Aos bimbos e às bimbas: fazemos vaquinha para expatriar o Hugo e salvá-lo desta Venezuela europeia?
Portugal não é a Venezuela. Portugal é Portugal, mas o Hugo é dos que acham que o PS, por ter “socialista” no nome, é, de facto, socialista; ou que o PSD, por ter “social-democrata”, seja realmente social-democrata – só isso demonstra que somos, de facto, Portugal. Ao Hugo falta ler mais e ler melhor, ver mais e ver melhor: pois, dizia Francisco Fanhais na sua “Cantata da Paz” que se “vemos, ouvimos e lemos”, então, “não podemos ignorar” – o Hugo aparenta ler pouco, ouvir mal e ver o que lhe convém. O Hugo não tem de pensar igual a uns, nem diferente de outros, mas sim pensar por ele : o princípio democrático aceita de bom grado que pense diferente; mas o princípio democrático também repele os Hugos da vida, que são anti-democracia e manipulam para proliferar: André Ventura…? Quem?
A extrema-direita ganha forma, ganha força e ganha ódio. O Hugo tem 22 ou 23 anos, frequentou exactamente a mesma escola secundária que eu. À época, e usando do clichê, parecia um miúdo normal, como o são tantos outros que, aos 17 e 18 anos, estão ainda na definição do carácter e do seu caminho. Estudou Ciências e Tecnologias, o que, à partida, poderia indicar que acabaria o 12.º ano preparado para enfrentar a vida com o conhecimento científico que nos impede, julgamos nós, de enveredarmos pelo caminho do populismo (um conceito, em si, anti-ciência, mas que terá a sua cientificidade). O Hugo cresceu, no seu contexto, moldou-se. Não privei assim tanto com o Hugo da escola secundária, que apesar de parecer pouco desenvolto para a altura nas conversas que tinha, parecia minimamente empático e nada reaccionário nas suas abordagens.
O Hugo jogou polo-aquático muitos anos e, segundo sei, com bastante sucesso. Deduzo que o esforço físico e o número/nível de pancadas na cabeça tenham prejudicado o crescimento do Hugo e consequente desenvolvimento cognitivo. Poderá ser uma explicação para o desvio do Hugo, neste caso concreto, mas não explica o desvio de outras centenas de jovens, nascidos na década de 90, pois nem todos somos do polo-aquático, mas alguns já são da extrema-direita.
A vulgarização da mentira e da manipulação, sem atender à História, a factos concretos e baseado em ‘memes’ e em títulos “sensacionais” que em nada reflectem a realidade, é hoje o quotidiano quase normal que encontramos se abrimos os facebooks. E, se deixarmos, os Hugos multiplicam-se. A nossa função, é re-educar os Hugos. Isto, para dizer que a extrema-direita não é apenas o tio beberrão que grita impropérios racistas na noite de Natal. A extrema-direita não é só o odioso político solitário que grita como cinco, na Assembleia da República. A extrema-direita é, também (ou já é, também), o vosso colega de escola que parecia encaminhado, há uns anos, para uma boa carreira nas Ciências ou no Desporto, parte da geração Z, com o mínimo de escolaridade e informação ao alcance. O que é perigoso, pois tem mais capacidade de manipular informação o Hugo, de 22 anos, do que o Vítor, de 58. A era da internet só veio ajudar.
Perceber o porquê deste contorcionismo mental de jovens nascidos dos anos 90 para a frente, os porquês de usarem a manipulação da verdade para fabricar mentiras que se espalhem como factos, sendo estes jovens formados e informados, é fundamental. São Hugos como este Hugo, que se ofendem com personagens como Mamadou Ba, querendo deportá-lo, por este “falar mal de Portugal”, que passam a vida a falar mal de Portugal, sem que ninguém lhes diga “vai mas é para a Venezuela, pá!”. Salvemos os Hugos, para percebermos o porquê de se terem “fascizado” tão cedo na vida, mas separemos os Hugos dos Chávez e os Vítores dos Orbans, para que Portugal não se torne nem a Venezuela da Europa, nem a Hungria da Península Ibérica.

retirado do Facebook
Ps. Hugo, escreve-se *reflectirem.
Pode parecer estranho aos abrilescos esquerdalhos que haja quem tendo nascido português se orgulhe da História do país e se ofenda quando lhe insultam o bom nome.
Ser-lhes-à provavelmente ainda mais estranho que haja quem os considere uma cambada de cretinos embalados pelos acordes de uma herança cultural de desertores e soviéticos que mais não fizeram que demonizar o país para justificar as suas traições e as suas servidões ideológicas.
Mas sobretudo o que os alarma é que haja jovens que resolvem avaliar a obra de destruição que semelhante cambada faz na vida e nas memórias do país.
O advogado dos Hugos.
Mesmo que fascistas, têm direito à sua defesa. Não muda o facto de serem fascistas, mas sim, todo o direito.
Poderá, o Menos, pelo menos, e pelos Menos e pelos Hugos, quantificar quanto levará pelo seu serviço de defensor dos fachos e da consequente pátria que os pariu. E nisto dos partos de patriotas, hoje em dia é estranho que continuem a nascer os filhos dessa putrefacta pátria, pois o aborto já é legal… abortem-se os fachos, muito melhor que os matar.
Os portugueses de bem já têm partido. Agora também têm advogado… Better Call Menos!
Como toda a besta esquerdalha só vez dois motivos de crença: dinheiro e ideologia totalitária.
De facto, tudo vem num só pacote de subordinação ao Estado, no que se igualam aos fascistas, que sempre invocam para disfarçar o quanto os iguala.
Cambada de vigaristas sem-vergonha!
Aperte as costuras, está a estrebuchar, ó sr. advogado de Salazar.
Menos, muito menos, está bem?
Projecções ao almoço não te causam indigestão?
Bom, já que se orgulha tanto da História do país, também não se percebe porque se ofende com a união com Espanha, o 25 de Abril, os pedidos de “ajuda”, o SNS e por aí adiante. É uma traição patriótica muito selectiva.
Perdoem a ignorância, quem é o Hugo Marques?
Google: “Hugo Marques é um futebolista profissional angolano que atua como guarda-redes”. Palpita-me que não será este.
O Hugo Marques disse algo no Facebook? E?
“A extrema-direita é, também, o vosso colega de escola”… calma lá. Onde começa a extrema-direita do João Maio?
Em quem critica o Mamadou? Quem constata que a maioria dos ciganos não se quer integrar? Quem questiona a identity politics? Quem rejeita que as obsessões identitárias – raça, género, religião – importem mais que a classe e o dinheiro? Quem esteja farto da cancel culture, da histeria woke, do policiamento PC?
Se assim é, João, há realmente muita gente de extrema-direita. Mesmo muita. Cada dia mais.
O Filipe Bastos consegue ter toda a razão e razão nenhuma ao mesmo tempo. Pode não ter muita coerência, mas tem óptima elasticidade. É escolher a parte boa e deixar a má na beira do prato.
Apesar de tudo, acho magistral. E está de parabéns.
Liberte sempre.
Obrigado, João.
Como há várias e legítimas razões para rejeitar a v/ mania de chamar extrema-direita e fascista a tudo e mais umas botas, sou claro quanto à minha razão principal: é no melhor dos casos uma distracção, no pior uma traição.
Uma traição à igualdade, o princípio basilar da esquerda. A desigualdade é tolerada, desde que haja mais umas minorias nos conselhos de administração e nos 50.000 ‘activistas’ que passam os dias a berrar no Twitter e a viver à conta.
Foi a forma arranjada pelas elites esquerdóides para manter a sua confortável vidinha, enquanto se dizem revolucionários e progressistas. Talvez não seja o seu caso, mas é o de muitos.
No melhor dos casos é uma distracção. Num mundo cada vez mais desigual, onde fortunas obscenas crescem a cada dia, esta obsessão identitária e a vitimização permanente distraem do essencial e pioram tudo: alienam as pessoas, dividem as classes, denigrem a esquerda, até reforçam os mamões.
Basta ver a recente histeria BLM. Até banqueiros se prestaram à ridícula genuflexão em frente às portas dos cofres. Claro: não custa nada, não muda nada. Todas as multinacionais, todos os mamões adoram e abraçam a causa woke.
Se isto não faz soar alarmes à esquerda, não sei o que fará.
Se acha que organizações como o BLM se contentam com anúncios da treta e filmes branqueadores, continua no mundo da lua.
A v/ esquerda tenta impor o BLM e a identity politics à força, enquanto injuria e hostiliza a larga maioria da população, a começar pelo seu próprio eleitorado, e os outros é que vivem na Lua? Certo.
Se o Filipe não aceita que a vida, segurança, e liberdade dos outros importa, qual a surpresa?
Se o Filipe não sabe que os predecessores na luta pela igualdade e boa parte das organizações de direitos civis são fortemente Marxistas, e, portanto, como não podia deixar de ser, ligada aos direitos laborais, como não anda na lua a “pensar por si”? É só ignorante?
O Filipe Bastos vê isso dessa forma. Acho legítimo. É a sua visão e fórmula a sua opinião a partir disso. Como disse, legítimo.
Perde-se é nas balas que dispara para o ar e que não acertam em ninguém.
Consigo adorar e desprezar ao mesmo tempo. É uma mistura sentimental difícil de gerir na mesma medida que as suas opiniões sobre temas.
Não sei se são balas e não sei se acertam, mas o meu alvo – aqui – é a esquerda histérica no ‘identitarismo’ e moderada, i.e. pífia, no que importa.
O João Maio, o João Mendes e o Paulo Marques são exemplos dessa esquerda. O jornal Guardian é a v/ catedral. No Aventar, honra lhe seja, pelo menos não se censura. O Guardian censura tudo.
“Dessa esquerda”… que o seu alvo é a esquerda em geral, já se percebeu. Eu não sou dono de nenhuma esquerda, e suspeito que João Mendes também não, assim como o Paulo Marques, que não conheço. Nem reféns de nenhuma outra, desconfio.
O Guardian? Conheço mas não leio. Tinha o Público à mão como insulto e foi buscar o Guardian. Vá, não lhe dou mais ideias.
Vir ao Aventar alvejar a direita é que seria estranho, não acha? Seria como querer caçar ursos polares na Baixa da Banheira. Anda cá um ou outro direitalha, mas são os bombos da festa.
Esquece-se que o Guardian é neoliberal, pró-EU (redundante, eu sei), e despreocupado com direitos laborais e serviços universais a bem das contas (porra, mais redundância). Apesar de ler que tem alguns melhores artigos por estes dias, dispenso. Isso é mais com as CFAs.
A não ser por alguns cabeçalhos, mas isso normalmente é o que está mais à mão. Só que quem ouço a fazer comentários e análises marxistas está sempre a ser negado direitos, é um bocado empático borrifar-me. E de solidariedade de classe.
Não sei se é possível?!
Mas pretendia dar o meu ponto de vista sobre os tais partidos citados (…) “o PS, por ter “socialista” no nome, é, de facto, socialista; ou que o PSD, por ter “social-democrata”, seja realmente social-democrata”!!! Faltado; o PCP, por ter “comunista” não é, comunista…
E a China não é uma República e a Coreia do Norte não
é uma Democracia.
E uma rosa, continuará a ser uma rosa?
O PCP poder-se-ia chamar PSCP, na boa.
Em Portugal, durante algum tempo, eram todos socialistas.
Mas na linha de pensamento…o “Centro Democrático Social” é tudo menos social. O Iniciativa Liberal é mais neo da coisa do que a coisa em si. O Chega “de tachos e corrupção” é feito, precisamente, de tachos e corrupção.
Falei do PS e do PSD por serem os partidos do arco da governação (juntamente com o CDS, que me falhou no artigo, mas que também come da gamela…).