Conselheiro de Pedro Passos Coelho envolvido no processo lava-jato

PPCAG

O Público avança esta noite que o director da campanha da coligação PSD/CDS-PP para as Legislativas, André Gustavo, surge mencionado na 23ª fase da investigação do processo Lava-Jato, o que levou as autoridades brasileiras a pedir informações ao Ministério Público português sobre a actividade do publicitário em território nacional. Não foi a primeira vez que André Gustavo trabalhou com o PSD e Pedro Passos Coelho, tendo sido também responsável pela campanha de 2011.

Os autos emitidos pela Polícia Federal do Estado do Paraná mencionam a participação de André Gustavo na campanha eleitoral em Portugal, aludindo ao período de 2011-2015 durante o qual, para além de dirigir as duas campanhas, terá prestado serviços como conselheiro de marketing do ex-primeiro-ministro. No centro desta fase da investigação do mega-processo de corrupção está João Santana, publicitário que trabalhou com Dilma e Lula, e a quem André Gustavo se refere, segundo o Público, como a pessoa “que me ensinou tudo“.  Santana está a ser investigado devido a uma conta bancária na Suiça com movimentos que a ligam à Petrobrás e à construtora Odebrecht, peças-chave na investigação.

Responsáveis do PSD contactados pelo Público recusaram prestar declarações mas as ligações parecem ultrapassar o âmbito eleitoral:

André Gustavo tinha acesso livre a Pedro Passos Coelho e nos primeiros anos da sua governação era visto com frequência em São Bento. O publicitário brasileiro conheceu, há quase 20 anos no Brasil, Luís Filipe Menezes, o ex-presidente do PSD, como foi confirmado pelo próprio à Visão em 2011. Mais tarde seria apresentado a Marco António Costa, que, por sua vez, o deu a conhecer a Miguel Relvas. André Gustavo começou a trabalhar para o PSD em 2010, quando o partido estava na oposição, sob a liderança de Passos Coelho.

O único registo empresarial de André Gustavo em Portugal é uma empresa unipessoal que constituiu em Outubro de 2013, em Lisboa, cujo objecto social é a compra, venda e arrendamento de imóveis. Existe ainda referência a um imóvel arrendado a Miguel Relvas, o que foi já confirmado. O ex-ministro disse ao Correio da Manhã que vive num apartamento do publicitário e que paga a renda “anualmente” e que esse rendimento “é declarado em Portugal” por André Gustavo. De acordo com aquele jornal, o imóvel pertenceu antes ao empresário Vítor Santos, conhecido como “o Bibi do Benfica”, e chegou à posse do publicitário através de uma permuta.

Luis Filipe Menezes, Marco António Costa, Miguel Relvas e Passos Coelho. Tudo bons rapazes. Fossem eles de um qualquer partido de esquerda e o ministério da propaganda já teria inundado o espaço mediático. A ver vamos, no que isto dá.

Comments

  1. Rick says:

    A sério? Não seria marqueteiro?
    E contagiou o Passos? Não será que o envolvido na corrupção investigada no Brasil se chama Sócrates e é muito apreciado por aqui?

  2. Daqui podem acusar de alguma coisa Passos? nada, a não ser que alguém com um função profissional que prestava um serviço ao partido do qual Passos era presidente tem algo a ver com lava-jato…
    Também tenho pessoas com quem me relaciono profissionalmente e até amizade que já tiveram problemas com a justiça, desde meras multas a problemas de atrasos de pagamento na segurança social e mesmo finanças. De que me acusam? Nada, mesmo assumindo que mantenho amizade com alguns deles.

    • Não Cefarria. Daí não ter feito qualquer acusação. Mas já vi acusações serem feitas por menos. O Costa, por exemplo, já foi acusado de tudo e mais alguma coisa por ter integrado o governo Sócrates por dois anos. É uma posta meramente informativa 🙂

  3. Portuga endividado says:

    Ài as Tecnoformas…Ái as Tecnoformas !
    O mocinho até é cumpridor mas…, é muito esquecido e ignorante.
    As garinas do Caixidré, costumam chamar putas às outras, antes que lhes chamem a elas…

  4. Rick says:

    Pois é! E não é que a PGR desmentiu a carta rogatória?!
    Por aqui não houve tempo para apresentar o desmentido, claro.

  5. Eu percebo que a função de muita gente não é informar. Mas um pouco de vergonha na cara ajuda a que não se usem, na propaganda, factos falsos; é o irmão do dito acessor que está implicado.

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