A intolerância pica o ponto

Ainda a propósito de uma tarde de tolerância de ponto, referi o patrão dos patrões, António Simões, um homem que veio do grupo Mello esse grande beneficiário das parcerias público-privadas em particular na área da saúde. À porta do FMI não teve pejo em fazer queixinha, que não podia ser, era uma vergonha, devia estar tudo a trabalhar, etc. etc.

Apesar das críticas públicas à iniciativa do Governo, enquanto empresário António Saraiva foi ainda mais longe ao dar tolerância de ponto aos seus funcionários que ontem não trabalharam durante todo o dia. Confrontado pelo PÚBLICO, o patrão dos patrões acabou por confirmar que tinha dispensado todos os seus funcionários. “Dei tolerância de ponto, porque acabo por ter ganhos em termos energéticos e de transportes. Se não fosse assim, não teria dado”, justificou, para acrescentar: “A actividade privada fará de acordo com a avaliação empresarial; a actividade pública tem responsabilidades”.

São estes os nossos gestores de topo. É esta a coerência dos que vivem encostados ao estado, dele e dos seus funcionários tudo exigindo. Em troca, em média um terço das empresas portuguesas declara ter tido prejuízo, e dois terços não pagam IRC. É por causa desta gente que estamos como estamos. O resto são mentiras.

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  1. […] patrão dos patrões, insurgindo-se contra uma tolerância oferecida aos funcionários públicos, quando fez o mesmo na sua empresa. E pego na sua argumentação atrapalhada: “Dei tolerância de ponto, porque acabo por ter […]

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