
Segundo Nuno Melo, jovens delinquentes ganhariam com a formação das Forças Armadas. Acho que ganharíamos todos. Acontece que há quem faça o serviço militar obrigatório para depois chegar cá fora e se ver envolvido em esquemas criminosos com luvas e submarinos, para não falar em financiamentos ilícitos à Jacinto Leite Capelo Rego. Há até quem assine resoluções de bancos na praia, enquanto degusta um cocktail com um mini-guarda-sol e fruta na borda, sem ler as letras pequenas. Ou as grandes. Ou qualquer letra. Se a tropa poderia ter feito alguma coisa por isto? Não sei. Mas três meses na solitária sempre dariam para reflectir sobre o sentido da vida.
Acontece que os quartéis das Forças Armadas não são centros de reabilitação para criminosos juvenis. Ou para aspirantes, como aqueles que enxameiam alguns partidos desde tenra idade. Eu, no lugar de Melo, alargaria a proposta aos jotas desses partidos, que mais do que delinquentes menores, são autênticos formandos em tráfico de influências, fraudes variadas ou corrupção activa e passiva. Talvez, mas só talvez, se a delinquência de colarinho branco fosse combatida desde cedo, pelos partidos políticos que a promovem ao invés de a combater, porque lhes é útil usufruir de uma milícia de pequenos trafulhas, muitas vezes sem idade para ser responsabilizados pelo que quer que seja, não tivéssemos que levar com ideias peregrinas de transformar as Forças Armadas em casas de correcção.
Adorei o artigo, pela oportunidade, pela assertividade, pela clareza, enfim pela sua grandeza. Bem haja!!!
Vê-se mesmo que este tótó nunca cumpriu o serviço militar.
Estive um ano num regimento sito lá para o Interior onde problemas de delinquência, e alguns graves (até uma arma militar foi usada num ajuste de contas, felizmente sem ter disparado…), era mato.
Tenho a impressão que até alguns “gangs” terão perdurado para além do cumprimento do “sagrado dever cívico”.
Aliás, os tipos que mataram o guarda da PSP Fábio Guerra, vieram de onde?
Nos grupos nazis com ações violentas – por exemplo no caso do Alcino Monteiro – participaram vários tipos que passaram pelo serviço militar, alguns nas forças especiais. Aliás, a relação entre tropas especiais e grupos nazis ou de segurança ilegal deveria ser seriamente investigada.
Repito aqui algo que coloquei noutra resposta, mas que vem a propósito:
Acrescento, porque confirmei: Mário Machado era militar aquando do assassinato de Alcindo Monteiro – 2º cabo da Polícia Aérea.
Fez-lhe muito bem a tropa, pelos vistos!
A tropa é boa para amansar os mancebos, sejam eles delinquentes ou não. Alguns que por lá passam fazem-se homens, outros, nem por isso. É como tudo na vida, há drs que foram uns bandalhos na adolescência e, hoje, são juizes a punirem os adolescentes que prevericam. Qual a solução?