O nosso sofrimento é duro. O modo como nos dois últimos anos o Sistema Cratoniano comprimiu as condições na sala de aula e inventou desemprego docente em larga escala ficará nos anais do maquiavelismo moderno, em estados particularmente falidos. Em todo o caso, o Estado Português tem de sobreviver e seguir adiante, der por onde der. Por isso atira borda fora lastro, víveres, alma, cérebros, doentes e especiais. A Barca Nacional navega à bolina e é uma casca de noz perante a procela da dívida. Não há muito a fazer senão cada qual inventar um caminho nunca dantes percorrido, ter uma bóia e agarrar-se a ela. Hoje, os desempregados do Ensino amargamente pedem meças ao impotente Ministério. Amanhã cotizar-se-ão para um bilhete dos One Direction e procurarão esquecer esta sina triste de ser utilizados e deitados ao lixo, sobretudo professores que escrevem de mais em blogues e não poupam aselhas sejam eles do PS, do PSD, do CDS-PP, do BE ou do PCP. Ser franco-atirador da palavra vale a pena. É pena esta fome, este desperdício humano, esta sensação de não-pertença, de não-inscrição. É no que dá ter-se governado com os pés. É no que dá aceitar a corrupção enraizada e transversal no Regime dos soares e dos cavacos, dos sócrates e dos passos.
São só os professores, claro, porque é o que te dói no bolso. O resto não faz falta, obviamente.
Disparate, pá. É somente um padecimento que conheço de perto e na primeira pessoa. Quinze anos ou mais anos descartável e agora monumentalmente chutados para canto só num País muito doente.
Bouuua! Mas, está a sério ou a mangar? É que acho que é a primeira vez que junta aquela gente toda no mesmo embrulho.
Não creio que seja. Recuso-me a um activismo inútil nesta causa que me parece inexoravelmente perdida.
A ilustração apouca a figura de Jesus Cristo.
É possível, mas não é essa a intenção. Note que a representação não é O Senhor. É uma representação.