Ibn Battuta

Esta é a história de um homem que fez de viajar o seu modo de vida.

Berbere de origem, nasceu na cidade de Tânger no ano de 1304, no seio de uma família abastada.

Aos 21 anos de idade, ainda estudante de direito, parte para fazer a peregrinação a Meca e inicia uma aventura extraordinária.

Foi viajante, peregrino, explorador, embaixador, jurista, cortesão, conselheiro, geógrafo, escritor.

A sua experiência ficou registada na obra Rihla, “A Viagem”, precursora dos relatos de viagens (ou Rihlat) e tratados de geografia.

Durante os cerca de 30 anos em que viajou, Ibn Battuta percorreu mais de 120.000 Km pelos lugares mais longínquos e diversos, incluídos num território que hoje abarca 44 países, numa época em que a Terra era um mistério, as distâncias eram longas e viajar era uma aventura.

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táxi

 

 

 

A derrota eleitoral da esquerda, consequências…

A esquerda foi ontem derrotada em toda a linha, desde a mais moderada à radical, os resultados devem ter provocado que muito boa gente ainda se encontre hoje em estado de choque. O PS foi um dos grandes derrotados da noite, mas não o único, perdeu um pouco mais de 500 mil votos e muito provavelmente 23 deputados, partindo do princípio que irá eleger um pela imigração. Imediatamente José Sócrates retirou consequências políticas, assumiu a derrota e demitiu-se da liderança do partido, que está agora numa situação verdadeiramente difícil, condicionado na oposição pelo memorando que assinou com a troika, ninguém compreenderia que viesse agora liderar a contestação ao programa do novo governo. Será assim até 2013, o que obrigará o PS a esperar dois anos, até que possa verdadeiramente assumir-se como alternativa e liderar a oposição. Até lá, podem PSD e CDS/PP aproveitar para aprovar no parlamento todas as medidas necessárias à implementação do acordo que possibilitou o resgate financeiro do país. Nesta conjuntura, será preferível ao PS escolher um líder de transição, fraco, para 2 anos, ou permitir que um dos naturais sucessores, António José Seguro, Francisco Assis ou eventualmente, mas com menor grau de probabilidade, António Costa, fique associado às políticas impopulares de austeridade, que se irão seguir? A decisão cabe obviamente aos próprios, que decidirão ou não avançar, mas só partir de 2013, ano em que teremos eleições europeias e autárquicas, um PS rejuvenescido e refrescado na liderança, já liberto do compromisso que assinou, poderá começar a construir uma alternativa de poder, até lá irá fazer a travessia do deserto, que espera possa terminar em 2015, ou antes, se a nova maioria implodir após 2013, hipótese que não descarto, caso falhe o resultado do plano de resgate e a economia não cresça.  [Read more…]

CERN cria átomos de antimatéria…

… (no caso, de anti-hidrogénio) capazes de durar 16 minutos!

Andamos tão absorvidos pela espuma dos dias que passamos pelas verdadeiras notícias sem nos apercerbermos

a- de que são mesmo notícias

b- da sua importância

Por isso este poste não vai ter muitos “gosto”, nem tornar-se viral no Facebook, nem atrair grande número de leitores. Soubesse eu a cor das cuecas de Passos Coelho na reunião com Cavaco Silva e aí sim, seria um sucesso dos grandes.

Estamos, apesar de tudo, numa fase em dificilmente se imaginam as consequências e implicações futuras de um acontecimento deste calibre. Para já, fica uma certeza que obrigará os costumeiros velhos do Restelo a engolir apocalipses anunciados: o homem produziu anti-matéria, aprisionou-a e começa agora a estudá-la. Isto é notícia.

Respira-se melhor

A análise do ar em Portugal, hoje, revelou uma melhoria de qualidade. Tal deve-se à ausência das partículas socráticas que, ao longo de seis anos, infestaram a atmosfera, a ponto de alguns portugueses terem sofrido de alergias terríveis, causadoras de estupefacção e de desânimo.

Alguns especialistas, no entanto, começam a alertar para o perigo de uma variante da mixomatose que poderá transmitir-se aos seres humanos, com a estupefacção a ser substituída por estupor e o desânimo por abatimento.

Os eleitores-fantasma.

Eu não votei. Já tinha esclarecido aqui porque o não ia fazer e, honestamente, não gosto de ser confundido com os que não votam por razões metereológicas ou de ócio. Não votei porque não estou de acordo com o sistema eleitoral, com a prevalência partidária, com os seus lobies e estratégias de poder. Não votei porque não me revejo no discurso estereotipado dos partidos. E não admito que um político de carreira como o Professor Cavaco Silva venha insinuar que, por não ter votado não terei doravante legitimidade para criticar. Logo ele, que foi eleito com 25% dos votos e se arroga ao título de presidente de todos os portugueses.

Antes de ser um eleitor, sou um cidadão e quero ser tratado como tal. Não aceito, portanto, a euforia clubística com que se celebrou ontem a substituição de um partido por outro ideologicamente semelhante, como se o poder fosse um torneio de futebol. O país vive esta mentalidade partidária como se isso fosse a coisa mais normal do mundo. Mas não é. A tal democracia representativa e directa que aqueles meninos e meninas mimados reclamam no Rossio é obtida através do voto, mas de um voto em ideias e não em ideologias. Por isso acho que ficamos todos a perder enquanto as eleições para o Poder Central ou Local estiverem minadas pelo clientelismo partidário, cujo desejo último não é servir o cidadão, mas arrigementar eleitores apenas para alimentar a sua máquina e manter o poder. Só um sistema como o actual, favorece homens cuja vida é dedicada, não em prol de uma causa ou de um ofício, mas de uma carreira, como é o caso de José Sócrates, P. Passos Coelho, Paulo Portas ou Francisco Louçã. Para acabar de vez com a ideia de que a res publica é um emprego e não uma causa. [Read more…]

Então não era defender o Estado social?

«choque liberal» diz Amado

-Começam a aparecer vozes no PS, discordando do caminho até aqui seguido. Não será obviamente Luís Amado quem irá suceder a José Sócrates, a disputa em directas ficará para Francisco Assis e António José Seguro, tenho dúvidas que António Costa avance. Para já, quem quer que venha a ser o líder, ficará comprometido com parte do programa do governo até 2013, pela assinatura do memorando da troika. A partir daí sim, poderemos contar com um PS nas ruas, liderando a oposição. Ninguém compreenderia agora que o PS fizesse oposição ao texto que ele próprio assinou, facto que será aproveitado até à exaustão pelo novo governo.

 

 

 

Os portugueses querem mudar, irão conseguir?

-Um Portugal farto de José Sócrates, decidiu mudar o governo, infligindo ao PS uma pesada derrota, que apenas encontra paralelo nos tempos das maiorias absolutas de Cavaco Silva. Cerca de 500 mil portugueses terão mudado o sentido de voto, resultados comparados com 2009. A vitória do PSD, não propriamente pela votação, cerca de 3 pontos acima das sondagens, é expressiva no número de mandatos obtidos, o que se explica pela hecatombe socialista, o PS, segundo partido mais votado, com menos 100 mil votos que o 2º partido em 2009, então o PSD liderado por Manuela Ferreira Leite. No entanto, Pedro Passos Coelho ficou aquém da meta ambicionada, alcançar a maioria absoluta, felizmente digo eu, porque as 3 experiências que tivemos mostraram um Estado parasitado pelos partidos que tomam nas mãos o poder absoluto. [Read more…]

ARTUR: António Bokel no LAC

O ARTUR (Artistas Unidos em Residência) prossegue a bom ritmo no LAC, com os artistas a intervencionarem o edifício da antiga cadeia de Lagos. Destaque hoje para António Bokel.

Vencedores:

Pedro, se não vamos a votos no país, vamos a votos no partido” é uma frase atribuída, por uma fonte jornalística, a Marco António Costa. Como estou a citar de cor, pode não ser bem assim mas o sentido imputado era este.

O vice-presidente da Comissão Política Nacional e presidente da CPD do Porto do PSD, Marco António Costa, é diabolizado por boa parte dos opinion makers e alguns jornalistas da capital. Mesmo dentro do PSD algumas almas não gostam dele. É certo que são cada vez menos. Mas existem.

Por aquilo que tenho visto, não consigo entender. Como Presidente da Distrital do Porto consegue obter excelentes resultados. Seja nas eleições autárquicas, na dinamização do partido no distrito do Porto como em eleições nacionais (olhem para os resultados do PSD no distrito nestas legislativas e para a forte mobilização em toda a campanha eleitoral – incluindo uma perninha num e noutro distrito vizinho). [Read more…]

Um interior deserto

círculos eleitoraisAo olhar para os resultados eleitorais fui constatando o baixo número de deputados eleitos por cada círculo eleitoral. Dois deputados por Portalegre; três por Bragança, Évora e Beja; quatro por Guarda e Castelo Branco.

Sendo o número de deputados proporcional à dimensão do círculo eleitoral, estes números, quando comparados com os quarenta e sete deputados eleitos por Lisboa ou com os trinta e nove eleitos pelo Porto, são a demonstração de um país que não aproveita o território que tem. Tanta autoestrada para servir o país e ninguém para as usar.

Diria que esta “fotografia” é o melhor instantâneo destes 37 anos de democracia. Falta saber se era o que se desejava.

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