Chega: disparar primeiro e depois se vê

Uma das bandeiras do Chega é, como se sabe, a subsidiodependência. E o Chega, quando agita bandeiras, faz uma barulheira desgraçada.

Penso que podemos entender subsidiodependência como um sinónimo de parasitismo. Não haverá apoios sociais sem parasitismo, como não há medicamentos sem efeitos secundários.

A questão está em se a dimensão do parasitismo e dos efeitos secundários é suficiente para medidas mais drásticas. Depreende-se, então, do discurso do Chega, que a subsidiodependência é uma praga social, com multidões de parasitas alojados no erário público ou, para usar o chavão de Ventura, num país em metade vive à custa da outra metade, o que inclui Mercedes à porta e telemóveis e o diabo a quatro.

Diga-se, de passagem, que o parasitismo endémico, pandémico ou localizado deve ser combatido.

Nos Açores, o Chega alcançou uma boa votação com este discurso de combate à subsidiodependência como um problema, defendendo que é preciso reduzir os apoios sociais. A responsabilidade epistémica, a que se refere o César no seu magnífico texto, obrigaria a que o anúncio deste problema estivesse ancorado num conhecimento profundo.

Parece que, afinal, falta ao Chega-Açores esse mesmo conhecimento profundo, como se pode deduzir do pedido que fez à Assembleia dos Açores, com o deputado do partido a pedir informações sobre o RSI na região.

Diz um ditado antigo: “Quem não tem vergonha, todo o mundo é seu.” Nem responsabilidade, nem epistémica – o Chega é o pistoleiro bêbedo do faroeste que dispara primeiro e depois se vê.

Comments

  1. JgMenos says:

    Qual conhecimento profundo?
    Tudo isto é um novelo de irresponsabilidades e tolerâncias..

    Como quem não paga renda de casa pode manter-se tempo indefinido sem ser despejado e deixar as casas desfeitas – as rendas de casa são caras.
    Como as rendas de casa são caras, quem se empenha para comprar cada própria ou tem rendas antigas não pode movimentar-se sem grave prejuízo.
    Como não se deslocam para empregos possíveis ficam pendurados nos subsídios, quando desempregados, ou agarrados a empregos ‘prá vida’ com salários miseráveis.
    Como o sistema não pode impor desastres financeiros, ou deslocações antieconómicas instala-se a tolerância.
    Instalada a tolerância aproveitam-se chulos e vigaristas.

    A treta esquerdalha põe demasiados a sustentar demasiados.

    PS: ‘Direito à habitação’ – nem abrigo temporário a despejados sabem dar, os treteiros!
    ‘Assistência social’ – dão-lhes apoio psicológico e nada de encaminhamento para soluções de vida, os trengos!

    • António Fernando Nabais says:

      Já foste à missa, porquinho? Tem cuidado, que lá pregam tolerâncias e amor, coisas que a que és alérgico. Portugal tem mesmo um problema com a comunidade chegana!

      • JgMenos says:

        Caiu-te mal?
        É natural, a tolerância à mama e à chulice é o essencial da ideologia esquerdalha.
        A coisa funciona assim: cada bardamerda decide o que quer; se não sabe, ou não pode lá chegar, clama por direitos e estende a mão ao subsídio.
        O direito à chulice é fundamental ao esquerdalho.

    • POIS! says:

      Pois aqui temos, finalmente…

      A pré-publicação da ansiada nova obra de JgMenos “Teoria Geral dos Subsidiados – Volume 1- Como Reconhecer Subsidiodependentes de Muito Longe Sentado Confortavelmente na Sua Varanda a Vê-los Passar em Velozes Mercedes e de Telemóvel em Riste”.

      • Abstencionista says:

        Segundo informação tua és proprietário de meio apartamento.

        Como és um azeiteito avençado é suposto que o teu namorado, proprietário da outra metade do apartamento, tenha sido ele que o pagou na totalidade.

        1 – Pagou ao empreiteiro, ao banco, os impostos, a escritura, hipotecas, etc, quando o comprou.

        2 – É ele que o mantem pagando o iva das obras e o imi.

        3 . E será ainda ele, quando entender que te deve mandar pró xaralho, que vai ter de pagar os impostos quando o vender.

        Mas não desanimes que pode ser que o partido te ofereça um apartamentozinho num bairro social, com uma renda simbólica, (que não pagarás), onde poderás apreciar a beleza da cultura daqueles que não se pode dizer o nome.

        Claro que corres o risco do teu vizinho da etnia que não se pode dizer o nome entender que precisa do teu apartamento para lá meter o filho de 47 anos, (que vai casar com uma mulher de 14 anos), e correr contigo de lá enquanto o diabo esfrega um olho.

        Bjs

        • POIS! says:

          Pois…

          Já todos verificámos que vosselência, recuperado da ressaca das festas voltou ao seu posto.

          Ou seja, voltou a marrar!

          Ao contrário de Vosselência, não tenho namorado.

          Por isso todo o resto do “comentário” está completamente prejudicado.

          Guarde os beijinhos para o Bobbi, que já o está a chamar para ir para o leito para junto do seu amado.

          Vá andando!

    • Paulo Marques says:

      Há uma solução trivial, construir mais casas com a mão de obra parada.
      Mas diz bem, não há alternativa no esquema do Coisinho a quem não tem capacidade para mudar a sua situação dentro do sistema.

  2. Filipe Bastos says:

    De acordo com o Nabais, mas – tal como a conversa dos ciganos – a conversa da metade do país que vive à custa da outra metade tem bastante aceitação. Muita gente concorda.

    Não é sequer preciso gostar do Chega ou do pulha Ventura. Sabe porquê, Nabais? Porque corrobora o que muita gente suspeita e, lamento informar, o que muita gente vê.

    Poderá não ser metade do país; mas que português não sabe de tachos e tachinhos, cunhas e compadrios, obras e derrapagens, esquemas e subsídios sacados por chulos e trafulhas de todas as cores políticas? Muitos deles, sim, montados em Mercedes?

    Só se o dito português for cego, surdo e incorrigivelmente ingénuo. E muitos que não vivem de tachos ou trafulhices vivem na mesma à conta dos outros, através da mama imobiliária, casinos financeiros, criptoponzis e outras formas.

    Como mais se compra carros e jipes de 60, 80, 100, 120 mil euros, como os que se vêem aos magotes neste país miserável, Nabais? Acha que é a trabalhar?

    • Paulo Marques says:

      O que sei é que o conhecimento de matemática é uma miséria.

Discover more from Aventar

Subscribe now to keep reading and get access to the full archive.

Continue reading