PSD – Directas #2:

Ele há coisas assombrosas! No dia em que recebi por mail uma sondagem da SIC/Expresso/RR que vai ser divulgada no Sábado sobre as próximas eleições directas no PSD, eis que uma amiga minha recebe um mail para participar numa outra sondagem.

A militante abriu o documento/link, leu a primeira pergunta, avançou para a segunda e começou a desconfiar dos objectivos da coisa. Sentiu um leve cheiro a patranha, estilo questionário de time-sharing com ares de elevada seriedade mas com tiques de encomenda. De repente, a mensagem: Conto consigo! Sabe que pode contar comigo! Juntos vamos libertar o futuro, Paulo Rangel. Ok, estamos falados quanto à credibilidade do dito estudo de opinião…

Mas vamos então falar de coisas sérias, da sondagem da SIC/Expresso/RR. Ontem o Aventar abordou a importância de os militantes do PSD saberem o que pensam os portugueses sobre os seus candidatos. Pois aqui ficam os resultados do primeiro estudo de opinião sério, credível e independente cujos três órgãos de comunicação social encomendaram a uma empresa especializada e que o Aventar antecipa em 24 horas. No primeiro caso perguntaram qual o melhor candidato a Primeiro-ministro e no segundo caso quem vai vencer e as respostas foram estas:

Os golos do Benfica-Marselha

Este Benfica já viu jogos mais fáceis e, sobretudo, já tornou jogos muito mais fáceis. O Marselha posicionou-se sempre bem e campo, não cedeu espaços e, animado por Lucho Gonzalez, criou algumas situações de perigo. Mas o Benfica jogava na Luz e mandou sempre no jogo, pese o facto de falhar recorrentemente o último passe. A equipa das águias não esteve exactamente ao nível a que habituou os adeptos, não apenas por mérito do adversário mas, também, por deixar que algum nervosismo toldasse o raciocínio de alguns jogadores. O golo adversário chegou a estar à vista, não fosse uma excelente defesa de Júlio César a dois tempos. Com a entrada de Fábio Coentrão as coisas melhoraram e o Benfica marcou pouco depois, num lance em que beneficiou de alguma sorte. O resultado parecia feito, estando, ainda assim, o Benfica muito perto do 2-0 com um potentíssimo remate à trave de Ramires. Quando nada o fazia prever, ao minuto 90, surgiu o empate do Marselha. Um balde de água fria, muito fria, para as hostes da Luz. Oxalá não provoque uma pneumonia na deslocação a terrenos gauleses.

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A Brasileira do Chiado

Os cafés de Lisboa foram espaços do património e da história da cidade, coabitados por muitas gerações de intelectuais, personalidades de todas as artes, políticos e de outra gente que, apesar de anónima, desfrutava do prazer de convívios e conversas; convívios e conversas que preenchiam um extenso arco temático.

Os modernos estigmas de civilização e de modos de vida ditaram, entretanto, transformações profundas. Dos hábitos coloquiais, vividos à volta da mesa do café, acabámos por chegar aos dias de patéticas práticas de vida individualista e solitária. Uma tristeza. Nos balcões dos cafés, e não nas mesas, vejo mulheres e homens que mordem, a todo o vapor, tostas mistas, sandes de ovo com alface, ou não sei o que mais, servindo-se de uma bebida que corre, garganta abaixo, à velocidade das águas das ribeiras carregadas de chuva diluviana. Mal falam. As poucas palavras são para a empregada ou o empregado. Fazem o pedido e, no fim, perguntam: “quanto devo?” – A seguir partem, pensando e falando apenas de si para si.

Sem capacidade de resistir a esta desumana forma de vida, grande parte dos cafés de Lisboa, mesmo dos mais históricos, encerraram as portas e deixaram de sorrir para a cidade e suas gentes. Converteram-se em dependências bancárias ou em lojas de comércio abstruso, típicas do consumismo em voga.

Nos antigos espaços do convívio e da cultura, passámos, pois, a ter o gerente bancário Sousa a tentar vender o crédito para uma viagem à República Dominicana ao casal de namorados; ou a menina Vanessa a aconselhar a outra jovem um conjunto de mini – saia prateada e da blusa preta com a inscrição ‘Look at me, Love!”. O estrondoso sucesso é garantido, logo à noite, na festa da espuma – afiança a Vanessa. De facto, coisas destas fazem parte da espuma dos nossos dias.

Mas como de hecatombes e tempestades há sempre alguém que se salve, remanesce um número residual de cafés lisboetas que ainda conservam traços da história da cidade. Acima de todos, coloco ‘A Brasileira do Chiado’ inaugurada em 1905. Nas tardes das minhas deambulações pela zona, entro na ‘Brasileira’ com espírito idêntico aos devotos que acedem à Igreja de S. Roque que lhe está próxima. Olho para a sala, e em muda prece, oro em honra desse espaço e pela sua existência perene. Hoje, senti vontade de sonorizar esta oração, e desejar com muita fé que não venha de lá um Mc Donald´s igual ao que já nos levou a ‘Colombo’ e o ‘Café Roma’, entre outros.

O resumo do Atlético – Sporting

http://rd3.videos.sapo.pt/play?file=http://rd3.videos.sapo.pt/ZqnUaMnvaUBeoOV3ceLU/mov/1
Mesmo com nove, um excelente resultado para o Sporting, que tem o caminho aberto para passar a eliminatória.

Chile – Novo terramoto de grau 7,2

O nosso aventador Prof. Raúl Iturra, nascido no Chile e com grande parte da sua família a viver na terra natal, sofre os horrores de saber uma notícia tão dramática e não conseguir contactar a família.

Não sendo um homem de fé, interroga-se como coincidem no tempo, um terramoto político com a investidura como Presidente de um ex-ministro de Pinochet, 41 anos depois e a série de terramotos da mãe natureza que está zangada com o Chile e ninguem sabe porquê.

No money for the boys

Sejamos realistas. Ser presidente de junta de freguesia é uma tarefa difícil. Não é coisa para todos. E nem todos têm remunerações. Com excepção das grandes e médias freguesias, à escala nacional, os autarcas de freguesia não recebem nada. Melhor, quase nada. Vale uns trocos de ajudas de custo e as senhas de presença.

Determinados, os partidos da oposição querem cinco milhões para pagar aos autarcas. O ministro das Finanças não gostou. Olha para o que tem no cofre, olha para o que entra e para o que sai e está atrapalhado. Vai daí, acusa os partidos da oposição de quererem “money for the boys“. Não sei é o que os “boys” vão achar disto.

Faltam 421 dias para o Fim do Mundo:

Nestes dias surpreende a violência. Gratuita, estranha, estúpida. Da mesma forma, sempre se disse que o diabo está nos detalhes e, pelos vistos, no Vaticano. Ao mesmo tempo, a crise agrava-se por terras lusas mas está forte em Madrid, com Florentino a querer abrir os cordões à bolsa enquanto a mulher de Kaká prefere fazer justiça pelas próprias mãos.

Nada como a senhora deputada/cantora/actriz para nos oferecer novas definições de mentira/aldrabice/peta. E Marcelo nos dar um novo tema para amplo debate na blogosfera enquanto outros se assumem rumo às directas.

Assim vai o nosso Mundo…

11 de Março – eu estava lá!

O diálogo  salvador (de boina capitão Sebastião Martins; de frente em cabelo capitão Diniz de Almeida; à esquerda um dos militares de Abril que entretanto chegara e a TV em directo-mulher)

Ao tempo vivia ali em Alvalade para aí a dois kms em linha recta do Ralis. Estava habituado aos aviões do aeroporto próximo mas aviões militares e bombas a deflagrar distinguiam-se bem. Fui à janela os aviões rasavam o Ralis e ouviam-se disparos.

Meti-me no carro e fui para lá ver o que se passava enquanto os aviões militares abandonavam o local, forças furtivas tomavam posição nas escadarias dos prédios próximos e nas galerias exteriores. Paraquedistas, via-se pelas boinas verdes, armados de G3, a arma por excelência naquela altura, capaz de disparar tito a tiro ou em rajada. Procurei o comandante da força, tinha saído há pouco tempo da “guerra” ainda me lembrava como se procedia para não levar um tiro, mesmo que ocasional.

A minha surpresa foi enorme, o comandante da força era um amigo meu do Liceu, um tipo muito popular, generoso, poderoso fisicamente, mas do melhor como pessoa. Fiquei logo a saber que com o Sebastião, à força, íamos todos para o “galheiro” ele era destemido como poucos, mas com cuidado ele era um coração grande. [Read more…]

E a doença, filho? O novo fascismo que nos pune com terramotos

o adeus à a Presidência do Chile

À memória da minha Pátria, esse país frio, chamado Chile,
que luta pela justiça que permita finalmente aliviar o luto, 41 anos depois, dia da mudança dos mandos e do perigo do regresso ao passado recente…

Acaba uma Presidência na dobrada mas não partida, República do Chile, e começa outra. Haverá mais doença?

Deixa, pequeno, tentar explicar o que é a doença. Talvez, com as minhas palavras. Essas que tenho sempre guardadas para ti. A doença, pequeno? Parece-me um estado.
Esse estado do corpo que nos retira de andar com os outros. Esse estado do corpo que muitos dizem ser um estado da alma. Esse estado do corpo que acaba por ser o que nos fere  e nos deixa sem horizontes. Esse estado do corpo, por vezes transitório, por vezes permanente, que retira de nós o desejo de fazer mais do que falar ou mal de nós por não estarmos activos – ou mal dos outros porque nos tiraram a alma. Estado do corpo que não passa, porque o corpo é apenas a carcaça dentro da qual as nossas ideias andam. E vivemos sujeitos a ela, a essa terrível palavra que denominamos doença. Da qual fugimos. Fugimos ao pensar, sempre, que o nosso estado ideal de vida é estarmos sempre bem, com o pensamento claro, o corpo direito e o trabalho a ser realizado. [Read more…]

Novo ecosistema mediático prejudica jornalismo

Neste momento Portugal  está a abdicar da exigência democrática,diz o filósofo Jose Gil numa entrevista ao  Diário de Noticias.Na verdade   numa  conjuntura em que aqueles  que  têm alta responsabilidade em  defender a democracia se demitem da sua funçao  critica,  o sistema democrático perde,e  entra em crise.Refiro-me aos jornalistas .
Isto acontece por várias razões.
Tentarei  referir  algumas  que alteraram o ecosistema  mediático,e que se interpõem entre a informação e o cidadão,perturbando-o .
Como  actualmente tudo o que acontece  só existe  se fôr noticia, o que não é noticia ,não acontece.
A partir daí ,Governos,partidos,corporações, multinacionais , instituições, clubes,  empresas,universidades,hospitais,etc  começaram a perceber que em vez de serem os jornalistas a controlar a agenda mediática/política  , deviam  ser eles,  munindo-se de  gabinetes  que alegadamente  facilitassem a compreensão da notícia ,para comunicar com o exterior,mas  na verdade  serviam   para  controlar a realidade mediática  .
 
De facto ,o  grande objectivo destes gabinetes de imprensa  é condicionar e controlar a  informaçao, de forma que só chegue ao cidadão o que lhes interessa que saiba .
Eles sao a “Fonte”,e a partir daí, o jornalismo está condicionado a ela.
A fonte só lhe fornece  os conteúdos  que filtra mas de que ele precisa para exercer o seu labor. 
Assim, o que  devia ter nascido como um serviço público para melhor informar, transformou-se num travão à informação,porque não  se pode ultrapassar essa “fonte” que conhece os factos e os dados,a única autorizada a divulga-los,tornando verdade  aquilo  que ´é uma   mera convicção .
Inclusivé, os próprios funcionários e técnicos  das diversas corporações estão proibidos de emitir opinões para fora.Tudo tem de  passar pelo gabinete de imprensa.
A  derrapagem começa a  acontecer quando  o que há a informar não é positivo.Então, há que manipular a informação, maquilha- la ,quiçá, transforma- la em  propaganda,segundo directivas superiores.
É neste momento  que o jornalismo deveria saber dar o salto para tornear estas dificuldades que  a fonte lhe pretende o pôr.
Pois é nesta fase que  o sistema pretende controlar a informação, sonegando ao jornalista aquilo que nao deseja que o cidadão saiba,mas que é de interesse publico.
Fica- se face a um muro informativo,em que não se sabem por ex. os números dos implicados na corrupção,  quantos  aderiram, ou não, a uma greve, quantas pessoas há em listas de espera, como estão funcionando as escolas, se a criminalidade violenta está a aumentar, ou   a situação verdadeira do emprego.
Invertida a correlação de forças  caímos em duas posições.Ou o jornalista se torna subserviente,  para não perder o posto de trabalho,ou  faz um jornalismo partidário.
Neste caso, começa a ser privilegiado  pelo gabinete de imprensa  que lhe fornece dados que a outros nao são  fornecidos ,e passamos assim a ter um jornalismo   acomadaticío, ou de trincheira.
Alguns jornalisas para fugirem a este  circulo vicioso socorrem-se das chamadas fontes anónimas,   muitas vezes peritos que não podem falar em seu próprio nome por receio de represálias,mas a fonte anónima descredibiliza o jornalismo, e  o jornal , retira ao cidadão um direito de  saber quem  responde pelo que disse, e  pode servir para manipular a informaçao de acordo com criterios subjectivos do autor da peça,ou do editor ,sem que ninguem posso vir desmenti-lo
Por isso é que quando cai um governo ou uma câmara , os gabinetes de imprensa mudam imediatamente ,pois são lugares de confiança politica .
Por isso em Portugal  há, cada vez mais,  um deficit democrático,como refere, e bem, o   filósofo  José Gil.
Precisamos urgentemente  de um jornalismo independente, que venha ao encontro das necessidades do cidadão,e lhe forneça os dados que precisa para ajuizar em consciência ,não dos governos,  dos partidos ,das empresas ou das câmaras  municipais.

AS

Pensamentos XLIII e XLIV

XLIII

Gostar de não gostar, é gostar.

Não gostar de não gostar, é chato.


XLIV

É mais fácil encontrares um sapo, beijando um príncipe,

que um príncipe, beijando um sapo.


Conheça o primeiro Caderno de Pensamentos do Sr. Anacleto da Cruz.

O que hoje é pedofilia ainda ontem era arte

Ganimedes, príncipe troiano, era uma bela criança por quem Zeus se apaixonou. Incendiado de paixão pelo rapazito loiro, Zeus  (que era, no que respeita aos prazeres sensuais, um omnívoro) transformou-se em águia e, descendo dos céus sobre o indefeso Ganimedes, raptou-o e levou-o para o Olimpo, onde consumou a relação que,  aos olhos de hoje, não escaparia a ser classificada como pedófila.

Na Praça da República, no Porto, exactamente em frente ao varonil quartel militar, garante do comportamento ordeiro, há uma bela estátua do escultor Fernandes Sá que representa o rapto de Ganimedes. Se o leitor fizer a experiência de se colocar de frente para a estátua, verá como ela lhe surge emoldurada pelo edifício do quartel, quase se diria protegida sob a alçada militar. [Read more…]

O 11 de Março (Memória descritiva)

O que se passou, há 35 anos, em 11 de Março de 1975? Algo que se esperava desde a Revolução – uma reacção revanchista da direita. Que essa reacção estava iminente era evidente para quem lesse o que se escrevia, ouvisse o que se dizia. A instabilidade social, a luta entre partidos, a deriva para a esquerda, com o primeiro-ministro Vasco Gonçalves em rota de colisão com Otelo Saraiva de Carvalho, comandante do COPCON, reflectindo as inconciliáveis posições das duas principais vertentes da esquerda militar.

A Revolução assumia contornos marxistas, alarmando os conservadores. A estes meios terá chegado a informação (oriunda dos serviços secretos espanhóis) de que estava planeada uma operação de grupos de extrema-esquerda, a “Matança da Páscoa”, na qual seriam mortos cerca de 1500 civis e militares entre os quais o general Spínola. Miguel Champalimaud e o tenente Nuno Barbieri, que colheram a informação, o coronel Durval de Almeida, José Maria Vilar Gomes, João Alarcão Carvalho Branco, José Carlos Champalimaud, reuniram-se para a discutir. Convencido da sua veracidade (provável manobra de intoxicação da secreta espanhola), Spínola decidiu avançar com um golpe. Alguns oficiais secundaram-no e a conspiração passou das reuniões para o terreno. As coisas foram mais ou menos como se segue.

Na madrugada de 11 de Março, começaram a afluir à Base Aérea nº3 (Tancos) viaturas com elementos ligados ao movimento, incluindo António de Spínola. Reuniram-se em casa do major Martins Rodrigues. [Read more…]

Ponte Luís I

Em exposição no Espaço Fénix

Apontamentos de Óbidos (6)

(Óbidos vista das suas muralhas)

O óbvio que o tem de deixar de ser

Há uns dias, dizia-nos uma professora a propósito de um “remark” clássico de um aluno, que os alunos portugueses não se apercebiam que precisavam da escola. Baseava-se a professora num estudo apresentado, que eu por acaso tinha visto, que dizia que a educação portuguesa é aquela que oferece menos “mobilidade social”, ou seja, a hipótese de se “subir na vida” por causa da escola.

A minha professora tem efectivamente razão. A escola é um instrumento muito importante para uma vida melhor e para alcançarmos os nossos objectivos. Apesar de não ter sido bem essa a minha conclusão quando vi o estudo, a minha professora atribuía o resultado deste ao abandono escolar e à falta de interesse dos alunos e devido efectivamente ao facto de não se aperceberem que precisam da escola. Isto é algo que eu já ando a dizer há séculos e não constitui nenhuma novidade para mim.

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Sou portista, não sou anti-nada

Desde criança que comecei a frequentar o velhinho Estádio das Antas, aquele que foi durante muitos anos a minha segunda casa. Ali fui muitas vezes feliz, ali passei um dos dias mais tristes da minha vida, 3 de Abril de 1986, morte da minha avó. Foram lá pôr-me para não assistir ao drama que estava a acontecer em casa. E por lá fiquei o dia todo. Vi o treino da equipa de manhã, no final pedi autógrafos ao Madjer e ao Futre, fui almoçar ao restaurante da Piscina, vagueei pelo Pavilhão durante a tarde à espera que me fossem buscar.
– E a vovó, pai?
– Está a descansar, Ricardo.
Percebi. Não disse mais uma palavra.
É um dos muitos episódios que guardo na memória. Numa adolescência estranha, marcada pela solidão e pelo isolamento, o FC do Porto foi o meu grande amigo. Aquele que sempre me acompanhou, aquele que me permitia continuar a ser um miúdo relativamente normal. Inscrevi-me na claque, não os caceteiros dos «Super», mas os «Dragões Azuis», que ocupavam a Arquibancada ao som do trompete do sr. Lourenço, o velho tipógrafo do «Comércio do Porto».
Lembro-me da minha primeira viagem com a claque. Foi a Braga, penso que em 1987. Deve ter sido a primeira vez que almocei no restaurante com alguém que não os meus pais. Lembro-me do FC do Porto – Dínamo de Kiev, o mais belo jogo de futebol que vi até hoje, quando um gigante que eu não conhecia pegou em mim ao colo no momento do segundo golo.
Na época seguinte, lembro-me de entrar para o Estádio às 6 da tarde para o jogo com o Real Madrid, que começava às 10. Um mês depois, chorei com a despedida do Madjer, num jogo contra o Penafiel em que levei pela primeira vez o meu sobrinho, o nosso ex-aventador Gustavo. O Gustavinho.
Afastei-me, porque os interesses passaram a ser outros, mas continuo a ver no FC do Porto um baú de imensas recordações. E quando penso no Porto, penso na minha vida. E quando penso no Porto, penso num clube que só é grande porque conseguiu vencer e ultrapassar adversários enormes ao longo de muitos anos. Quando penso no Porto, não consigo deixar de pensar em clubes como o Benfica e o Sporting. Sem eles, o Porto não seria nada. São eles que fazem a nossa grandeza, da mesma forma que nós contribuimos para a grandeza deles.
É por isso que nunca poderia ser anti-benfiquista ou anti-sportinguista. Claro que quero que percam. Claro que quero que o Porto ganhe. Mas só isso. Nunca poderia desejar mal a dois clubes que, afinal, também fazem parte da minha vida. E de um baú imenso de recordações.

Jardim nunca aceitará esta ajuda!

A Ordem dos Arquitectos e a Ordem dos Engenheiros pela escrita dos respectivos Bastonários, vêm dar uma série de conselhos técnicos a Alberto João no sentido deste não tornar a cometer as barbaridades de Urbanismo e Construção que cometeu no passado.

O drama da Madeira como já aqui escrevemos é uma oportunidade , como o Prof. Ernâni Lopes logo dois dias após, ensinou. O Turismo pode ser melhor, ter mais qualidade e mais-valias que atraem o turista que fica e consome.

Estes três técnicos credenciados colocam à disposição da Madeira e do seu povo conselhos que têm todo o sentido, até pelos resultados que, infelizmente, estão aí à vista de todos. Não se pode construir em leito de ribeira nem de cheia, não se pode construir em falésias que atraem o desastre, não se pode encher de betão uma ilha que se quer única para atrair turistas de qualidade e, sem medo da palavra, ricos!

Mas é certo e sabido que o Presidente da Região olha para esses conselhos como alguem que lhe quer tirar o poder de fazer sem olhar às consequências, são cubanos cheios de prosápia, mandem lá no “contenente” que na Madeira mandam os madeirenses, leia-se o Alberto João e os amigos! Quando saiu da toca, passada que estava a intempérie, aí estava ele para as televisões ouvir ” tudo túneis que foi o que se aguentou, não vou em conversas…”

Pois, o grande mal é não saber em que conversas deve ir…