solidariedade

Este conceito não foi criado por mim. Em 1883, Émile Durkheim definia a solidariedade como o apoio e coordenação de pessoas entre si. Nemhuma sociedade seria capaz de funcionar se não houver apoio mútuo. Bem sabia Durkheim que essa solidariedade era uma ilusão, como socialista que era. Ideologia Socialista Democrata aprendida das suas leituras da obra de Karl Marx e de trabalhar com outro socialista, bem mais avançado do que ele, Marcel Mauss. Durkheim apoiava a igualdade no seu texto acima citado e lutava pela abolição da propriedade privada, como refiro num livro escrito por mim em 2008: O Presente, essa grande mentira social. A mais-valia na reciprocidade, Afrontamento, Porto. Porque acabar com a propriedade privada? Porque dividia à sociedade em classes: os que tinham bens e os que nada tinham. Estes, trabalhavam para os primeiros por um salário que nem permitia alimentar a família.

O Grande Mestre lutou em favor dos que nada tinham e escreveu o livro de 1883, intitulado De la division du travail social. Étude sur lórganization des sociétés supérieures, editado por Félix Alcan, Paris. O que ele denomina sociedades superiores, refere a sua própria forma de organizar a sua vida na França, a sua Nação. Não é despreçar aos já conhecidos povos de uma outra forma de organizar a vida, denominados Nativos,povos que ele estudava e analisava, comparando as suas formas de vida como a dos franceses e outros povos europeus. A sua conclusão foi simples: havia dos tipos de solidariedade, a organizada pelo Direito, e a espontânea ou denominada por ele forma mecânica ou de apoio mutuo espontâneo. A dele, era solidariedade orgânica, por outras palavras, organizada pelo Direito e pela Economia. O seu texto é um debate com Adam Smith, como sabemos, sobre o seu livro de 1776: A riqueza das Nações.

O debate era importante. Adam Smith defendia formas liberais do comêrcio, Durkehiem, de que o momêrcio devia estar regulamentado pelo Direito, baixo a alçada da lei e não pela procura de mercadorias e a sua oferta. Sabido é que Smith definia o trabalho como uma proclividade do ser humano, enquanto Durkheim o definia como o resultado da aplicação do proletariado que fabricava bens de propriedade dos industriais que possuiam meios de produção.

Durkheim incriminava a Smith essa a sua ideia de investir onde e como o dono do capital pensare que era melhor. O nosso socialista Durkheim, que liu, com Marx, com avidez o texto de Smith, advogava
pela fiscalização do que devia ser produzido e pela intervenção do Estado no comêrcio entre as pessoas. O socialismo de Durkheim o levara a pensar se o que ele estudava era ou o socialismo e as suas ideias, pelo que deveia denominar a sua ciência a o estudo do socialismo, mas reparou atempadamente na existência de um grupo político denominado socialista e decidiu que as suas descoberta, por serem sobre a sociedade e a sua interacção, devia ser denominada Sociologia ou o estudo científico das sociedades humanas e dos factos sociais.

Porque científico e não apenas uma análise do que acontecia no mundo ou factos sociais? Porque não apenas eram factos, também era usado por ele na sua análise uma hipóteses que abria o que ia estudar, usar a lógica para para provar esses factos e os comparar com outros diferentes. De essa comparação nascia uma nova ideia que ele investigava de forma estatística para saber quanto acontecia desses factos, normalmente os que eram diferentes ao requerido as pesoas dentro da vida em interacção.

A sua melhor prova era ese o seu afã de usar o método comparativo dos afazeres de grupos de estatificação diferente numa mesma nação, tomando a vantagem de existis na sua sociedade os pobres e os ricos, com formas de agir diferente. Mas, o Mestre fundador da Sociologia, não ficara satisfeito com esse ponto de comparação. Procurou analizar o comportamento de grupos sociais de outros lugares do mundo, os, nesse tempo, denominados nativos. Ele nunca foi ao deserto da Austrália para estudar as formas de ser dos Arunta ou Aranda, uma etnia denominada primitiva pelos australianos e por outros. Porque primitiva? Porque as suas formas de vida eram a de caçar se instumentos modernos, como espingarda, apenas pesegiam aos avestruzes que depois comiama. ou com lanças, a caçada do javalí, o seu melhor alimento. Os Aranda não guardavam aos animais para os criar em manadas e assim poupar ese correr de um sítio para outro para obter a sua alimentação

Entre os Aranda ou Aruntas na sua língua, existia o conceito de solidariedade, que foi aprendido por um colaborador de Mauss das palavras de um sábio maori, mencionado no texto referido, esse de reciprocidade.

, que pasou a ser,com a colaboração de Marcel Mauss, o de reciprocidade, sobre o qual tenho escrito em outros textos para este debate, o de re4ciprocidade.
A minha dúvida sobre se era conceito o sentimento, apareceu ao analizar as palavras de Rainita Raini Puri,que explica que os presentes, uma vez oferecidos, não podem ser devolvidos. Toda devolução seria ua ofensa e uma deslealdade para o oferente. No entanto, nasce uma obrigação que é a de oferecer outro bem. A minha dúvida, não exprimida no meu livro mencionado, nasce das análises de Malinowskin sobre o Kula ou o anel de comércio permanente entre os Massim da Kiriwina Melanêsica, quando reparei quer no autor citado quer nos apontamentos de Jerry Leach que de Antropólogo pasou a ser Embaijador dos EUA na Grã Bretanha e nunca acabou a sua tese, ofrcendo os apontamentos e Diários de Campo ao nosso Departamento, onde são guardados, mas podem ser consultados com licença da Catedrática actual, antiga colega minha e muito amiga peressoal e de casa, como Jack Goody, Dame Caroline Humphreys, quem os faciita. Foi ai que aprendi que a reciprocidade era a antrega de bens em troca de mulheres para casar. Se no nosso Departamaento havia essa reciprocidade, ainda mais entre os Arunta e os Kiriwina. Nos trocávamos visitas e textos, eles comida e mulheres pasra a sua reprodução.

A laia de conclusão, queria acrescentar neste texto o que não me lembrara de analisar no meu livro: a reciprocidade parede no entrar dentro dos factos solicitados para serem analisados por Durkheim, mas sim entre os rituais estudados por Mauss, especialmente o livro editado por ele e escrito por um discípulo morto na primeira Grande Guerra do Século XX, Robert Hetz, intitulado:Pecado e Expiação na nossa língua até o dia de hoje jamais traduzido ao luso português:Le péché et l’expátion dans les societés primitives, Gradhiva, Paris, 1988.
Parece.me que esta ideia a devo ter retirado dos textos do Durkheim, mas especialmente da minha própria anâlise sobre o pecado e a reciprocidade.

Durhheim esboça uma ideia da solidariedade como sentimento no seu texto de 1912: Les formes élémaintaire de la vie religuieuse, Félix Alkan, Paris.
A solidariedade pode ser, apa estudar uma sociedade, um facto de apoio,mas também uma emoção passivel de ser analisada para enterdermos os grupos que estudamos. Solidariedade e reciprocidade são parte do comêrcio, mas essêncial para a reprodução social, donde, factos sociais que com prazer analizamos para entender esse eterno deambular dos Aranda, os Massim, os Kiriwina e nós próprios. Não há prazer maior entre nós, que sermos acolhidos pelos outros e recebermos presentes, como acabam pr dizer Durkheim em 1912 e Mauss em 1922, analizado em outro texto deste debate permanente que dá praqzer, ensaio intitulado Reciprocidade.

Não canso mais ao leitor. Apenas, é uma dica do que nunca se diz ou sabe dos tio e sobrinho, a dupla Durkheim Mauss que criam conceitos semelhantes quanto a factos e emotividade, um derivado do outro:reciprocidade de solidariedade,

Comments

  1. Raul Iturra says:

    Dizem por ai que há dias em que parece que é melhor nem sair da cama! Especialmente quando a denominada civilização nos habitua a termos telefone, internet, e não parecemos tonto porque o telefone com avaria não funciona e o ecrã do computador não abre. Foram as minhas maleitas.Não tinha reparado que tanta chuva fez apodrecer os fios do telefone, donde a avaria não era minha e não devia sentir a culpa que os romanos incutiram na nossa civilização e nas nossas mentes. Recuperado o telefone, com barulho, mas telefone comme même, telefone a minha padroeira a PcMédic de imediato, como faço quase todos os dias. Há ai excelentes fadas madrinhas e gnomos que me fizeram rever os cabos, certo estava eu que estavam no seu sítio…mas o alimentador do ecrã, o transmissor da imagem, estava…SOLTO! Se não fosse pelo senhor técnico, que para salvar a sua privacidade, como a de duas fadas madrinha tão queridas, no refiro os nomes, estaria ainda sem computador e em risco de pagar, mais uma vez, 50€ por causa de um cabo Estou certo que os Arunta se não conseguem caçar os seus javalis ou correr à velocidade do seu condimento, o avestruz, não ficavam tão danados como fiquei eu. Consegui, apesar do cansaço, escrever o texto e o publicar. Como fora escrito directamente no blogue, ia sendo de imediato fixado, corrigido, sem permitir ao meu amigo Carlos Loures colocar as imagens que pretendíamos. Em fim, quando trabalhava com Lévi-Strauss, Pierre Bourdieu e Maurice Godelier, as três medalhas de ouro do CNRS em Ciências Sociais, comentava com uma querida amiga no Collège de France em Paris que eu merecia ser enterrado no Pantheon National. Rimos, porque nem para urna de cinzas este corpo dá Se escrevo, até esqueço do frio, a fome ou a casa de banhos. Como é evidente, esqueço dos cabos…! Estou certo que alguém de aventar deve reparar que esse more ou ler mais, que tive especial cuidado em colocar, não aparece e deve emendar o assunto, excepto si já está e não tenho reparado. Caramba! Quando a escrita era a mão, as Bibliotecas eram uma delícia e o convívio, um prazer. As cartas eram escritas e respondidas. Hoje em dia, nem a o por redonda, sei escrever. Desculpem este desabafo, senhores leitores, mas parece-me que o mereciam, especialmente após ler palavras tas cruas como as que tenho publicado hoje…

  2. maria monteiro says:

    É-me sempre agradável ler os seus textos

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