Série Maridos (VII)

ASCENSÃO DE UM MARIDO

Conheces um homem amável e dispões-te a amá-lo – e por isso ama-lo, e até mesmo quando quase esqueceste o sorriso dele, ama-lo, e dedicas-te a essa ideia de amá-lo com paixão (e até na fuga metes paixão, e ele gosta, claro), e de repente é como se todos os outros homens te parecessem de alguma forma impossíveis no seu mistério masculino, porque é no coração do homem que agora amas o teu lugar natural. E um dia aceitas que o homem diga com grande naturalidade
– o teu homem.
Atenção: é nesse momento que ele te rapina. É quando deixas que a mão dele possa ficar indefinidamente pousada no teu dorso que ele te captura. Se tiveres medo, foges. Tens medo, claro. Tens medo que a carícia dele se transforme noutra coisa, a mão transformada numa pata, tu lá debaixo à toa, o homem resplandescente, quase a transformar-se… num marido!

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