“Invasão da Rússia destruiu muitas crenças de longa data na política externa da Alemanha“
Janis Kluge é investigador político e economista da Stiftung Wissenschaft und Politik (Berlim) e deu uma entrevista ao DN. Merece uma leitura atenta.
Expor ao vento. Arejar. Segurar pelas ventas. Farejar, pressentir, suspeitar. Chegar.
Janis Kluge é investigador político e economista da Stiftung Wissenschaft und Politik (Berlim) e deu uma entrevista ao DN. Merece uma leitura atenta.
É o que se pode ler na capa do DN de hoje. Lê-se também:
“Não queremos este tipo de pessoas no nosso país.
A pessoa que refere não pode ser aceite na legião internacional”, garante adido militar ao DN, justificando-se com o facto de serem excluídos combatentes com cadastro. E rejeita a hipótese de o neonazi condenado se juntar a uma milícia.
Não sei quanto a vós, mas eu tenho o DN como um jornal sério. Sendo verdade, isto é um embaraço ainda maior para a justiça portuguesa, que suspendeu as apresentações quinzenais de Mário Machado sem se certificar que o líder neonazi reunia condições para combater na Ucrânia. Pelos vistos, não reúne. Agora – em princípio – vai ter que abrir um procedimento para anular a suspensão das apresentações quinzenais do arguido. E entretanto ele já foi. Não aprenderam nada com o João Rendeiro.
A destruição do edifício do Diário de Noticias, na Avenida da Liberdade em Lisboa, é um escândalo e um sinal dos tempos que vivemos em que o capital destrói tudo, mesmo com um governo que se diz socialista, ou social democrata, eles próprios não sabem o que são, e suportado por partidos que se dizem de esquerda, supostamente defensores do património e dos valores culturais.Tanta defesa do património, tantas classificações de património da Unesco, tanta cagança com o património, e todos os dias se arrasa e destrói património. E tudo disfarçado de grandes “recuperações”, porque se “mantém a traça” e se “mantém a fachada”. Tudo o resto é destruído, demolido, alterado.
O edifício do Diário de Noticias, do Arqt. Porfírio Pardal Monteiro, um dos mais icónicos edifícios da boa arquitetura existente em Portugal, desenhado para ser uma sede de um jornal com escritórios, redacção, gabinetes, salas de jornalistas e tudo o demais pensado para aquela função específica, foi travestido para edifício de apartamentos. Mantiveram a fachada, deixaram o anúncio luminoso, a entrada foi salva, e ficou um guichet de vidro e alumínio como símbolo da destruição perpetuada. Para que serve termos um Ministério da Cultura, uma Direcção Geral do Património Cultural, uma Câmara Municipal com serviços técnicos, tantos técnicos especialistas e serviços para analisar projectos e dar pareceres, se depois, quando há alguma coisa que deve ser salvaguardada, defendida, protegida, ninguém faz nada, ninguém cumpre com o seu papel?
O jornalista Pedro Tadeu escreveu ontem, no DN, um artigo sobre jornalismo. Sobre o que se passa no jornalismo actualmente. Citando:
Aqui fica a minha carta aberta ao Pedro Tadeu:
Caro jornalista Pedro Tadeu, eu tenho um amigo, não sei se o mesmo, que já nos idos de noventa me contava existirem jornalistas no activo a fazer assessoria de comunicação para privados. Esse meu amigo deparou com altos quadros, dirigentes, de canais de televisão cujas mulheres (ou irmãs ou mesmo primas, a minha memoria já não me ajuda muito) trabalhavam ou eram donas de empresas de assessoria de comunicação e ele, pasme-se, avisava que se o “pedido” viesse por essa mão amiga, a coisa teria direito a telejornal e tudo, veja bem. Isto já em pleno novo milénio e, suponho, não deve ter mudado assim tanto. E advogados comentadores nos media que, simultaneamente, tratavam dos problemas pessoais dos seus entrevistadores? E o mesmo se diga no tocante a médicos? Já ele me falava na confusão entre o que era pessoal e o que era profissional. Nisso e nos políticos que conseguiam ser, simultaneamente, informadores do jornalista A ou B e articulistas no mesmo jornal ou comentadeiras na mesma televisão. Uma festa. Ou, usando as palavras desse meu amigo (será p mesmo?), um festim.
Caro Pedro Tadeu, pelo que percebi do seu amigo e juntando com o meu, desconfio que não se fique apenas pelo Covid, ao que parece já não se pode confiar em praticamente nada do que se vê nos noticiários tal a confusão entre o que são noticias e o que são apenas encomendas. É claro que aqueles 15 milhões não ajudam nada. Isso e a propriedade actual dos meios de comunicação. De qualquer forma, obrigado pelo seu artigo e que nunca nos faltem os amigos.
Com os melhores cumprimentos.
Sondagem Aximage para o JN/TSF/DN. Que nos diz ela?
– Que o PS segue confortavelmente na liderança, a 11% do PSD, que não consegue descolar, apesar da pandemia e de todos os casos que envolvem o governo e o PS;
– Que o BE recupera, com uma ligeira subida nas intenções de voto, tal como o PCP, o PAN e o Livre, que regressa a valores que lhe permitem figurar nestes estudos e até eleger um deputado, ultrapassa o CDS. Boas notícias para a esquerda europeísta! Espero que não voltem a cometer o mesmo erro de casting que foi JKM;
O genial Ricardo Araújo Pereira, em entrevista ao Diário de Notícias.
Não vi o debate, mas tenciono fazê-lo durante o fim-de-semana. Em todo o caso, e apesar do momento delicado no que à credibilidade da imprensa portuguesa diz respeito, não tenho grandes dúvidas de que o excerto do DN que abre estas linhas corresponde inteiramente à verdade. Como não tenho dúvidas que o preferido da imprensa ao serviço da direita é Pedro Santana Lopes, o escolhido da casta passista, que está disposta a deixar cair o querido líder, mas longe de estar preparada para abandonar o poder. António Costa agradece, Assunção Cristas também, mas fazia falta um tipo credível a liderar a oposição, ou qualquer dia ainda acordamos com os populistas do CDS aos comandos de uma frota de Ubers. E a humanidade não precisa de mais trumps.
Segundo o Diário de Notícias, a Autoeuropa vai para produção. A excelência da unidade de Palmela é tal que alguém terá decidido produzir mais algumas, quiçá para encher Portugal de Autoeuropas ou para engrossar o fluxo de exportações. A julgar pelo título desta notícia, falta apenas uma peça que vem de fora. Rumo ao desemprego 0%.
António Valle, Assessor de Comunicação de Pedro Passos Coelho, denuncia uma situação muito grave quanto ao DN.
Em nome do DN, na sua prosa, o jornalista João Pedro Henriques ensaia a justificação para explicar porque o DN não publica a mensagem política do PSD. O jornalista assume que o jornal não reporta as posições do PSD (!) porque este se centra em “coisitas menores”, como a denúncia ao ataque que o atual Governo desencadeia a quem contraria a narrativa instalada…
Acontece que, pequeno detalhe, o que afirma Valle é falso.
Lendo o artigo de opinião em causa, João Pedro Henriques escreve na secção de opinião, onde, até, explicita o que pensa reforçando-o com um “pessoalmente“. Em lado algum o cronista fala em nome do jornal.
Mais, Valle retira a expressão, “coisitas menores” de contexto, usando-a em sentido completamente diferente do original. Escreve Henriques o seguinte: [Read more…]
Faz hoje três meses, o Fernando Moreira de Sá escreveu sobre a saída do Alberto Gonçalves do DN, e deixou-me o José Vítor Malheiros e o Público, sobre os quais na altura não escrevi, porque, ao contrário do DN, que deixou intacta a restante ala direita, o Público continuou a despachar a esquerda. Seguiram-se Paulo Moura e Alexandra Lucas Coelho. Hoje regresso a todos eles, porque Portugal está perigoso. Para o Alberto Gonçalves mas sobretudo para a esmagadora maioria da opinião publicada à esquerda. Nos jornais como nos comentários televisivos.
No caso de Alberto Gonçalves, este da Sábado, não o do DN, um toque de fina ironia merece ser destacado. Ver um proeminente liberal, alegadamente sacrificado no altar capitalista com um contrato indigno, indignado porque prescindem de parte dos seus serviços, não perdendo tempo para fazer acusações como as que podemos ver em cima, faz lembrar aquele cliché da direita do esquerdalho que arranja desculpas para justificar os seus insucessos profissionais. Então o dinheiro não é do patrão e não é ele que decide? Até aqui estava tudo bem, agora a liberdade poderá ter chegado ao fim e a purga não poupa quase nenhum daqueles que tornava a Sábado legível. Tem a sua piada. Será que também correram com o Nuno Rogeiro e ninguém nos avisou? Estes comunas do grupo Cofina… [Read more…]
Nos últimos dias foi notícia e fonte de vasta polémica nas redes sociais (como costume) a saída de Alberto Gonçalves do Diário de Notícias e de José Vítor Malheiros do Público. No segundo caso deixo a análise para outro aventador que quer escrever sobre o tema. Fico-me pelo Alberto Gonçalves.
Sou um leitor atento das crónicas do Alberto Gonçalves na Sábado. Normalmente é a primeira coisa que faço quando compro a revista. No caso do DN faço-o na net, em especial através da página de facebook do autor já que há muito deixei de ser cliente do Diário de Notícias. Um breve nota: fui durante anos leitor diário do DN, hábito adquirido na universidade e recordo, mais tarde, que num dos principais quiosques da Maia me comentou a proprietária que só tinha dois clientes do jornal, eu e um advogado. Passado uns tempos o DN entrou numa rota descendente, por motivos já uma vez explicados no Aventar e também eu me passei para a concorrência.
Voltando ao tema, nem sempre concordo com os escritos do Alberto Gonçalves. Porém, a qualidade da escrita e a sua manifesta frontalidade sempre me fascinaram. Além disso, na imprensa escrita, não existe mais ninguém dito de “direita” a escrever assim, sem medo das palavras, sem pinga de politicamente correcto. Sempre me espantou como era possível este Diário de Notícias o permitir. Daí não ter ficado admirado quando li na sua página no facebook que por decisão da direcção do DN, tinha terminado a sua colaboração com este jornal. Estava mesmo a ver que isto ía acontecer.
Por questões de falta de independência da actual direcção? Por pressões do actual poder político? Não e não. Não existe esse luxo chamado “independência” como estamos todos fartinhos de saber mesmo antes desta notícia que descreve as escutas do caso Marquês. Nem tão pouco o poder político se vai incomodar com os escritos de um só comentador. É verdade que o Alberto Gonçalves atira a matar ao actual Governo e ao actual Presidente da República mas é o único e por isso não chega a incomodar e até poderia servir para dar como exemplo da “pluralidade”. O problema é outro. Os escritos de Alberto Gonçalves irritam fortemente uma certa clique que vive (sempre viveu) à volta dos media lisboetas, que deles se alimenta e a eles alimenta. Das viúvas de Sócrates (que vieram festejar rapidamente para o twitter e facebook) passando por alguns senhores dos salões do poder e dos media da capital. Eram esses os principais incomodados com os escritos de Alberto Gonçalves. E se na Sábado lhes era impossível chegar, já no DN a coisa muda de figura. No fundo até tenho pena do Paulo Baldaia, o que deve ter aturado, imagino as fúrias das meninas e dos meninos. Deus nos livre de tal sofrimento.
O que mais os incomoda nos escritos do Alberto Gonçalves é o facto de saberem que ele toca onde dói mais. Pior, que entrar em polémica com ele é arriscarem a passar por enxovalho. Ainda por cima, enxovalho intelectual. Sim, é que o Alberto Gonçalves, coisa muito típica e genuína aqui em cima, é daqueles que não tem papas na língua. Não manda dizer, diz mesmo. Além disso, não frequenta os salões nem os bares e restaurantes da moda de Lisboa. Para eles é uma espécie de labrego do Norte letrado e indomável. Ou seja, um verdadeiro problema que tinha de ser rapidamente resolvido. Obviamente que quando o dinheiro é dos outros (ou fácil) a coisa é simples.
O problema é que o DN continua a definhar em termos de audiências. No tal quiosque que vos falei já nem um só comprador. Segundo dados recentemente tornados públicos as vendas rondam os 10 mil exemplares. Mesmo assim continua cantando e rindo ao sabor das conveniências de uma clique que apenas se alimenta de uma imagem histórica hoje perfeitamente deslocada da realidade. É por estas e outras do género que o DN está como está. Quanto ao Alberto Gonçalves, cheira-me que é para o lado que dorme melhor. Ao contrário das viúvas de Sócrates, não precisa do DN para viver, ou no caso delas, sobreviver.
Hoje é mais um dia decisivo para a Europa. A ameaça está de volta e a Áustria poderá ser o próximo país governado pela extrema-direita. Ao contrário daquilo que afirma o DN, Norbert Hofer não será “o primeiro chefe de Estado da extrema-direita na Europa desde a Segunda Guerra Mundial“. Esse título já foi atribuído a Viktor Orbán. Mas não se preocupem com nada disto. O perigo real é esse tratante do Tsipras e a diabólica Geringonça. Putin, Le Pen, Trump, Farage e Geert Wilders send their regards!
O diabo subiu à Terra sob a forma de sondagem. O temor, o sobressalto, o resgate e as sanções, o apocalipse bíblico a pender sobre os 10 milhões de reféns da Geringonça, essa monstruosa máquina soviética de PRECização, e o povo, perdão, a amostra, cuidadosamente seleccionada pela imprensa controlada por um comité qualquer, revela resultados desastrosos, obviamente manipulados, para Pedro Passos Coelho. O estudo, demoníaco, é particularmente cruel, visto de ter sido elaborado pelo Centro de Estudos e Sondagens de Opinião da Universidade Católica, que como toda a gente sabe, é um importante centro ideológico da extrema-esquerda. [Read more…]
Li este título do DN e veio-me imediatamente à cabeça este célebre sketch dos Gato Fedorento. Claro que, sobre as “miúdas”, não nos é apresentada qualquer informação de natureza física, o que é um alívio não fosse alguém achar que isto era uma posta ordinária. Mas o título, convenhamos, é sugestivo. Mas o que é a imprensa dos nossos dias senão uma maravilhosa e inventiva compilação de títulos sugestivos?
Quanto às “miúdas” da “geração Cristas”, ficamos apenas a saber, constatou o jornalista do DN que assistiu a um debate improvisado à beira da piscina, que são “frontais, carismáticas e aguerridas”. Quem sabe um dia não chegam a vice-primeira-ministra. Hoje em Peniche, amanhã no congresso do MPLA. Chique a valer!
A propósito desta esclarecedora posta que encontrei n’Uma Página Numa Rede Social, lembrei-me da indignação do deputado Miguel Morgado há uns dias, a propósito do erro do DN na entrevista de Pedro Passos Coelho. Parece que a palavra “roubou” foi injustamente atribuída ao líder do PSD. O que Costa fez foi derrubar a legislatura, não roubá-la. Acho que devemos um pedido de desculpas ao antigo primeiro. Eu pelo menos devo. Desculpa Pedro, estive mal. Perdoas-me ou tenho que puxar do teu historial de embustes pelos quais nunca pediste desculpa ao país? [Read more…]
O que mais choca no relatório não é a assunção dos erros, é perceber a descontração com que se fizeram experiências com as vidas pessoas, como se decidiu verificar como uma comunidade reagiria a um plano revolucionário nunca testado, como se decidiu friamente perceber se nós aguentávamos, como nos trataram como meras cobaias ao serviço de uns senhores que nunca tinham testado uma fórmula e que encontraram os ratinhos certos: obedientes, submissos e a sentir-se culpados (alguém os tratou de convencer) porque tinham feito muitas maldades, plasmas, viagens, carros fantásticos e por aí fora.
O artigo completo do Pedro Marques Lopes, Desculpem qualquer coisinha, recomenda-se e está disponível no DN. Aficionados da austeridade cega devem consultar o seu médico antes de iniciar a leitura.
Não sei se foi truque ou não. Afinal de contas, estamos perante o jornal que a direita radical habitualmente acusa de alinhado à esquerda, isto apesar de pagar por colunas de opinião tão esquerdalhas como a de David Dinis, Adriano Moreira ou César das Neves. Mas é um daqueles casos em que, para aqueles que se dedicam a ler títulos, o acontecimento do dia era o início do fim da geringonça. Vi partilhas nas redes sociais a exultar o acontecimento, vi foguetes para o ar de uma série de palermas em êxtase e de peito feito porque o tempo lhes havia dado razão, enfim, quase que vi Passos Coelho sentado de novo no trono e Paulo Portas a revogar a irrevogabilidade. Entretanto, a perigosa página Os Truques da Imprensa Portuguesa (parece que a corte do ministério da propaganda anda irritada com eles, sinal que estão a trabalhar bem) já tinha denunciado o caso e, imaginem só, o DN lá acabou por corrigir a gralha. Afinal foi o PCP Madeira que apresentou uma moção de censura aos descendentes de João Jardim. Que grande chatice!
No Blasfémias, Rui A. refere-se ao Diário de Notícias como “órgão oficial do geringoncismo“, a propósito de uma peça sobre as rendas no centro de Lisboa que, de alguma forma, o terá melindrado. Um direito que lhe assiste. Interessante é verificar que o suposto “órgão oficial do geringoncismo” conta com figuras tão “geringoncistas” como João César das Neves, David Dinis ou Miguel Angel Belloso, apenas para citar alguns, no seu painel de colunistas. Se isto é ser o “órgão oficial do geringoncismo“, questiono-me sobre que opinião terá Rui A. do Observador. Seguindo a sua linha de raciocínio, eu diria que se trata do “órgão oficial da direita radical em Portugal” ou, mais objectivamente, do “órgão oficial da caranguejola”. Mas isso sou eu a blasfemar. Geringoncismos.
o editorial do DN que vale a pena ler.
“INE confirma estagnação da economia no 3º trimestre” [DN] Ainda o governo de esquerda não existia e já causava estragos. Esta esquerdalhada…
Hoje viveu-se um dia histórico. Pela primeira vez, um acordo entre os partidos de esquerda com representação parlamentar derrubou um governo minoritário, dando expressão à maioria dos portugueses que no dia 4 de Outubro se deslocaram às urnas e rejeitaram a coligação PSD/CDS-PP.
Vivem-se dias de mudança em Portugal, dias verdadeiramente singulares. E se o inesperado acordo entre PS, BE, PCP e Verdes não fosse, por si só, extraordinário, as mudanças na nossa sociedade não ficam por aqui. E o discurso da direita nunca mais será o mesmo.
Quem nunca ouviu amigos, conhecidos ou mesmo responsáveis políticos dos partidos de direita falar em manifestações como uma perda de tempo, uma demonstração do esquerdismo caviar, uma desculpa para quem não querer trabalhar? Pois bem, hoje tivemos a segunda de duas manifestações desse novo sector da direita que faz manifestações e que empunha palavras de ordem como aquela que podemos ver na foto que abre estas linhas, e que nos remete para um universo “gato fedorentiano”: “A necessidade de consolidação das contas públicas não é uma questão ideológica“. Experimentem entoar tipo palavra de ordem. Soa mesmo bem. [Read more…]
não transpira quando o Comité Central de Pequim entra país dentro a comprar tudo o que pode. Lá está, uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa.» Nuno Saraiva, com as palavras todas
[DN, Cavaco, o sectário]
Aliás, reportagem. Por Manuel Carlos Freire. Como se percebe do título, o busílis consiste em ser um concelho comunista. Ainda os comunas não chegaram ao poder e já estão a meter areia na engrenagem.
Foi notícia no final da passada semana que o governo estava furioso com o INE devido a uma actualização que o instituto fez nos números do desemprego relativos ao mês de Maio. É irónico que o governo fique furioso com supostas manipulações destes valores quando se dedica permanentemente às mesmas. Nós por cá temos aventado bastante sobre essas manipulações, do esquema dos estágios à omissão do impacto da emigração, passando pelas alterações nas regras de contabilização do IEFP ou pela recente patranha de Bruno Maçães. É a engenharia política do desemprego em todo o seu esplendor. [Read more…]
O ponto de não retorno talvez já tenha sido transposto. A entropia está em marcha. Portugal está agora na linha da frente da crise europeia. Como estava previsto no relatório da UBS, de setembro de 2011, sobre as graves consequências da eventual saída da Grécia da zona euro. Ou no relatório da Fundação Bertelsmann, de setembro de 2012, que vinculava a saída da Grécia à queda de Portugal, e a custos astronómicos para toda a zona euro, incluindo a Alemanha. Durante cinco anos a Grécia funcionou no dominó disfuncional da zona euro como um dique protetor perante as fragilidades de Portugal. Um governo português, formado por pessoas medianamente inteligentes e patrióticas, teria apoiado, mesmo que moderadamente, qualquer governo grego, fosse ele do Syriza ou de qualquer outro partido. Deveria fazê-lo por razões jurídicas e morais, mas também por puro egoísmo político. A Grécia era um dique protetor do interesse nacional. Infelizmente, o governo de Passos Coelho e o seu eco de Belém fizeram tudo para humilhar, enfraquecer e fragilizar Atenas. Agora, só um milagre poderia evitar que o dique grego se desmorone. Os nossos juros estão a subir, a desvalorização do euro significará desequilíbrio externo e perda do valor do aforro. Os “cofres cheios” vão começar a ser esvaziados. Quando mais precisávamos de estadistas, limitamo-nos a ter em Portugal os veteranos que utilizaram a malha larga da política partidária para se promover. Nos tempos de fartura, isso seria suportável. Pelo contrário, nos dias excecionais, como os que estamos a viver, tanta incompetência pode ser mortal para a sustentabilidade do Estado. Se ao menos houvesse o decoro de permanecer em silêncio.
O dique grego, por Viriato Soromenho-Marques [DN]
Foto@The Telegraph
Olho para a sondagem de hoje da Católica para o JN/DN/Antena 1/RTP e recordo-me dos primeiros dias de António Costa na liderança do PS.
O Secretário-Geral do PS, António Costa, tinha tudo para estar a um passo de ser o próximo Primeiro-ministro. Reparem: a classe média praticamente desaparecida em parte incerta. Os jovens viviam entre a certeza do desemprego cá e a esperança de qualquer coisa lá fora. Os professores estavam revoltados. Os médicos descontentes. Os funcionários públicos (essa enorme massa eleitoral) furiosos. Os trabalhadores frustrados. As empresas no fio da navalha. Depois temos os velhos problemas e os problemas velhos: BPN, BPP, privatizações, parcerias público-privadas, justiça, listas de espera nos hospitais, etc, etc, etc. Uma tempestade perfeita.
Entretanto veio a detenção de José Sócrates. E antes dele a “tralha socrática” dentro do partido e Mário Soares a falar em barda. Depois as eleições na Grécia. Uns cartazes espalhados pelo país com uma menina em pose religiosa, ao mais puro estilo de seita brasileira. E a demora em largar o lugar de presidente da Câmara de Lisboa. E as pressões internas para falar à comunicação social sobre tudo e um par de botas. O labirinto crescia em proporções dantescas.
Foto@RTP
Na semana passada, o país ficou a saber que Pedro Passos Coelho recrutou um ex-patrão e militante do PSD para delegar a responsabilidade de preparar o programa do PSD para as Legislativas deste ano. O amigalhaço em causa é Rogério Gomes, empresário que, tal como o primeiro-ministro, aparenta possuir uma vasta experiência no campo das ONG’s, experiência essa que, segundo o DN, lhe permitiu, através da ONG que actualmente gere com a esposa, fazer alguns ajustes directos com dinheiros públicos a instituições às quais esteve ou está ainda ligado.
Não percebo como tanta gente anda tão incomodada com a entrada de Sampaio da Nóvoa na corrida presidencial. Principalmente quando a esmagadora maioria destas pessoas parece não ter dúvidas que o reitor não tem a mínima hipótese. Se ele é tão irrelevante como tanta gente diz, porquê tantos holofotes e enxovalho? Não se percebe.
O que também não se percebe é a violência da reacção do socialista Sérgio Sousa Pinto. Segundo o DN, o deputado foi arrasador com o candidato a Belém:
“Não lhe basta a sublime virgindade de, em 60 anos, nunca se ter metido com partidos, de que fugiu como do tifo. Também parece que agradece a Deus a graça de ser pobre. Antes do partido dos mujiques que do movimento do Mujica. Assistimos com horror à demagogia venezuelana do PODEMOS e o fenómeno político latino-americano apareceu-nos pela porta traseira. Esta não é a minha esquerda“
Foi enquanto lia uma compilação da correspondência entre dois autores que comecei a pensar: “Ah, bons tempos!”, o que nunca augura nada de bom, é certo. Mas reparem: a carta chegava, quase sempre a horas previsíveis, e podia ser aberta de imediato ou guardada para momento mais oportuno. Guardá-la podia ser, aliás, mais saboroso do […]
Autoria da foto (e os meus agradecimentos): http://permanentereencontro.blogspot.com/2012/12/amores-de-perdicao.html
A propósito desta notícia de hoje.
Debate político entre Aventadores. A Esquerda, a Direita, e não só.
A actualidade em análise com as opiniões dos participantes no Aventar sobre a actualidade.
Debate sobre política, sociedade, actualidade, entre outros.
As músicas escolhidas pelos participantes do Aventar com espaço para entrevistas e apresentação de novas bandas, tendências e sonoridades.
Aqui reinam as palavras. Em prosa ou poesia. A obra e os autores.
Ontem, Mário Cláudio falava acerca da “objectificação da mulher“. Hoje, o Presidente da República diz: «Mas a filha ainda apanha uma gripe! Já a viu bem com o decote?».
Pois eram. Ilda Figueiredo, “uma das 37 signatárias da petição que pede a remoção da obra, voltou atrás“.
saberia que aquela mulher não é Ana Plácido: “aquela mulher é simbólica – representa a mulher na obra do Camilo, no Amor de Perdição. Não é, nunca quis ser, um retrato de Ana Plácido“.
Direitos das crianças? É relativo. Para haver direitos tem de haver deveres, e as crianças não têm deveres. Enquanto Deus entender que a pedofilia na Igreja tem um benefício para a sociedade, irá continuar a existir.
A notícia é a reacção de Pinto da Costa ao acontecimento que o Porto Canal não noticiou. Uma tristeza. Siga.
(porque é um canal de fretes, apesar de o FC Porto não ser o clube da cidade do Porto), não transmite esta notícia. Porquê?
sem espinhas, no Expresso.
Já que na terra dele o ignoram (lembrei-me logo da “pátria que vos foi ingrata“, de Vieira), aproveite-o Lisboa, depois da nega do 17.º Patriarca.
“Feijóo quer reunir-se com Sánchez para que viabilize o seu Governo em Espanha“. Assim, não: “Durão Barroso vai casar em jJulho“.
uma política externa digna de um regime totalitário não é suficiente. Netanyahu e os seus extermistas querem acabar com a separação dos poderes. E estão a consegui-lo.
CH obrigado a reintegrar José Dias, militante e fundador do partido, expulso por invocar o santo nome do Bolsonaro da Wish em vão.
“O STOP e a cidade que queremos construir“, artigo aberto, no Público.
vem a Portugal com o Al-Nassr inaugurar um centro de alto rendimento. Triste.
“O Mundo a seus pés” é um podcast do Expresso que merece ser ouvido. O último episódio foi sobre a “iliberal” Polónia.
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