Emigração: a estratégia versus a declaração

costa profs frança

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Desmontar a propaganda nunca é fácil. Por reduzir a realidade a mensagens simplistas, torna-se necessário recuperar a totalidade dos factos para se descobrir a careca.

Para recordar, aqui fica a sequência de declarações que levaram à dita “histeria” da esquerda em 2011. E para se comparar, também se transcreve a declaração de Costa. O que é que resulta da comparação directa aqui apresentada? Que em 2011 houve uma sequência de declarações a apontarem a emigração como solução para o desemprego. E que, em 2016, há uma declaração onde também se fala de emigração.

A declaração de Costa é lamentável, mas isso não faz dela um apelo à emigração. Se os generais do PS vierem para terreno adicionar argumentos a favor da emigração, tal como aconteceu em 2011, cá estarei para juntar a minha voz à “histeria”. Até lá, tenham paciência, desonestidade intelectual é querer equiparar as duas situações.

Referências:

Comments

  1. J.V. says:

    “Desmontar a propaganda nunca é fácil. Por reduzir a realidade a mensagens simplistas, torna-se necessário recuperar a totalidade dos factos para se descobrir a careca.” Grande frase de abertura, que vai para além do artigo e descreve todo o espírito do Aventar. Continuem…

  2. fleitao says:

    Embora o conúbio PSD-CDS, ou Passos-Cristas (herdeira de Portas) nos tenha habituado a uma batota descarada, ainda tínhamos de ver a vergonhosa montagem feita à volta das declarações do Primeiro Ministro em Paris. Declarações que, estando a seu lado, o PR já afirmou não ter tomado no sentido que ora lhe apontam os difamadores de serviço à nobre causa de deitar Portugal abaixo. É a direita mais reles de que há memória.. E estúpida como um tamanco.

  3. beacon says:

    “desonestidade intelectual é querer equiparar as duas situações”… é que até parece que quando Passos Coelho produziu uma afirmação em tudo e na essência semelhante à do actual Primeiro Ministro auto-eleito, não lhe caíu tudo e mais um par de botas em cima. Desonestidade mental é querer reescrever a história passada e, já agora, o presente.

    • j. manuel cordeiro says:

      Duas coisas. 1. A declaração de Passos Coelho surgiu como culminar de uma sequência de declarações, mas percebo que lhe custe reconhecer que a estratégia existiu. 2. Vá ler a Constituição e apareça. Ou então, tome um renie para acalmar.

      • beacon says:

        é realmente um comentário cheio de profundidade intelectual ou seu j. manuel cordeiro, vejo que lida bem com o contraditório, o que não deixa de ser curioso sendo este um blog da sua autoria. O seu comentário acaba por confirmar o meu ponto, relativamente a qualquer objectividade que pudesse existir na “análise” aqui publicada. Continue assim que vai bem.

        • j. manuel cordeiro says:

          Vamos lá então perder um pouco de tempo com V. Exa.

          “é que até parece que quando Passos Coelho produziu uma afirmação em tudo e na essência semelhante”

          A resposta a esta parte foi o ponto 1. Leia o post para perceber o resto.

          ” à do actual Primeiro Ministro auto-eleito”

          A parte 2 do que lhe respondi é para esta pérola. Novamente, leia a Constituição para perceber.

          “, não lhe caíu tudo e mais um par de botas em cima. Desonestidade mental é querer reescrever a história passada e, já agora, o presente.”

          A parte da azia cabe aqui, nomeadamente na parte do reescrever a história, pois é isso, precisamente, que está a tentar fazer: procurar passar uma esponja no facto de ter existido uma estratégia de incentivo à emigração, por um lado, e que uma declaração lamentável, por muito que queira, não faz uma estratégia.

          Quanto ao seu último comentário, nada acrescenta, resumindo-se a verborreia sem substrato.

          Já agora, fique sabendo que o Aventar é um blog de diversos autores.

  4. uma coisa é comparar declarações para desfazer uma embrulhada suja dos média de direita e outra é comparar frases soltas para chegar ao ponto da embrulhada suja.
    Gostei muito deste post porque faz um comparação argumentada e clara.
    Passos Coelho claramente fez as declarações no quadro duma pertença “solução” para o desemprego.
    António Costa meteu uma frase idêntica no quadro do desenvolvimento de destacamento de professores para dinamizar o ensino do português no estrangeiro.
    Trata-se de destacamento de professores e não de emigração.
    Logo aí a comparação que os média fizeram é nula e fora de contexto.
    Depois criar destacamentos de professores no estrangeiro é uma maneira como qualquer outra de criar emprego dado que não se trata de partidas para o estrangeiro como emigrantes mas temporárias dentro do quadro da função pública nacional, ou de contratos com o Estado francês.
    Também aqui é preciso não ter a menor ideia do que é emigrar para não perceber a diferença.

    Estou ciente que estas explicações se dirigem a pessoas de boa fé que as compreenderão sem grande dificuldade.
    Se tiverem dúvidas, as estes aceito responder.

    Os da propaganda que alimentaram esta campanha badalhoca que comam a merda que fizeram e limpem a boca com papel higiénico.
    Não vou perder tempo a responder às suas falsas dúvidas para empatar.

    boa tarde

  5. Isto agora vai ser sempre assim?
    Qualquer declaração da treta vai ser esmiuçada até ao infinito para tentar encontrar incoerências, ou melhor, forçá-las que é basicamente a estratégia a que a direita está resumida.
    Claramente que a direita portuguesa sofre um grande défice de objectividade. Continuo com um pé atrás e a olhar de lado para o PS e o Costa mas, olhando para as declarações deste, não estou mesmo a ver porque raios andam os direitolas com as cuecas a arder. Sim, é feita uma referência à emigração (como possibilidade e não como solução lá está, mas é preciso ler as coisas como deve ser) mas quer o contexto quer a intenção do discurso não podiam ser mais distintas.
    É que estamos num ponto em que se amanhã o Costa pedir trocos a um assistente para comprar pastilhas elásticas aparece logo o Ministério da Propaganda a comparar com as dificuldades que o Cavaquinho teve de pagar a conta da água com os 10.000€ de reforma.

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  1. […] E sabes o que foi “o sucesso das reformas laborais do anterior governo”? Quase meio milhão de portugueses de elevadas qualificações que abandonou o país porque apelar à emigração fez parte da estratégia. […]

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