Provado suicídio do Presidente Salvador Allende

bombardeo-a-la-moneda.jpg

Morávamos na 6ª Carlton Terrace, em frente a Holyrood Palace, a casa da Rainha Mary Stuart, mais tarde da Monarquia Britânica. Tinha, entre 200, ganho o terceiro lugar para acabar os meus estudos de pós graduação em Antropologia e Ciências da Educação. Éramos a minha mulher, a nossa única filha Paula, hoje psicanalista, e, por parto, os nossos amigos argentinos, a família Gaudio, Ricardo e Sida e o seu filho Santiago.

Diariamente percorria The Royal Mile, a rua que me levava desde casa ao meu Departamento para seminários e aulas. Foi a época mais feliz das nossas vidas, entre estudos e passeios pelo Reino da Escócia, e criar a nossa pequena filha de nove meses. Como é evidente, foi classificado com um A – as notas na Grã-Bretanha são lançadas em letras, não em números.

Um A, está perto de um A+, o que me permitia transferir-me para a melhor Universidade do Reino Unido, e talvez do mundo. Por essa altura, governava o Chile a Democracia Cristã, presidido pelo advogado Eduardo Frei Montalva, quem, mais tarde, foi assassinado no decurso de uma operação. A eleição de Sua Excelência foi muito apertada, muito perto do segundo, o nosso amigo Radomiro Tomiç.

Salvador Allende, como sabemos segundo a Constituição de 1925, que regia nesses tempos, teve que ser confirmado e ratificado pelo Congresso Pleno. A CIA tinha entregado dinheiro aos membros do Congresso, numa tentativa de os comprar para votarem um não. Mas, apesar de não ser nem por meio segundo antigo falangista, admiro a integridade do Congresso, e o dinheiro foi devolvido com um protesto do Ministro dos Assuntos Internos Juan Hamilton. Uma outra tentativa foi o assassinato do nosso amigo, General em Chefe das Forças Armadas, René Scneider, homem forte e fiel à lei e à Constituição. A ideia de o raptar não resultara; desde o interior do seu carro apresentou resistência, por isso acabou morto.

Tratava-se de semear terror antes da ascensão à Presidência do primeiro Presidente marxista da América Latina. No dia das eleições, os resultados estavam disponíveis às 20 horas, mas Eduardo Frei, quem nos mandara tornar ao Chile por sermos marxistas, não queria entregar o mando ao seu sucessor, enquanto preparava alternativas para não ser um Kerensky chileno (Presidente da Rússia que entregou o poder ao vencedor nas eleições de 1914, Vladimir Lenin, que fez do país uma união de Estados Soviéticos). Mal foi conhecido o Senhor Presidente eleito, este soube respeitar a Constituição e as leis, tinha sido Ministro da Saúde do Presidente (radical) Pedro Aguirre Cerda e presidido ao Senado durante oito anos.

A sua pretensão era redistribuir a riqueza, retirando posses aos ricos e entregar terra aos que as trabalhavam, indústrias aos operários aprendendo-as a gerir eles próprios. Nacionalizou o Cobre do Chile e cobrou uma indemnização de milhares de dólares, pelos lucros perdidos pelo país ao longo de anos. Tudo, a correr, como refiro no meu ensaio do Aventar de 2010 porque Allende teve que correr tanto? A resposta foi porque não tinha tempo para reformas e fazer do país um de iguais, como Babeuff em 1785 e Maréchal em 1795, pretendiam, textos que levaram, em 1848, o casal Marx e o seu amigo Friedrich Engels, a redigir o Manifesto dos Communards, traduzido (mal) como Manifesto Comunista. A escrita foi da baronesa Johana von Westphalen, ou Jenny Marx, mulher de Karl Heinrich Pembroke Marx.

Allende não era apenas médico e homem da política: conhecia a obra de Marx e aplicava-a. Eis o terror dos burgueses chilenos, que nunca tinham lido nem meia letra de quem tanto temiam sem saber porquê.

A corrida de Sua Excelência trouxe-lhe novos adeptos. Nas eleições municipais, ganhou comunas por mais de 60% dos votos. Porém, pensou chamar a plebiscito o povo chileno, para que se pronunciasse sobre se ele deveria continuar na Presidência. Seria esta a solução por si apontada, pois tantos assuntos tinham acontecido contra ele e o seu governo. Pensou-o para 10 de Setembro de 1973, confidenciando esta ideia ao seu novo General em Chefe das Forças Armadas, por nome Pinochet, quem comunicara esta intenção aos seus subalternos. Cobarde como era, este membro da etnia Picunche, não queria aderir. Mas, no dia do levantamento, não apenas aderiu, bem como se converteu num novo Director Supremo à laia de O´Higgins. Foi a pouco e pouco atacando os seus aliados na confabulação, até ficar só como Presidente do Chile ou ditador supremo da Nação.

Quem resgatou a eleição para Allende, foi o nosso amigo Radomiro Tomiç, candidato da Democracia Cristã. Ao reparar que Frei não anunciava os resultados, simplesmente foi à Alameda onde discursava o Presidente Eleito, congratulou-o com um forte abraço, reconheceu a sua derrota e Frei não teve outra alternativa que dar a conhecer os resultados. Estes burgueses falangistas, pensavam que seria apenas por poucos dias e Frei seria eleito outra vez. Passaram 19 anos, a Democracia Cristã organizou a queda do ditador, apoiando os partidos de Allende: Socialistas, Comunistas, radicais. Sem dispararem um tiro, marchavam de mãos dadas, presididos pelo retirado do seu cargo de Senador, Patrício Aylwin. Até convencerem o mais sangrento ditador de convocar um plebiscito se queriam que continuasse o picunche a presidir ao país.

Ganhou ou não, o ditador foi despojado do seu cargo, a democracia voltou ao país e Aylwin foi o primeiro Presidente do novo Chile. Nós, exilados e de volta a Cambridge, combatemos desde fora. Ajudámos mais de dois mil chilenos, nomeadamente antigos ministros, perseguidos pela injustiça do picunche (lamento pelo clã, mas a verdade é assim), com a colaboração do meu Reitor e do povo britânico, ia-se encontrando trabalho para os recentes resgatados. Dame Judith Heart (recentemente falecida), foi indigitada, e diga-se incasável, para esta frente de trabalho. Triunfámos, mas o meu exílio continua, acentuado pelo abandono dos meus antigos colegas, tornando-me assim num escritor solitário.

A 11 de Setembro de manhã, liguei o rádio na nossa casa do Chile. As notícias deram lugar a marchas militares e avisos do levantamento das forças armadas contra o poder legal, aí pensei: alguém mexeu no comando. Não dava para acreditar….Mas foi assim. Os soldados avançaram e desde as 6 da manhã travava-se um renhido combate entre os leais e os insurrectos. O Presidente legítimo pediu a todos que se apresentaram no Paço deLa Moneda, atacada por Hawkers-Haunters, que saíssem, até que às 14 horas os insurrectos entraramemLa Monedae encontraram um corpo, que tinha lutado contra os inimigos, morto no sofá presidencial. Durante anos colocou-se a dúvida: assassinato ou suicídio. A sua sobrinha Isabel, a nossa excelente escritora, afirmava que suicídio não era com o seu tio. Lamento: foi, como diz a peritagem forense entregue hoje. A seguir a esse desespero, foi o meu no campo de concentração e o exílio, resgatado pelos britânicos de Cambridge e o meu amigo Bispo Dom Carlos Gozález Cruchaga, falecido há poucos meses.

Fui entrevistado por todas as revistas científicas na minha britânica Universidade, sobre a ciência no Chile e como tinha melhorado sob a Presidência da Sua Excelência. Perguntaram-me qual era o meu desejo para o ditador: de forma honesta e sem pensar, que viva muitos anos, que seja julgado e morra réu dos crimes cometidos. Nem como se fosse uma premonição…assim aconteceu, morreu réu de crimes atrozes e em tribunal, aos seus 93 anos.

O Governo do México tinha colocado um avião para transferir os Allende para solo certo e seguro. Mas, assim não foi. Nesse dia 11, às 22 horas, foi entregue uma caixa de madeira toda pregada à Primeira-dama, Tencha, e à sua irmã, a Senadora Laura Allende, com um NN escrito sobre as tábuas e lançada num sítio qualquer no cemitério de Santa Inês, em Vinha del Mar. Tencha e Laura corriam como loucas pelo bairro, à meia-noite e diziam: saibam que essa caixa que está ai contém o corpo do Presidente Legítimo do Chile. Os soldados apresaram-nas e levaram-nas até ao avião, que rumo para o México, onde a Senadora se suicidou por causa do desaparecimento do seu filho Andrés Pascal Allende e do seu irmão Salvador. Beatriz, asilada em Cuba, matou-se. A Tencha, levamo-la para Inglaterra. Eles e nós, tínhamos perdido tudo: bens e família, língua e Pátria. Muitos de nós, tivemos que começar de novo.

No Chile, o Serviço Médico Legal de Santiago anunciou que os exames aos restos mortais do ex-presidente Salvador Allende, exumado a 23 de Maio, confirmaram que este se suicidou no dia do golpe de estado liderado por Augusto Pinochet, a 11 de Setembro de 1973.

O relatório final da investigação levada a cabo por uma equipa internacional de especialista foi comunicado a Isabel Allende, filha do ex-presidente.

O presidente Allende no dia 11 de Setembro de 1973, perante as circunstâncias extremas que viveu tomou a decisão de pôr fim à vida antes de ser humilhado ou viver qualquer outra situação, disse.

Após a sua morte, o corpo de Allende foi submetido a uma autópsia antes de ir para a cidade de Viña del Mar. Em 1990 o corpo foi exumado e trasladado para a capital, tendo sido submetido a um segundo exame forense.

O novo exame aconteceu após versões sobre a morte de Allende indicarem que este poderia ter sido assassinado pelos militares golpistas que assaltaram o palácio deLa Monedaou que terá tentado suicidar-se e falhou, tendo o disparo fatal partido de um dos seus colaboradores mais próximos. Notícia dada pela Senadora Isabel Allende, a única viva da família

Sempre será lembrado por estas palavras:

7:55 A.M. Radio Corporación

Habla el presidente de la República desde el Palacio de La Moneda. Informaciones confirmadas señalan que un sector de la marinería habría aislado Valparaíso y que la ciudad estaría ocupada, lo que significa un levantamiento contra el Gobierno, del Gobierno legítimamente constituido, del Gobierno que está amparado por la ley y la voluntad del ciudadano.

En estas circunstancias, llamo a todos los trabajadores. Que ocupen sus puestos de trabajo, que concurran a sus fábricas, que mantengan la calma y serenidad. Hasta este momento en Santiago no se ha producido ningún movimiento extraordinario de tropas y, según me ha informado el jefe de la Guarnición, Santiago estaría acuartelado y normal.

Salvador allende
En todo caso yo estoy aquí, en el Palacio de Gobierno, y me quedaré aquí defendiendo al Gobierno que represento por voluntad del pueblo. Lo que deseo, esencialmente, es que los trabajadores estén atentos, vigilantes y que eviten provocaciones. Como primera etapa tenemos que ver la respuesta, que espero sea positiva, de los soldados de la Patria, que han jurado defender el régimen establecido que es la expresión de la voluntad ciudadana, y que cumplirán con la doctrina que prestigió a Chile y le prestigia el profesionalismo de las Fuerzas Armadas. En estas circunstancias, tengo la certeza de que los soldados sabrán cumplir con su obligación. De todas maneras, el pueblo y los trabajadores, fundamentalmente, deben estar movilizados activamente, pero en sus sitios de trabajo, escuchando el llamado que pueda hacerle y las instrucciones que les dé el compañero presidente de la República.

8:15 A.M.

Trabajadores de Chile:

Les habla el presidente de la República. Las noticias que tenemos hasta estos instantes nos revelan la existencia de una insurrección de la Marina en la Provincia de Valparaíso. He ordenado que las tropas del Ejército se dirijan a Valparaíso para sofocar este intento golpista. Deben esperar la instrucciones que emanan de la Presidencia. Tengan la seguridad de que el Presidente permanecerá en el Palacio de La Moneda defendiendo el Gobierno de los Trabajadores. Tengan la certeza que haré respetar la voluntad del pueblo que me entregara el mando de la nación hasta el 4 de Noviembre de 1976. Deben permanecer atentos en sus sitios de trabajo a la espera de mis informaciones. Las fuerzas leales respetando el juramento hecho a las autoridades, junto a los trabajadores organizados, aplastarán el golpe fascista que amenaza a la Patria.

8:45 A.M.

Compañeros que me escuchan:

La situación es crítica, hacemos frente a un golpe de Estado en que participan la mayoría de las Fuerzas Armadas. En esta hora aciaga quiero recordarles algunas de mis pala bras dichas el año 1971, se las digo con calma, con absoluta tranquilidad, yo no tengo pasta de apóstol ni de mesías. No tengo condiciones de mártir, soy un luchador social que cumple una tarea que el pueblo me ha dado. Pero que lo entiendan aquellos que quieren retrotraer la historia y desconocer la voluntad mayoritaria de Chile; sin tener carne de mártir, no daré un paso atrás. Que lo sepan, que lo oigan, que se lo graben profundamente: dejaré La Moneda cuando cumpla el mandato que el pueblo me diera, defenderé esta revolución chilena y defenderé el Gobierno porque es el mandato que el pueblo me ha entregado. No tengo otra alternativa. Sólo acribillándome a balazos podrán impedir la voluntad que es hacer cumplir el programa del pueblo. Si me asesinan, el pueblo seguirá su ruta, seguirá el camino con la diferencia quizás que las cosas serán mucho más duras, mucho más violentas, porque será una lección objetiva muy clara para las masas de que esta gente no se detiene ante nada. Yo tenía contabilizada esta posibilidad, no la ofrezco ni la facilito. El proceso social no va a desaparecer porque desaparece un dirigente. Podrá demorarse, podrá prolongarse, pero a la postre no podrá detenerse. Compañeros, permanezcan atentos a las informaciones en sus sitios de trabajo, que el compañero Presidente no abandonará a su pueblo ni su sitio de trabajo. Permaneceré aquí en La Moneda inclusive a costa de mi propia vida.

9:03 A.M. Radio Magallanes

En estos momentos pasan los aviones. Es posible que nos acribillen. Pero que sepan que aquí estamos, por l o menos con nuestro ejemplo, que en este país hay hombres que saben cumplir con la obligación que tienen. Yo lo haré por mandato del pueblo y por mandato conciente de un Presidente que tiene la dignidad del cargo entregado por su pueblo en elecciones libres y democráticas. En nombre de los más sagrados intereses del pueblo, en nombre de la Patria, los llamo a ustedes para decirles que tengan fe. La historia no se detiene ni con la represión ni con el crimen. Esta es una etapa que será superada. Este es un momento duro y difícil: es posible que nos aplasten. Pero el mañana será del pueblo, será de los trabajadores. La humanidad avanza para la conquista de una vida mejor.

Pagaré con mi vida la defensa de los principios que son caros a esta Patria. Caerá un baldón sobre aquellos que han vulnerado sus compromisos, faltando a su palabra… rota la doctrina de las Fuerzas Armadas.

El pueblo debe estar alerta y vigilante. No debe dejarse provocar, ni debe dejarse masacrar, pero también debe defender sus conquistas. Debe defender el derecho a construir con su esfuerzo una vida digna y mejor.

9:10 A.M.

Seguramente ésta será la última oportunidad en que pueda dirigirme a ustedes. La Fuerza Aérea ha bombardeado las torres de Radio Postales y Radio Corporación. Mis palabras no tienen amargura sino decepción Que sean ellas el castigo moral para los que han traicionado el juramento que hicieron: soldados de Chile, comandantes en jefe titulares, el almirante Merino, que se ha autodesignado comandante de la Armada, más el señor Mendoza, general rastrero que sólo ayer manifestara su fidelidad y lealtad al Gobierno, y que también se ha autodenominado Director General de carabineros. Ante estos hechos sólo me cabe decir a los trabajadores: ¡Yo no voy a renunciar! Colocado en un tránsito histórico, pagaré con mi vida la lealtad del pueblo. Y les digo que tengo la certeza de que la semilla que hemos entregado a la conciencia digna de miles y miles de chilenos, no podrá ser segada definitivamente. Tienen la fuerza, podrán avasallarnos, pero no se detienen los procesos sociales ni con el crimen ni con la fuerza. La historia es nuestra y la hacen los pueblos.

Trabajadores de mi Patria: quiero agradecerles la lealtad que siempre tuvieron, la confianza que depositaron en un hombre que sólo fue intérprete de grandes anhelos de justicia, que empeñó su palabra en que respetaría la Constitución y la ley, y así lo hizo. En este momento definitivo, el último en que yo pueda dirigirme a ustedes, quiero que aprovechen la lección: el capital foráneo, el imperialismo, unidos a la reacción, creó el clima para que las Fuerzas Armadas rompieran su tradición, la que les enseñara el general Schneider y reafirmara el comandante Araya, víctimas del mismo sector social que hoy estará en sus casas esperando con mano ajena reconquistar el poder para seguir defendiendo sus granjerías y sus privilegios.

Me dirijo, sobre todo, a la modesta mujer de nuestra tierra, a la campesina que creyó en nosotros, a la abuela que trabajó más, a la madre que supo de nuestra preocupación por los niños. Me dirijo a los profesionales de la Patria, a los profesionales patriotas que siguieron trabajando contra la sedición auspiciada por los colegios profesionales, colegios de clases para defender también las ventajas de una sociedad capitalista de unos pocos.

Me dirijo a la juventud, a aquellos que cantaron y entregaron su alegrí a y su espíritu de lucha. Me dirijo al hombre de Chile, al obrero, al campesino, al intelectual, a aquellos que serán perseguidos, porque en nuestro país el fascismo ya estuvo hace muchas horas presente; en los atentados terroristas, volando los puentes, cortando las vías férreas, destruyendo lo oleoductos y los gaseoductos, frente al silencio de quienes tenían la obligación de proceder. Estaban comprometidos. La historia los juzgará.

Seguramente Radio Magallanes será acallada y el metal tranquilo de mi voz ya no llegará a ustedes. No importa. La seguirán oyendo. Siempre estaré junto a ustedes. Por lo menos mi recuerdo será el de un hombre digno que fue leal con la Patria.

El pueblo debe defenderse, pero no sacrificarse. El pueblo no debe dejarse arrasar ni acribillar, pero tampoco puede humillarse.

Trabajadores de mi Patria, tengo fe en Chile y su destino. Superarán otros hombres este momento gris y amargo en el que la traición pretende imponerse. Sigan ustedes sabiendo que, mucho más temprano que tarde, de nuevo se abrirán las grandes alamedas por donde pase el hombre libre, para construir una sociedad mejor.

¡Viva Chile! ¡Viva el pueblo! ¡Vivan los trabajadores!

Estas son mis últimas palabras y tengo la certeza de que mi sacrificio no será en vano, tengo la certeza de que, por lo menos, será una lección moral que castigará la felonía, la cobardía y la traición.
Salvador Allende

Für Elise Beethoven- Adágio em Lá menor

Comments


  1. Matéria delicada e dolorosa. Importa revisitá-la, desmistificá-la e fazer-lhe justiça.

  2. Pinochet says:

    Ufffa!

  3. JOSÉ DIAS says:

    Parabéns Raul um forte abraço desde Coimbra

%d bloggers like this: