Escola : exemplo de incapacidade

Hoje mesmo num lanche em casa do meu afilhado, a mulher que é professora contou o que se está a passar directamente com ela. Um dos seus alunos, já acompanhado por um psicólogo há algum tempo, deixou à mãe uma carta a dizer que não suporta escola e que se vai suicidar. É vítima de um colega que perante as risadas de um determinado grupo, o espanca sempre que o vê.

Pode ser um caso de mimetismo mas um índicio destes nunca se pode analizar com ligeireza. A Tereza chamou o Director e em presença da mãe do aluno, informou-o do que se estava a passar. Num caso destes a primeira coisa a fazer é quebrar o vínculo físico, isto é, arranjar forma de os dois alunos não se encontrarem. Se não for possível com ambos a frequentar a escola então, o agressor, deve abandonar a escola até que uma solução seja encontrada. Logo vieram os do costume que isso ía prejudicar a vítima porque o agressor vingava-se. Então? Formar uma comissão para analisar o assunto!

E no centro das preocupações deixou de estar o aluno para estar a tal comissão, que enquanto não se forma (terá senhas de presença?), analisa e decide o que vai fazer, enquanto o pobre do aluno vai ter que esperar para ver se suicida ou não!

É isto que falta nas escolas, todos arrumam para o lado, não há uma hierarquia decisória, alguem que devidamente assessorado possa tomar medidas disciplinares e se responsabilize pelo problema. Pois se são todos iguais, pois se são democraticamente eleitos, podem lá tomar decisões? E se as decisões não acolherem a simpatia dos seus iguais?

Perde o lugarzinho! E o aluno, a vítima? Muda de escola ou fica em casa porque o energúmeno tem todas as garantias que nada lhe acontece. Mais ou menos como os ladrões presos em flagantre e presentes ao juiz. Saem sem acusação nenhuma!

Os polícias bem se queixam que não vale a pena! Os professores não, acham que assim é que está bem!

Colocar o dedo na ferida:

Nem sempre se pode ter razão. Os erros são uma fatalidade. Mas em política deve sempre saber-se o que se quer e só querer o que se sabe ou pode fazer. As hesitações ou inflexões não são sinal de ponderação mas quase sempre da sua falta. Paulo Teixeira Pinto

Podemos não concordar, quiça não gostar, mas devemos sublinhar a coragem. A coragem para enfrentar as dificuldades, coragem para enfrentar os mitos. Coragem para enfrentar Jardim.

A obra de Alberto João Jardim na Madeira é indiscutível e merecedora do nosso aplauso mas isso não nos pode cegar, não nos pode impedir de criticar um estilo político. Mal de nós se olhamos e nos comportamos  de forma diferente por um qualquer receio de uma qualquer putativa vaca sagrada. A obra de Alberto João Jardim, do PSD-Madeira e dos madeirenses não esconde uma forma de estar, uma vertigem de constante ajuste de contas com quem não concorda com AJJ, seja o Sr. Silva, o Sr. Pinto de Sousa ou agora o Sr. Passos. Já chega de fazer de conta que não vemos a boçalidade, a falta de educação e o modo rasca como trata todos os que ousam criticá-lo.

Ora, Pedro Passos Coelho, bem ou mal, ousou. Ousou colocar o dedo na ferida, criticar a forma inadmissível como AJJ procurou utilizar a desgraça dos outros, a tragédia dos madeirenses, como arma de arremesso político interno mentindo, afirmando que PPC foi o único político que não se solidarizou com os madeirenses sabendo, como hoje se percebeu, que estava a mentir.

No final, AJJ foi-se sentar ao lado de Rangel. O olhar de menino traquina de Rangel disse tudo. Nada mais a acrescentar além disto: diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és.

Educa-se em casa; ensina-se na escola

acordar o imaginário da criança

Para a Senhora Ministra da Educação pensar na Antropologia da Educação e novos planos de aprendizagem, Professora Doutora Isabel Alçada.

Duas palavras com diferente sentido, mas coordenadas entre si.

Hoje em dia, o mais debatido é o conceito de educação, as formas de educar, quem vigia essa educação e qual é o seu objectivo. Em curto espaço de tempo, entre finais do Século XX e os começos do Século em que vivemos, as formas de educar têm-se confundido com a noção de instrução. O debate é forte e parece não ter uma orientação. Especialmente em países como o nosso, em que a noção de educar é entregue aos docentes. No meu ver, grande erro. Antes de começar estas linhas, perguntava a uma amiga do coração o que era educar para ela. De imediato lembrou-me que a situação actual não permite a hipótese que dá título a este texto: as crianças passam o dia desde cedo de manhã, até tarde e noite. De imediato consultei a minha amiga pessoal quem me tirara a dúvida: os pais devem ajustar os seus horários de trabalho aos da denominada educação. [Read more…]

O golo do Braga – Rio Ave

Sporting da Braga soma e segue, mesmo sem Vandinho. Se a Comissão Disciplinar da Liga não se mete ao barulho, isto ainda vai acabar mal.

http://rd3.videos.sapo.pt/play?file=http://rd3.videos.sapo.pt/UZ8IhVFz8ja3qANpt5yi/mov/1

Filosofia de bolso (2)

– Dantes, vivia-se menos tempo e tudo era moroso. Hoje, vive-se mais tempo e tudo é frenético. Andamos sempre em desacerto.

Mais um quadro 2010

(adão cruz)

Almoço Aventar

Lamentando a ausência dos que não estiveram presentes por motivos devidamente justificados, para quem não foi porque não lhe apeteceu aqui fica uma pálida imagem da francesinha.

Estavam mesmo boas.

Não ajude, que é pior

Um dos filmes mais divertidos de sempre é de certeza “O mundo é um manicómio (“Arsenic and old lace”), de Frank Capra. Nele se conta a história de Mortimer Brewster,  um solteirão inveterado, que, depois de anos a pregar contra o matrimónio, acaba por render-se aos encantos da filha de um pastor e resolve casar-se. Logo a seguir ao enlace, faz uma visita aos familiares mais próximos que lhe restam, as suas tias, duas adoráveis velhinhas que se dedicam à caridade e ao chazinho das cinco.

Mas uma vez na casa das tias, Mortimer começa a encontrar cadáveres escondidos por todos os recantos e descobre que as piedosas tias lamentam tanto a sorte dos velhos sem família, que recebem como hóspedes na sua casa, que decidem abreviar essa solitária velhice com um copo de vinho temperado com uma pitada de arsénico. [Read more…]

É esta a boa moeda, Sr. Presidente???

A pergunta do dia no Congresso do PSD, por Pedro Santana Lopes. (foto gentilmente palmada AQUI).

Erros da escola e dos seus profissionais

No tripé que apresentei, os professores têm particular responsabilidade na escola, quer ao nível do seu funcionamento, quer ao nível da sua organização. São por isso parte crucial na solução deste TREMENDO problema que se transformou nos últimos anos, no pai de todos os Problemas. É por ele que os seniores estão a deixar a escola reformando-se com penalizações de 20, 30, 40 %…
Não podemos é deixar de considerar que TEMOS, professores uma imensa culpa nesta dimensão. Aceito trocar a palavra culpa por responsabilidade.

Responsabilidade porque enquanto colectivo de 150 mil profissionais nunca conseguimos colocar no centro das nossas acções a aprendizagem dos alunos, a verdadeira essência da Escola Pública – temos sido mais eficazes a falar sobre a profissão e as suas condições. Esta dialéctica favorece que do outro lado se coloque o aluno e aí ficamos a perder: parece que há alunos de um lado (com os pais e o país) e do outro os professores. Se, o centro fossem as aprendizagens e o exercício do ensino, não haveria outro lado.
Por outro lado, os Professores e a sua organização – a FENPROF – sempre defenderam um discurso em torno da autonomia, mas a verdade é que, penso eu, ninguém sabe muito bem o que isso é: estou cada vez mais convencido que, realmente, os professores não a querem e a FENPROF também não. O modelo que hoje temos, criou uma cadeia de comando imensa, um polvo com muitos braços: ME, Direcções Gerais, Direcções Regionais, Equipas de apoio… Todas estas organizações fazer sair leis, despachos, circulares, normas, recomendações e recados… Pedem relatórios, memorandos, grelhas e grelhinhas. Introduzem práticas sem sentido e que só prejudicam os alunos e o processo de ensino. Já nem falo do processo de aprendizagem.
E o que fazem os professores perante a imbecilidade do poder – cumprem! Fazem! Deixam de ensinar para fazer o que lhes mandam.
Qual é a chave para resolver isto?
A autonomia e a gestão das escolas… (voltarei)

Ética em que sentido?…

Olhando para todo o mediatismo que circunda a famosa “Comissão parlamentar de ética” , não deixo de sentir algum desprezo pelo que lá se passa.

É uma mera comissão permanente do Parlamento. Mais propriamente,  chama-se “Comissão de Ética, Sociedade e Cultura“. E, no entanto, está-se a fazer dela uma espécie de Santo Ofício para resolver os nossos republicanos males, o que, por si só, em termos conceituais é, desde logo, uma insanável contradição.

Tudo se passa no âmbito do julgamento político, enquanto a realidade jurídica e legal é arremessada para segundo plano. Cada vez menos importa o que faz a Justiça, ou tenta fazer, porque já nem se acredita. E, ali, naquela Comissão parlamentar de ética, temos festim todos os dias, há sempre alguém em palco para para manter o espectáculo em cena.

Quando olho para trás, recordo-me, por exemplo do Dr. Pina Moura ser Deputado da Nação e ao mesmo tempo presidir a interesses estrangeiros (Iberdrola). Algo que a Comissão de ética de então achou que não era motivo de incompatibilidade. Porque nada na Lei impedia tal acumulação.

Comissão parlamentar de ética?!

[Read more…]

Escolas: a culpa é de todos? Não é de ninguém?

Na continuação das mensagens anteriores onde procurei escrever sobre o momento actual das nossas escolas no que à indisciplina e violência diz respeito, venho trazer alguma reflexão sobre o papel que cada um dos actores sociais tem na Escola.
O Luís começa por sugerir que o Educando nunca tem culpa algo muito próximo da teoria do bom selvagem: os meninos nascem puros, é a sociedade que os torna impuros. Talvez tenha alguma razão, mas não a tem toda. Mas, meu caro Luís, isso é verdade para os casos de indisciplina, mas nunca para os de violência.
A indisciplina em meio escolar é parte da sua essência e resulta, em primeira medida, de conflitos vários: o conflito de idades, de interesses, de poderes, de formas de pensar. É o conflito entre o Professor e o Aluno. Para esta relação, uns melhor, outros pior, mas “todos” os professores estão preparados – ensinar implica lidar com a indisciplina.
Acontece que à Escola tem chegado, ao longo da última década, uma nova realidade – a violência. E, caro leitor, para lidar com esta não há formação ou paciência que aguente.
As escolas devem suportar a sua acção num tripé: “escola” (a organização com os seus recursos), a família e o trabalho dos alunos.

Um minuto de atenção permite perceber que nenhum dos três está a cumprir a sua função:
– a escola tem sido atacada, há 30 anos, por um conjunto de incompetentes, cada um com a sua mania – tudo muda, para ficar cada vez pior.
– a família… o que dizer?
– alunos… enfim…

No caso da escola há muitos professores que são culpados – claro que sim: não somos melhores nem piores do que outros profissionais. Temos dias bons e dias maus, momentos piores e outros melhores. Mas, há um dado interessante: com a vergonha Maria de Lurdes nasceu uma nova realidade: a “reunite aguda”, a avaliação, a monitorização, a papelada e a burocracia. Ninguém quer saber para que servem os papéis – só sabemos que temos de os fazer.
Neste contexto, temos que passar todo o nosso tempo de trabalho na escola, a fazer de conta, deixando de fazer o fundamental: ensinar e preparar aulas. E, todos entendem isto, quando não se preparar o trabalho há uma maior probabilidade da coisa correr mal.
Por outro lado, a forma como o ME tem tratado a escola, cria condições para que os incompetentes nada façam e force os melhores a um trabalho imenso sem qualquer sentido – será que o Mister do Real quer colocar o Ronaldo a Central ou na baliza? Claro que não – tem que o colocar a fazer o que ele faz melhor. No caso das Escolas, para Maria de Lurdes e seus seguidores, somos todos um bando de malandros que deve ser gerido como se fossemos ladrões.
Do lado da escola ficam estas duas ideias, voltarei a escrever sobre a família e os alunos.

Miguel Delibes (Poesia & etc.)

Com 89 anos, morreu ontem um dos grandes escritores de língua castelhana, Miguel Delibes. Numa entrevista em 2007 ao El País, evidenciou o seu cansaço, devido à saúde precária (desde os anos 90, padecia de cancro. Foi operado com êxito em 1998, mas ontem, ao cabo de anos de luta, foi vencido). Nessa entrevista, à tradicional pergunta de quais os seus projectos para o futuro, confessou: “Já não posso fazer mais nada. Saltou-me a corda como acontece com os carros dos meninos pequenos”. [Read more…]

Professores: O educando nunca tem a culpa…

um dia destes não precisamos de professores !

No meu tempo de aluno a filosofia de quem ensinava era esta: “Numa má educação o educando nunca tem a culpa” . Isto além de ser verdade ( o aluno é a parte passiva do acto de ensinar) mostrava uma grande generosidade por parte dos professores, assumiam a sua responsabilidade de profissionais, e por isso eram profundamente respeitados e socialmente valorizados.

Agora, é o contrário disto tudo. O que temos são os professores, arregimentados por sindicatos ideologicamente muito bem definidos, que co-governam a educação há 30 anos. É preciso ter coragem para dizer. Os sindicatos comunistas a quem o povo português nunca deu mais que 8% em eleições democráticas, governam, juntamente com a classe política a educação, e são tão responsáveis pelo estado a que chegou a escola como  os sucessivos governos.

Mas o que na verdade me preocupa não é aquela evidência, bem pior é admitir que os professores não têm culpas, isso seria  passar-lhes o maior atestado de incompetência.  É como dizer, na verdade estares na escola ou não estares é a mesma coisa! Não se nota, não vales nada, o teu trabalho não tem consequências. Ora isto é falso, porque o trabalho do professor é determinante na qualidade do ensino. Mas só pode ser positivamente determinante se o professor reinvindicar para si próprio a responsabilidade que a sua função exige. Não é o que se vê . As reinvindicações não passam do ganhar mais, de chegarem todos ao topo da carreira, de não aceitarem a avaliação, de não terem responsabilidades.

Se não concorrem para a resolução dos problemas esperam que a escola mude ? É por ganharem mais que os alunos passam a ser melhores? É por chegarem todos ao topo da carreira que iremos ter alunos competentes? Eu que não sou professor e que pago esta merda toda, vou estar a favor dos professores e dos sindicatos porquê?

Afinal o argumentário é igual ao dos politicos: o mal está no povo! Mude-se!

antropologia da criança.o que era já não sou, ou torne a ser

o autor do texto, em bebé

Porquê falar de família hoje? A resposta é simples: temos em frente de nós o começo dum século. E o começo dum século que é um milénio, conforme as contas que os humanos fazemos. Já temos pensado, desde antigamente, que mil anos íamos viver, mas nunca dois mil. E a dois mil entramos, ainda ao 2010. Porém, quais, as perspectivas? Milhentas, como costumamos dizer; em todos os aspectos: nos trabalhos, nas leis, nas uniões associativas dos governos, na nova tecnologia. Será porque o milénio começa que há tanta mudança, ou calhou que, na altura do milénio, mudanças históricas estavam a acontecer? Pelo menos no elo para o qual virei o olhar do leitor, a família. Elo que mais nos interessa por causa de ser base da interacção de pessoas que reproduzem, transferem, duma geração a outra, a forma de viver. [Read more…]

Apontamentos de Óbidos (8)

(Caminhando pelas ruas de Óbidos)

Não quero pagar a visita do papa

Não quero pagar a visita oficial do papa a Portugal. Em nada me interessa a visita oficial do papa. Que faça todas as visitas que quiser, mas a expensas do vaticano. Repugna-me pagar a visita oficial do papa a Portugal. É uma injustiça obrigarem-me a pagar a visita oficial deste senhor. Acho a visita oficial do papa uma ofensa e um atentado contra a laicidade do Estado e contra todos aqueles que encontram no papa o representante de uma instituição degradada, falsa, hipócrita, historicamente criminosa, carregando aos ombros histórias de  crimes, desde crimes de pedofilia e perversões sexuais a crimes economico-financeiros. Sinto-me envergonhado. A igreja apela a que todos vistam roupas alegres para receber o papa. Eu apelo a toda a gente com testa e dois olhos debaixo dela para se vestirem de luto. Eu o farei.