Bem me parecia

que a crise dos refugiados não era um problema essencialmente europeu. É o The New York Times que o diz.
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“O século XXI será espiritual. Ou não será.” (André Malraux)

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André Malraux fotografado por Germaine Krull (por volta de 1930)

«O enfraquecimento ou o desaparecimento da religião parecem estar, para alguns, na origem do comunismo ou do nazismo. Será verdade que apenas um sentimento de entrega a algo que está acima e para além do ser humano pode criar as condições de tolerância e de compreensão entre os homens? Antes de mais: terão as religiões assegurado “as condições de tolerância e de compreensão entre os homens”?

Não foi o caso das religiões assíria [cujos deuses eram antropomórficos] e asteca [também politeísta, e xamanista]. (…) Algumas das leis mais atrozes foram enunciadas por sábios confucionistas; mas o confucionismo não passa de uma religião dos mortos. A mitologia grega não é edificante (…). Parece-me que há duas religiões que terão desempenhado o papel que a generalidade das pessoas considera verdadeiramente importante, as que unem o amor e a compaixão: o cristianismo e o budismo. Embora o tenham apenas podido desempenhar como deve ser durante uma parte da sua história.

O Cristo bizantino animou durante mil anos uma civilização de amor sem piedade. Dois em três imperadores bizantinos foram assassinados ou torturados. (…) No século XIII, o cristianismo ocidental cumpre um dos mais elevados destinos da História: constrange o Homem à virtude (…). Cria um herói submetido aos ensinamentos da sua fé (…) Através de Cristo, pelo seu exemplo. Mas não foi o suficiente.

Uma religião une os homens na medida em que faz de cada um próximo. Apesar de esse próximo se limitar, na maior parte dos casos, a ser um correlegionário, e, por mais superficial que tenha sido o humanitarismo do século XIX, somos forçados a constatar que coincidiu com um dos séculos menos cruéis da História… O principal adversário da tolerância não é o agnosticismo, mas o maniqueísmo: nazis e comunistas, mesmo se ateus, são maniqueístas. [Read more…]

Comboio de Refugiados Portugueses

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Desde os anos sessenta e durante mais de três décadas, o êxodo português em direcção a uma vida menos miserável, teve no comboio um grande aliado. Partir de comboio para as franças não era a sorte de todos; muitos dos “migrantes” (como agora se diz) portugueses que abandonavam o remanso de uma vida pobre e infeliz atravessavam as águas dos rios de fronteira a pé enxuto ou às cavalitas de um contrabandista espanhol, alto e espadaúdo.
A fotografia acima é da autoria de Joe McMillan, foi feita em 1966 na Linha da Beira Alta, não longe de Santa Comba Dão. A fotografia mostra um comboio Lisboa-Vilar Formoso, diz o autor, onde enlaçaria com um comboio espanhol. Possivelmente, esta circulação é um dos múltiplos desdobramentos ao serviço ferroviário internacional, tal era a procura. Chegaram a ser 10 comboios por dia a deixar Portugal. Se cada um levasse apenas 700 pessoas…
A máquina lá na frente fora fabricada na América quase 20 anos antes, aparecem também carruagens espanholas e outras fabricadas na Amadora. Lá dentro, portugueses buscando refúgio na Europa.
E se nos tivessem deixado náufragos?

Arame farpado da marca espanhola Mora Salazar,

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com sêlo de certificação ‘European Security Fencing’, é o fornecedor do Estado húngaro. “Limitámo-nos a fornecer o material, não fizemos a sua instalação”, afirmou o porta-voz da empresa. [canarias-semanal.org]

Religião, a mais diabólica invenção da Humanidade…

Ao longo dos séculos a fé dos povos tem sido habilmente explorada por teólogos canalhas que manipulam doutrina, incitando ao ódio e desconfiança. Se lermos os ensinamentos, cristianismo, islamismo e judeísmo apregoam a paz, a salvação. Se observarmos a prática, vemos intolerância, busca pela supremacia, utilizando muitas vezes a guerra para alcançar os desígnios…

Acordo Ortográfico de 1990: Iniciativa de Referendo

Recolha de assinaturas em Bruxelas (entre 5 e 15 de Setembro).

O medo

Então escolha lá, prefere guilhotina ou forca?

As pessoas andam inquietas. Pior do que isso andam com medo. Medo do que lhes poderá suceder com António Costa ou com Passos Coelho. Costa pede por aí “confiança”, ou seja, que não tenham medo dele. E Passos finge que as coisas voltaram, ou estão a voltar, a uma normalidade que as pessoas não reconhecem e não sentem. [VPV]

vota
Vasco Pulido Valente meteu o dedo na ferida. Saindo-se do circuito fechado onde circula a política, ou melhor dizendo, onde circulam os que acompanham a política e que estão a par do que nela se passa, há um país que não vai além do soundbites – quando a eles chega. Vejo-o nos colegas com quem trabalho, nos amigos, nos conhecidos. Ouvem e lêem os ecos da propaganda nos intervalos do xanax de zapping televisivo mas não acompanham os temas com uma profundidade que lhes permita sobre eles reflectirem e formarem opinião própria.

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Há dias assim…

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Hoje apetece-me apenas citar Salvador Allende.