A necessidade de subir a taxa máxima do IVA

Num altura em que o país precisa de aumentar as exportações e reduzir o consumo interno, para equilibrar a sua balança de pagamentos, e numa altura em que o Governo tem alguma margem derivada do seu estado de graça, é um erro político não subir de imediato a taxa máxima do IVA para 25% e aproveitar a folga orçamental para reduzir ao máximo a Taxa Social Única.

Comments

  1. José Cunha says:

    Claro, claro:(

  2. Pedro M says:
  3. João Pereira dos Santos says:

    A análise parte do pressuposto que a descida será de 4%, descida essa que, em principio, será assegurada com a reestruturação da incidencia das taxas média e minima do IVA. Se defendo um aumento da taxa máxima, será para possibilitar uma descida bastante superior a 4%, precisamente para o efeito poder ser mais do que simbólico.
    De qualquer das formas, aqui fica a opinião de Vitor Bento: http://www.ionline.pt/conteudo/122403-vitor-bento-diz-que-descida-da-taxa-social-unica-pode-ser-ineficaz

  4. Pedro M says:

    Ah, nesse caso, 25% parece muito aleatório e pouco ambicioso, porque não ir logo aos 50% e eliminar todas as contribuições sociais? É do modo que a doença, fome e idade tratam logo de eliminar da economia todos os elementos não produtivos, que isto não está para lirismos.

  5. João Pereira dos Santos says:

    25% é o tecto máximo imposto pelas normas comunitárias. Seria bom podermos ter um aumento superior, para tentar evitar a saída do euro. Se acabarmos por ter que sair do euro, pode ter a certeza que a doença e a fome sofrerão um aumento mais acentuado do que o que seria causado por aumentos moderados sobre os custos do consumo compensados por diminuições no custo do trabalho.
    Pode não acreditar ou não querer acreditar, mas se o país não adoptar medidas drásticas para diminuir as importações (o que só pode acontecer diminuindo o consumo, i.e. o poder de compra) e aumentar as exportações, estará condenado a uma penúria inédita na sua História. E olhe que quem vai sofrer essa penúria não são os mais poderosos. São precisamente os mais desfavorecidos. Como sempre foi e sempre será.

    • José Cunha says:

      E será que o que ganhamos com o aumento das exportações e diminuição das importações compensa o que perdemos na produção para o mercado interno?

      • Rodrigo Costa says:

        … Há uma coisa que já se percebeu: sem se produzir —para consumo interno ou para exportar—, são estes os resultados.

        A questão principal é que, quando os fundos foram concedidos a Portugal para que se preparasse, se apetrechasse, para poder concorrer no mercado europeu, a rapaziada desatou a comprar bólides e mansões, e só meia dúzia de pessoas, a quem se pode chamar empresários, fizeram aproveitamento dos subsídios; o resto, como digo, foi para gastar em carros, em casas e em “mulas”. Por parte do Estado, foi para sustentar ideias megalómanas, tais como o Centro Cultural de Belém e outras.

        E o que acontece, agora, como eu próprio previ —não sendo formado em economia nem tendo vocação para as matemáticas—, é que, quem está a pagar, é, principalmente, quem não recebeu. O resto, são contas que as pessoas podem fazer, porque não alteram a etimologia da desgraça.

        O português-médio é vaidoso, não consegue prescindir do status. Pode ser burro que nem uma porta, mas não pode passar sem a “máquina” e sem outras ferramentas que acha que são fundamentais para impressionar; perde-se no acessório e descura a essência, e, se possível, obrigatoriamente, ter alguém que trabalhe para ele —hábitos que ficaram dos Descobrimentos, epopeia repetida aquando da integração na CEE; o azar é que, no espaço económico europeu, permitam-me a expressão, não havia “pretos”, a factura acabaria por vir; fruto, diga-se, também, dos principais países que erraram os cálculos, na medida em que negligenciaram a importância do tempo decorrido e inapropriado para recolonização.

        Hoje, a Alemanha e a Inglaterra —esta, embora, mais precavida— já se devem ter arrependido de empreender a aventura, porque acabaram por propor um projecto que potenciou —em seu benefício, primeiro; e em prejuizo de todos, depois— o desenvolvimento da chulice, porque passou a haver quem recebesse para não fazer nada, criando, em muitos, hábitos que, até aí, eram desconhecidos ou inacessíveis —a própria estrutura da CEE é pesadíssima, custará os olhos da cara; não há dinheiro que chegue para sustentar tanto “fidalgo”.

        E há um dado importante que deve ser retido: com a elaboração da carta e a obrigação, até certo ponto, do respeito pelos direitos humanos —com tudo quanto implica—, tornou-se mais difícil fundar fortuna e mesmo mantê-la, porque a alfabetização o direito de reivindicar tornaram-se o principal problema; passou a haver menos cadáveres para dissecar e adubar o alicerce dos impérios; deixou de se poder usar as crianças como braço de trabalho, que, sendo fonte de rendimento para as famílias, eram mão-de-obra barata ou, em muitos casos, gratuita para o tecido empresarial.

        O problema é: como é que se prospera em clima de pretendida igualdade, sem ferir interesses, sem causar danos a terceiros?… E, causando-os, como é que se impede a reclamação dos lesados; como é que se evita as compensações ou indmenizações?… E, por último, como é que se vai convencer quem vive acomodado em privilégios a prescindir de alguns? Como é que se vai evitar enfartes, em pessoas que, nadando em dinheiro, deixando de receber algum, ficam como se se aproximasse a miséria?…

        Eu proponho o seguinte, aos governos: façam reajustamentos no comportamento ou, então, imprimam mais dinheiro, mesmo que seja falso —Salazar já cá não está, para explicar como é que se faz isso.

        Nota: deixo um pressentimento: Até agora, tem sido impossível saber-se onde e como funcionam os off-shores. Para já, a situação tem beneficiado os depositantes; porém, cheira-me a que a maior parte deles vai ficar sem a “pasta”. Tenho o pressentimento de que nos aproximamos de um momento em que, servidos pelo anonimato, os mentores e manobradores do esquema vão fechar a “loja”, e não haverá nada para ninguém, uma vez que não há lugar a reclamações… Repito que não sou formado em Economia… nem sou bruxo…

        • MásLínguas says:

          Queres ser escritor? não é?

          • Rodrigo Costa says:

            … Cheguei a pensar nisso!…

            Mas confesso que tenho uma tremenda dificuldade em desenvonver raciocínios e em os expressar. Então, limito-me a dizer umas coisas muito curtas, que não exijam muito da minha memória, e que, muito menos, me obriguem a grande exercício de raciocínio —para além de não me submeter a esforços desmedos, acabo por me sentir mais confortável e deixar o espaço para os que, com invejável facilidade, conseguem pensar muito e preencher os espaços, respeitando o exigido sentido das mensagens, consagrando, nelas, a eficácia e a eufonia; e gosto mais, ainda, quando os textos preservam a elegância que sempre deve ter o gesto caligráfico. Salva-me, admito, a tendência que não tenho para ainveja; fico no meu canto e delicio-me vendo-os passar e dando graças a Deus, pela capacidade que me permite distinguir as minhas limiotações.

            Aliás, é neste ponto que baseio a esperança de me tornar letrado, capaz de juntar duas palavras, porque, dizem, o caminho para o conhecimento começa na consciência que se tem da ignorância. Se assim for, a minha esperança tem todo o fundamento. Terá?… Ainda não sei; saberei, quando tiver feito parte, pelo menos, desse caminho.

            Até lá, e enquanto o faço, vou assistindo ao fazer de contas sobre étimos que desconhecem, por ser mais fácil, reconheço, ver a rama do que ver a batata, a não ser que alguém a desenterre —sem querer, começo a ter o retorno do investimento feito com os primeiros passos; começo a convencer-me de que o exercício vale a pena, sendo o que me traz o ânimo, a vontade de continuar.

            Vais ver: da próxima vez que nos encontrarmos, já estarei mais próximo de ser o que pensas que eu quero ser; para o que penso, sinceramente, não ter jeito. Mas, aqui, salva-me outra esperança; a possibilidade de estar enganado… Salve-me a ignorância!…

  6. Pedro M says:

    Por exemplo, quase 30% das importações dizem respeito a combustíveis e veículos. No entanto este programa tem como objectivo declarado tornar os transportes colectivos mais caros e menos abrangentes. Aumentam as importações de combustíveis e/ou diminui a capacidade de poupança das famílias.

    Não pega muito bem o pretexto de aniquilar o poder de compra em nome de uma misteriosa base moralista para tapar a ausência de estratégia.
    Assim podemos cortar cegamente até ao tutano com a esperança que as vísceras de galinha revelem magicamente uma erosão no desemprego, enquanto só estamos a criar ciclos recessivos com consequências óbvias à partida.

    Fala-me dos mais pobres, que já usam transportes públicos, importam poucos produtos e vivem de forma austera e sem recurso a créditos avultados.
    Vamos pedir aos 50% que vivem com menos de 600€ sacrifícios (75% com menos de 1000€) e dizer-lhes que devem pagar por “viverem acima das suas possibilidades” e aguentarem com cortes a torto e a direito enquanto o desemprego sobe até aos 14%?

    Tenho uma sugestão, se algum dia por puro acaso sair do carro ou do condomínio e se vir acidentalmente frente a frente com um destes seus conterrâneos maioritários diga-lhe isso na cara e peça-lhe esses sacrifícios mas recomendo o uso de capacete.

  7. Como sera o novo futuro energetico?Pronto para explorar o novo futuro energetico?Apesar da crise economica atual preve-se que ate 2050 a demanda mundial de energia duplique. Nessa altura a populacao mundial tera aumentado para cerca de 9 bilhoes de pessoas dos 6 5 bilhoes atuais.

  8. MásLínguas says:

    Concordo. O desenvolvimento contínuo da escrita é importantíssimo e deve ser feito, mas tem também de pensar que a maior parte da gente é preguiçosa para ler textos de mais de dois ou três parágrafos, pelo que deve preservar a extensão do que escreve para outro tipo de expressão escrita, mantendo a elegância que já tem.

    Cumprimentos,
    Rita

    • Rodrigo Costa says:

      Rita, agora mais a sério.

      Como compreenderá, não é fácil fazer sínteses, quando os temas abordados impõem profundidade. Como é que se pode tratar de coisas sérias, passando de post em post, sem desenvolvimento; como se tudo o que motivou o anterior se tivesse esgotado, e o problema ficasse eliminado com a postagem do próximo?… Acha isso posível?… Não acha que o País está como está, porque as pessoas não demoraram e não demoram o tempo suficiente no tratamento ou na observação das causas?

      Como deixei dito, no primeiro comentário, a minha área não é das matemáticas, é dos sentimentos, das expressões; é deste modo que eu sei fazer as contas —é verdade que também posso dar uns “recados”; mas, quando as matérias propostas são de profundidade, nós só poderemos ser profundos, se é que queremos chegar lá —eu sou um pouco de tudo ou nada. É mais fácil eu deixar de comentar do que escrever metade do que penso que deve ser dito.

      Nota: a preguiça de ler está associada à preguiça de pensar… Logo, como acha, Rita, que podem ser resolvidos os problemas?… No dia em que a preguiça tomar conta de mim, estou desgraçado; já nem a mim mesmo posso ser útil 🙂

      Cumprimentos

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