Agrupamento de Escolas da Lourinhã: A psicóloga e o filho da ministra Ana Jorge

A informação chegou ao Aventar via mail: uma psicóloga da associação «Novos Sábios», sediada na Lourinhã, trabalhava há 3 anos na Escola E B 2 3 da Lourinhã, gratuitamente, com a promessa de que passaria a ser remunerada quando houvesse verbas para o efeito.
Ainda segundo esse mail, recentemente fora contratado para as mesmas funções, mas remuneradas, um outro psicólogo. A ser verdade, estaríamos na presença de uma história com contornos algo estranhos, de desperdício dos dinheiros públicos e falta de consideração pela psicóloga que colaborava com a escola há anos de forma gratuita. Nada de especial, num país onde os dinheiros públicos são geridos da forma que se sabe, não fosse o facto de esse psicólogo, Miguel Jorge Carvalho, ser filho de Ana Jorge, actual Ministra da Saúde.
O Aventar pôs-se em campo e chegou à fala com a psicóloga da associação «Novos Sábios», Raquel Mendes. Ouvimos também o Director do Agrupamento, Pedro Damião. Quanto ao psicólogo contratado pelo Agrupamento, Miguel Jorge Carvalho, não estava na escola e foi impossível recolher o seu depoimento.

Ponto prévio: o Aventar não faz acusações nem juizos de valor sobre as intenções que estão subjacentes a esta contratação e aos contornos que a envolvem. Revelamos apenas os factos que nos foi possível apurar.
Começámos por ouvir Raquel Mendes, psicóloga na «Novos Sábios», associação de apoio psicológico e psicopedagógico sem fins lucrativos. Licenciada em Psicologia, tem Mestrado em Terapias Comportamentais e Cognitivas. A titulo voluntário e gratuito, há 3 anos consecutivos que disponibiliza os seus serviços de psicóloga (4 horas semanais) à Escola Básica EB 2, 3 Dr. João das Regras, na Lourinhã, escola-sede do Agrupamento de Escolas D. Lourenço Vicente, naquele município.
Segundo Raquel Mendes, a escola sempre teve conhecimento do seu desejo de ser remunerada pelo trabalho que efectuava – uma aspiração legítima – quando houvesse condições financeiras para tal. Aliás, por diversas vezes os responsáveis pela escola fizeram crer que tal aconteceria logo que possível.
No entanto, no dia 24 de Fevereiro, Raquel Mendes foi informada de que a Escola tinha contratado os serviços de um psicólogo (serviços remunerados – 12 horas semanais), utilizando verbas de que o Agrupamento dispõe para Assessoria ao Director.
Pelo que o psicólogo contratado lhe disse, o convite partiu do Director do Agrupamento, Pedro Damião, que sentia a falta de técnicos nesta área na região da Lourinhã. Confrontado com este facto por Raquel Mendes, um dos adjuntos do Director ter-lhe-á respondido desta forma: «Nós não sabiamos que a Drª. estava interessada.»
Pedro Damião, ouvido pelo Aventar, confirma que convidou Miguel Jorge Carvalho, mas desmente qualquer ligação entre esse convite e o facto de o psicólogo ser filho da ministra Ana Jorge. Alega que o contratou para uma Assessoria Técnico-Pedagógica, algo que a Lei permite (Despacho n.º 16551/2009). Aliás, continua Pedro Damião, Miguel Carvalho foi contratado para Assessor do Director e não para qualquer actividade relacionada com Psicologia. Diz também que desconhece o acordo com Raquel Mendes, visto que é Director do Agrupamento apenas desde Junho de 2009. No entanto, reconhece que já era professor da Escola antes de ser Director.
Apesar destas afirmações do Director Pedro Damião, Raquel Mendes confirma que Miguel Jorge Carvalho, um psicólogo clínico, está realmente a exercer as funções de psicólogo na escola. Atende os alunos à 2ª, 4ª e 5ª Feira num gabinete denominado «Gabinete de Psicologia e Saúde» e está prestes a iniciar um projecto sobre sexualidade. De resto, quando o Aventar telefonou para a escola e pediu para falar com o Dr. Miguel Carvalho, a resposta foi: «O psicólogo? O psicólogo não está».
Confrontada com as afirmações de Pedro Damião, Raquel Mendes manifesta-se surpreendida e considera bizarro que nenhum elemento da Direcção da Escola soubesse que ela colaborava com a instituição há 3 anos e que já lhe fora prometida remuneração pelo trabalho efectuado. A estranheza é maior quando os elementos da Direcção já eram anteriormente professores naquele estabelecimento de ensino.
E reforça: «Aparentemente, este facto nada de novo traz, apenas a confirmação de que quem tem amigos tem tudo. No entanto, dado que eu estou lá – sem qualquer remuneração – parecia mais lógico fazerem-me a proposta a mim, dado que sempre elogiaram o meu trabalho. Reforçando a ideia, se há assim tanta necessidade de técnicos, e verba para os contratar, seria natural, penso, que tivessem falado comigo, de forma a negociarmos um possível aumento do meu horário na Escola, e o alargamento subsequente do meu apoio às restantes escolas do Agrupamento. Será que os meus serviços só servem porque são gratuitos? O que mais me intriga é o facto de o psicólogo contratado pelo Agrupamento ser filho da Dr.ª Ana Jorge, Ministra da Saúde. Tratar-se-á de mais uma instância dos “jobs for the boys”?»
São estes os factos. Como nota pessoal, por ser professor e conhecer relativamente bem este assunto, confirmo que, no actual modelo de Gestão das escolas, o Director pode convidar assessores para o auxiliarem na gestão. Onde lecciono, por exemplo, são dois os assessores do Director, mas ambos já eram professores da Escola, portanto não há qualquer custo a não ser uma redução no horário. Aliás, a Lei prevê que «o conselho geral pode autorizar a constituição de assessorias técnico-pedagógicas, para as quais são designados docentes em exercício de funções no agrupamento de escolas ou em escola não agrupada. O estabelecimentos de ensino deve proceder preferencialmente à afectação de professores com insuficiência lectiva no respectivo horário, desde que estes preencham os requisitos académicos ou profissionais necessários para a assessoria pretendida.»
Entretanto, devido a estes acontecimentos, Raquel Mendes e a associação «Novos Sábios» rescindiu o acordo de colaboração que mantinha com a E B 2 3 Dr. João das Regras desde há 3 anos.

Nota final: o Aventar é apenas um blogue. Não faz jornalismo de investigação nem pretende fazê-lo. Mas neste caso concreto, entendeu por bem relatar os factos que conseguiu apurar e que, valha a verdade, têm o seu quê de estranho.

Comments

  1. XicoAmora says:

    Há pessoas que ainda não entenderam o que significa a ética republicana. É por isso que é preciso gastar aqueles milhões todos para a festa da comemoração da república.

  2. Vitor Ramalho says:

    Cada vez mais este país é governado por dois grupo de pessoas, os manifestamente incapazes e os manifestamente capazes de tudo.

  3. Luis Moreira says:

    Serviço Público, Ricardo,! é tudo por acaso, até o facto do psicólogo ter mãe que, por acaso, é ministra. è um assalto sem precedentes!

  4. ponto says:

    Para um total esclarecimento da história convinha :
    1º Apurar em que circunstâncias a psicóloga Raquel prestou serviço gratuitamente durante três anos;
    2º No contexto do ponto anterior apurar também as razões pelas quais a anterior Presidente da anterior gestão, Manuela Valente, esteve suspensa, sem vencimento, durante dois meses, após acção inspectiva (IGE)após queixa de professores da escola, num processo que muito estranhamente demorou o extraordinário período de 4 anos (sim, 4 anos!!!)no ano passado, final do seu mandato.
    Provavelmente esclarecia-se este estranho “pro bono” desinteressadíssimo da psicóloga, e o autor do post(Aventar) poderia certamente aumentar o número de posts relacionados

  5. Ricardo Santos Pinto says:

    Ponto,
    Folgo em saber que está a par da vida da Escola E B 2 3 da Lourinhã. Por acaso não sabia disso, nem o actual Director me disse, nem me parece que tenha grande importância para o caso. Já agora, se estiver por aqui alguma mentira, agradecia que a denunciasse.

  6. ponto says:

    Não posso avaliar se está alguma mentira. Parece-me que não.
    O que quis foi esclarecer que esta história tem mais antecedentes e que a alguém diz que Manuela Valente lhe prometeu pagar quando houvesse dinheiro. A promessa durou três anos. Não é estranha tal duração? Não é também estranho que quem, alegadamente, fez a promessa tenha sido suspensa sem vencimento enquanto Presidente ? Não é estranho que esse processo tenha durado 4 anos?

    Se tem o contacto do actual Director ligue-lhe e confirme. Pergunte-lhe também se foram 4 anos de processo e ainda se o Presidente antecedente a Manuela Valente não foi, no decorrer desse processo, também processado pela IGE

  7. Ricardo Santos Pinto says:

    É como escrevo no último parágrafo do post. Nós não fazemos jornalismo de investigação. As pistas estão aqui, quem quiser que as explore.

  8. Raquel Mendes says:

    Apenas para esclarecimento, já que o autor do comentário anterior o pede:
    1- Há três anos atrás, quando foi fundada a Associação “Novos Sábios”, houve algumas mães que afirmaram que mesmo o preço que era cobrado pelas consultas era demasiado para as suas posses. Cobrávamos normalmente 5 (cinco) euros.
    2- Sabendo que havia casos com alguma gravidade na escola – dados a conhecer por uma professora de apoio da mesma – e pelo facto de fazer parte da Associação de Pais, ofereci então os meus serviços. Foram aceites, tendo acompanhado ao longo destes três anos cerca de vinte alunos, no total. Sempre gratuitamente, sem receber qualquer compensação, nem monetária nem de qualquer outra espécie.
    3- A minha presença na Escola apenas teve ligação com a Dr.ª Manuela Valente pelo facto de, sendo ela a Presidente do Conselho Executivo, teve de autorizar a minha presença e a minha colaboração. A queixa a que se refere o comentário anterior foi antes do início da minha actividade na Escola, e francamente os factos a que ela se refere são-me estranhos, e não me dizem respeito.
    4- O meu trabalho nunca foi posto em causa, nem pela Direcção nem por qualquer professor ou encarregado de educação. E, finalmente, muitas vezes ouvi “se houvesse hipótese de arranjar umas verbas…”
    Espero que as dúvidas tenham sido esclarecidas a contento.
    Raquel Mendes

  9. ponto says:

    Só o quis alertar que nessa história há muito mais e poderá estar a ser instrumentalizado.
    Pistas:
    Que partido governa a câmara há décadas?
    Onde situa a Escola João das Regras? Centro da terra ou periferia? São terrenos valiosos?
    A escola vai ser fechada e construída outra a 10 km?
    A anterior Presidente era querida pela câmara?
    Ente outras coisas Levou um namorado numa visita de estudo a França? Se sim, continuou a ser querida pela câmara?
    O anterior a Manuela Valente presidente era personna non grata pela câmara socialista? Foi também processado? É do conselho fiscal do spgl?

  10. ponto says:

    Raquel Mendes, nunca um seu relatório foi recusado por professores?
    Agradeço que tenha respondido e peço que nos esclareça pois tudo isto cheira demasiado mal

  11. Raquel Mendes says:

    Muito obrigado pelo seu comentário. Continuando os meus esclarecimentos:
    1- Não, nunca um meu relatório foi recusado por um professor. Não sei se foram todos tomados em linha de conta, mas pelo menos nenhum foi rejeitado. E nem sabe o esforço despendido em cada um deles. Não é por serem gratuitos que me empenho menos.
    2- O partido que governa a Câmara, já há muitos anos, é o rosa. Não sou filiada, nem sequer da cor.
    3- As movimentações quanto aos terrenos e à escola ultrapassam-me.
    4- Não sei a cor partidária da anterior presidente. Nunca esse assunto foi abordado, nem as suas relações com a Câmara.
    5- O meu trabalho apenas envolvia alunos, professores e, às vezes, os encarregados de educação. Não envolviam o Conselho Executivo, excepto no necessário para trabalhar na escola, como já disse.
    Obrigado pelo seu interesse
    Raquel Mendes

  12. ponto says:

    Agradeço de novo. Quanto mais se souber melhor e dito pelos intervenientes é excelente. Se me permite mais umas perguntas, peço perdão pelo tom inquisitorial.

    Se bem entendi a Raquel faz parte da Novos Sábios? É sócia?
    As actividades desta associação sem fins lucrativos são:
    Psicologia
    Psicopedagogia
    Explicações
    Sala de Apoio
    Cursos de formação
    segundo a vossa página do Facebook
    http://www.facebook.com/profile.php?v=wall&id=100000631140895

    Tudo sem fins lucrativos, se bem entendi.
    Também pelo que entendi a Raquel foi e talvez ainda seja mãe de um ou mais alunos da João das Regras durante esses três anos.
    Essa situação mantém-se?
    Ainda pelo que entendi prestou os seus serviços de forma totalmente desinteressada e em nada ligada à sua actividade, essa sim remunerada ,suponho, na Novos Sábios que presta apoio, sem fins lucrativos, refira-.se, a jovens que poderão ser alunos da João das Regras?

    Sente que o facto de não ser mais a “psicóloga da escola” poderá ser entendido como prejudicial à imagem da Novos Sábios?

  13. Raquel Mendes says:

    Caro ponto
    Muito obrigado pelos seus comentários.
    Já que demonstra tanto interesse, tenho o maior gosto em esclarecer o que pede:
    1- Sim, sou sócia, e faço parte dos órgãos sociais da Associação. Os preços que a Associação cobra são extremamente reduzidos, face ao mercado, e mesmo assim são escalonados, em regime de porcionismo, de acordo com os rendimentos (comprovados por declaração de IRS) de quem nos procura. Podem mesmo ser gratuitos.
    2- A minha actividade na Associação também não é remunerada, uma vez que as despesas da mesma quase que consomem a totalidade das receitas. O que sobra é para reparações, compra de material didático, testes psicológicos (são bastante dispendiosos).
    3- A minha situação laboral é “desempregada”. Estou inscrita no centro de emprego – quando recebia alguma remuneração, ganhava menos do que tinha que pagar à Segurança Social. Assim, fechei a minha actividade. E não é por falta de enviar currículos, ou procurar activamente emprego.
    4- Sim, sou mãe de uma ex-aluna e de um aluno da escola. Aliás, já escrevi anteriormente que fazia parte da Associação de Pais, o que indica esse facto.
    5- Não me parece que o facto de já não ser a “psicóloga da escola” prejudique a imagem da “Novos Sábios”. Antes pelo contrário. Alguns dos alunos que atendia na Escola passaram a procurar a Associação.
    De novo, muito obrigada pelo interesse.
    Raquel Mendes

  14. Pedro Rocha says:

    Esta é mais uma história do coitadinho. Aqule que faz chorar a nação pela injustiça a que foi sujeito. Sem querer pôr em causa o trabalho desenvolvido e o sucesso que eventualmente atingiu junto da colectividade e que aliás deveria ter sido reminerado.
    A vida em Portugal não anda devido a situações como esta. O filho da ministra, se a história fôr verdadeira, merece o lugar. Aliás, é o único que merece o lugar, pois que contrata não sabe o que tem em mãos e não merece estar lá e senhora queixosa de tanto acreditar no pai natal também não quis saír da sua zona de conforto e tem o que merece – ir procurar emprego para outro lado, em vez de chorar o leite derramado e clamar por injustiça. Quem sabe faz a hora, não espera acontecer. Portugal precisa destas pessoas mas precisa também da sua iniciativa. Tiro o chapéu ao filho da ministra, se fôr verdade, está no lugar que merece!

  15. ponto says:

    Muito obrigado.
    Creio que não sabe que este caso está também a ser debatido num blogue de grande audiência. Porque o seu nome é citado sugiro-lhe que vá aqui http://educar.wordpress.com/2010/03/05/pela-blogosfera-aventar-3/#comments comentar para que a sua voz seja ouvida. Eu já coloquei lá estes comentários, exceptuando o seu último, mas dito por si é bem melhor.

  16. ponto says:

    O meu comentário anterior era destinado à Raquel Mendes.

  17. ponto says:

    Pelo que entendo a Raquel foi vítima de todos. Lamentável.

  18. Manuel says:

    O meu comentário destina-se a Pedro Rocha que, a meu entender, não reconhece uma injustiça mesmo quando esta está mesmo à frente do seu nariz… Não querendo ferir susceptibilidades, penso que está totalmente errado! Acha que o filho da ministra deve ocupar um lugar apenas por ser filho da ministra? Então e a Dr.Raquel que trabalhou durante 3 anos na escola, sem receber um TUSTO? Não merece, pelo menos, ser reconhecida pelo trabalho exercido? O que me tira do sério neste caso, é que nem sequer avisaram a psicóloga da contratação…
    Acho que a Dr.Raquel tem todo o direito de estar indignada com o assunto e espero que continue a queixar-se!

    Quem não arrisca não petisca!

  19. Pois Pois says:

    Comentário #11 – “2- O partido que governa a Câmara, já há muitos anos, é o rosa. Não sou filiada, nem sequer da cor.”

    Procure-se no link em baixo o nome da Drª. Raquel Mendes (Maria Raquel Correira de Oliveira Carvalho Azinhais Mendes)

    (http://lourinhadiferente.blogs.sapo.pt/1613.html)

    Pois….

  20. Pois Pois says:

    Diz o post do Ricardo que “estaríamos na presença de uma história com contornos algo estranhos, de desperdício dos dinheiros públicos”.

    Isso poderia seria verdade se a psicóloga pretendesse trabalhar gratuitamente o mesmo nº que horas que o novo psicólogo. Mas não será isso que pretende pois não?!?!?!?! O que a senhora pretende é (compreensivelmente) ser remunerada.

    Aí já não haveria desperdício de dinheiros públicos?!?!?!

    Pois…

    Já agora, porque foi solicitado contraditório à senhora?!

    E tendo sido candidata pelo PSD à CML, não haverá motivações partidárias na acusação de “jobs 4 the boys”?

    Pois….

  21. Ricardo Santos Pinto says:

    Por que foi solicitado contraditório à senhora? Da mesma forma que foi solicitado contraditório ao Director.

  22. Pois Pois says:

    E teve o director possibilidade de contraditar os comentários da psicóloga às suas afirmações?
    Pois…

  23. Raquel Mendes says:

    Caro Pois Pois
    Apoiei o Carlos Segadães durante as eleições. O meu nome estava num lugar não elegível (um cargo politico não faz parte das minhas aspirações).
    Uma coisa lhe posso dizer, alguns que deram o seu apoio ao Carlos estão a ser prejudicados.
    Relativamente oas dinheiros públicos seria uma mais valia para a escola, uma vez que eu continuaria a oferecer as horas do voluntariado.

  24. Raquel Mendes says:

    Assim como eu tive possibilidade de neste blogue esclarecer as dúvidas que me foram postas, o director da escola tem exactamente as mesmas possibilidade.

  25. Pedro says:
  26. Virgulina says:

    “parecia mais lógico fazerem-me a proposta a mim, dado que sempre elogiaram o meu trabalho. (….) se há assim tanta necessidade de técnicos, e verba para os contratar, seria natural, penso, que tivessem falado comigo, de forma a negociarmos um possível aumento do meu horário na Escola, e o alargamento subsequente do meu apoio às restantes escolas do Agrupamento.”

    Raquel Mendes dixit

    “seria uma mais valia para a escola, uma vez que eu continuaria a oferecer as horas do voluntariado”

    Raquel Mendes dixit

    A máscara começa aos poucos a cair e as reais motivações do seu lamento começam a vir ao de cima: partidarite e dor de cotovelo. Se pretendia trabalhar em regime de voluntariado, afinal de que se queixa?!?!?!?!?!?!?!?!?!?! Ora… Francamente. É ainda muito curioso que num dos seus comentários a srª refere que os alunos apoiados na escola “passaram a procurar a Associação”. E se alguém lhe dissesse que se estaria a aproveitar de um trabalho voluntário numa Escola pública para angariar clientes (alunos) para uma actividade privada?

  27. Jorge Pedro says:

    Tenho acompanhado esta discussão durante algum tempo e, sinceramente, não entendo os comentários negativos, já que penso que a Srª Raquel merecia o cargo de psicóloga na escola.

    Afinal, se eu estivesse no seu lugar, ficaria extremamente zangado. Já imaginaram, trabalhar numa escola sem ganhar nada durante 3 anos, sendo prometido um pagamento mal houvesse dinheiro para tal, e depois ser “pontapeado” para fora como se nenhum valor tivesse?

    Pois é, as injustiças existem… E, pelo que parece, em vez de Portugal melhorar, está a piorar… e MUITO!

  28. António says:

    Cara Virgulina,
    Angariar para uma actividade privada?
    Não me parece que seja o caso, pois não se “angariam clientes” numa escola. Especialmente crianças. E, cumulativamente, ao fim de três anos. Se os alunos que estavam a ser acompanhados pela Dr.ª Raquel (gratuitamente) a seguiram para a associação em que exerce (não sei se a pagar, pois ela também disse que, mesmo na associação, os serviços podem ser gratuitos), o que me parece é que os seus pais têm confiança na qualidade e competências dela. Não acha?

  29. ponto says:

    E que parte da “confiança na qualidade e competências dela” poderá ser devida a ser “a psicóloga da escola”?
    António, nada disto é a preto e branco, há imensas zonas cinzentas.

  30. Florbela says:

    Depois de três anos de voluntariado na escola a Drª Raquel devia ter ficado com o cargo.Quem é que hoje em dia faz voluntariado? muito pouca gente! Não está certo que seja o filho da senhora ministra a ocupar agora esse cargo! Por acaso esse senhor ofereceu os serviços dele não renumerados a escola? Não! Então é uma injustiça que seja ele a exercer essa função!
    Quanto ao facto de alguém dizer aqui que a Drª Raquel o fazia para “angriar” possiveis clientes é um absurdo ainda maior visto que são crianças e como tal não têm poder de decisão sozinhos!
    Sou mãe de uma criança que frequenta a associação “Novos Sabios” (e não é aluna da Dr João Das Regras) e como tal tenho plena confiança nas competências da Drª Raquel.

    O que está a acontecer é uma grande injustiça sim!

  31. Contra as Injustiças says:

    Realmente…
    as pessoas que fazem comentários desnecessários são de uma tal falta de formação humana, pois devem pensar que só elas existem neste mundo que temos todos o mesmo destino e por isso devemos apoiar-nos uns aos outros e não quer destruir.
    É calaramente uma injustiça o que fizeram à Dra. Raquel, onde estes 3 anos foram um “investimento pessoal” para daí advirem a um objectivo final que é muito justo de exercer a sua profiss
    ao por meio de remuneração porque tal como todos nós a Dra. também tem de comer (um bem de primeira necessidade), até porque houve um acordo verbal.
    Nota-se bem de quem fala assim não gosta de crianças e por isso não se sacrifica por elas (nunca devem ter sido crianças concerteza!)
    E não vejo qual o interesse em “angariar”!!! crianças para a Associação visto que é sem fins lucrativos (mas é de certeza mais benéfico para os alunos frequentarem a Associação, pois assim não tem de faltar a uma hora de aula semanal no seu horário escolar para terem o acompanhamento) .
    ah! quem falou em “angariar” deve trabalhar numa imobiliária e não sabe nada da realidade em contexto escolar, pois sempre ouvi dizer que angariar são casas e não crianças.

    Que os anjinhos da guarda iluminem estas pessoas…

  32. Contra as Injustiças says:

    Falam em política, política, mas isto é dinheiro (a dita corrupção). Os directores, então pedem dinheiro ao Ministério da Educação e depois geram a maneira deles!!! E atenção pais e alunos estes directores não se preocupam nada com os seus alunos, pois sabem que é necessário na escola psicólogo educacional para apoio psicopedagogico, dificuldades de aprendizagem, interacção com a família, comportamento e cognição e outras problemáticas que se englobam na função do psicólogo educacional (área da educação) e não o fazem e depois dizem que não há dinheiro, e para o erro ser maior não contratam psicólogos mas aprovam oficinas com “vários nomes” em que são os professores que apoiam os alunos (claro estes já recebem o ordenado!!!) e os alunos tem de FALTAR a uma disciplina (1 hora semanal) no seu horário escolar para este apoio (pois existem muitos alunos com necessidades de apoio) e temos nós consciência que isso não funciona e que maior parte dos professores precisam eles também de apoio (pois é de louvar a sua dedicação, mas muito desgastante).
    Também não percebo se este psicólogo é filho da Ministra da Saúde e sendo psicólogo clínico não sei e já nem falo na “dita cunha”, pois sendo quem é, é mais fácil ter conhecimento de concursos para entidades em que os psicólogos clínicos fazem mais falta (na área da saúde) ou até mesmo abrir um concurso para a área da saúde para psicólogos clínicos pois também fazem muito falta e a Ministra deve saber disso!!! e não ir para uma escola.
    Este psicólogo se foi contratado para ser Assessor do Director não tem de dar apoio psicopedagógico aos alunos, então quem dá!!! (o psicólogo clínico não é de sua função dar este tipo de apoio) Tem de dar sim apoio ao Director que bem precisa de ser acompanhado por psicólogo clínico pois está com um distúrbio mental e também precisa de ser apoiado por um psicólogo educacional para este lhe incutir valores pessoais e sociais (a regra de viver bem) visto que a posição de Director é zelar pelos alunos e não por interesses pessoais.
    E UMA PERGUNTA POR QUE É QUE QUANDO SE LIGA PARA A ESCOLA A PERGUNTAR PELO PSICÓLOGO? O PSICÓLOGO! NÃO ESTÁ, NEM MESMO A ASSESORAR O DIRECTOR. Ah! Deve estar no seu instituto ou gabinete!
    Este director é muito arrogante e autoritário quando diz que “quero o melhor para o meu agrupamento” e claramente esta sua atitude foi um erro muito grande e o agrupamento de escolas não é dele (É DOS ALUNOS) ele ali não tem nada.
    SR. DIRECTOR OS ERROS TAMBÉM SE PODEM REMEDIAR, É PEDIR DESCULPA A DRA. RAQUEL, DIZER AO DITO PSICÓLOGO DA SITUAÇÃO ALEGANDO QUE SE PRECIPITOU E CONTRATAR A DRA.
    FAÇO UM APELO AO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E ÀS AUTARQUIAS LOCAIS pois esta situação acontece em vários agrupamentos do nosso país  (e eu sei de um caso parecido) em que os Directores fazem o que querem e não o que é melhor para os alunos (A ESCOLA É DOS ALUNOS).

    A ÁREA DA CLÍNICA (saúde mental) TEM DE EXERCER A SUA PROFISSÃO EM CENTROS DE SAÚDE (encaminhando se necessário os alunos para o apoio pedagógico, psicopedagogico, terapia da fala, etc. / a escola aqui encaminha os alunos para o centro de saúde, junta freguesia ou autarquia), MINISTÉRIO DA SAÚDE, HOSPITAIS, JUNTAS DE FREGUESIA, AUTARQUIAS. Embora e como já referi o psicólogo clínico deve dar apoio aos professores.

    A ÁREA DA EDUCAÇÃO (saúde cognitiva) TEM DE EXERCER A SUA PROFISSÃO NAS ESCOLAS (encaminhando se necessário os alunos para o técnico específico: clínico, pedopsiquiatra, terapia da fala, neurologia, etc.), MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, HOSPITAIS (c. desenvolvimento), JUNTAS DE FREGUESIA, AUTARQUIAS.

    Para problemas de comportamento (tanto para a vítima como para o agressor), as duas áreas são complementares, embora na escola o comportamento disruptivo leva a dificuldades de aprendizagem o que gera o mau sucesso escolar. Na saúde pode levar a problemas pessoais que pode até gerar o suicídio.

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