Se aparecer um catalão desmembrado num saco de plástico, já sabem…

Uma investigação do Citizen Lab, da Universidade de Toronto, garante que pelo menos 65 independentistas catalães foram monitorizados pelo spyware Pegasus, um sistema informático israelita usado para espiar “high profile individuals”, que saltou para a ribalta por ter sido usado por Mohammed Bin Salman para vigiar e controlar todos os passos do jornalista Jamal Khashoggi, até ao brutal assassinato ordenado pelo príncipe-carniceiro de Riade, nosso estimado parceiro e destacado fornecedor de petróleo.

O software israelita tem sido um forte aliado de vários autocratas, da Arábia Saudita ao Qatar, passando pelos Emirados Árabes Unidos e Cazaquistão, existindo fortes suspeitas da sua utilização por governos europeus, como o polaco, com o mesmo propósito das monarquias absolutas do Golfo: monitorizar, perseguir e intimidar opositores políticos.

A utilização do Pegasus, contudo, parece não ser um exclusivo de monarcas totalitários e autocratas de extrema-direita. Em Espanha, onde o governo em funções é de esquerda, o software está a ser usado para espiar independentistas catalães. Quando chegamos ao patamar em que uma democracia consolidada recorre a ferramentas de espionagem dignas de um Vladimir Putin – que também o deve estar a usar – percebemos o grau de perigosidade dos tempos que vivemos.

Comments

  1. JgMenos says:

    A queixa é da eficiência do processo ou porque independentistas não devem ser espiados?

    • Paulo Marques says:

      Também se aplica à Escócia ou retroactivamente à Croácia e Kosovo, ou só à Catalunha e ao Dombass? Só para se saber.

    • POIS! says:

      Pois, é mesmo essa a questão!

      Há gente que não admite espionagem por dá cá aquela palha.

      Não sei o que têm contra os espiões, que já os levou, inclusivamente, no passado, a importunar os saudosos informadores e bufos da saudosa PIDE.

      Eu não tenho nada contra os espiões. Acho até que cada português devia ter um espião.

  2. Paulo Marques says:

    “Quando chegamos ao patamar em que uma democracia consolidada recorre a ferramentas de espionagem dignas de um Vladimir Putin ”

    Não se hei-de rir, se hei-de chorar que já se tenha esquecido de Snowden e Assange. Deve ser por terem passado a apoiantes de Putin, a letra escarlate (lembro que era falsa) do dia.

  3. Amora de Bruegas says:

    João…., ou és tontinho ou fazes de nós tontinhos. Não entendo porque só falas em regimes autrocratas ou de “extrema direita”, quando os socialistas e as democracias sempre espiaram, torturaram e assassinaram!
    Ou não sabes que os ingleses torturaram e fuzilaram elementos do IRA nos anos 20, 30 e 40, pelo menos?

    • João Mendes says:

      Da próxima vez lê antes de dizeres a habitual merda, Amora.

  4. Ernesto says:

    “A utilização do Pegasus, contudo, parece não ser um exclusivo de monarcas totalitários e autocratas de extrema-direita. Em Espanha, onde o governo em funções é de esquerda, o software está a ser usado para espiar independentistas catalães. Quando chegamos ao patamar em que uma democracia consolidada recorre a ferramentas de espionagem dignas de um Vladimir Putin – que também o deve estar a usar – percebemos o grau de perigosidade dos tempos que vivemos.”

    Só para o caso de não teres lido tudo, troll Amora!

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