Estimadas senhoras e senhores,
Antes de mais gostaria de vos saudar por aparentemente terem conseguido colocar o interesse nacional à frente das diferenças que vos separam. Enquanto cidadão que se identifica com uma matriz ideológica de esquerda, é com grande satisfação que encaro o vosso empenho na procura de um entendimento que permita a criação de uma alternativa à austeridade extremista que coloca o poder financeiro à frente das reais necessidades de uma sociedade empobrecida e massacrada pelo radicalismo financeiro que comanda a Europa.
Contudo, é meu receio que todas estas movimentações possam não passar de uma mera encenação, um arranjo de circunstância. Espero que assim não seja, para bem do nosso país, mas a verdade é que têm sido dados sinais contraditórios da parte de alguns dos senhores e senhoras. E notem que, caso este entendimento pós-eleitoral caia em saco roto, os festejos na São Caetano à Lapa e no Largo do Caldas serão inaudíveis perante os protestos que se farão sentir quando aqueles que, como eu, acreditaram neste acordo histórico, virem as suas expectativas frustradas. Existem milhões de portugueses que, como eu, estão expectantes e esperançados. Não nos desiludam. Pelo bem do país.
O momento é delicado e as repercussões de um passo em falso poderão ser catastróficas para o país bem como para as vossas estruturas partidárias. Pior: se este acordo acabar por dar em nada, ou se cair por uma qualquer ninharia, a poderosa máquina de propaganda da direita será impiedosa e as caixas de ressonância espalhadas por redes sociais e cafés propagarão, como um poderoso vírus, a ideia de que as vossas movimentações mais não foram de que o descarregar de uma série de frustrações pela vitória inesperada da coligação PSD/CDS-PP nas Legislativas. O vosso impasse poderá significar uma maioria absoluta do PàF na próxima eleição, o que nos prenderá por mais quatro anos a uma política de privatizações cega e ao aprofundar do esmagamento do Estado Social. Significará mais empobrecimento, mais precariedade, mais emigração. Significará mais sofrimento.
Entendam-se meus caros. Entendam-se e provem ter o sentido de Estado necessário para perceber que, durante os próximos 4 anos, as linhas orientadoras dos vossos partidos devem, a bem da nação, subalternizar-se ao superior interesse comum. Lembrem-se que, acima de tudo, servem os portugueses e não as vossas estruturas partidárias. Entendam a importância do momento que hoje vivemos. Enterrem, de uma vez por todas, essa ideia de um arco de governação reservado aos predestinados. Será que conseguem?
Poder não podem muito, porque o euro não deixa. Mas a zona euro também não durará muito mais tempo como está.
Concordo. Mesmo assim, subscrevo o texto.
Obrigado!
Podem não poder muito Nightwish. Mas estou com esperança que possam bem mais do que aqueles que os antecederam. Só o facto do Parlamento deixar de ser caixa de ressonância do governo já é motivador!
O acordo aconteceu porque a palavra que os militantes dos quatro partidos mais ouviram durante a campanha eleitoral foi «entendam-se». Ao contrário do que diz o PàF, o acordo não aconteceu nas costas do povo de esquerda, mas por exigência clara, veemente e reiterada da sua parte.
Os partidos participantes sabem que aquele que for visto como tendo rompido o acordo estará condenado a desaparecer a prazo. Não o farão. Terão mais medo dos seus eleitores que dos gendarmes do euro; e, com estes a enfraquecer a olhos vistos, sabem que se não os puderem vencer hoje poderão vencê-los amanhã ou depois. Só têm que aguentar até lá.
Não podia estar mais de acordo José Luiz Sarmento Ferreira!
O radicaismo fnanceiro é fodido.
Isto de não se poder se gastar mais do que o que se produz é uma violência inaceiável!
Pena não se poder taxar toda a riqueza produzida. Isto dos offshores e benefícios fiscais é lixado!
Então para quê produzir riqueza? Trabalhar para aquecer? É preferível mais um cobertor na cama… Esperem, se ninguém produzir coisa alguma, não teremos camas, cobertores ou sequer o que comer… Cuba e Venezuela, dois excelentes paraísos na terra, os malvados capitalistas têm rédea curta ou nem sequer existem, mas também nada se compra pois nada há para vender…
E a desculpa para a estagnação europeia face ao crescimento de quem interviu com graveto na economia nos últimos 5 anos é qual?
E porque é que taxar a riqueza se traduziria em trabalhar para aquecer António? Parece-me uma conclusão abusiva e algo radical…
É Isabel. Mas os trolls estão programados para adorar offshores e benefícios fiscais para os seus caciques!
Concluo que isto de por os Portugueses a pagar o que meia dúzia de corruptos amigos do mesmo ser, que descansam calmamente em casa com uma pulseira electrónica ou se passeiam impunemente, é uma pena muito leve para todos aqueles que, depois de todo este “ballet rose” fascista ainda votam nos algozes.
Como dizia Jô Soares : “Tem pai que é cego”…
Claro que se pode, chama-se macroeconomia e quase todos os países em todas as alturas têm défice, e ainda bem. E sem ele também não há capitalismo, sabe.
A única violência aqui é ter que aturar trolls jg menos. Vens da terra da Maria Luz ou de algum blogue da corda?
Também espero que este governo se aguente para ver se as condições de vida dos trabalhadores e reformados/pensionistas melhoram. Quero viver os poucos anos que me restam de uma maneira tanto quanto possível digna. A carga de impostos, nomeadamente de IRS, mais não é do que uma violenta e iníqua extorsão. Mas não sei se conseguiremos lá chegar, com a corrupção que mina todo o sistema. Leio, por exemplo, na «Visão» nº. 1164, de 25 de Junho a 01 de Julho de 2015, a história do Big Mac, de seu nome Marco António Costa. E pasmo: como é possível que este e outros que tais continuem à solta?
É uma pergunta que me coloco frequentemente.
Porque será que a direita não gosta deles?. Digam, ou deixem-nos trabalhar!
Eu não disse que ele tinha duas muletas?
Eu cá espero que consigam concretizar esta proposta; era uma enorme conquista.
http://www.esquerda.net/breves/bloco-quer-igreja-pagar-impostos
Parabens Sr. Luis Vargas! Excelente artigo! Concordo absolutamente! Obrigado!
Subscrevo plenamente este texto. Fiquei agradavelmente surpreendida por se terem entendido e ficarei muito decepcionada se finalmente tudo não passou dum embuste, de igual calibre dos que a direita foi e é perita em nos preparar…
Eu também subscrevo o artigo.
Não apoio as ideias dos partidos “coligados”, mas uma vez que estão juntos que protejam Portugal.
No entanto, tenho uma dúvida: o que aconteceria ao PCP e BE se esta legislatura chegasse ao fim com sucesso? A resposta a esta pergunta será a causa da separação. Ou seja, o PCP e o BE têm de mostrar, antes dos 4 anos, que fizeram coisas importantes, mas que não fizeram mais porque o PS não quis. Ou seja, antes dos 4 anos (na minha opinião, muito antes) o PCP e o BE vão cortar a corda……
a pergunta é pertinente mas prefiro não entrar em futurologias. se a Legislatura chegar ao fim, muito eleitorado à esquerda irá olhar para estes partidos de outra forma e muitos mitos cairão.
Ahhh. e o primeiro a cortar a corda será o mais beneficiado nas próximas eleições….
A democracia em Portugal deve muito as estes três dirigentes que finalmente, acabaram com uma “tradição” asquerosa, em que a Brigada das colheres a volta do tacho publico tinha o direito de decidir que votos contavam e não (o pai soares e a seita adjacente e amigos do Carluci e CIA) esquecer a escumalha que sempre beneficiou desses aborto “democrático”. Não é que esteja descansado enquanto não vir o governo a dizer que não podemos dar regalias e mordomias, sem que a produção cubra o que gastamos. Não adianta o paleio mentiroso dos tudologos, de que o euro e a UE não permitem, porque países bem governados(que só gastam o que produzem) , podem decidir dar 800€ a todos os cidadãos e não precisam de aprovação de ninguém . Leiam os tratados antes de escreverem baboseiras .