11 de Setembro de 1973
Estava em Munique pela segunda vez para voltar a ver a fabulosa pinacoteca. Por um lado, a paixão pela pintura. Por outro, o assombro magoado com que olho para as pedras vivas do nazismo, de todas as brutalidades e crimes hediondos, sejam de direita ou de esquerda. E foi ali, numa taberna de Munique, que Hitler fez as primeiras reuniõs do que viria a ser a legião dos exterminadores. Para alem do genocídio, a grande roubalheira. As paredes do museu bem o demonstram. Ao saír, deparo com um desfile de homens e mulheres morenos, sombrios, alguns chorando, que empunhavam cartazes em alemão, língua que não entendo. Aproximo-me. Oiço que falam espanhol entre si. Pergunto: que pasa? Responde-me um rapaz: mataran a Allende, estan matando como locos, es un golpe fascista de Pinochet.
11 de Setembro de 2001
Tomava o pequeno almoço, em Toronto, olhando pela tv as notícias da manhã. Subitamente, o noticiário é interrompido para, por palavras e imagens, darem a saber que um ataque terrorista estava a atingir as Torres Gémeas em New York. Horrorizada, pensei: estão lá a Susy e o Manny (jovem casal meu amigo). New York aqui tão perto, de repente tão longe. Seguiu-se um dia inteiro de sofrimento e mágoa. Os estados maiores do Estados Unidos da América e do poder islâmico não são flor que se cheire mas, meu Deus, porque têm sempre de ser os mais pequenos e desmunidos a pagar? [Read more…]
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