Democratas não negoceiam com fascistas. Combatem-nos

Portugal não é um país racista, mas o Ultramar pariu uns quantos trogloditas que anteciparam Abu Grahib umas três ou quatro décadas. Num Estado decente teriam sido presos. Mas o Estado Novo não era um Estado decente. Era um gangue de criminosos e fanáticos religiosos, corruptos e crueis, que posava com cabeças de negros empaladas e fazia porta-moedas com as suas orelhas. E é também por isso que a história não pode ser branqueada e que o ódio racial deve ser combatido, sem contemplações. E quem se põe a jeito de fazer cedências ao Chega, o único partido a ter dirigentes que saíram em defesa do homicida de Bruno Candé, está a fazer uma escolha política e civilizacional. Uma escolha sem retorno.

O vírus (2)

Capa do jornal Público, 2020-07-28

Novamente se constata que Portugal é um Estado com leis feitas à medida, o que talvez seja pior do quem um Estado sem leis.

Em causa está a negociata imobiliária do Novo Banco, onde tudo, veja-se só, foi legal. Até o facto de o prejuízo do Novo Banco ser coberto pelos fundos públicos é um sintoma deste país de leis cozinhadas. Alguém reviu e aceitou os contratos que estipulam estas medidas. A questão que se coloca é: quem foi? Não é difícil de saber, apesar de não ser notícia.

As leis são feitas para que acções criminosas ou condenáveis tenham fundamento legal. Esta é origem primária da corrupção. Mas que não haja motivos para preocupações. Daqui a 10 anos teremos na justiça um processo rigoroso, quando tudo tiver prescrito.

Siga-se o rasto do dinheiro, sem esquecer as off-shores que minam todas regras de equidade entre os poucos que têm milhares de milhões e o resto do mundo.

(continua)