E continuam a insistir na agricultura intensiva de regadio

A situação é dramática, mas não há sensatez que entre na cabeça dos governos espanhol e português, que, na avidez do negócio (e viva o crescimento económico liberal, que, como se vê, não é exclusivo do partido que o reivindica para si!), continuam a destruição do ambiente e a promoção da desertificação, aumentando violentamente ou mantendo a agricultura intensiva de regadio.

Consta hoje no Jornal Público:
„Esta terça-feira está reunida a Comissão Permanente da Seca, que congrega vários ministérios, para analisar a situação e eventuais medidas a tomar. A seca, que começou a agravar-se no país em Novembro, deixou Portugal continental no final do ano com 93,7% do território em seca fraca, moderada ou severa. O mapa de Janeiro do IPMA, além de indicar que 100% do território se encontra nessa situação, coloca já uma vasta área do Algarve e do Alentejo em seca extrema.“

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Um país oco

A aldeia de um homem só. “Desapareceu tudo, saíram todos, faleceram os meus pais… fiquei eu” – belíssima reportagem de Artur Cassiano

Fechar escolas, matar o país

cemiterio03Em Trás-os-Montes, nos últimos dez anos, fecharam quase 800 escolas primárias. Os simplistas que vêem o mundo através de uma calculadora de curto prazo explicarão que é inevitável, que há menos crianças e que não há “sustentabilidade” para manter mais escolas a funcionar. [Read more…]

A escola mortuária

A transformação de uma antiga escola primária em capela mortuária é o retrato de Portugal, pintado pela própria realidade, com o contributo inestimável de todos os artistas que têm passado pela política portuguesa.

Nuno Crato, na sua qualidade de coveiro, deverá rejubilar com esta confirmação de que, nas escolas, há professores a mais e agentes funerários a menos. Para além disso, com tantos mortos nas salas de aulas, será possível aumentar ainda mais o número de alunos por turma, porque é da natureza do cadáver ser sossegado. Esperemos, ainda assim, que não se caia no facilitismo humorístico de chamar ignorantes aos defuntos, por não terem levantado o braço no afã de responder a uma pergunta simples. [Read more…]

Que se lixem as crianças!

Leiam esta notícia, com atenção: no concelho de Paredes, há um menino que vai entrar para o Primeiro Ciclo do Ensino Básico e que, graças ao encerramento da escola para onde iria, terá de se levantar duas horas antes do início das aulas, devido ao horário dos transportes; no concelho da Figueira, uma mãe não tem 50 euros para pagar o passe, agora que a filha será obrigada a ir para uma escola mais distante; alguns presidentes das câmaras estão muito preocupados com o aumento da despesa com transportes.

Nuno Crato, a propósito do encerramento das escolas, mente o mais que pode, afirmando que tudo nasce de um consenso sereno. Os presidentes das câmaras preocupam-se com o dinheirinho ou com as fidelidades partidárias. Confirma-se, portanto, que, entre ministros e autarcas, há uma disputa renhida para ver quem consegue prejudicar mais as crianças do país. Terrível campeonato! Tristes espectadores!

Encerramento das escolas, fecho do país

Em vários jornais, foi ontem notícia o encerramento de 239 escolas do Primeiro Ciclo. Como é habitual no discurso dos ministros da Educação, Nuno Crato afirmou que a importância dessa medida está relacionada com as vantagens educativas, considerando que, em comparação, a poupança alcançada é pouco importante, embora não tenha revelado o valor dessa mesma poupança.

Tal como os anteriores detentores da pasta, Nuno Crato afirma que todo este processo decorre com a anuência das autarquias, embora uma rápida incursão pela internet pareça desmentir tal asserção, quando passamos por Leiria, Gouveia, Estremoz, Odemira ou Elvas. [Read more…]

É a economia estúpida

Segundo o que é possível apurar a partir da leitura desta notícia, a freguesia de Atenor, no planalto mirandês, é afectada pela desertificação e tem uma população envelhecida e, em muitos casos, solitária. Até há pouco tempo, havia várias valências nos centros de saúde da região que desapareceram, “em nome da contenção de custos.”

A mesma notícia permite-nos ficar a saber que todas essas valências são, afinal, necessárias, mas, na mentalidade contabilistóide dos últimos governos, os desfavorecidos não contam como seres humanos e são apenas parcelas a abater, pelo que ficam entregues à sua sorte. [Read more…]