As fotografias, hoje, até falam!
Fotografar tornou-se uma modalidade acessível a qualquer um e é possível editar, eliminar, imprimir, retocar, enviar fotos de qualquer sítio para o outro lado do mundo, tudo num ápice. E, quando alguma coisa corre mal, existe o Photoshop e uma legião de aparentados que fazem o mesmo serviço: salvar uma fotografia cujo destino seria o caixote do lixo. Há algum tempo, um fotógrafo profissional veio recolher imagens de alguns dos meus trabalhos e fiquei espantado com a quantidade de tecnologia necessária para meia-dúzia de “chapas”.
Mas nem sempre foi assim. Antes da photographia, a câmara escura permitiu pela primeira vez projectar uma imagem real sobre uma superfície, ainda que invertida. Era o princípio da pinhole, mas estava-se ainda muito longe da fotografia, sendo a câmara escura utilizada, principalmente, por pintores:
Feche todas as portas e janelas de maneira que não haja luz entrando na câmara, excepto pelo orifício. No lado oposto segure um pedaço de papel, mexendo-o para frente e para trás até que a cena apareça totalmente nítida. Assim é possível desenhar todos os detalhes, sombras, formas, movimentos, e perspectiva com mais precisão.
Daniel Barbaro, sec. XVI.
A partir da invenção da fotografia, em inícios do séc. XIX, a evolução dos aparelhos fotográficos jamais parou de surpreender.
Em Portugal, o – suponho que já extinto – Museu Nacional da Ciência e da Técnica dispunha de um fantástico espólio de material fotográfico, ainda que não muito bem exposto e preservado. Desconheço em absoluto qual será o seu actual paradeiro. Em Leiria, o MIMO – Museu da Imagem em Movimento – mesmo se não específicamente vocacionado para a fotografia, merece a visita de quem pretende conhecer alguns dos surpreendentes objectos que o homem foi criando na sua ânsia de captar para a eternidade a imagem fugaz e passageira.
Hoje, em plena ditadura da imagem, haverá ainda imagens que captem um momento e o projectem para a eternidade? Penso que sim, algumas sobrarão, entre milhares de milhões de momentos que insistimos em guardar.
Serviço Público!
No Funchal existe “A Photografhia Vicente” um estúdio fundado em meados do século XIX por Vicente Gomes Silva e que foi transformado em museu. È o mais antigo estúdio de fotografia existente em Portugal onde se mantém todos os espaços e equipamentos fotográficos utilizados na época.
É verdade, Maria, obrigado. Por acaso conheço, mas “passou-me” no post.
Fica o contributo.