Coisas Práticas: definições políticas

Francisco José Viegas, escritor, jornalista, editor e novo secretário de estado da cultura, reuniu crónicas num livro e chamou-lhe Dicionário de Coisas Práticas.

No final final da apresentação acrescentou duas definições que, supostamente por razões práticas, não couberam no dicionário: uma é que um ministério (qualquer um, dada a generalidade da afirmação) é um gueto. Outra é que uma secretaria de estado é, afinal de contas, um jogador que pode não abrir o jogo (pelo menos para já).

Reconheço que aprecio o imaginário “série B” de FJV. Todos sabemos, nem que seja pelas aventuras de Jaime Ramos, que com o jogo aberto é mais difícil fazer bluff.

A democracia grega

Os gregos não inventaram a democracia, quanto muito os atenienses criaram a palavra democracia para designar um regime em que menos de 10% da população decidia democraticamente da sua vida e aproveitava para decidir a vida dos outros.

Posto isto, com o notável contributo de governos locais corruptos, da Alemanha, da França, seus bancos e indústria de armamento, os gregos arriscam-se a inventar uma outra democracia, que começa nas ruas e pode acabar com a dividocracia.

Olhai para isto portugueses, já falta pouco.

Também na saúde o mercado funciona, e viva o empreendedorismo

Tenho de dar a mão à palmatória: qual Serviço Nacional de Saúde, o sistema de seguros de saúde é muito melhor, mais barato (dada a generosidade das seguradoras, essas grandes entidades filantrópicas) e eficaz. Aos que o criticam lançando atoardas sobre as pessoas que não conseguem pagar um seguro de saúde, deixo o exemplo de James Varone, desempregado, com uma hérnia a precisar de tratamento urgente, e sem seguro para isso. Demonstrando as vantagens da iniciativa privada e do empreendedorismo, James Varone dirigiu-se a um banco com uma folha onde escreveu: “isto é um assalto, dêem-me um dólar“, e o problema ficou resolvido com a chegada da polícia,  a sua detenção e envio para uma cadeia, onde os cuidados de saúde são poucos mais gratuitos.

Infelizmente um dólar é apenas um dolár, foi condenado por um pequeno delito e não passará tempo suficiente na choça para o tratamento prolongado de que necessita. Pois que para a próxima seja mais ambicioso, e peça mil dólares, já deve chegar.

O mundo das crianças V – os problemas que as guerras europeias causam no Chile

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Puerto Varas - Colónia Alemã Sul do Chile

Parte de um capítulo do livro que escrevo para Aventar

A guerra civil espanhola foi um preambulo instigado pelo mais sanguinário ditador do mundo, o criador do genocídio para ocultar crimes de guerra, à maneira de Franco. A diferença estava em que o ditador da Espanha não queimava aos seus prisioneiros: os enterrava vivos. Genocídio e morte em vida, eram praticamente o mesmo crime. O ditador alemão, austríaco de nascimento e registo, como todo o mundo sabe, era filho de um trabalhador alfandegário. Líder político alemão nasceu a 20 de Abril de 1889, na cidade austríaca de Braunnau, filho de Alois Hitler e Klara Pölzl. . Responsável por um dos maiores genocídios da História, desencadeador da 2.ª Guerra Mundial (1939-1945) e mandante do extermínio de cerca de 6 milhões de judeus. Sem concluir os estudos de segundo grau em Linz, mudou-se para Viena (1908), onde o sonho de se tornar pintor foi truncado quando não conseguiu ingressar na Academia de Belas-Artes. Em 1913, muda-se para Munique, Alemanha, fugindo do alistamento no Exército de seu país. Com o início da 1.ª Guerra Mundial, em 1914, alista-se no Exército alemão como voluntário. Ferido em combate, recebe a condecoração da Cruz de Ferro. Em 1919, filia-se ao Partido Operário Alemão (DAP), rebaptizado em 1920 como Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães (NSDAP) e apelidado de “nazi”. No ano seguinte, passa a chefiar o partido. Preso em 1923, após uma tentativa de golpe de Estado – o Putsch de Munique –, escreve o livro Mein Kampf , que me português significa “Minha Luta”. Suas ideias se baseiam no nacionalismo, no anticomunismo, no anti-semitismo e na crença na superioridade da raça ariana. Seu objectivo é construir um novo Estado (3º Reich) capaz de promover a autonomia económica da Alemanha, libertando-a do Tratado de Versalhes. Em 1930, torna-se cidadão alemão. Assume o poder como chanceler em 1933. Bane partidos políticos, prende opositores, reintroduz o serviço militar obrigatório e dá início à expansão militarista alemã. Ordena a invasão da Polónia em 1939, provocando a 2.ª Guerra Mundial. Manda judeus para campos de concentração e anexa vários países da Europa. Derrotado, em Abril de 1945, com as tropas soviéticas cercando Berlim, suicida-se no bunker da chancelaria [Read more…]

Vieux Farka Touré na Linha do Comboio

E faz boa música também.

 

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