantes no exílio – esses, sim, eleitos pelo povo – não é definitivamente uma democracia.
Quanto ao resto, Madrid usa a violência em Barcelona da mesma forma que Pequim a usa em Hong-Kong.

Onde estamos? Para onde vamos?

[Santana Castilho*]

Apesar da sombra de Sócrates, apesar do nepotismo que promoveu e consentiu, apesar dos incêndios e de Tancos, apesar da degradação dos serviços públicos, apesar do aumento da dívida pública, António Costa ganhou as eleições, marcadas pela mais alta taxa de abstenção da nossa democracia, que expressa um preocupante alheamento cívico e um preocupante abismo entre representantes e representados. Vale a pena, a este propósito, olhar para os números eleitorais (ainda que não definitivos, mas onde o erro será só por excesso), sob um outro ângulo: nos cadernos eleitorais estavam recenseados 10.810.662 cidadãos; não foram votar 4.918.851; 129.500 votos foram brancos e 88.500 nulos; dos 5.673.811 votos válidos, o PS registou a seu favor 36,65% (2.079.452). Mas foram apenas 19,23% dos portugueses que podiam votar que escolheram o PS e, por extensão, António Costa. Feito o mesmo exercício para os restantes partidos, os números são ainda mais expressivos, a pedir atenção demorada para o seu significado. [Read more…]

A arte de soletrar

de Harold Bloom (1930–2019): Jay Wright: j-a-y-w-r-i-g-h-t, Thylias Moss: t-h-y-l-i-a-s-m-o-s-s, & /ˈnɒstɪk/: g-n-o-s-t-i-c.

Ainda não é desta que Pedro Mota Soares vai plantar macieiras

V

Fotografia: Manuel Almeida/Lusa

Pedro Mota Soares nasceu em 1974. Dedica-se à actividade política desde os 25 anos, da qual se desvinculou no passado mês de Julho. Não sei se praticou a advocacia, sua área de formação, mas suponho que não o terá feito, excepto até aos 25 anos e no período de 2002-2005, durante o qual exerceu a função de Secretário-Geral do CDS-PP.

Durante a sua carreira política, foram várias as áreas da governação nas quais esteve envolvido, enquanto deputado e ministro, mas não consta que tenha estado ligado à área da tecnologia e das telecomunicações. Contudo, foi o escolhido para liderar a Associação dos Operadores de Comunicações Electrónicas (Apritel), que inclui todos os players (acho que é este o termo) do sector, como a MEO, a NOS e a Vodafone. [Read more…]

Grupo de cordas (*)

ABBA Greatest Hits – Perpetuum Jazzile, A Capella.

(*) vocais