Eu defendi aqui, que não encontrava razões suficientes para se descaracterizar o casamento entre um homem e uma mulher. É uma célula fundamental da sociedade tal qual a conhecemos, onde se abriga o conceito de família e de procriação. Há quem entenda que os gays devem ter tratamento igual, embora me pareça que a pessoas diferentes deveriam corresponder tratamentos diferentes!
Mas o que não consigo compreender é como o Senhor Cardeal defende para filhos de Deus, todos iguais, tratamentos diferentes!
Que a Igreja defenda, no plano civil, a exclusão dos gays no casamento seria compreensível, no plano religioso e perante a Palavra de Cristo, não entendo. Cristo reafirmou que todos somos irmãos, em Deus!
Ao não aceitar o casamento homossexual, a posição da Igreja perante esta realidade é profundamente discriminatória, a não ser que considere os gays, filhos de Deus, mas pecadores sem remissão.
O relacionamento sexual só se entende com a finalidade de procriar?
É que se for assim nenhum de nós merece o casamento!
Não gastes tempo a procurar entender as ideias da igreja. É tempo perdido!
Luís, se pensarmos bem, a Igreja não pode ter outra reacção, está presa num labirinto de dogmas. Não esqueçamos que a sodomia era um dos crimes que a inquisição mais condenava. Não pode agora aprová-la como prática alternativa à procriação. Nem se lhe pode pedir que aceite casais gays nos casamentos de Santo António. O que eu penso é que o que a Igreja diz cada vez interessa menos. Parece-me também que, a este respeito, já tudo foi dito.
Á luz da Palavra de Cristo esta posição da Igreja não é atendível. Percebo que a sociedade discuta o casamento gay, e outros pretensos direitos, são opiniões, mas não entendo que se discuta a sua existẽncia. Estão aí, são gente, sermos humanos como qualquer um de nós, a Igreja não lhes pode virar as costas.
Já devias saber que a Palavra de Cristo e a doutrina oficial da Igreja são duas coisas que nada têm a ver uma com a outra. Cristo, se aparecesse durante o período em que a Inquisição foi, nos principais países europeus, o grande suporte da autoridade secular, seria queimado (até porue era judeu). Hoje, seria considerado maluco.
É que eu discuti o casamento, entidade social, não discuti os gays, são coisas bem diferentes…
Ó Luís, andas muito pró-Bragança! Ora dá uma vista de olhos naquilo que o D. Duarte disse há dias. parece que andou a ler por cima do teu ombro 😛
Julgas que é por acaso?
O ano passado, em encontro tertuliano, D.José advertiu as jovens portuguesas a pensarem duas vezes… este ano na homília da Solenidade de S.Vicente cumpriu mais um trabalhinho de casa…
Com este presente o futuro da ICAR será o de um clube religioso onde se escolhem os seus membros.
Caro Luis.
Você mesmo deu a resposta. Não se pode tratar de igual o que é diferente.
Não servindo o sexo só para a procriação, é contudo nesta que todo o edifício social, tradicional, político e religioso se baseou para fundamentar o casamento.
Você mesmo deu a solução. O estado pode e deve regular, mas de outra forma diferente, união diferentes daqueles pressupostos. O que não devia, sem nos ter consultado, era ter esvaziado o sentido do casamento como o conhecemos desde antes do estado existir.
É isso! Quanto à sociedade civil ter opiniões é um dever, e podem ser diferentes. Quanto à Igreja a prioridade devia ser “acolher” todos, sejam quais foram as diferenças.