Para quem quer escrever um texto sobre este tema, ter lido a bela escrita da Carla e o profundo texto do Adão, é uma felicidade ?
A maioria diz que sim, porque aqueles textos são belos, dão prazer e até abrem trilhos para o seu próprio texto. Mas para quem quer ir na frente, ser original, aqueles textos só podem ser olhados como uma infelicidade.
Conhecemos pessoas que nasceram com tudo e nunca foram felizes, e há outras que tendo pouco, sempre foram felizes. Há aqui um pózinho de loucura? Pois há! O tolinho, normalmente, é muito feliz, não percebe a sua condição ou percebe que se safou de boa?
Costuma dizer-se que é tudo muito mais dificil para quem é culto. E é verdade! Já pensaram no que será a angústia de um pai médico, percebendo certos sintomas que o filho apresenta? O que pode ser? Um pai que não faz ideia nenhuma acha sempre que é uma gripe.
O primeiro está com o conhecimento e profundamente angustiado, e o segundo está com a ignorância e calmamente feliz
Para sermos felizes a primeira condição é sermos ignorantes e idiotas?
Há gente que pelo seu ADN ou por ter adquirido na vida (normalmente em criança) está impossibilitado de ser feliz?
Então, o que é ser feliz para quem tem as condições que as circunstâncias, ao sabor da vida, se foram reunindo?
Despertar de manhã, acordar os filhos, levá-los à escola, ler o Aventar acompanhado de um cafezinho, o chefe ainda não chegou…
Acordar às três da tarde depois de uma noite copos, primeiro wisky, o fígado a desfazer-se, não tem ninguem, anda de namorada em namorada, telefona aos amigos a dizer que foi ao médico e não tem SIDA…
A felicidade é o caminho, é a vida, é estarmos de bem com a vida, é fazer o que gostamos. E, talvez a única coisa que seja comum a todos nós, é termos consciência do muito que a vida nos dá!
Eu, por exemplo, seria profundamente feliz, se amanhã de manhã acordasse com todos os problemas que os jovens do Aventar têm! É que, sabem, esses problemas resultam do que eu já não tenho!
E isso não me dá felicidade nenhuma!
No entanto, ontem, quando soube que vem um neto a caminho, vi o meu filho tão feliz, a mãe do meu neto tão consciente da sua condição, que tive que ir à cozinha buscar um prato que não precisava…
É isso, Luis. Fazes uma bela análise da vida e resumes tudo quando dizes ” A felicidade é o caminho, é a vida, é estarmos de bem com a vida, é fazer o que gostamos”. Porém, os caminhos são tão diversos, o estar-se de mal com a vida é tão problemático e o que gostamos é tão controverso, que continuamos indefinidamente a perguntar, dentro de um incomensurável subjectivismo: mas o que é a felicidade? E continuaremos sem resposta. Eu continuo na minha: aquilo a que podemos dar o nome de felicidade é a consciência da ausência de dor, nos seus mais diversos graus, como sinal de distúrbio maior ou menor da nossa sintonia.
a felicidade não se dá, encontra-se nas pequeninas coisas… num gesto, num sorriso, numa palavra, numa amizade, num filho, …. num neto a caminho
É isso, Maria, mas é preciso dar valor ao que se tem. Esse, é o verdadeiro segredo!
luís, temos que dar valor ao que somos e ao que temos.
o verdadeiro segredo da felicidade é … simplesmente ser feliz nesse equilíbrio do ser e do ter
dar valor ao que se tem no sentido de perceber que é a partir disso que podemos construir a felicidade…