Corrida às eleições: nós e Tencha de Allende

Horténsia Bussi de Allende

Horténsia Bussi de Allende

CORRIDA ÀS LEGISLATIVAS. UM EXEMPLO DE CALMA.

OIÇAM, PEDRO PASSOS COELHO E JOSÉ MANUEL SÓCRATES

Uma Breve e Querida Homenagem de exemplo de calma. Estamos em eleições, todo o mundo corre, agita-se, fala mal dos contrários, louvam os seus candidatos e nem se lembram da lei, lo que nunca foi o caso com a Tencha, que entrego como exemplo de paz e confiança!

Hortensia Bussi Soto de Allende nasceu a 22 de Julho de 1914 e faleceu em Junho, 18, 2009) Formou-se na Universidade do Chile, em Santiago do Chile em História e Geografia. Para pagar os seus estudos, trabalhou como Bibliotecária do Gabinete Nacional de Estadísticas.

Conheceu um jovem estudante de medicina, Salvador Allende Gossens, filho de outro médico, amigo da nossa família em Viña del Mar, cidade balnear da Província de

Valparaíso. Mal conheceu ao jovem aspirante a médico da sua mesma Universidade, foi fulminada pelo encontro: amor a primeira vista. Ensinou a sua ciência em colégios secundários de Santiago e em Valsaríamos e foi assistente da Cátedra na sua Universidade. Casaram, tiveram três filhas: Paz, que lhe dera vários netos e bisnetos, como Paz, Beatriz que falecera tragicamente na Ilha de Cuba, e a hoje Deputada Socialista do Congresso Chileno, Isabel Allende Bussi. Tia e prima por afinidade da excelente escritora Isabel Allende, filha do irmão Ramón de Salvador Allende, passou a ser praticamente a quarta filha dos Allende Bussi, ao partir Ramón para uma expedição sem rumo.

De ideologia Socialista, como Marx, social – democratas que queriam partilhar todo com todos, a elegante, gentil, senhora e mais do que formosa em corpo e alma, acompanhou ao seu amado marido em todas as campanhas para Senador, e 1945, campanhas que nunca mais pararam, decidido como estava a ser Presidente Socialista do Chile pela via eleitoral.

“Tencha”, a sua alcunha, o ajudara a fundar o Partido Socialista do Chile em 1933 e a escrever os seus discursos para esse grande orador que era o seu marido.

Marido que, licenciado em medicina, nunca foi capaz de exercer a profissão por causas das campanhas a Deputado entre 1937 a 1943, tendo ela que ensinar para apoiar a família e educar as filhas, o que fez com devoção de mãe que sabe acalmar a sua ninhada. Foi a eterna acompanhante do seu marido nas campanhas para Senador, já em 1945, e nas candidaturas à Presidência nos anos 1952-58 e 65, até vencer e 1970.

Sabia do temperamento azedo, por vezes, do seu marido, e sabia acalma-lo e ensinou as suas filhas a lidar com ele até ele sorrir com essa elegância de Doña Tencha.

Foi a primeira-dama do Chile enquanto o seu marido era Presidente e no dia do assassinato dele, correu para o ajudar ao Palácio de La Moneda, mas os tiros de avião da Força Aérea do Chile e o incêndio da sua casa privada, a levaram a procurar refúgio à Embaixada do México, país no qual era a eterna embaixatriz do seu marido, como em outros países. Foi o seu braço direito e a sua representante, uma quase Presidenta do Chile

No dia assassinato do seu marido, ela e a sua cunhada Laura Allende de Pascal, foram convocadas ao Palácio de la Moneda, entregaram-lhe uma caixa de tábuas selada com a inscrição NN- Laura e ela foram na ambulância com a caixa no silêncio da noite até o cemitério de Viña del Mar, onde a caixa ficou oculta em uma fossa, mas Doña Hortensia e a Senadora Isabel Allende Gossens, a sua cunhada, saíram às ruas a acordar aos vizinhos aos gritos, aguentado o duro tratamento de coronhada que os soldados do Chile sabem dar, para denunciar: “Saibam todos que dentro deste monte de escoria jaz a Sua Excelência, o Presidente da República do Chile, o meu marido, assassinado hoje pelos criminosos que me batem sem trégua enquanto falo”.

O México a acolheu e hospedou como a Primeira-dama que era e foi-lhe oferecida uma pensão de viuvez: tinha tornado a ser pobre e só. A sua cunhada não resistiu e deu cabo da sua vida.

Ao tornar a democracia, ela e família tornaram ao Chile para continuar a luta pelo socialismo.

Quarta a noite foi a cama como sempre, nunca mais acordou. O seu corpo está em exposição no edifício do Congresso Antigo, para receber a homenagem do povo, que a visita. Amanhã será o funeral de Estado, digno da Primeira-dama que foi, e simples, com essa simplicidade de vida que sempre amou.

Morreu com dignidade: simplesmente continuo no sono eterno. …

Raúl Iturra

Catedrático em Etnopsicologia

ISCTE-ULI CEAS-CRIA

Chileno e Português

lautaro@netcabo.pt

[youtbe=http://www.youtube.com/watch?v=yafUJdQj2NI]

Vivaldi La Stravaganza

Sexta-feira, 19 de Julho de 2009, texto histórico e sentido, escrito duas horas a seguir o seu decesso Publicado esse dia pela Página da Educação, da qual o autor é escritor. Um autor que tem raiva e sofre com os acontecimentos do Chile e está temendo que no seu novo país, Portugal, estes diz que diz entre Passos Coelhos e José Manuel Sócrates, mas toda a oposição junta contra o único culpado da crise universal que vivemos, venham a tratar a um aventureiro Primeiro-ministro que desafiou ao mundo, como a Tencha, para salvar esta nossa Pátria. A minha Tencha perdeu, mas recuperou, falecendo o dia prévio ao seu aniversário, aos seus 95 anos. Essa calma a ajudou a ultrapassar esses diz que diz, que os nossos políticos gostam de praticar. Não queria ser governado por pessoas de essa calanha, Primeiro Ministro em exercício, lembre-se da sua educação e senhorio e toma a Tencha como exemplo…Se for homem de fé, diria, deus guarde a Portugal, como deve dizer quem cós dá Cavaco e nos Silva…junto com o Coelho de dos Passos….

Raúl Iturra

lautaro@netcabo.pt

Comments

  1. Sónia says:

    O que é que uma coisa tem a ver com a outra, isto é uma salada de coelho com hortensias, sócrates pelo meio, não faz sentido nenhum.
    Além disso, se o texto já foi publicado, porque é que aparece agora outra vez?

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