Começo a pensar, seriamente, em sair de todas as redes sociais. O pior é que, no mundo global de hoje, todos nós, mais ou menos, dependemos, directa ou indirectamente, das redes sociais. No meu caso, por causa da Fotografia, uso o Instagram para divulgar trabalho.
Mas isto é o cúmulo dos cúmulos. É a normalização do ódio como um todo (porque, convenhamos, já ele estava normalizado há muito nestas redes). É a banalização da atrocidade. É a apologia da indiferença.
Eu não estou contra a Rússia enquanto país. Eu não estou contra os russos enquanto povo, porque para mim também eles são joguetes e sofrem às mãos do tirano que os governa há décadas. Em meu nome, não. Banalizar os insultos a um povo, seja ele qual for, é não entender nada do que nos trouxe até aqui. É não perceber minimamente o conceito de empatia. Eu sou pela causa Palestiniana, mas não estou contra o povo de Israel.
Sei que a Meta, dona do Facebook e do Instagram, entre outras, é uma empresa privada e, como tal, gere-se da maneira que bem entende. Quem nela está inscrito, ou aceita, ou não aceita os termos a que se compromete quando se inscreve. No entanto, e apesar do facto que supracito, sabe a empresa, e concordaremos todos nós, que quando num mundo global como o de hoje, onde milhões de pessoas se encontram ligadas a estas redes sociais, esta última terá, em última instância, algumas responsabilidades sociais que não pode, em circunstância alguma, deixar de lado. Mas todos sabemos de onde vem o lucro destas empresas. Por isso, por muito que nos escandalize, cá continuamos muitos, senão a maioria. E porquê? Que droga é esta que muitos de nós não conseguimos largar e que cada cada vez nos divide mais? Que instituto do mal é este que nos instiga a, gratuitamente, odiarmos um povo que muitos de nós nem sequer conhece?
Depois do escândalo com a Cambridge Analytica e tudo o que daí veio a público, começa a tornar-se óbvio quais as reais intenções de quem quer este mundo “conectado” ao máximo. E não é para o nosso bem.
Estou na trincheira dos que querem a paz e não desarmam por um mundo sem guerra. Dos que nunca querem a guerra. Nunca estarei na trincheira dos que fazem da guerra lucrativa. Em meu nome, não.
Começo a pensar, seriamente, em sair de todas as redes sociais.
Já o deveria ter feito há muito.
no mundo global de hoje, todos nós, mais ou menos, dependemos, directa ou indirectamente, das redes sociais
Eu não dependo. Não estou em nenhuma.
Um blogue também faz parte das redes sociais, ainda que de uma forma específica.
Ou acha que o Aventar não está de pleno direito nas chamadas redes sociais?
Se você comenta aqui e interage com terceiros, completamente desconhecidos, “numa realidade que por vezes até se pode considerar ficcional”, está claramente dentro das redes sociais.
Agora diga-me que não liga ao Facebook ou ao Twitter as duas maiores redes sociais do mundo.
Há mais vida para além do Facebook.
Não. Um blogue não é uma rede social. Primeiro, porque não tem um algoritmo que dirige as pessoas para certas coisas. Depois, porque não permite formar qualquer relação social entre as pessoas que o lêem.
Não é muito diferente do que o Google faz com os resultados de pesquisa, incluindo… os blogues e fóruns, onde é também monitorado.
Hoje em dia, sim, poderemos considerar um blogue uma espécie de rede social.
Excelente para si. Parabéns, balio.
“A opção selecionada é Mais Relevantes e alguns comentários podem ter sido filtrados”
Isto está a aparecer no Facebook. Mas mesmo no Twitter também há filtragem.
Dos motores de busca, Google, às redes sociais, Facebook e Twitter, os europeus estão na mão dos Norte Americanos. Até nisto a Europa anda há muito a dormir. Ja não bastava a NATO ser os EUA e mais dúzia e meia de povos indígenas, no domínio da comunicação de massas estamos dependentes dos gostos políticos de terceiros.
A hipocrisia ocidental revela-se a cada dia mais abjecta. Todos os media e plataformas se esforçam numa campanha diária a todas as horas, para nos convercer que há guerras boas e más, invasões boas e más, criminosos de guerra bons e maus, vulnerabilidades boas e más. É um manicaismo completamente absurdo e infundado. Como é que as guerras do Yémen da Líbia ou do Mali são boas e a da Ucrânia é má. A explicação é só uma. É assim que agrada ao “amigo americano”. Se se diz que a Europa não pode estar vulnerável às imporatções de gás russo, como poderá estar vulnerável à importação de gás americano? E os navios aportaram a Sines com gás e gasóleo russo? Portanto, há que boicotar a Rússia, mas o combustível deles será bom ou não? Perguntemos ao prof Martelo que tem sempre opinião para tudo (menos para a guerra)….
há que boicotar a Rússia, mas o combustível deles será bom ou não?
Atualmente estamos como no tempo dos nazis, em que tudo aquilo que era produzido por judeus estava contaminado. Por exemplo, a teoria da relatividade era “ciência judaica” e portanto era má.
Nos anos 80 nos EUA havia o café nicaraguense, que era proibido. Qualquer lote de café que estivesse contaminado por café da Nicarágua, não podia ser comercializado nos EUA.
Agora temos o petróleo russo.
Para um comunista o esquema é bastante fácil.
As guerras más são as guerras onde estão envolvidos os EUA, as outras são boas ou mais ou menos.
Um comunista odeia o Ocidente e a sua maneira de viver.Odeia o capitalismo que trouxe a sociedade de maior bem estar que alguma vez o planeta viveu.
Um comunista não sabe que a paz de que desfrutamos (hoje infelizmente em rico) se deve em grande parte ao Tio Sam.
Joana Quelhas
Pois claro!
Para um direitrolha o esquema é bastante fácil.
As guerras más são as guerras onde estão envolvidos os outros, as dos EUA são boas ou mais ou menos.
Um direitrolha odeia os povos e a sua maneira de viver.Odeia o socialismo e mesmo a social-democracia que trouxe a sociedade de maior bem estar que alguma vez o planeta viveu.
Um direitrolha não sabe que as guerras de que sofremos as consequências (hoje infelizmente) se devem em grande parte ao Tio Sam.
Só há um problema, a segunda frase é uma mentira descarada, e não melhora pelo restante.
O povo vitimado.
Seguramente que tal é uma muito óbvia possibilidade, mas…
Seguramente cabe ao povo responsabilidade pelos dirigentes que elege ou suporta.
A doutrina dos coitadinhos tem que ser moderada pela responsbilidade que sempre cabe a quem é governado.
Resta saber se o Menos já assumiu a responsabilidade pela destabilização do Iraque e dos milhões de mortes que se seguiram.
Claro que não. Tivessem mérito.
Que Alá te ajude e te dê um dia um Saddam ou um Kadafi que te establlize bem estabilizado.
Entre eles e os que a Nato lá deixou à solta, qual é a dúvida?
Esses que, de resto, eram nossos aliados até quererem controlar demasiado o que fugia para fora.
Coitado de ti, Diminuído. Gostei do teu auto-retrato, beijoca nessa bochecha gorda.
Vai ter que haver violência contra alguns imigrantes para as pessoas perceberem ao que chegamos, onde a culpa será exclusiva de alguns tresloucados e mais ninguém teve nada a ver com isso.
O costume.