Em 1991 caía a União Soviética.
Formada em 1922, depois da revolução soviética de 1917, teve o mérito inicial de depor os cazaristas que usurpavam ao povo o que era do povo. Depois disso, mais imperialismo, fome, terror e morte. Durante os anos em que esteve edificada, e ao contrário do seu propósito inicial, a URSS mais não foi do que um Estado imperialista, comandado por um psicopata tirano que governou como governam todos os psicopatas tiranos: a bel-prazer e tirando, para si e para os seus, os maiores dividendos, mantendo o povo de barriga colada às costas. Foi assim com Estaline, foi assim com Hitler e Mussolini, foi assim com Franco e Salazar, é assim com Putin e Castros, é assim com Maduro e Xi, é assim com Órban e foi assim com Netanyahu, é assim com a maioria dos presidentes norte-americanos, que vão provando a decadência do “sonho americano”.
Depois do preâmbulo, voltemos a 1991, aquando da queda da URSS. Cai a URSS, ficam a Federação Russa e um punhado de países, agora independentes. Ora, depois de assinados os acordos que dissolviam a União Soviética e dada a independência aos países do antigo Bloco de Leste, várias questões se levantaram. Uma delas a das armas nucleares. Como é sabido, os vários países que compunham a URSS ficaram, depois de 1991, detentoras de ‘n’ armas nucleares. Mas não por muito tempo. Em 1994, Boris Ieltsin e Leonid Kuchma, presidentes da Rússia e da Ucrânia, respectivamente, firmavam o Memorando de Budapeste. Este Memorando aprovou o envio de cerca de mil e seiscentas armas nucleares remanescentes da URSS, por parte da Ucrânia, à Rússia.
Mas não há bela sem senão. Segundo Arturo Zoffmann Rodriguez, investigador no Instituto de História Contemporânea da Universidade Nova de Lisboa, “(…) os promotores desta iniciativa foram, de facto, os norte-americanos, que receavam o espalhamento do arsenal nuclear soviético em pequenas repúblicas recém criadas e politicamente instáveis. Além disso, a enorme concentração de armas nucleares na Ucrânia era um entrave à expansão da NATO para o Leste”. Em troca? “A garantia de nunca ser ameaçada ou invadida”. Segundo o historiador e professor, os termos do acordo são explícitos, “a Federação Russa, o Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte e os Estados Unidos da América (EUA) reafirmam a sua obrigação de abster-se da ameaça ou do uso da força contra a integridade territorial ou a independência política da Ucrânia, e que nenhuma de suas armas jamais será utilizada contra a Ucrânia, excepto em legítima defesa ou de outra forma, de acordo com a Carta das Nações Unidas”, pode ler-se no Memorando.
Portanto, sem delongas, a ver se percebi bem. Primeiro, cai a URSS. A URSS detinha armas nucleares. Não sendo mais URSS, significa isto que os vários países que dela faziam parte ficaram na posse de armas nucleares. Os Estados Unidos da América, com a intenção de expandir a NATO para Leste, e sabendo da instabilidade a que os países que se libertaram da URSS estavam sujeitos, decide dar a dica: “Hey, Mother Russia, não queres ficar com as armas nucleares de novo todas para ti e, em troca, prometemos que nem nós, nem vocês, atacaremos a Ucrânia?”. E, aparentemente, a Federação Russa (desconfio que muito a custo) lá disse: “Spakoina, és um génio, Big Brother!”.
Chegados a 2022, diz que a Rússia, munida do seu imperialismo, nacionalismo e ameaças nucleares, lá invadiu a Ucrânia, num conflito que, mesmo que muitos pareçam esquecer, começou em 2014 (ou até antes). Ora, continua o historiador, que se debruça sobre a História da Rússia, “formalmente poderia argumentar-se que esta invasão e ataque militar constituem uma violação do acordo alcançado em 1994”, mas “a questão acaba por ser irrelevante neste contexto, pois a Rússia não considera o regime da Ucrânia como legítimo desde 2014”. Mais se acrescenta que, apesar de se poder considerar este ataque russo como uma violação do Memorando de Budapeste, é preciso “não ignorar as mudanças que têm acontecido desde 1994, assim como o facto de terem sido sobretudo os EUA, e não a Rússia, quem pressionou a Ucrânia a abandonar o arsenal nuclear”.
Mais se prova que, quando se fala “dos meus” filhos da puta e dos filhos da puta “dos outros”, estamos mesmo a falar da mesma espécie: filhos da puta. Basta ter fé nas fezes que nos vão depositando. E não sermos todos uma cambada de filhos da puta. Só o povo salva o povo. Esta Terça-feira, num discurso no Parlamento Europeu, o presidente ucraniano disse: “Sem vocês, a Ucrânia ficará sozinha. Provem que estão connosco!”. Zelensky… eles não estão convosco. E não é de agora.

Boris Ieltsin e Leonid Kuchma, presidentes da Rússia e da Ucrânia, respectivamente, trocam documentos e apertam as mãos no Palácio Mareensky, em Kiev, durante a cerimónia de assinatura do Tratado de Partição sobre o Estatuto e as Condições da Frota do Mar Negro, em Maio de 1997, cerca de três anos e meio depois de terem firmado o Memorando de Budapeste, na Hungria, baseado na questão do armamento nuclear. Fotografia: Agência Lusa
“é assim com a maioria dos presidentes norte-americanos, que vão provando a decadência do “sonho americano”.
Tanto assim é que catervas, hordas, multidões, paletes de pessoas tentam fugir dos EUA. Aliás, o México, até quer fazer um muro, pago pelos americanos, para evitar tanto white trash nas suas comunidades a pedir emprego de jardineiro. E Cuba então, nem se fala, balsas e balsas a chegar. E a coluna de pessoas que vai descendo a pé da do Texas, dos Dakotas e das Carolinas rumo à América Central para viver o sonho Hondurenho e Guatemalteco.
Caro João, há limites para a retórica da “barriga colada às costas” nos USA. As falsas equivalências exageradas não ajudam na sua mensagem.
Não tentam fugir dos EUA porque já não têm para onde fugir, depois de terem fugido das suas terras natais.
Não seja simplista. Os EUA têm cerca de 40 milhões de pobres e milhares a viver em tendas na rua. Em certos aspectos, não diferem muito de alguns países de terceiro mundo. Só que ao contrário desses países, são mais hábeis a esconder o lixo por debaixo do tapete.
Simplista é você que equivale os EUA ou Israel à URSS. Se nao vê a diferença, é um caso perdido.
Quem os está a tentar equivaler, não sei por que ânsia, é o Alberto. Eu não os equiparo, são todos bem diferentes uns dos outros. Só que são todos uns pulhas… diferentes uns dos outros. Uns largam bombas no Iraque, outros recebem ajudas externas para largar bombas em Gaza, uns mataram milhões à fome a Leste, outros têm milhares de presos políticos no Caribe, uns perseguiram, torturaram e mataram no Tarrafal, outros perseguiram, torturam e mataram em Espanha… vai por aí fora. Faltou-me incluir os petro-Estados.
Eu desprezo-os a todos. Se para si há uns melhores, outros piores… é consigo, não me meto.
Não seja desonesto. Eu referi especificamente os povo com a barriga colada as costas. E sim, as migrações são a prova que ha uns melhores que outros. Pergunte aos soviéticos que foram para os EUA. Ou aos ilegais que preferem ser pobres no EUA que remediados nos seus países. Porque não voltam?
Sim, mas repare: só trocaram de lugar. Agora, em vez de passarem fome nas Honduras ou noutro sítio, passam fome nos EUA. Ou, se não passam fome, também não se lambuzam. Não sei que realidade conhece, mas sim, deve haver casos de sucesso.
É o sonho americano.
Bem melhor que o sonho Soviético. Percebo que para si são todos idiotas. Vão ao engano. Se ao menos existisse uma forma dos que estão avisar os que ficam para nao irem tb…sei la, telefone ou internet. É um drama.
Houve sonho soviético? Eu achava que tinha sido pesadelo. Você dá com cada uma…
O Alberto deve achar que sair de um país para outro é fácil e, quando se sai de um para outro, se não se gostar do novo, volta-se para o antigo ou vai-se para outro. Acho que não somos todos nómadas, mas você lá sabe.
E há gente que insiste em não fugir da ditadura socialista… Chiça.
O profundo analista conclui que deslocar as armas nucleares para a Rússia foi ideia dos EUA que, querendo expandir a NATO para leste (a entrada é a pedido do país aderente) não queriam lá encontrar armas nucleares!!!!
Este rapaz tem lugar no Conselho de Segurança da ONU como consultor de 1ª!
“En 1990, Ucrania decidió renunciar a las armas nucleares que quedaban en su territorio a cambio de seguridad y reconocimiento como país independiente. Todo quedó pactado a través del Memorándum de Budapest, un acuerdo firmado entre el gobierno de Ucrania, Rusia, Reino Unido y Estados Unidos tras el fin de la URSS. En el documento, firmado en 1994 en la capital húngara, Ucrania se comprometió a adherirse al Tratado de No Proliferación de Armas Nucleares (TNP) y devolver a Moscú las ojivas dejadas en su territorio.”
https://www.bbc.com/mundo/noticias-internacional-60564815
Sim, mas era suposto os signatários do memorando de Budapeste assegurarem a integridade territorial do Casaquistão, Bielorussia e Ucrania.
Mas como os memorandos foram escritos em Hungaro algo se perdeu na tradução e em 2014 um dos signatários decidiu não entender o que significava “integridade territorial”.
Eu apostaria na lobotomia, Menos. A medicação já não te está a ajudar.
Eh, pá! Na lobotomia não!
Ainda nos arriscávamos a que o Menos ficasse minimamente normal! A malta precisa de se divertir!
Adorei ler este artigo de opinião. Será o João também um comediante a caminho de presidente?
Insulta quem não concorda consigo nos comentários do blog onde escreve, palminhas.
Diz que o memorando refere explicitamente “a Ucrânia entregou as armas nucleares….” mas culpa os EUA por tudo. Só não chama fdp à esquerdalha que representa, de rir.
Parabéns pelo início de carreira João. Como comediante, claro.
Pois pois!
Já Vosselência mete uma piada do caraças!
Tou farto de rir dos fãs da direitrolhada à solta. Mesmo muito farto.
Meu fã, não insulta nada, não seja dissimulado. Se quiser, apresento-o ao Menos. Só se estraga uma casa, vai ver. E passa a serem “fãs” um do outro. O que acha?
Isto da guerra anda a deixar a cabeça de muito bom fã em água… diz que estão desiludidos com os seus ídolos, estes fãs…
Ó homem, não gostas, passa a frente, mas não contestes a História documentada, fazes figura de besta.
Só faltou ir buscar umas fotografias um bocadinho mais recentes de certos filhos da puta, do bem e do mal, juntinhos na ópera e coisas assim para ser uma pessoa ainda mals horrível, João. Não se esqueça, a verdadeira luta pela liberdade é a luta pelo mundo azul e vermelho com dois minutos de ódio de vez em quando.