O Aventar foi um dos poucos blogues a abordar esta matéria. Não faltaram comentadores, jornalistas, políticos e até outros militares a considerarem, no mínimo, curioso este alinhamento destes três militares. Porquê? A própria peça jornalística o refere:
“O major-general Raul Cunha chegou a dizer, na SIC, que “o Presidente russo foi encurralado” pela NATOe justificou a anexação da Crimeia; o major-general Carlos Branco disse ao “Observador” que a Rússia não ia “permitir a chacina da população ucraniana russa” em Lugansk e Donetsk, classificando a parte ucraniana como “a ameaça”; um terceiro analista, o major-general Agostinho Costa tem usado (nos três canais de televisão) argumentos como “a preocupação [dos russos] em não causar baixas civis”, ou a desvalorização da coluna paralisada perto de Kiev. No dia seguinte à invasão, quando garantiu: “Os russos já estão em Kiev.” E disse que Volodymyr Zelensky tinha fugido para Lviv, na zona ocidental“.
Ora, olhando para o que estes três militarem andaram e andam a dizer, comparando com a realidade que nos é dada a ver, penso que se entende, por um lado o desconforto das chefias militares no activo com estes momentos televisivos (chegando a palavra “vaidade” a ser referida) e por outro as críticas de que estão a ser alvo (cuja dimensão até justifica uma peça no Expresso) nas redes sociais. Obviamente, alguns desses críticos fizeram o trabalho de casa e daí surgirem acusações como: “Outras fontes explicam a posição destes generais por alegadamente pertencerem à ala esquerda militar. Alguns argumentos não são muito diferentes dos do PCP, sobretudo os que têm a ver com a expansão da NATO e dos”nazis” nas repúblicas separatistas. Todos foram ver por onde andaram e andam estes militares, onde costumam ir falar, o que costumam dizer, as coincidências e os percursos – no fundo, foram fazer o que os militares costumam fazer sobre os outros.
Já no que toca ao VALDAI Club, o Think Tank de Vladimir Putin, já aqui se escreveu e o que está na peça já chega e sobra. Basta perceber como estas coisas funcionam. Como se pode ler no trabalho jornalístico citado, pelos vistos estes três senhores são confessos admiradores de Putin. Estão no seu direito. Porém, quando se disponibilizam para ir às televisões falar como especialistas independentes temos o direito de conhecer as suas preferências. Já no post que escrevi sobre esta matéria, é como nos programas da bola, são todos muito independentes mas depois descobre-se que são adeptos ferrenhos do clube A ou do clube B. Não são independentes. Ponto.
Ao ler a peça e somando tudo o que já li nas redes sociais sobre esta matéria, fica justificada a desconfiança. Estes três senhores são admiradores de Putin e fascinados pelo general russo Valery Gerasimov. Afinal onde há fumo, há fogo…
Pronto abriu a caça aos comunistas.
Não é verdade. A caça é ao ucraniano, civis e militares, afiltos e crianças, por decisam de Putin e com o apoio do PCP e drstes três militares simpatizantes de Putin.
Pois não me diga!
O major-general Carlos Branco anda por aí a caçar ucranianos afiltos? Tchchhh!
Bem, esperemos que tenha tirado a licença! E que tenha respeito pelo defeso! O contrário seria imperdoável!
Porra, a mais maior grande ameaça ao mundo civilizado é mesmo incompetente, a este ritmo nem no próximo século.
Uma vez vi, na RTP, uma imigrante venezuelana, num daqueles programas da tarde, defender que as forças armadas da Venezuela são comandadas por generais cubanos.
A apresentadora fez um ar de surpresa, mas a mulher insistiu: “basta ouvi-los. Distinguem-se pelo sotaque”.
Não estaremos também nós ser comandados por russos? Realmente o Major-general Branco tem um sotaque esquisito. É, assim, uma mescla de Bascortostão, Cacássia e pescador da Gafanha da Nazaré.
Sure
https://www.armscontrol.org/act/1997-06/arms-control-today/opposition-nato-expansion
https://newrepublic.com/article/165562/nato-critics-predicted-russia-putin-belligerence-ukraine
Claro, pessoas como McNamara e Mandelbaum, afinal, tal como Kissinger e muitos outros, queriam um império Russo na Europa. E, no fundo, Biden também só não bombardeia Moscovo porque também gosta do moço.
E continuamos nós aliados a quem quer destruir o nosso modo de vida!
William Perry, secretário da defesa de Clinton:
“Our first action that really set us off in a bad direction was when Nato started to expand, bringing in eastern European nations, some of them bordering Russia. At that time we were working closely with Russia and they were beginning to get used to the idea that Nato could be a friend rather than an enemy … but they were very uncomfortable about having Nato right up on their border and they made a strong appeal for us not to go ahead with that.”
William J Burns, antigo diplomata em Moscovo, actual director da CIA.
“The pattern in U.S.-Russian relations has sometimes hinted at historical immutability, as if we were bound to rivalry and unending suspicion. That view might contain a kernel of truth; history matters, and is difficult to escape. But the whole truth is more complicated, and more prosaic. We each had our illusions. America thought that Moscow would eventually get accustomed to being our junior partner, and grudgingly accommodate NATO expansion even up to its border with Ukraine. And Russia always assumed the worst about American motives, and believed that its own corrupt political order and unreformed economy were a sustainable basis for real geopolitical power. We tended to feed each other’s pathologies. Too often, we talked past each other.”
COMUNAS EM TODO O LADO!!! PÂNICO!!!
Um dia destes a guerra acaba, veneram-se os mortos, tenta-se salvar os feridos, começa a reconstrução da Ucrânia, maior ou menor do que é hoje, e já com a cabecinha mais fria, chegaremos todos à mesma conclusão:
“ Putin é um Rottweiler muito perigoso mas olhando bem as coisas, nós fomos lá provocá-los ”.
Deixei há dias esta;«picaram o tigre, agora aturem/os a besta» simplificadamente. Qto aos generais, aliás ‘antigos’ oficiais generais, e com experiências profissionais nas Jugoslávias ou Afeganistões, perece-me falarem de acordo com uma visão de conjunto, arriscando entrar numa veia política. Conformes com a conclusão grega antiga do «homem como animal político»?
Apenas para reforçar a analogia de “picaram o tigre”, podemos usar a “miúda usou mini saia e foi ali provocar aquele homenzarrão, agora que se aguente”.
Quanto aos generais, como em qualquer outra actividade profissional, ter opinião numa matéria fora do âmbito profissional não quer dizer nada de especial.
Há imensos exemplos de opiniões discordantes, como por exemplo o Pedro “Quero o meu bife” Simas e os Médicos pela Verdade.
A história não costuma dar muito valor aos histerismos do momento, não.
“Histerismos” como aqueles com que a Rússia classificou os avisos dos americanos sobre uma invasão iminente da Ucrânia? Como se vê, nem aconteceu nada.
Estes gajos que desafinam, quando não havia uma nota dissonante, deviam ser julgados, de preferência num tribunal de guerra, ou não fossem militares.
Comecem as listas negras! Cancelem-se todos! Despeçam-se músicos, desportistas, e criadores de arte, e mudem-se o nome às bebidas e aos pratos, que é preciso fazer alguma coisa!!!
Foda-se! E usar a cabeça para pensar, não?
Aqui fica mais um perigoso comunista para a sua lista:
https://www.facebook.com/100000496036787/posts/6091829774176830/?sfnsn=wa