bom,

1.       aceder a um convite circular que até tem tanto que ver com círculos, que são do meu domínio (é público), pareceu-me nem largo nem apertado, mas justo.

2.       não me foi imposto um tema, e portanto, sinto-me muito à-vontade nesta minha renovada margem de manobra.

3.       para o pré não vai dar tempo. pode ser o pró?

4.       palavra de ordem: oito

5.       classificação: zero

o que vou dizer é para ser tomado na aceitação literal.

vejamos: se andarmos aos círculos por dentro do algarismo zero, necessariamente somos centrifugados, puxados aos extremos da área demarcada e, por consequência o gravito, cujas curvas enfeitam o quadro da mente na periferia do campo visual. quando se transforma numa obsessão, a força centrípeta forma um buraco negro no olho central, que tudo vê, no ralo que tudo sorve, estão as tormentas e as provações da consciência interdita a si própria. devemos ter cuidado.  não é só com o centro, com o vórtice do turbilhão que devemos ter cuidado, claro…  há na periferia perigos estranhos como duendes… movimentos fugazes das sombras, oscilações das caudas, folhas trémulas. isso pode gerar alienação. estar alienada pode acabar com a solidão. sim. o fim da solidão pode ser o começo da multiplicação. uma espécie de reprodução do espírito por cissiparidade. divide-se como uma célula, separando uma parte de si mesmo para formar outro exactamente igual a si.

hoje é dia zero com nó bem apertado no centro.

e se perdermos a consciência? a consciência não pode faltar a nenhum dos produtos ela é o núcleo, embora por vezes seja invisível , está lá. por exemplo: a esfinge não sabe que eu não lhe posso ler os acentos gráficos e que as suas palavras têm mais interrogações do que deviam; uma vez que “a” é prefixo de negação e que uma dupla negativa faz cair a negação e cria uma afirmativa, o contrário de azul seria aazul, logo zul. se zul é o contrário de azul, deve ser o seu inverso, portanto, amarelo.

quando não nos lembramos de como nos sentimos, perdemos a consciência. não por solidão, mas por excesso de companhia, o mais provável é não sentir, de todo.

concluo portanto que hoje é dia oito em nó, solitário, consciente, amarelo e circular.

carolina – echos & espheras

Dia da Mulher: Não quero flores


Nem flores, nem qualquer outro gesto simbólico que assinale o Dia da Mulher.

Quero a merecida e tão propalada igualdade de géneros.

A passagem deste dia lembra-me sempre que as mulheres continuam a ser vistas e tratadas como seres inferiores aos homens.

O próprio facto de eu ter sido convidada, porque sou mulher, para escrever este post neste blogue, que é sobretudo feito por homens, contribui para essa ideia de inferioridade feminina. Hoje os homens deixam-nos escrever… Iupii!!!

Isto apesar de as mulheres presentes em muitos dos sectores importantes das nossas sociedades serem em maior número do que os homens.

No entanto, as mulheres estão presentes, e muito, nos lugares de base, raramente nos topos. Dirão que é normal. Uma mulher não pode nem deve fazer carreira, sobretudo se tiver família ou se pretender tê-la.

Uma mulher que tenha filhos, mas insista em manter a sua carreira, muitas das vezes tem que não só provar ser muito mais capaz do que os homens seus colegas, como enfrentar as opiniões do mundo, frequentemente da sua própria família. A mãe que com sacrifício deixa os filhos à noite para reuniões importantes ou para tratar de negócios é uma má mãe. Não devia ter tido aquelas crianças, coitadinhas, deixadas assim com o pai ou os avós ou, Deus nos livre, com uma ama qualquer. E, claro, se o marido se fartar e arranjar uma amante, é normal, não tinha mulher em casa a cumprir o seu dever. Um homem não é de ferro, tem as suas necessidades. Já o pai que faz exactamente o mesmo é um grande homem, faz tudo para sustentar a família e se a ingrata da mulher se «mete debaixo» dum qualquer que lhe apareça é uma desavergonhada, não merece aquele marido, devia era ser corrida com dois sopapos. Os sacrifícios que ele faz por ela e é este o agradecimento que tem… [Read more…]

nÃO sEJAS dUR"a" dE oUVIDO # Especial Dia da Mulher 7:

E termino esta breve aparição (e absoluta estreia) na blogosfera com a junção de dois génios da música em português, tomando de assalto a rubrica “Não sejas duro(a) de ouvido” do FMSá, a partir da meia-noite já vos devolvo o rapaz. Foste tu que mos deste a conhecer. Obrigado. Zita Formoso.

e para fim, fica a surpresa, a nossa:

Mulheres, conheçam os vossos limites


Maria Noémia Pinto, leitora do Aventar

Quem me dera que o dia da Mulher me fosse indiferente:

(Por Isabel Diogo, Blogger, Intervenção Maia)

Escuso-me a comentar a pertinência da comemoração(?) do dia, bem como a abordar a questão no que transcende a nossa sociedade e a nossa cultura, porque me falta conhecimento e sensibilidade para tanto.

Gostava de poder ver o dia em que este deixe de fazer sentido. Gostava de acreditar que lembrá-lo ou comemorá-lo são pertinentes ou consequentes. O problema ( que é extremamente grave e fatal, em muitos casos) é, na minha opinião, para além do óbvio sócio-cultural, educacional.
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nÃO sEJAS dUR"a" dE oUVIDO # Especial Dia da Mulher 6:

Dedicada ao autor original da série neste dia em que completa mais um ano de vida e com dois dos nossos preferidos. Zita Formoso.

Uma História (muito) mal contada


O convite (com muito mau hálito) para a sessão inaugural da Assembleia Constituinte de 1911: mulher NÃO entra!

Neste 8 de Maio e em todo o Portugal, múltiplas instituições comemoram o Dia Internacional da Mulher, num oportuno enxerto com as comemorações oficiais da República. O lema? A Mulher e a República.
A verdade é bem diversa daquela que nos querem fazer crer. Nem sequer dando muita ênfase ao facto de Portugal ter tido duas mulheres que acumularam a Chefia do Estado com a de comandante-em-chefe das forças armadas, há ainda que considerar as regências que se sucederam ao longo de séculos e onde brilharam nomes como Catarina de Áustria ou Luísa de Gusmão, entre outras. A I República excluiu as mulheres da vida cívica, considerando-as como seres inferiores e ameaças ao regime de 1911, atribuindo-lhes um pendor religioso contrário aos postulados vigentes. Neste artigo publicado no pró-Partido Democrático jornal Humanidades (1913), torna-se evidente a contradição entre a retórica de hoje e a verdade da História de ontem. Aqui vai um naco da prosa, para aguçar o apetite:
“As mulheres na sua maioria são verdadeiras crianças, com caprichos singulares, excêntricas exigências, são histéricas, nervosas, morbidamente tímidas, deploravelmente ignorantes. Em frente desta fotografia, o que pretendem as feministas, onde quer que elas existam?
Para disfarçar a sua infantilidade, os seus caprichos, as suas exigências, envergam um trajo tanto ou quanto possível semelhante ao do homem, para proteger o nervosismo, o histerismo, e a sua timidez, usam pistola e para acabar de vez com a ignorância, uma formatura. (…) Basta que ela saiba ser mãe para o que é preciso aprender. Uma parte desta sublime missão sabe-a ela instintivamente, outra desconhece-a geralmente – a educação dos filhos.Para isto é preciso despartilha-la; despi-la de muitos preconceitos que a perseguem e gritar-lhe bem alto ao ouvido: não sacrifiques a tua saúde ao rigor artístico dos figurinos porque ao desenhista nada custou a manejar o lápis sobre um pedaço de papel! “


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Dia Internacional da Mulher, 8 de Março


Faço homenagem pública às mulheres da minha vida: à minha avó Joaquina Rosa (falecida em 1980), à minha mãe e à minha irmã. Deram-me vida, amor, carinho… ensinaram-me a crescer, a olhar com o coração… ensinaram-me a não desperdiçar o tempo… ensinaram-me como as quedas nos indicam novos caminhos…

“querendo podes vencer… querendo podes ser feliz”

Saudades avó… Obrigada mãe. Obrigada irmã

a sempre vossa Mimi

nÃO sEJAS dUR"a" dE oUVIDO # Especial Dia da Mulher 5:

Das profundezas do México chegou a Lila Downs e a música ranchera nunca mais foi a mesma. Zita Formoso.

Histórias de Vampiros

O primeiro livro de vampiros que li foi o “Crepúsculo”. Quis lê-lo pois eu gosto de ler e tinha ido ver o filme ao cinema. Como gostei da história e sei que os livros são sempre melhores que os filmes, comprei-o e li-o em duas semanas. Como deve saber, o livro de Stephenie Meyer é um romance entre um vampiro e uma humana. Os livros dessa saga (Crepúsculo, Lua Nova, Eclipse e Amanhecer) falam de um amor impossível em que um dos lados vai ter que ceder, ou o vampiro se afasta da humana, ou a humana é transformada em vampiro. A humana, Bella Swan, quer ser uma vampira, mas o seu namorado, Edward Cullen, recusa-se a transformá-la, até ao quarto livro, em que Bella está grávida, mas a filha é meia-humana, meia-vampira e durante o parto Bella tem que morrer, por isso é transformada, vivendo grandes e perigosas aventuras enquanto vampira.

A segunda colecção de livros de vampiros que li foi “Marcada”, uma saga de P.C. Cast e Kristin Cast. Essa saga apresenta os livros “Marcada”, “Traída” e “Escolhida”. Na 1ª história, Zoey, uma rapariga como qualquer outra, está na sua escola, quando aparece um vampyro que a marca. Depois de marcada, ela tem de ir para uma escola chamada Casa da Noite, senão morre. Um aluno vampyro que não vai para uma das casas da noite existentes não resiste à mudança e morre. Na Casa da Noite também pode morrer, se o seu corpo rejeitar a mudança. Lá, Zoey faz amigos, inimigos e conhece o seu futuro namorado, Eric Night. Zoey é uma rapariga muito especial, ela possui o poder de controlar os cinco elementos, uma coisa que só a deusa dos vampyros, Nyx, conseguia. Zoey consegue salvar o ex-namorado e os amigos, depois de um ritual de espíritos ter corrido mal. No segundo livro, Zoey e os amigos deparam-se com o mais horrível acontecimento, a melhor amiga de Zoey, Stevie Rae, morre e Zoey descobre que a sua orientadora e amiga, Neferet, é má. Vão acontecer muitas coisas na vida de Zoey. Não sei o que se passa no terceiro volume porque ainda não o li. [Read more…]

nÃO sEJAS dUR"a" dE oUVIDO # Especial Dia da Mulher 4:

Na hora do regresso a casa e sem tempo para nada, fica a música que ouço sempre que estou cansada. Zita Formoso.

Cumpra-se a igualdade de direitos e oportunidades e fiquem lá com o Dia da Mulher

Se há celebração do Dia da Mulher que me parece enternecedora é aquela em que os maridos, com olhinho pisco e sorriso cúmplice, dizem docemente às esposas: “Hoje vamos jantar fora, querida. Não te quero na cozinha, que hoje é Dia da Mulher”. Lembrarão inúmeras vezes no decorrer da refeição que a excepcional ida ao restaurante é uma celebração do “teu dia, querida”, e ao cair da noite não deixarão de recordar quão amorosos foram. E uma vez que ela até nem deve estar assim tão cansada, tendo ficado arredada da cozinha todo o serão, espera-se que seja generosa e que retribua, no seu dia sobre o qual está prestes a cair o pano, o carinho do esposo com toda a ternura de uma mulher amorosa.

Amanhã voltará para a cozinha, e não se falará mais no assunto, claro está. É sabido que até os escravos tinham direito a alguns dias de folga, pelos quais deviam agradecer aos seus amos. [Read more…]

Mulher/Homem=ser humano – 8 de Março – Dia do Ser Humano

Assim como tenho dificuldade em me despir em público, assim tenho dificuldade em falar seriamente de mim enquanto ser humano feminino. Sempre desejei ser vista como se não tivesse diferenças exteriores entre os outros todos seres humanos. Igual a todos os homens e igual a todas as mulheres. Um ser humano, sem mais. Mas até hoje nunca pude, nunca mo permitiram.
Com o meu lento envelhecer por fora e desanimar por dentro, esperei com ânsia os momentos em que pudesse ver vista – ouvida – sem que os meus sinais exteriores de feminino trouxessem ruído à conversa na ágora – lugar ideal de partilha de saberes e ideias sem pré conceitos. Desejava (ainda espero que seja possível) que o meu rosto se torne transparente, que o meu sorriso para a vida e os outros seja invisível, para que a palavra possa finalmente ocupar todo o espaço.
Desagrada-me que haja um dia da mulher, porque me afasta da identidade lata de ser humano. Desagrada-me que quando caminho na rua, ou estou no meu local de trabalho, ou bebo chá na praça do Povo em Xangai, ou viajo de comboio por Itália, haja um modelo de comportamento – por mais amplo que seja, que me esteja atribuído e que esperam que cumpra. O castigo do incumprimento tem sido também muito penoso – ser vista como fora do Normal,  imprevisível, ilegível, sempre dito com benevolência, como se uma criança mal comportada ainda fosse.
Há/houve ainda a violência, que me proibiu espaços e tempos, que me fechou portas e opiniões, que me roubou futuros. Deploro essas perdas, deploro ter-me cruzado com pessoas capazes de violências surdas e declaradas, a coberto dos paradigmas sociais.
Este discurso serve para os homens também, os que desejavam ser conhecidos a amados por o que são e não por aquilo que se espera deles. É válido para entender os excluídos de todas as categorias e prateleiras sociais, gavetas e armários.
Quem sou? Um ser humano em viagem.
Ilda Rodrigues

Poesia no feminino (Homenagem a Lurdes Rocha Girão)

O meu amigo de infância, Luis Moreira, conhecedor do quanto admiro a MULHER, pelo amor que recebi de minha mãe e irmã e pelo mistério que a envolve, desafiou-me a escrever um texto no dia que alguém entendeu designar como “O DIA MUNDIAL DA MULHER”.

Para mim todos os dias, tal como para o Homens, é dia da mulher e por isso considero um absurdo e um símbolo da discriminação que a sociedade continua a fazer quando já estamos no século XXI.

Decidi por isso aproveitar o desafio do meu amigo para revisitar legados da minha querida mana, falecida em Novembro do ano passado. Encontrei um livro “Janela Indiscreta” de uma poetisa (Paula Salema), sua amiga, onde ela escreveu o prefácio que a seguir transcrevo:

Prefácio
Apesar da Idade que nos separa, somos amigas de longa data, e foi por isso que acedi a escrever este prefácio, no entanto tentei ser imparcial e isenta. [Read more…]

Língua de trapos

É que nem no dia internacional se entendem e é o diz que disse do costume. Certo certo é a história do dia ter origem nos trapinhos mas mulher que é mulher conhece desde que nasce o poder de um trapo.

Ninguém pode jurar a pés juntos de onde aparece este 8 de Março porque as histórias são mais que as mães. Fala-se no incêndio da Triangle Shirtwaist mas esse, a ter acontecido, já que nem essa certeza se tem, foi a 25 de Março de 1911 mas em 1909 foi celebrado pela primeira vez o dia da mulher nos Estados Unidos. O próprio site da ONU atira-nos para o colo essa história para justificar a oficialização deste dia internacional em 1975 só que em 1910, quando na primeira convenção internacional das mulheres Clara Zetkin propôe a instituição de um dia da mulher, ainda as operárias não teriam morrido e, no ano a seguir, é escolhido o dia 19 de Março. Diz-se também, lá está, é o diz que disse que nós mulheres tão bem conhecemos, que o dia 8 de Março corresponde ao dia 23 de Fevereiro do calendário juliano e que foi nesse dia que as operárias têxteis russas largaram o trabalho e vieram para a rua protestar contra a I Grande Guerra (na altura não se sabia que era a primeira mas isto é só um aparte) sendo que desses protestos nasceu a Revolução Russa de 1917.

Como eu já tinha dito ninguém se entende e o único fio que liga estas histórias todas é mesmo um fio já que dê por onde der há sempre trapos metidos ao barulho, sejam eles capitalistas ou socialistas. Mas pronto, temos um dia internacional, é hoje, dizem, e eu, mas isso sou eu, acho que a confusão à volta deste dia não está só na história mas está, sobretudo, no nome.

Dia Internacional da Mulher. [Read more…]

Poesia Macho / Poesia Fêmea

O conclave poético parece que decidiu que existe poesia macho Y poesia fêmea, contudo o género feminino ainda não é reconhecido como apto para a arte. Desculpam-se com algumas – raras – excepções. Pois, caso contrário, o conclave arriscava-se sempre, em todos os casos, a levar uma valente surra (exclusão cultural/social) ou do pai ou do esposo. Estas são as únicas excepções à prática poética feminina num país de machos poéticos.
Mais do que o futebol e outras artes-macho, parece que a poesia é uma coisa para quem, olhando-se ao espelho, aprende – desde tenra idade – que os golpes não são para se fazer na cara, mas noutras coisas. Os machos poéticos, mesmo aqueles que escrevem poesia fêmea, iluminam-se, y o golpe, esse, só pode ser dado com as palavras. Logo, a finura para o golpe é, desde tenra idade, adestrado pelo futuro macho ou quiçá fêmea poético como se fosse um brinde tardio da natureza – aquela malandra que só aos poucos releva os desígnios – para que as dúvidas quanto ao género se diluam tão naturalmente no espírito de cada um como o hábito de representar a reprodução da percepção da noite com lua e do dia com sol.
Assim, qualquer garotinha desviada, pela sua vaidade, desta verdadeira relação com o espelho nunca, mas nunca será uma boa golpeadora, seja em que campo for, muito menos na poesia, essa arte de bem tratar o sangue. Bem, se for menos dotada pela natureza (isto é, se não corresponder ao padrão vigente do apetite alheio), ou tiver a sorte de perder algum dente, nesta idade certa, talvez tenha alguma probabilidade de aproximar, apenas, um pouquito mais o seu nariz, nesta coisa para a qual não é chamada pela natureza. Logo, se a menina fugir ao padrão que desperta a devoração, ainda que loira, prescindindo, só por si, do papá, arranca o seu mérito em apoteose. Y o flagelo da magra qualidade da sua poesia (na falta de palavra mais polémica) será factor secundário – sombra corroborante do carácter quase atlético-macho do seu verso; y não faltará macho, quiçá fêmea poético, que em sua defesa a erguerá como uma excepção puramente excepcional, assim como qualquer princípio sintético a priori da razão.
Escapou à natureza!!
Depois é uma chatice! Como se apelidará? Poetisa!? Não, isso é um termo pouco conveniente ou adequado a tão excepcional desvio da natureza! [Read more…]

Deslumbrei-me com 30 gramas de chouriço


Era o homem mais bonito que já tinha visto em toda a minha vida. Conheci-o na discoteca, saí com ele uma ou duas vezes e ao terceiro encontro não resisti: saltei-lhe para cima.
Foi uma noite memorável. Durante horas e horas, fui a mais feliz das mulheres. Ali, a levar-me ao paraíso, estava um macho como eu nunca tinha visto. Para além de ser lindíssimo, tinha um corpo perfeito e um dote que… bem, não queiram imaginar.
Aquelas semanas foram tão maravilhosas que acabei por casar com ele. Era um sonho que se concretizava.
O pior veio a seguir. Um pesadelo. Mal chegámos da lua de mel, durante a qual apenas conheci tectos de hotel, deixou de trabalhar. Que se dava mal com o patrão e com os colegas, que ganhava pouco, que ia arranjar melhor. Acreditei, mas os meses foram passando e nada. De manhã, ia para o café, chegava a casa à hora de almoço para comer e ainda protestava se eu, que tinha apenas uma hora para vir a casa, não tinha a comida pronta. À tarde, metia-se em frente ao computador a jogar e não fazia mais nada até ao jantar. Feito por mim, claro, depois de um dia de trabalho. Por vezes, comia um bitoque no café e não avisava.
Depois do jantar, ia para o café outra vez e nem me perguntava se queria ir com ele. Chegava por volta da meia-noite, ia ao frigorífico buscar uma cerveja e punha-se em frente à televisão a ver futebol.
Havia dias em que não chegava a tirar o pijama. Não fazia a barba, não tomava banho, não olhava sequer para mim.
Nos primeiros tempos, só a visão daquele Deus grego, todo nu, era-me suficiente. Aquelas horas de sexo frenético, de manhã e à noite, apagavam tudo da minha memória. Mas no dia em que começou a adormecer em cima de mim, ou a arrotar em pleno acto, achei que era demais.
Desisti. Divorciei-me. Agora, estou casada com um homem normal. Um bocado para o feioso, atarracado, pila pequena, mas pelo menos é trabalhador, limpinho e gosta muito de mim. Quanto a sexo, nada! Mas já tive a minha conta com o Arnaldo e não me posso queixar.
Por isso, amigas leitoras, aqui fica o conselho: nunca vão pelas aparências. Quando ficarem completamente deslumbradas por 30 gramas de chouriço, lembrem-se sempre que, no final, vão ter de levar o porco inteiro para casa.

Ana, leitora do Aventar

Outros posts de Ana: Ricardo Quaresma e Cristiano Ronaldo
A minha noite escaldante de sexo com Mickael Carreira

Na Madeira: a Photographia – Museu Vicentes

Por Angela Camila Castelo-Branco


A Photographia – Museu “Vicentes encontra-se instalada no antigo estúdio fotográfico de Vicente Gomes da Silva (1827 – 1906), que iniciou a sua actividade como retratista, por volta de [1853].
Em 1865, Vicente Gomes da Silva adquire o prédio localizado à Rua da Carreira e aí constrói o seu “atelier fotográfico”.
Entre Dezembro de 1886 e Agosto de 1887, Vicente Gomes da Silva e já sob a direcção de seu filho Vicente, Júnior (1857-1933), são realizadas obras de ampliação do antigo “atelier”. Edifício que se mantém até aos nossos dias, e constituindo, deste modo, um ex-líbris da arquitectura dos “ateliers” fotográficos do século XIX.

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Maria Pinto Teixeira, Mulher Activa do Ano


É uma das nossas aventadoras. Maria Pinto Teixeira, advogada do Porto, 29 anos, Presidente da Associação Animais de Rua, que se dedica à esterilização de cães e gatos vadios e abandonados. Está nomeada para o Prémio Mulher Activa do Ano. A cerimónia é logo à noite e é transmitida em directo pela SIC depois do Jornal da Noite.
Mais do que ajudar os animais abandonados, Maria Pinto Teixeira e a Animais de Rua atacam a raiz do problema: «[As outras] associações são fundamentais, mas não conseguem dar resposta ao número astronómico de animais que se multiplicam nas ruas. Nós quisemos ajudar, atacando o problema pela raiz. Quando cessa a reprodução, acabam-se as ninhadas sucessivas destinadas a sofrer e as lutas territoriais que lhes causam feridas.» Em poucos anos de vida, a Animais de Rua já esterilizou 3270 animais, evitando a procriação de mais de 550 mil cães e gatos.
Sobre as razões da nomeação para Mulher do Ano 2009, ver mais no site da Activa.

Conheço algumas mulheres fortes


Mulheres que sabem dar.
Mulheres que sentem.
Mulheres que nunca recebem.
Mulheres que gostam de viver.
Mulheres que não têm medo.
Mulheres de poucas palavras.
Mulheres que caem e levantam-se.
Mulheres que passam despercebidas.
Mulheres que estão sozinhas porque são fortes.

Tindergirl

nÃO sEJAS dUR"a" dE oUVIDO # Especial Dia da Mulher 3:

Neste nosso dia, nada como ouvir boa música! Zita Formoso.

A mulher na gestão escolar


Fui convidada a escrever no Aventar por ocasião do chamado “dia da mulher”! Decidi falar sobre o “produto” da minha interessante actividade profissional!
Dedico-me à direcção da Escola Superior de Desporto de Rio Maior, instituição de ensino superior público que integra o Instituto Politécnico de Santarém desde 1997. Até meados dos anos 90, a formação em desporto centrava-se na educação física escolar, sendo que em algumas escolas era incluída eventualmente uma especialização em determinada área.
Foi então aventada a criação de uma escola com formação especializada nas áreas do desporto mais emergente. A Escola Superior de Desporto de Rio Maior abriu portas em Setembro de 1998 e tem tido um crescimento exponencial desde então, quer em n.º de alunos quer de professores. [Read more…]

Aquilo que me chateia nos homens

Pedido o post do pré 8 de Março, que não sei mas deve ser um dia da mulher qualquer (como se algum dia existisse um especial para nós) – a propósito, ainda não fizeram uma greve por não haver um dia do homem? Adiante… deveria esperar-se que nesse dia esses homens que blogam no Aventar fizessem uma coisita especial para a mulher, tal como enviar um bruto ramo de flores para cada uma das amigas, mas claro, isso via net não tinha interesse nenhum: desapertem os cordões à bolsa e mandem por aqueles correios expressos que nos surpreendem em casa logo de madrugada, para ficarmos bem-dispostas, a pensar: quem foi o sacana que me fez levantar tão cedo.

Ora bem, supondo que na verdade esse dia é o dia da mulher, apetece-me falar daquilo que me chateia nos homens. Aproveitadores de todas as situações como lhes compete, depois que a mulher resolveu reclamar pelos mesmos direitos, passaram a achar que o cavalheirismo não fazia parte das obrigações deles. E vai daí, perdemos o direito de passar à frente quando entramos numa porta, de andar pelo lado interior dos passeios, de nos pagarem o café que bebemos na mesma mesa, e por aí fora que a esta hora da manhã não me lembro de mais nada.

Outra situação completamente catastrófica, é estar num supermercado a tentar colocar um saco de 20 kg num carrinho, que ainda por cima tem rodas e não pára quieto, e passarem por mim uma data de homens cheios de músculo e fazerem de conta que não vêm a minha dificuldade (já pensei que quando tivesse de fazer esse tipo de compras teria de colocar uma cabeleira loira e usar uma bruta minissaia; um dia experimento a ver se já tenho ajuda masculina). Melhor de tudo, é que é sempre outra mulher que se oferece para ajudar.

Bem, está feito o post que me deu na real gana… e agora, seja o dia 8 da mulher ou não, vamos ver se não levo com uma carrada de respostas ultra masculinas (não gosto do termo machista)…  porque afinal, tenham dó, sou apenas uma mulher.

MJoão Rijo

Mulher. Mãe. Rapariga. Sou.

Vou colhendo palavras sábias para perceber que uma Mulher não é virgem – é Mãe.
Fala-me a história dos ventres molhados, geradores de vida, orientadores da existência. Não preciso de história para achar brilhante a maneira como a Natureza se ocupa da criação de formas perpétuas, perfeitas – como o regaço de uma Mãe.
Lembro-me que também tenho uma – todos temos, ou tivemos – e lembro como me aquecem as garras cravadas nas minhas costas, de uma Mulher, felina, que sofre por anticipação a partida de uma fruto, a queda dele da árvore para a terra.
Começo a caracterizar a Mulher como um permanente estado de vigilância e, no entanto, uma eterna fonte de amor e de paz.

Penso nisto por toda a responsabilidade biológica que isto me atribui. Penso na metamorfose por que passa um ser do sexo feminino e percebo que qualquer um dos estágios é, fundamentalmente, igual – uma Mulher é o seio que amamenta, a perseverança que pratica, a felicidade que irradia, a força que demonstra e o amor que dá.

Renata Moreira de Sá Cruz/ Mentalfetaminas Blog

nÃO sEJAS dUR"a" dE oUVIDO # Especial Dia da Mulher 2:

Um bom dia da Mulher para todas as leitoras do Aventar e aproveitem para não serem duras de ouvido escutando as músicas que escolhi, graças ao convite do autor da série, para colocar em alta rotação durante este dia no Aventar. Zita Formoso.

Do Sentido do 8 de Março…

No dia 8 de Março de 1857, um grupo de operárias têxteis, em Nova Iorque, decidiu fazer greve, ocupando, para o efeito, a respectiva fábrica. Reivindicando a redução do horário de trabalho de 16 para 10 horas e  contestando o facto de receberem apenas um terço do salário pago aos homens,  pela prestação do mesmo trabalho, as operárias foram fechadas nas instalações dessa fábrica em que veio a deflagrar um incêndio e, nesse dia de luta pela igualdade de direitos laborais, morreram cerca de 130 mulheres.

153 anos depois, apesar do reconhecimento internacional dos Direitos das Mulheres, da Igualdade de Oportunidades e do combate a todas as formas de discriminação de que se destaca, pela sua transversalidade, a discriminação em função do sexo, as mulheres continuam, em muitos sectores de actividade, a não ter o produto do seu trabalho reconhecido em igualdade de circunstâncias com o sexo masculino. E se esta realidade ocorre ainda no Ocidente, no planeta é esta a realidade maioritária do mundo laboral. [Read more…]

nÃO sEJAS dUR"a" dE oUVIDO # Especial Dia da Mulher 1

Para celebrar o Dia Internacional da Mulher, um especial de uma convidada: Zita Formoso, habituada a ouvir boa música do autor original desta série: