A singularidade do Aventar é mesmo esta. Aqui tanto podem ler um artigo meu com uma opinião sobre a Ucrânia como um outro do João Maio no sentido oposto e ambos conviverem livremente neste espaço sem qualquer problema. Esta casa é assim desde o seu primeiro dia mesmo que alguns dos nossos leitores/comentadores não entendam.
O Aventar não é o blogue dos “morcões” como escrevia no outro dia um patarata na caixa de comentários. Nem dos lampiões ou dos lagartos, Nem da esquerdalhada ou direitolas. Aliás, permitam-me o aparte, ainda não percebi o facto de apelidarem portistas como “os morcões”, será que sabem o significado da palavra? Andrades até posso entender agora “morcões” é capaz de ser o contrário do que nos querem apelidar, digo eu que não sou de intrigas. Continuando.
O Aventar é a casa da liberdade na blogosfera onde convivem em harmonia direitolas, esquerdalhos, lampiões, andrades ou lagartos. Onde cada um pensa pela sua cabeça e escreve o que lhe apetece agrade ou não aos seus correligionários de blogue ou aos leitores. Daí que a única contradição entre os dois artigos inicialmente citados está na opinião que cada um dos respectivos autores sobre a matéria. E a harmonia da diferença está no Aventar.
No caso em análise temos opiniões distintas. Ainda bem que assim é. Para uns o Maio está carregadinho de razão. Para outros a razão está do meu lado. E ainda temos os que entendem que nenhum dos dois está certo. E outros ainda que aproveitam para nos insultar naquele que é o caso mais exemplar deste blogue, o de ter masoquistas a comentarem os nossos artigos, gajos que não gostam mas andam sempre aqui a “botar faladura” ou a vomitar coisas. É assim o Aventar.
Nesta matéria eu escolhi os “meus filhos da puta” que não são os mesmos do Maio. E alguns ainda não perceberam o sentido da expressão carinhosa com que os brindo. Porque sei bem que não são flor que se cheire. Só que o cheiro deles incomoda-me menos que o cheiro dos outros. Mas não deixam de cheirar mal. Porque eles são como o Aventar, espaços onde cabem todos. Espaços de liberdade. Mesmo com os seus defeitos mas sobretudo pelas suas virtudes. E alguns dos nossos seguidores até podem dizer, “sim, mesmo com os textos deste filho da puta”. Claro.
Muito bem.
Gostei da referência aos que não gostam mas estão sempre a meter a colher.
A vantagem de uma democracia é precisamente podermos “digerir” vários tipos de análises e opiniões, mesmo que bizarras, sobre determinado evento. Os eventos podem ser diversos. De um conflito militar localizado a uma guerra generalizada. Da descoberta da Lua à aterragem de um veículo espacial em Marte. Da derrota à vitória numa competição desportiva. Enfim um rol de coisas que nos fazem ficar apreensivos, tristes ou felizes.
Comecei muito novo a consumir jornais. Os meus pais assinavam algumas publicações diárias e semanais. Em miúdo com pouco mais de 10 anos, acompanhava a guerra do Vietname, semana a semana. Quem lê-se os jornais portugueses da época, ou a revista TIME, edição americana, só via vitórias militares norte americanas no sudoeste asiático. Esmagavam os vietcongs, como eram conhecidos os guerrilheiros maoistas do norte, como quem pisava formigas. Os americanos dominavam todo o território vietnamita de norte a sul. Vitórias sobre vitórias militares, que nos deixavam empolgados como se fosse um jogo. Os bombardeamentos de “napalm” que eram exibidos sob a forma documentários de actualidades, nos cinemas, antes da projeção do filme, mostravam o poderio militar Yankee no céu, no mar e em terra.
No mesmo período, a guerra dos 6 dias, no Médio Oriente, isto numa primeira fase, e mais tarde, já nos anos 70, a guerra do Yon Kippur, punha israelitas e árabes em conflito. Os média oficiais identificavam-se pró Israel. Os árabes eram “uns cobardes, traiçoeiros e terroristas”. Os judeus um povo heróico e sem mácula.
Se é verdade que israelitas conseguiram alcançar os seus intentos, com a conquista da península do Sinai, posteriormente entregue aos egípcios, num acordo de paz alcançado em Camp David, já os Montes Golan conquistados à Síria ficaram até hoje na posse dos israelitas. Só que a paz foi sempre uma miragem. E não fosse o monumental apoio Norte Americano a Israel, uma espécie de base militar dos EUA no Médio Oriente, talvez o conflito tivesse um desfecho menos favorável a Israel.
No Vietname e Camboja, apesar da propaganda Norte Americana, estes saíram de lá completamente derrotados, deixando antes de partir um rasto de destruição que ainda hoje traz sequelas. Entretanto os guerrilheiros maoistas acabaram por tomar o poder em definitivo, já em 1973. No poder acabaram a eliminar opositores, e ex colaboradores dos norte americanos.
Já vi muita guerra pelos canais televisivos e pelos jornais, cada um deles com o seu alinhamento político, quando não todos eles com o mesma visão dos acontecimentos.
Para mim a Rússia é governada de há muito a esta parte por gente autoritária, para quem liberdade de expressão, direitos humanos, seja da maioria seja das minorias, não são para respeitar. São sim para silenciar.
Putin era um Coronel do KGB. Pensar que desta cabeça poderia sair alguma coisa de bom, é ser-se muito néscio.
Já os EUA, a NATO e até a UE não são exemplo para ninguém. Se é verdade que nas nossas democracias não temos nenhum Putin no poder, talvez o Orban tenha alguma afinidade psicológica com ele, não faltam no entanto ensaios de hipocrisia destes países e organizações a todos os níveis nos mais variados aspectos da política em geral. Quando a economia mexe os direitos humanos ficam para segundo plano. Sempre foi assim.
A China é um bom exemplo disso. Ontem e hoje. Mas nem por isso deixou de se tornar na maior economia mundial.
«E alguns ainda não perceberam o sentido da expressão carinhosa com que os brindo.»
Bom, é natural. Por muito que afirmem que não, quem a criou vive bem com essa gente. Basta ver o quanto caladinhos continuam sobre o Yemen. esse império do mal contra os bons, onde ainda ontem se passaram coisas.