(Quase) crime, disse ele

UPNRS

Pedro Passos Coelho convidou António Costa a exercer o seu mandato de primeiro-ministro com outra serenidade e a escolher melhor as palavras que utiliza. Como se a política portuguesa fosse serena e feita apenas de floreados. Veio isto a propósito das seguintes declarações do primeiro-ministro:

O PSD não tem a menor credibilidade para falar em matéria de sistema financeiro. O PSD para encenar uma falsa saída limpa do ajustamento escondeu o BES, escondeu o Banif e escondeu tudo o que pôde esconder.

referindo-se à preocupação manifestada por Passos Coelho sobre a situação “inaceitável” da CGD. [Read more…]

A humanidade seria solidária, se…

solidariedade

 após  o terramoto, nasce a calma, como as legislativas de 2011 

A humanidade seria solidária, é dizer, sermos uns para outros, colaboradores em reciprocidade e simpatia, dar a mão sem reticências, devolver o beijo querido, tomar conta da parceira, não criticar o que não entendemos e outras qualidades quase rituais, como diz Durkheim em 1912, se, como Mauss criticou sistematicamente no seu jornal L´Humanité e nos seus textos políticos, recentemente aparecidos na PUF, 2002, não houver troca desigual entre países, grupos, castas, classes sociais, como demarcou Karl Marx e Friedrich Engels no seu texto de Paris de 1848: O manifesto comunista. Palavra que em francês é communitaire ou comunitária. Conceito que todos partilhamos para sermos solidários com os que amamos e com aqueles que nos tratam mal, conforme os nossos parâmetros.

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Ernesto Veiga de Oliveira: a etnografia

1910-1990

Citações para saber de Portugal, são suficientes os nomes de Ernesto Veiga de Oliveira e Benjamim Eanes Pereira, surgindo-nos uma panóplia de saberes e conhecimentos, como nunca se produziu em qualquer outro país. É certo que Erick Hobswawm elaborou, com a sua colecção a Era do Capital, A Era da Revolução, a Era dos Extremos, uma admirável síntese do que tem acontecido na Europa no milénio mil, anterior a este de dois mil. Como José Mattoso e a sua ilustração sobre a idade média de Portugal. Escritores sem par, que nos ensinam o passado e as suas transformações. De José Mattoso, já tenho falado muito. Do Ernesto, que não pode ser lembrado sem o seu amigo íntimo Benjamim, escrevi A Etnografia, memória de História (páginas 305-311), publicada em Dezembro de 1989, na obra: Estudos em Homenagem a Ernesto Veiga de Oliveira, coordenada por Fernando Oliveira Batista e outros, edição do Instituto de Investigação Científica.

Em A Etnografia, memória de História saliento a relação que existe entre a realidade material, palpável, positiva. Forma de organizar as lembranças de um passado que, como eu os denominava, os Ernestos tinham terror que desaparecesse e não ficasse lastro nenhum do Portugal Eterno. [Read more…]

história sintética da República do Chile

símbolo de uma República certa e serena, que sabe o que quer e debate como deve ser

 

…retirado do capítulo 4 do meu livro o crescimento das crianças…

As crianças crescem á medida que a memória social impinge a memória individual, isto é, a criança é o resultado do saber acumulado cronologicamente no tempo. No tempo em que a criança vive e no que os ancestrais andaram a viver, perto ou longe do tempo da criança. O saber é contínuo, embora conjuntural nas suas mudanças. O processo educativo que resulta da interacção de um mesmo povo, através da História, ou com outros povos através, também, da Historia, é o que faz o que eu sou.

A racionalidade da criança, indivíduo com uma epistemologia acumulada, é diferente da racionalidade cognitiva do adulto. O entendimento é diferente. As várias gerações que vivem dentro do mesmo tempo, têm experiências diversificadas, quer pelo ciclo, quer pelo tempo que a pessoa leva na História do seu ser social. Experiências que são emotivas, mas orientadas pela razão, porque a criança observa para calcular, e calcula.

Comparar três povos de diferentes línguas e experiências, não é simples, mas é um desafio interessante para quem trabalha os dados do quotidiano. Um quotidiano,

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