
© Nuno Botelho (http://bit.ly/1t4CXFC)
“Quem tramou Zeinal Bava?”, pergunta-nos o Público. Não faço a mínima ideia. No entanto, à primeira vista, diria que este desfecho apenas vem confirmar a tese da irrelevância.
Ao ler
Facto relevante: o comunicado da Oi que anuncia a saída de Zeinal
e
FATO RELEVANTE,
num jornal com recaídas de excelência ortográfica, lembrei-me de uma citação de Ivo Castro que divulguei em 2009 (p. 94)
Nós dizemos ‘facto’, escrevemos o c. Os brasileiros dizem ‘fato’ não escrevem o c. Portanto, mantêm-se as grafias duplas.
Como é sabido, nada disto impediu que fossem dados todos os passos necessários em direcção ao abismo ortográfico.
Ao folhear o diploma mencionado no ‘fato relevante’, isto é, a Lei nº 6.404/76, decidi alimentar o Lince (sim, o Lince) com o articulado e obtive os seguintes comentários:
respectiva convertido para respetiva
respectivas convertido para respetivas
respectivo convertido para respetivo
respectivamente convertido para respetivamente
prospecto convertido para prospeto
perspectiva convertido para perspetiva
aspectos convertido para aspetos
Resumindo: apesar de em português europeu se escrever respectiva, respectivas, respectivo, respectivamente, prospecto, perspectiva e aspectos, o conversor Lince (adoptado pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 8/2011) não admite estas grafias. No entanto, em português do Brasil, tais grafias são perfeitamente legítimas — aliás, “em atendimento” a um parágrafo de um artigo de uma Lei com respectiva, respectivas, respectivo, respectivamente, prospecto, perspectiva e aspectos, ficámos a saber que “o Sr. Zeinal Abedin Mahomed Bava renunciou nesta data ao cargo de Diretor [sic] Presidente da Companhia”.
Sem sombra de dúvida, mais uma vez, eis-nos perante um “passo importante para a defesa da unidade essencial da língua portuguesa e para o seu prestígio internacional”.
Eu sempre achei muito relevante(s) o(s) fato(s) do Bava! E mais relevante ainda o fato de ele ganhar tanto para comprar tais fatos!
É o que acontece aos chicos espertos, como essa espécie de paquistanês, pago a peso de ouro para cometer constantes crimes lesa população, roubando os portugueses e chamando-os de estúpidos todos os dias. As pessoas deste país estão fartas de bavas, mexias e outros criminosos do mesmo calibre. Rua,… ontem, era já muito tarde.