Nos últimos meses e graças ao Aventar descobri a página “Os truques da imprensa portuguesa” no facebook. A página está muito bem feita e nota-se que é alimentada por gente do meio, conhecedora da matéria. Na minha opinião, as chefias dos diversos meios de comunicação social deviam estar menos preocupados em desacreditar a página e bem mais atentos às denúncias que a mesma faz, procurando corrigir os constantes erros.
É que todos ou quase todos os dias temos exemplos de mau jornalismo. Um jornalismo que está, a médio prazo, a prejudicar seriamente a credibilidade dos meios de comunicação. Reparem nos exemplos mais recentes: Afirmações do Papa Francisco truncadas; a história dos jovens “nem-nem” que vão receber um subsídio mensal; a história da Rua da Bica como a mais bonita do mundo; etc. etc. etc.
Como é costume em Portugal, em vez de se preocuparem com a mensagem preferem tentar matar o mensageiro. E depois acontece uma coisa muito simples, no meu caso, agora sempre que vejo uma notícia no digital fico de pé atrás e já começo a nem clicar para ler por achar que deve ser mais uma notícia falsa.
Percebi a intenção mas desculpa se me pus a rir de fininho ao ler „Um jornalismo que está, a médio prazo, a prejudicar seriamente a credibilidade dos meios de comunicação.“ A frase sofre de uma grave contradição nos seus termos: Se é jornalismo nunca pode prejudicar a credibilidade dos meios de comunicação. O „jornalismo“ que nos é servido por aí todos os dias faz-me lembrar uma história de Diógenes de Sinope na velha Atenas. Quando lhe perguntaram que andava ele a fazer no mercado, de lanterna acesa na mão em pleno dia, saiu-se com a resposta: „À procura de um ser humano!“ Também eu ando por aí à procura de jornalismo. A internet é uma das grandes invenções da humanidade, mas é melhor que lá não entres se não sabes ao que vais. O „jornalismo“ é um pretexto para impingir publicidade. O grande gozo é quando me vêm com a história de querer sobreviver. E eu que só lá vou para ver se já está morto.