A defesa de Pedro Passos Coelho

Há duas linhas de defesa a serem usadas quanto ao tiro nos pés que Passos Coelho deu em si mesmo. 

A primeira é que ele não mentiu. Foi induzido em erro e cometeu uma gafe. Poderíamos discutir se quem propaga uma mentira estará ou não a mentir, mas nem precisamos de por aí entrar. Passos Coelho afirmou que soube de um suicídio por “notícia particular”, que terá recebido de “pessoa de família”. Acreditando nas declarações de João Marques, que afirmou ter sido ele a levar Passos Coelho ao engano, então houve uma mentira factual e intencional. Assunto arrumado.

A outra linha de defesa é a relativização, pela afirmação de que Costa também mentiu. Apesar de não seguir atentamente tudo o que se diz, não me surpreende que assim seja. Mas este é um argumento que apenas serve para controlo de danos, procurando desviar a atenção do essencial: a mentira de Passos e a precipitação ao tentar tirar dividendos políticos da desgraça alheia. 

Como já antes referi, continuem assim que Geringonça agradece. 

His master’s voice

Ao ouvir o forum da TSF hoje e depois de ver os títulos dos anteriores depois do incêndio, por que será que sempre que o PS é governo a TSF (dita de referência) é mais exigente com a oposição?

Os suicídios de Pedrógão Grande, ou Como levar Portugal a sério

Foto: Nuno Veiga/Lusa@Funchal Notícias

Pedro Passos Coelho deslocou-se a Pedrógão Grande para fazer política e não resistiu à tentação do dividendo fácil pós-tragédia. Após ter sido briefado por João Marques (PSD), um “dinossauro” autárquico que governou o município fustigado pelas chamas entre 1997 e 2013, posteriormente afastado pela lei da limitação de mandatos e novamente candidato este ano, depois de curto interregno como provedor da Santa Casa da Misericórdia de Pedrógão, Pedro Passos Coelho agarrou a oportunidade e decidiu roubar os holofotes ao jornalista Sebastião:

eu tenho conhecimento já de vítimas indirectas deste processo, pessoas que puseram termo à vida, pessoas que em desespero se suicidaram, e que não receberam em tempo o apoio psicológico que deveria ter existido

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A Wikipédia é coisa de comunas; vamos criar uma Wikipédia para direitolas. 

Foi o que fez o escritor de ficção científica e militante de extrema-direita Vox Day, pseudónimo literário de Theodore Beale. Para isso, copiou os conteúdos da Wikipédia para um novo site, o Infogalactic (muito bom começo para quem endeusa a propriedade privada) e “convida” os leitores a endireitarem os conteúdos. Bom, simula que convida, pois a criação de contas que permitam editar conteúdos está sujeita a aprovação e, actualmente, nem sequer está a aceitar novas contas. Controlo sob as alterações, portanto.

Vox Day defende que um apoiante de Trump, de extrema-direita, não deveria ter que ler os mesmos conteúdos que um marxista leia. Por trás desta simples ideia está um gigante de preconceitos.

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