Ah e tal, os ciganos, os amigos que só não podem ter ligações quando são dos outros e as cigarras que se fartam de cantar

Recorte: TSF

Também, o que são 250 mil euros para um ex-patrão e amigo? Apenas dá para 10 BMs!

O que eu gostava mesmo de saber é por que raio são precisos anos, muito depois dos factos consumados e do dinheirinho entregue, para estas coisas se saberem e os organismos responsáveis actuarem. Faz lembrar, mesmo, uma tal de lei da rolha.

A história do tacho da esposa do autarca que tirou o tacho ao marido da autora da história

gaia

Não me vou alongar sobre os detalhes de mais um episódio siciliano a sul do Douro. O Bruno já aqui expôs o compadrio (lixos jornalísticos à parte, não façam de nós parvos) e o João Paulo acrescentou algumas informações sobre o jornalismo de sarjeta que impera no rectângulo e sobre a habitual manipulação da opinião pública que se faz sentir nesta fase de pré-pré-pré-pré-campanha. Sim, João, já começa a valer tudo.

Contudo, e porque sou um grande fã da cosa nostra gaiense, quero aproveitar a deixa para dar os meus cinco tostões para o peditório. Curtinho e grosso. Cá vai: a jornalista que faz manchete na capa do Público de há dois dias é ex-mulher de Rogério Gomes, que tinha um belo tacho de administrador na empresa municipal Águas de Gaia, que lhe havia sido dado por Luís Filipe Menezes, apesar da falta de qualificações para o cargo. Quantas vezes escreveu Margarida Gomes sobre o assunto? Zero, claro. [Read more…]

O incómodo amigo do primeiro-ministro

Amigo

Foto@RTP

Na semana passada, o país ficou a saber que Pedro Passos Coelho recrutou um ex-patrão e militante do PSD para delegar a responsabilidade de preparar o programa do PSD para as Legislativas deste ano. O amigalhaço em causa é Rogério Gomes, empresário que, tal como o primeiro-ministro, aparenta possuir uma vasta experiência no campo das ONG’s, experiência essa que, segundo o DN, lhe permitiu, através da ONG que actualmente gere com a esposa, fazer alguns ajustes directos com dinheiros públicos a instituições às quais esteve ou está ainda ligado.

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Os ajustes directos do ex-patrão amigalhaço de Passos Coelho

Passos e Rogério

Foto: Dário Cruz@Diário de Notícias

Ontem falei aqui sobre Rogério Gomes, ex-patrão e amigalhaço do primeiro-ministro que, coincidência das coincidências, Pedro Passos Coelho levou consigo para Comissão Política Nacional do PSD em 2010 e que agora está responsável pelo programa eleitoral para as Legislativas deste ano. Já dizia o Freddie Mercury, friends will be friends.

O problema é que alguns amigalhaços do primeiro-ministro são bastante dispendiosos e, em muitos casos, verdadeiramente inúteis. Ele nem queria dar emprego aos amigos mas nisto da política de inspiração siciliana, parafraseando Ricardo Araújo Pereira, “quem tem rabo tem medo e quem tem rabo de palha tem ainda mais“. E não fosse a Urbe transformar-se noutra Tecnoforma, há que por a especialidade de Passos em prática e abrir uma porta ao ex-patrão.

Acontece que, para além dos ajustes directos feitos à custa do erário público pela ONG que Rogério Gomes criou, e que têm beneficiado algumas associações às quais está ou esteve ligado conforme noticiou ontem o DN, este amigalhaço do primeiro-ministro recebeu também um ajuste directo do IPDJ, tutelado pela Presidência do Conselho de Ministros que, como sabem, é chefiado pelo amigalhaço Pedro Passos Coelho, no valor de cerca de 61 mil euros para que a sua ONG prestasse serviços de assessoria e consultadoria ao instituto público. Passos não se cansa de abrir portas para os amigos. E que bem que se vive na corte do contador de histórias para crianças.

Mais um amigalhaço do primeiro-ministro

Rogerio Passos

Rogério Gomes é militante do PSD e foi, entre 2003 e 2004, patrão de Passos Coelho na ONG Urbe. Recentemente, o primeiro-ministro delegou em Rogério Gomes a elaboração do programa de governo do PSD para as Legislativas. Até aqui nada de mal até porque Passos sempre foi muito forte no ramo das ONG’s e programas de governo tendem a ser documentos de pouca validade que ninguém lê e muito menos faz cumprir. Escolheu-se o senhor Rogério, poder-se-ia ter escolhido um amigalhaço qualquer.

Claro que este conto de crianças não fica por aqui. Segundo DN, o ex-patrão do primeiro-ministro é também presidente do Instituto do Terrritório, ONG que o próprio criou, que gere em parceria com a sua esposa e que adjudicou, através de ajustes directos com dinheiros públicos, contratos a outras instituições às quais Rogério Gomes esteve ou está ligado. Passos Coelho até esteve lá para apadrinhar o nascimento desta nova ONG, quiçá para, em vez de lançar a primeira pedra, abrir a primeira porta. Ele abre-as todas.