A posição do PC relativamente à invasão da Ucrânia

Por respeito à verdade e contra trauliteiros que enviesam informação, que mandam calar a voz mesmo daqueles contra quem estamos, que aceita a desinformação instalada nos órgãos de comunicação social, peço apenas, a quem estiver interessado, que ouça João Ferreira e depois, sim, tome em liberdade a sua posição.

A mentira e o lapso

A propósito da nomeação de José Guerra para a Procuradoria da UE, ficamos a saber que ao indicar dados falsos, com vista a fundamentar a nomeação de João Guerra em detrimento de outros candidatos, pelos vistos o Governo não mentiu: cometeu lapsos.

Ainda assim, apesar dos dados falsos invocados, o Governo continua a entender que a escolha está bem feita.

É cada vez mais notório, na sociedade coeva, que uma mentira rotulada de lapso é mais um passo para que a sociedade assimile a falsidade como normal. Ou, pior, como verdade. Tal como a administração Trump tentou implementar a lógica da verdade alternativa, para transformar a mentira em factos.

Donde se conclui que, neste aspecto, não há diferença ideológica na transformação da mentira em lapso, verdade, facto ou qualquer outra coisa que vise normalizar a falsidade e torná-la impune.

Este sinistro caminho, só serve para aumentar a descrença na governação e nas instituições. Bem como para alimentar os ódios que servem de pasto para os oportunismos mais extremistas e boçais que começam a mostrar força. Que serão mentirosos, inventores de patranhas e mestres do engano e da ilusão. Mas, jamais teriam oportunidade para vencer por tais meios, se outros antes tivessem sido, pelo menos, um pouco mais sérios.

Mapas e desinformação

_incendiosNelson Zagalo

Para compreender o descalabro da desinformação que acontece quando não há Sistemas de Informação e Comunicação no terreno e com equipas preparadas para triar rapidamente o que vai sendo veiculado, fica aqui uma imagem que foi massivamente partilhada, chegando a surgir em vários orgãos nacionais de comunicação social.

A imagem de cima não é falsa, o problema é que não diz respeito a Incêndios ativos na Europa. Inicialmente tinham-me passado a informação de que seria um mapa de Previsão (forecast) de zonas de incêndio, mas essa informação não se confirmou. Não consegui ainda confirmar o local de extração do mapa, contudo ele parece surgir a partir da simulação dos últimos 7 dias passados no EFFIS, tendo depois sido tratada em termos contraste de cor para garantir melhor visualização das manchas de fogo.

Mas, abaixo têm a imagem dos fogos verdadeiramente ativos na Europa, entre 15 e 16, e pode ver-se a diferença abismal do que aconteceu realmente na Europa e em Portugal e na Galiza.
Falta sistemas de Comunicação efetiva às populações que possam garantir informação triada, segura, e evitem os alarmismos como os que foram acontecendo um pouco toda a noite.

PS2: Entretanto adicionei um novo mapa nos comentários com o cruzamento das informações do EFFIS com as Notícias de Incêndios veículadas pela comunicação social europeia, e o mapa reforça o enfoque no Centro e Norte de Portugal assim como Galiza (link direto: https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10155063977618602&set=p.10155063977618602&type=3&theater).

FONTES:

O primeiro mapa anda a circular na rede, não se conhece a origem em concreto, mas acredita-se poder ser também do EFFIS mas relativo aos 7 dias passados, depois alterado em cor e contraste para tornar mais visível os focos de fogo durante 7 dias.
O segundo mapa, do EFFIS, diz respeito apenas a 15/16 Outubro 2017.

O verdadeiro problema está nas lideranças dos partidos políticos.

sá-Carneiro
Nestes últimos dias reli uma biografia de Francisco Sá Carneiro e alguns dos seus discursos.

Eu que acredito muito pouco nos principais actuais dirigentes do PSD questionei-me como foi possível uma deriva tão grande nos princípios, nos valores, nas causas, na ética e na coragem política que eram a força do PPD-PSD.

Francisco Sá Carneiro era mesmo um homem e um político único. Os seus discursos, o seu carisma, o seu olhar e a sua força transmitiam convicção, verdade, coerência e um verdadeiro e enorme sentido de estado.

Apenas, por isso, conseguiu fundar, com sucesso, um partido genuinamente português, fora da lógicas doutrinárias europeias puras da democracia-cristã, do socialismo ou do comunismo.

É pura evidência que estamos perante um problema grave de falta de lideranças, de homens e mulheres, que consigam voltar a mobilizar os portugueses para um grande e verdadeiro desígnio para o nosso país.

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Quem manda no PSD? Passos Coelho ou Marco António?

Tomada de posse do XX Governo Constitucional

A SIC fez ontem notícia do caso em que o deputado Miguel Santos se terá recusado a fazer o teste de alcoolemia invocando a imunidade parlamentar. O texto que publiquei na passada segunda-feira e que serviu de base aos meus pedidos de abertura de inquéritos ao sr. Ministro da Administração de Interna e ao Director do DCIAP, relativamente a este caso que envolve o deputado do PSD, ainda não obtiveram qualquer tipo de resposta.

O pedido que também fiz anteontem ao Presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, para retirar a confiança política e abrir um processo disciplinar a Miguel Santos também ainda não obteve qualquer resposta. Aliás outras missivas que, nos últimos meses, tenho enviado, através de email, para o Presidente do PSD também não têm obtido qualquer resposta.

Parece-me que perante as muitas situações que são públicas é caso para perguntar: afinal quem manda no PSD é Pedro Passos Coelho ou Marco António Costa?

Talvez fosse muito útil ao nosso País saber quem é o presidente de facto do PSD. Os portugueses mereciam ter esta resposta para poderem saber com o que contar do Partido Social Democrata até porque uma coisa é Passos Coelho, outra coisa completamente diferente é Marco António.

Estou convicto que os portugueses terão estas mesmas dúvidas e partilharão das minhas opiniões e preocupações no que diz respeito à verdadeira e efectiva liderança do PSD.

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A verdadeira Troika da direita

O grupo de boys incompetentes que nos tem roubado nos últimos anos procura vender a ideia que a salvação está mesmo a chegar e que, ali ao virar da esquina, está a luz.Só não dizem que a luz ao fundo do túnel é ainda a luz da frente do comboio que nos vai trucidar

Podiam ser sinceros e apresentar a verdade toda. Confesso que, pessoalmente, teria o mesmo comportamento, mas pelo menos tinha a certeza que lutava contra alguém que tinha apenas ideias diferentes das minhas. Mas, não. Esta gente não se dá a esse respeito.

As verdadeiras intenções deles podem ser arrumadinhas em três pacotes: [Read more…]

Aritmética para mudar a história

“Porque apesar dos submarinos continuarem por ali, as barracas já não são nossas!”

Jornal, café, sonho e cidadania

Neste tempo em que até o jornalismo entrou em crise, com greves e despedimentos colectivos como no PÚBLICO, há que fazer a sua justíssima defesa.
Precisamos do bom jornalismo que nos traz as diárias notícias da austeridade e afins, mas também das outras sobre um mundo que «pula e avança» apesar de tudo, do não obstante, do contudo.
Procuramos e necessitamos da verdade, como do pão para a boca e do café pela manhã antes de começar o dia (seja ele como for)! E da verdade não apenas da realidade, mas também a dos sonhos de cada um. Não serão eles mais reais? Os sonhos são o futuro – deviam contar mais. E o país tem que os ter e se não os tem, que os tenhamos nós, individualmente. Sonhos pequeninos, não faz mal, mas que todos juntos constroem algo grande. ( Já estou a divagar. É o que dá fumar um post…)
Faço hoje o meu post com um texto do geógrafo João Seixas (PÚBLICO, 28/10) defensor dos jornais e que subscrevo totalmente: [Read more…]

Página de Diário IV

             A morte é coisa que não se aprende. Ponto final. Dificílimo de aceitar. Não há maneira nem jeito.

             E sermos aceites por todos? – Também impossível. Para uns, és «besta», para outros, «bestial».

             Porque me incomodam sobremaneira os primeiros? E não ouço os segundos? E não vejo o seu afeto e seus gestos amorosos? Distraída ou, simplesmente, querendo não ver (o que importa)?

1 de Abril, Dia das Verdades

Vai, vai, vai, disse o pássaro: o género humano

Não pode suportar tanta realidade.

T.S. Eliot

Não sejamos ingénuos, a manipulação e a desinformação existiram sempre, em todas as épocas, regimes e círculos de poder. Mas a mentira, descarada e desmascarada, nem sempre passou com tanta indiferença como agora. A questão não está, apenas, num governo, por exemplo um governo, mentir. Está, isso sim, em saltar a mentira à vista de todos e passar impune. Está em ser recorrente, passar com normalidade e ser encarada com naturalidade. Está em ser aceite como uma das regras do jogo, como uma malandrice necessária para que o jogo funcione e avance.

A banalização da mentira tornou-a isso mesmo: banal, habitual, quotidiana. O dia 1 de Abril, como dia das mentiras, perdeu impacto e aquele arzinho transgressor que carregava. Hoje, ninguém compra um jornal para decifrar a mentira que lá vem disfarçada de verdade. No entanto, estou em crer que o contrário funcionaria. Eu, por exemplo, compraria um jornal para descobrir qual a verdade perdida nas suas páginas, disfarçada de mentira.

Por isso proponho que o dia 1 de Abril passe a ser o dia das verdades. Seria apenas um dia por ano e isso, acho, poderíamos suportar.

Cavacógrafo substitui detector de mentiras

«A vitória de hoje é também a vitória da verdade sobre a calúnia. A honra venceu a infâmia e a qualidade da democracia ganhou com esta vitória da dignidade»

Cavaco Silva

 

 Cavaco Silva, considerado em alguns círculos o Edison português, já registou a patente de um sistema que irá substituir o polígrafo, vulgo detector de mentiras. Doravante, bastará que 25% dos eleitores portugueses votem em qualquer pessoa seja para que cargo for e ficará, assim, estabelecido que a pessoa em causa não mentiu. Trata-se de uma inovação tecnológica que, apesar do preço elevado e da complexidade que lhe é inerente, é considerada infalível pelo também chamado Professor Pardal de Boliqueime. Entretanto, o ilustre cientista irá aproveitar o segundo mandato presidencial para desenvolver uma nova técnica de inseminação artificial que poderá permitir aos portugueses nascer duas vezes.

O maluco lúcido

O maluco lúcido

Hoje de manhã, enquanto passeava a minha netinha, um homenzinho gritava a plenos pulmões, fazendo-se ouvir em toda a rua: o cavaco e o primeiro-ministro arruinaram este país e o povo continua burro. Na verdade, ele não dizia arruinaram, dizia foderam, eu é que procurei fugir à asneirola.

 A raiva com que ele clamava, alto e bom som, não passava despercebida a alguns transeuntes que assentiam levemente com a cabeça, se calhar também com a mesma vontade de gritar uma tão grande verdade, não fora o facto de serem tidos como malucos.

Eu era um deles.

De facto, depois do que fizeram deste pobre país, depois de se terem rodeado de uma legião de ladrões e corruptos, e terem estourado com tudo, depois de permitirem e abrirem caminho ao assalto e ao roubo da nação, deixando-a nas lonas materiais, psicológicas e sociais, depois de devorarem o país, têm a lata preparar eleições para exumar o cadáver, como abutres, a ver se ainda há restos para comer.

 E o povo sereno!

Como me apetecia ir para a rua, passar por maluco durante meia hora, e berrar bem alto: o cavaco e o primeiro-ministro deram cabo deste país. Apenas por uma questão de linguagem mais limpa não diria foderam.

Materialismo e Espiritualismo

(adão cruz)

(Este trabalho, embora ligeiramente alterado e com outra disposição, é uma repetição no Aventar. Todavia, por ser matéria que me parece extremamente importante nos dias de hoje, atrevo-me a enviá-lo de novo. A quem achar mera redundância, as minhas desculpas).

 

Materialismo e Espiritualismo

                                                           I

O indivíduo materialista, no sentido filosófico e científico do termo, é aquela pessoa que acredita no ser humano como um todo, um todo indivisível, indissociável, uma única substância como dizia Espinosa. Aquela pessoa para quem não há qualquer fronteira entre a pele e a carne, entre a carne e o sangue, entre o sangue e o cérebro, entre o cérebro e a mente, entre a mente e o pensamento, do qual decorre toda a vida dita psíquica do indivíduo.

Assim como o aparelho circulatório se encarrega de toda a distribuição de fluidos no organismo, assim como ao aparelho respiratório cabe toda a oxigenação dos tecidos, assim como ao sistema endócrino pertence todo o complexo mundo hormonal do organismo, assim ao sistema cerebral corresponde toda a vida “psíquica” do ser humano. O cérebro é o receptor e emissor de todos os estímulos, exógenos e endógenos do organismo. É ele que, através de tais estímulos cria imagens, das quais decorrem emoções que, por sua vez, geram sentimentos que levam à consciência, à reflexão, à vontade e à decisão. E o pensador materialista baseia os seus conceitos numa intuição natural, numa investigação científica permanente, progressiva, dia a dia mais convincente, e, a não muito longo prazo, pensa ele, acabando por atingir verdades irrefutáveis.

A realidade de uma vida psíquica em nada se encontra em contradição com o materialismo. A vida psíquica, entendida como a vida decorrente da actividade cerebral, e, logicamente, de toda a actividade pensante, não contradiz, de modo algum, o pensamento materialista. O termo “psíquico” está de tal modo enraizado na nossa linguagem e na nossa sociedade que não é possível eliminá-lo, nem interessa. Quando um materialista diz, por exemplo, em conversa ou num texto literário, “a alma do poeta ou do pintor”, quer dizer o íntimo, o mais nobre do poeta e do pintor, e não, como é óbvio, se refere à alma do poeta ou do pintor em sentido espiritualista. Quando um materialista diz “ele é um espírito vivo”, logicamente que quer dizer que ele tem uma actividade psíquica intensa, perspicaz e arguta, e, de modo algum, se refere ao imaterial espírito contido no conceito espiritualista.

Para o espiritualista existe um dualismo corpo-espírito. Há duas realidades distintas no todo do ser humano, o corpo e o espírito, ou alma, interligadas em vida mas separadas depois da morte. Logo que a alma se separa do corpo, este vê-se reduzido à sua condição de matéria, logo putrefáctil, sem vida, enquanto a alma segue por outros insondáveis caminhos. Enquanto o materialista baseia os seus conceitos nas poderosas investigações científicas, sobretudo na área da Evolução e das Ciências Neurobiológicas, o espiritualista, sem qualquer base racional científica e convincente, baseia os seus conceitos numa crença, apenas numa crença, legítima, mas uma crença. Mas é assim e quem sou eu para tentar convencer alguém da “minha” verdade?

Não queria terminar esta primeira parte sem deixar aqui bem explícita, a finalidade deste artigo. E esta resume-se no seguinte: Perpassa por aí a ideia de que o materialismo, em termos de sentimentos, está a léguas do mundo sentimental do espiritualista. Disparate total! Disparate absoluto! Faz lembrar aquela pergunta de uma amável e intrigada senhora: como é que o senhor, sendo materialista, pinta, escreve, faz poesia e tem sentimentos tão bonitos?

A vida psíquica, isto é, a actividade cerebral e mental de qualquer ser humano , não pessoalizada, evidentemente, é idêntica, seja materialista ou seja espiritualista. Um e outro pensam, raciocinam, amam, choram, riem, fazem poesia, são capazes das mais profundas emoções e dos mais nobres sentimentos. Quantas vezes um materialista tem sentimentos e vivências “espirituais” muito mais profundas e mais nobres do que um espiritualista e vice-versa! A única diferença reside no conceito de “esfera psíquica”que cada um tem. No primeiro caso, materialista, esta faz parte integrante, material, do ser humano no seu todo biológico, conceito bem firmado na dificilmente negável investigação evolucionista e neurobiológica, e, no segundo caso, pertence a um ser humano feito de duas partes, uma terrena e outra sobrenatural, mera questão de crença, legítima, repito, mas sem qualquer base racional e científica.

Acabemos de vez com o sentido pejorativo atribuído, de ânimo leve, tantas vezes acintosamente e irracionalmente, ao materialismo científico. Tal atitude, sobretudo nos dias de hoje, não eleva nem dignifica ninguém. [Read more…]

João Vieira é o meu Presidente

Não é o presidente de todos os portugueses, é só de alguns. Viva o Rei!

Desilusão

(adao cruz)

 (Dedicado ao Joaquim Quicola, amigo que eu sei que me entende) 

Desilusão

Olho as folhas caídas na espiral de espinhos e flores e água sem regresso. Minha voz de gravador que outros ouvem, só eu não, tem milhões de segundos num segundo que já foi meu.

Sonho de amor, invisível e ateu.

Pela escada fantasma do falso destino, destino essencial, quem subia ou descia, afinal…era eu.

Nos gestos por dentro, nos jardins de contraste da natureza fecunda, no penoso brio de um curriculum lavrado na areia, meti as mãos na areia e palpei o futuro.

Palpei a filosofia dos cadáveres, e em febril pulsação, espremi a vida dentro de uma mão cheia.

Enchi de virilidade a cidade, a cidade e o lixo, o lixo e o luxo, a luz e eu.

No fundo das veias nasceu gelado um provinciano despojo, feito de tempo gasto e de nojo.

Por dentro e por fora saltaram faíscas de senso e contra-senso, que apenas escreveram epitáfios de sangue em letra de amor e fizeram um caixão com as tábuas da verdade.

A verdade era uma mesa, a vida os dados, e o amor a saudade de quem jogou a certeza nos passos errados.

Entre a tese e a antítese nada voa nem mexe, não há sim nem não entre passado e presente, e o futuro é o deserto que temos à frente.

Neste chão de lama, na ejaculação abortada, nos restos de orgia da orgia de restos, em ritmo de coração moribundo, sobra o tremor da carne adormecida.

A arte, o sonho, a verdade, o viço e a cor perderam o brilho, e a esperança sopra cinzas que ninguém sabe do que são.

A verdade

Qualquer um de nós que mantenha respeito por si próprio manifesta uma saudável vontade e necessidade de tentar aproximar-se o mais possível da verdade, esteja ela onde estiver.

Só a verdade vos tornará livres, disse Cristo.

A mentira é a ofensa mais directa contra a verdade, diz a Igreja Católica, a despeito das fundamentais e colossais mentiras em que assenta.

É frequente ouvirmos comentários neste e noutros blogs, a dizer para deixarmos a Igreja em paz, e, se não lhe pertencemos, em nada temos que a criticar. Quem assim fala, obviamente que não reflecte, nem evidencia honestidade de pensamento. [Read more…]

Angola, Construtoras e Dinheiros Públicos (II)

Sofri uma traição. Quem sabe se por mera actualização redactorial, se por eventual choque de interesses do corpo accionista do jornal “i” – julgo que não é de excluir a participação de um grupo de construção e obras públicas no capital do referido diário.

O certo é que a notícia para a qual estava feita a hiperligação do meu texto anterior desapareceu da edição ‘on line’ do “i”.

Todavia, não há problema, com ou sem notícias do jornal “i”, o fulcro e substância das minhas considerações mantêm-se. Poderão ser confirmadas pelo sítio ‘Notícias Lusófonas’. Porém, tenho mais pormenores a destacar: em vez de 1,7 a dívida de Angola a empresas portuguesas cifra-se, afinal, em 2,5 mil milhões de euros.

Com “i” ou sem “i”, a verdade é incontornável e, para a negar, não “ há mulher que faz intriga amorosa”, o que no dicionário de língua portuguesa da ‘Porto Editora’, significa ‘lena’.

A verdade a que temos direito

O boneco que se vê aqui por cima, é o outrora famoso “Zé Ferrugem”, figura de banda desenhada que animava o jornal “O Diário”, afecto ao PCP. E naquela figura  – que no seu original se trata de um autocolante de colecção que guardo entre muitos outros – ali vemos a expressão clara e inequívoca da ostentação da verdade como sinal distintivo em relação à concrrência.

Ironicamente, o jornal acabria por fechar, forçando o PCP a recorrer àquilo que combatera desde o início na legislação laboral: o despedimento colectivo.

Desde os primórdios da Revolução dos Cravos, até à presente data, a propalada comunicação social livre, isenta, está ao nível da teorização da verdade.

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Shutter Island — A loucura decretada

Socorcese com o seu actor talismã, Leonardo, pintam uma tela magistral sobre a loucura e os seus demónios, ou melhor, sobre os demónios que cada um carrega.

Onde começa a loucura ? A loucura começa quando alguem com um qualquer poder sobre um ser humano decreta essa condição? Sou louco porque não penso e não ajo segundo a moral e as regras vigentes? Sou louco porque revelo a verdade quando o que se espera de mim é a mentira?

Num hospital psiquiátrico plantado numa ilha tenebrosa, de onde não se sai, sujeita à inclemência da natureza, ao abandono das autoridades e ao esquecimento por Deus, protegendo de si mesmos os mais perigosos loucos, a loucura/verdade travam uma luta sem tréguas. Para guardar a verdade e conseguir resistir é preciso aceitar a condição de louco que lhe foi imposta por quem veícula a verdade oficial.

No Holocausto Nazi, no Gulag Soviético e nas Sociedade Ocidentais utilizam-se métodos para controlar as mentes “desviadas”, seres humanos como cobaias, que vão desde as brutais condições em que os presos vivem, até aos electrochoques, à “portuguesa lobotomia” ( de Egas Moniz) aos medicamentos que retiram a vontade, a esperança e a dignidade, tudo a bem da “ciência”.

Um grande filme!

PS: a lobotomia, operação ao cérebro inventada pelo Prof Egas Moniz, é escalpelizada como um método anti-humano. Ainda há bem pouco tempo vivia um condutor de camions nos US que em criança foi sujeito à lobotomia suborbital, processo introduzido por um médico americano que utilizava, na casa do próprio doente, um “espetador de gelo” para operar via globo ocular. A finalidade era cortar alguns ligamentos nervosos e assim baixar o nível das descargas electricas do cérebro que se manifestavam em situações de loucura. Há famílias nos US que já apresentaram queixa nos Tribunais com vista a ser retirado ao médico português o único Prémio Nobel da medicina portuguesa!

A Liberdade e o "rabinho" entre as pernas…

Vem ao de cima! Mais tarde ou mais cedo vamos saber a verdade, mas é preciso termos em consideração que a verdade não é igual para todos. Para alguns, Sócrates fez o que tinha a fazer, usar o poder e o dinheiro que tem à disposição (embora não seja dele) para calar quem o ataca. Não é obrigação de quem é atacado calar quem o ataca?

Depois há os que consideram que a verdade pode ser prejudicial, não vá ser usada pelos adversários políticos e favorecer fins que os próprios não consideram saudáveis, pese embora prejudicarem a verdade.

E há os que que consideram que a verdade deve ser defendida porque estão convencidos que se nada agora fizerem, na próxima vai ser bem pior e assim a degradação da democracia é cada vez mais acelerada.

Isto é tudo muito conhecido, há dezenas de anos que os argumentos são os mesmos, os aproveitamentos, os “abraços de urso” , a táctica, a estratégia, o ver longe, o ser diferente, o botar figura, e uma e outra vez, sempre que os valores essenciais da democracia estão em perigo há uns meninos muito dotados que metem o rabinho entre as pernas e ninguem os vê!

A posição destes senhores é como o gajo que está em pleno campo de batalha e à ordem de avançar “desloca” um tornozelo e é vê-lo com ar revoltado na cama mais próxima do hospital de campanha.

Mas esteve lá! Para contar como foi!

Felicidade

Para quem quer escrever um texto sobre este tema, ter lido a bela escrita da Carla e o profundo texto do Adão, é uma felicidade ?

A maioria diz que sim, porque aqueles textos são belos, dão prazer e até  abrem trilhos para o seu próprio texto.  Mas para quem quer ir na frente, ser original, aqueles textos só podem ser olhados como uma infelicidade.

Conhecemos pessoas que nasceram com tudo e nunca foram felizes, e há outras que tendo pouco, sempre foram felizes. Há aqui um pózinho de loucura? Pois há! O tolinho, normalmente, é muito feliz, não percebe a sua condição ou percebe que se safou de boa?

Costuma dizer-se que é tudo muito mais dificil para quem é culto. E é verdade! Já pensaram no que será a angústia de um pai médico, percebendo certos sintomas que o filho apresenta? O que pode ser? Um pai que não faz ideia nenhuma acha sempre que é uma gripe.

O primeiro está com o conhecimento e profundamente angustiado, e o segundo está com a ignorância e calmamente feliz

Para sermos felizes a primeira condição é sermos ignorantes e idiotas?

Há gente que pelo seu ADN ou por ter adquirido na vida (normalmente em criança) está impossibilitado de ser feliz?

Então, o que é ser feliz para quem tem as condições que as circunstâncias, ao sabor da vida, se foram reunindo?

Despertar de manhã, acordar os filhos, levá-los à escola, ler o Aventar acompanhado de um cafezinho, o chefe ainda não chegou…

Acordar às três da tarde depois de uma noite copos, primeiro wisky, o fígado a desfazer-se, não tem ninguem, anda de namorada em namorada, telefona aos amigos a dizer que foi ao médico e não tem SIDA…

A felicidade é o caminho, é a vida, é estarmos de bem com a vida, é fazer o que gostamos. E, talvez a única coisa que seja comum a todos nós, é termos consciência do muito que a vida nos dá!

Eu, por exemplo, seria profundamente feliz, se amanhã de manhã acordasse com todos os problemas que os jovens do Aventar têm! É que, sabem, esses problemas resultam do que eu  já não tenho!

E isso não me dá felicidade nenhuma!

No entanto, ontem, quando soube que vem um neto a caminho, vi o meu filho tão feliz, a mãe do meu neto tão consciente da sua condição, que tive que ir à cozinha buscar um prato que não precisava…

Não tenham medo!

Não tenham medo! Ouvi esta frase da boca de João Paulo ll e fiquei impressionado, havia qualquer coisa que só ele sabia, e esta emoção que me transmitiu, não a coloquei em dúvida. Soube-me bem, apaziguou-me.

Mas que pensar desta coisa extraordinária que é sabermos que quer a Irlanda, quer a Grécia, souberam que estavam na bancarrota pelo Financial Times? E isto em dois países em que a democracia está instalada, onde a comunicação social deveria ser livre, onde os governos deveriam falar verdade .

Na comunicação do Presidente da República os perigos apontados, a situação caracterizada, é de tal forma diferente da apresentada pelo governo, que um deles está a mentir. O que temos certo é que há instituições internacionais que nos andam a avisar, sabemos que há a velha máxima : “se há alguma coisa que possa correr mal, corre mesmo ” , há mesmo quem desconfie que ainda há grandes “buracos negros” não descobertos, que 2010 será um manancial de más notícias…

E agora ? Tenho medo ou não?

E se tiver medo faço o quê? O governo anda a anunciar o fim da crise desde o dia em que ela começou, os partidos da oposição estão à espera que tudo corra mal para então, conversarem com o PS, sem Sócrates. E nós, lemos o Financial Times?

Não sai aí mais um “escândalo socrático” para que possamos ter direito à verdade? O homem ía à vida e nós podíamos dormir descansados!

Bento XVI quer diálogo com os ateus!!!

Bento XVI quer diálogo com os ateus!!!

 Li o post do amigo João José Cardoso, intitulado a “arrogância dos ateus”, frase proferida por D. José Policarpo na mensagem natalícia. Apesar de o post de João José Cardoso ser curto, diz tudo, e, de facto, acaba como deve: “Não vou perder tempo com isso”. Seria a melhor solução.

E eu seguiria de bom grado o conselho do amigo João, marimbar-me-ia para estes disparates, se gostasse que me comessem as papas na cabeça, e se não tivesse recebido, logo a seguir, um texto enviado por um amigo do Canadá intitulado:”Papa deseja criar espaços de diálogo com agnósticos e ateus”.

 Bento XVI assegurou que a Igreja precisa criar espaços de diálogo e de encontro com agnósticos e ateus, que em algumas sociedades representam um grande número de pessoas. Acrescento eu que está mais ou menos calculado que mais de metade da humanidade é ateia. Mas porque quer BentoXVI criar estes espaços de diálogo, com os filhos do diabo?

“Quando falamos de uma nova evangelização”, diz ele, “talvez essas pessoas se assustem. Não querem enxergar-se convertidas em um objecto de missão, nem renunciar à sua liberdade de pensamento e de vontade. Mas a questão sobre Deus segue desafiando-os” (a mim não, e creio que nenhum ateu sente esse desafio), “ainda que não possam crer no carácter concreto de sua atenção por nós. Penso que a Igreja também deveria abrir hoje uma espécie de ‘pátio dos gentios’, onde os homens possam, de alguma forma, manter contacto com Deus, sem conhecê-lo, antes de encontrarem o acesso a seu mistério, a cujo serviço se encontra a vida interior da Igreja” (a vida interior de muitos, que os há,…acredito,  a vida exterior da igreja não, essa seria a vergonha de deus).

“Ao diálogo com as religiões deve-se acrescentar hoje todo o diálogo com aqueles que enxergam a religião como algo estranho, aqueles que desconhecem Deus” (os burros, os cegos de espírito) “e que, todavia, não gostariam de permanecer simplesmente sem Deus”, (quem o diz?) “mas aproximar-se dele, ao menos como Desconhecido” (quem disse tal coisa tão disparatada?). [Read more…]